Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer os principais aspectos da dificuldade alimentar na infância;
- conceituar transtorno alimentar restritivo/evitativo (TARE);
- discutir os impactos causados pelas dificuldades alimentares na infância;
- identificar os critérios diagnósticos da dificuldade alimentar na infância;
- classificar as dificuldades alimentares na infância;
- identificar quando a criança precisa de terapia alimentar;
- discutir a abordagem e o tratamento, do ponto de vista nutricional, do TARE na infância.
Esquema conceitual
Introdução
A alimentação adequada e saudável é um direito humano básico que envolve a garantia de acesso ao alimento permanente e regular, de forma socialmente justa, adequada aos aspectos biológicos e sociais do indivíduo. A alimentação nos primeiros anos de vida é essencial para o desenvolvimento e o crescimento adequados do corpo e do cérebro das crianças. Tudo começa na amamentação exclusiva até os 6 meses de idade, complementada, depois, com alimentos saudáveis.1
Talvez, uma das grandes preocupações das famílias em todo o mundo, em todos os tempos, seja garantir uma alimentação adequada à criança. No entanto, existem alguns fatores que podem interferir nessa garantia. Um exemplo são os transtornos alimentares, caracterizados por comprometimentos persistentes na alimentação ou no comportamento relacionado à alimentação que resulta no consumo ou na absorção alterada de alimentos e que compromete significativamente a saúde física ou o funcionamento psicossocial.2
Dentro desses transtornos, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (em inglês, Diagnostical and Statistical Manual of Mental Disorders [DSM-5]) cita o TARE, que era classificado como transtorno da alimentação da primeira infância e apresentava descrições pouco precisas, com pouca aplicação prática.3