Objetivos
Ao final da a leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- descrever os mecanismos de interação da realidade virtual (RV);
- reconhecer as principais interfaces e formas de utilizar a RV;
- utilizar a RV como ferramenta para avaliação da capacidade funcional;
- aplicar a RV durante a reabilitação pulmonar;
- reconhecer riscos e benefícios para a correta indicação desse tipo de terapia.
Esquema conceitual
Introdução
A realidade virtual (RV) pode ser definida como a interação do usuário (paciente) com uma simulação de um ambiente real.1 Essa relação acontece por meio de uma interface (como um software de computador, tablet, videogame ou, até mesmo, smartphones), e é chamada de interação “homem–máquina”, pois depende da atuação dos dois componentes.1
A interação pode acontecer de diferentes formas, pois a RV pode ser usada para criar um ambiente de imersão, que é diferente daquele no qual o paciente realmente está inserido, levando-o a uma “viagem” durante o período de interação, podendo-se criar qualquer ambiente, desde um ponto turístico já conhecido até um ambiente fictício ou simulado.2
Outra forma de interação pode ocorrer por meio de jogos ou de tarefas com respostas a determinados estímulos, ou seja, dependendo do movimento realizado, é gerado um feedback para o paciente durante a execução da tarefa. Esse feedback, ou resposta, pode ser interpretado como um estímulo positivo de recompensa ou até mesmo um estímulo positivo de competitividade, dependendo do software utilizado e do objetivo da intervenção ou mesmo da avaliação.2
A RV como um recurso terapêutico vem sendo utilizada desde a década de 1990, e tem crescido muito, principalmente após 2015, em diversas áreas da fisioterapia: neurofuncional,2 pediátrica,3 cardiorrespiratória,4 traumato-ortopédica 5 e geriátrica.6
A crescente aplicabilidade da RV se dá devido aos benefícios observados, visto que os pacientes relatam ser mais divertido e prazeroso, melhorando o interesse em realizar o exercício, o humor e promovendo maior interação.2 Além disso, pode ser uma ferramenta econômica, padronizada, controlável e reprodutível, utilizada como um recurso coadjuvante ao tratamento convencional, e gerar resultados adicionais aos métodos tradicionais.7–9