Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- descrever o que é resiliência e quais são seus fatores de proteção e de risco;
- considerar a resiliência como um fator de proteção do trabalhador de enfermagem;
- definir capacidade para o trabalho;
- identificar a relação da capacidade para o trabalho com as doenças osteomusculares;
- analisar a relação entre capacidade para o trabalho e fatores psicossociais;
- reconhecer a importância da responsabilidade gerencial do enfermeiro na promoção da capacidade para o trabalho e da resiliência.
Esquema conceitual
Introdução
Apesar dos avanços nas pesquisas e no conhecimento acerca da saúde dos trabalhadores de enfermagem, permanecem altos os índices de adoecimento e de afastamento do trabalho, com redução da capacidade para o trabalho (CT), decorrentes das condições laborais inadequadas, da precarização do trabalho, do ritmo intenso e de tantos outros fatores aos quais esses profissionais são submetidos em seus postos de atuação. O ambiente de trabalho desfavorável à prática profissional aumenta a chance de absenteísmo dos trabalhadores de enfermagem.1
Além disso, a pandemia da doença do coronavírus, a COVID-19, trouxe mudanças sociais, comportamentais e emocionais que impactaram negativamente a vida das pessoas. Os trabalhadores de enfermagem — pelas características do trabalho e proximidade intensa com a dor, a perda e os sentimentos vivenciados pelos pacientes — foram afetados de forma mais direta no que concerne à saúde mental e física,2 pois a pandemia exigiu desses profissionais a capacidade de se adaptarem à realidade experenciada, tanto no âmbito físico quanto psicológico, considerando o desgaste, as jornadas de trabalho prolongadas, os receios e as incertezas que esses trabalhadores tiveram que enfrentar.3
Contudo, é nas adversidades, nas dificuldades, nos tempos de crise que se manifestam as possibilidades de aprendizagem e superação por parte do trabalhador e das instituições, por meio da resiliência.