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PSIQUIATRIA E RELIGIOSIDADE: O QUE O CLÍNICO DEVE SABER?

Autores: Alexander Moreira de Almeida, Andre Stroppa, Fabrício Henrique Alves de Oliveira e Oliveira
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  • Introdução

Atualmente, cerca de 10% das pessoas no mundo sofrem de algum transtorno mental, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Ao mesmo tempo, também é alta a taxa de filiação religiosa, que alcança 84%.1 Na confluência dessas duas áreas, encontram-se mais de 3 mil estudos epidemiológicos que apresentam resultados que apontam para uma relação em geral positiva entre religiosidade e saúde, com, por exemplo, menores taxas de depressão, suicídio, uso/abuso de substâncias e mortalidade, bem como melhor qualidade de vida.2

Formas negativas de coping religioso, por sua vez, estão associadas a maiores níveis de depressão e pior qualidade de vida. O coping religioso espiritual (CREcoping religioso espiritual) negativo ocorre quando o indivíduo estabelece formas disfuncionais de elaboração de sua experiência religiosa–espiritual, por exemplo, atribuindo a Deus a responsabilidade integral pela resolução de seus problemas ou quando se sente perseguido por Ele.2

Do ponto de vista conceitual, a discussão sobre os termos religiosidade e espiritualidade é ampla e ainda destituída de consenso.

Para efeitos didáticos, neste texto, espiritualidade será definida como “a busca pessoal para respostas abrangentes às perguntas finais sobre a vida, sobre seu significado e sobre o relacionamento com o sagrado ou transcendente, que pode (ou não) levar, ou resultar, no desenvolvimento de rituais religiosos e na formação de uma comunidade religiosa”; e religião será definida como “um sistema organizado de crenças, práticas, rituais e símbolos projetados para facilitar a proximidade com o sagrado ou transcendente (Deus, poder mais alto, ou verdade/realidade última).”3

  • Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • conhecer conceitos e estratégias de coleta da história religiosa espiritual;
  • identificar estratégias de CREcoping religioso espiritual positivo e negativo;
  • reconhecer elementos que o auxiliem a fazer o diagnóstico diferencial entre aspectos religiosos e espirituais e psicopatologia;
  • identificar elementos que o auxiliem a formular um caso em uma perspectiva bio-psico-sócio-espiritual (BPSEbio-psico-sócio-espiritual).
  • Esquema conceitual
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