Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- listar os efeitos do exercício de vibração de corpo inteiro (VCI) em parâmetros clínicos, cardiorrespiratórios, funcionais e inflamatório-oxidativos de pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC);
- descrever os mecanismos e as respostas fisiológicas relacionadas aos benefícios do exercício de VCI em pacientes com DPOC;
- distinguir as variáveis a serem moduladas durante a aplicação do exercício de VCI;
- construir um protocolo de exercício de VCI de forma eficaz e segura para pacientes com DPOC.
Esquema conceitual
Introdução
A DPOC está entre as principais causas de morbidade e mortalidade no mundo, representando um problema de saúde pública, e é caracterizada por persistentes sintomas respiratórios e limitação do fluxo aéreo em decorrência de anormalidades na via aérea e/ou alveolar, as quais podem gerar repercussões sistêmicas, em especial, disfunção muscular dos membros.1
O treinamento físico é considerado o pilar da reabilitação pulmonar de pacientes com DPOC, por promover a melhora da capacidade de realizar exercícios, reduzir a dispneia e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida (QV).2 Como um possível componente da reabilitação pulmonar, a VCI tem sido investigada como modalidade complementar e eficaz de exercício para pacientes com DPOC.
O exercício de VCI é uma modalidade de treinamento e uma ferramenta de reabilitação, realizado sobre uma plataforma vibratória que gera oscilações periódicas. As oscilações vibratórias são transmitidas ao corpo e estimulam fusos neuromusculares a produzirem contrações musculares reflexas, em resposta ao reflexo tônico vibratório. Dessa forma, o exercício de VCI parece produzir respostas fisiológicas similares às observadas por outras modalidades de treinamento físico, tais como o treinamento físico aeróbio e o de força.
Embora os primeiros estudos que avaliaram o uso do estímulo vibratório como modalidade de exercício na medicina esportiva e reabilitativa tenham sido realizados nas décadas de 1990 e 2000, a proposta de investigação da inserção da VCI na reabilitação pulmonar de pacientes com DPOC iniciou apenas em 2012. Desde então, o uso dessa modalidade de exercício tem despertado o interesse dos pesquisadores, os quais têm buscado avaliar a efetividade da VCI em parâmetros clínicos, cardiorrespiratórios, funcionais e inflamatório-oxidativos de pacientes com DPOC.