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SEPSE E CHOQUE SÉPTICO

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • identificar a sepse e o choque séptico com base nos conceitos atuais, fazendo uma análise crítica deles;
  • reconhecer precocemente a sepse, o que tem consequências diretas no desfecho;
  • descrever a terapêutica baseada nas diretrizes mundiais, ressaltando a importância da realização de todos os itens do “pacote” de 1 hora, recomendado pelo Surviving Sepsis Campaign (SSC);
  • atuar, nas unidades de urgência e emergência, na realização do diagnóstico precoce da sepse e em sua adequada abordagem terapêutica, fundamentais na redução da atual elevada taxa de mortalidade.

Esquema conceitual

Introdução

Sepse é caracterizada por uma disfunção orgânica ameaçadora à vida causada por uma resposta desregulada do hospedeiro frente a uma infecção.1 Sua fisiopatologia é complexa e depende da interação de diversos fatores, entre eles, a virulência do microrganismo invasor, fatores genéticos, características do hospedeiro e a participação de citocinas.

Diante de um processo infeccioso, por meio de um desequilíbrio da resposta inflamatória sistêmica, somado à exacerbação da cascata de coagulação e ao prejuízo da fibrinólise, ocorre má perfusão tecidual, com subsequente disfunção orgânica, que, no pior cenário, culmina em falência múltipla de órgãos e óbito.

Com a identificação precoce e a terapia adequada, é possível, muitas vezes, interferir nessa cascata de eventos, revertendo o processo. É de suma importância a detecção precoce da sepse, visto que a rápida instituição da terapêutica é crucial na oportunidade de reverter a doença, salvando-se vidas. A sepse deve, portanto, ser encarada como uma urgência médica.

Além disso, há uma consciência crescente de que os pacientes que sobrevivem à sepse, frequentemente, têm incapacidades físicas, psicológicas e cognitivas de longo prazo, com necessidade de cuidados de saúde significativos e com implicações sociais.

A relevância do tema advém não só de sua gravidade, mas também da incidência elevada e do alto consumo de recursos hospitalares, sendo, dessa forma, indispensável o domínio técnico e prático do médico assistente e de toda a equipe multidisciplinar.

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