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Treinamento físico combinado na reabilitação cardiovascular

Autores: Rodrigo Polaquini Simões, Giovane Galdino de Souza, Renato Aparecido de Souza, Wonder Passoni Higino, Juliana Bassalobre Carvalho Borges
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • compreender os principais conceitos, o histórico e os mecanismos fisiológicos fundamentais relacionados ao treinamento combinado (TC);
  • identificar os aspectos relacionados à proposição de um protocolo de TC;
  • reconhecer as principais contraindicações e conceitos relacionados à monitoração durante a execução de um protocolo de TC;
  • compreender as principais evidências e a aplicabilidade do TC nos principais fatores de risco e nas doenças cardiovasculares (DCVs).

Esquema conceitual

Introdução

Historicamente, a prática de exercícios físicos, predominantemente aeróbios, foi o principal foco dos programas de exercícios físicos voltados para a manutenção da saúde como também para a reabilitação cardiovascular. Entretanto, o exercício físico resistido mostrou-se como uma “peça fundamental” de grande relevância para os pacientes cardiopatas em programas de reabilitação, destacando-se tanto as possibilidades de aumentar os ganhos quanto a capacidade de realizar atividades funcionais relacionadas à prática de vida diária, sem oferecer maiores riscos durante o treinamento desses pacientes.1,2

Os exercícios aeróbios são caracterizados por envolver grandes grupos musculares, sendo os principais responsáveis pela melhora do consumo máximo de oxigênio (VO2máx) e pelos ajustes autonômicos envolvidos no controle da pressão arterial (PA) e da frequência cardíaca (FC). Já os exercícios resistidos resultam em hipertrofia muscular com aumento de força, ganho de resistência e potência muscular.2,3

A prática de exercícios envolvendo o treinamento aeróbio associado ao treinamento resistido, em uma mesma sessão ou em um microciclo de treinamento, é denominada de treinamento combinado (TC). Esse tipo de treinamento tem sido aplicado tanto no âmbito do treinamento esportivo quanto na reabilitação cardiovascular nos últimos anos, por associar os benefícios relacionados à melhora da capacidade cardiorrespiratória e as adaptações positivas obtidas com o ganho de força.4

A associação dessas duas modalidades de exercício pode gerar possíveis interferências de um tipo de treinamento em relação ao outro; com isso, o TC pode ser denominado também como treinamento concorrente.5 Essas interferências podem estar relacionadas a diversos componentes, como o nível de treinamento do indivíduo, a ordem das modalidades de exercício, o tempo de treinamento em cada tipo de exercício, dentre outros fatores. No entanto, apesar desses fatores, muitos estudos mostraram que o TC foi superior a protocolos de treinamento isolados (aeróbio ou resistido) em relação aos ganhos de desempenho físico, como também em relação à qualidade de vida no geral.4,6

Neste capítulo, são abordados os conceitos básicos e os aspectos fisiológicos envolvidos no TC, apresentando as principais evidências científicas relacionadas à utilização desse tipo de protocolo de treinamento na população cardiopata.

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