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SEPSE NO DEPARTAMENTO DE EMERGÊNCIA: AVALIAÇÃO E MANEJO PRÁTICO

Autores: Maria Regina de Paula Leite Kraft, Victor Lisboa Peixoto, Moacyr Silva Júnior
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • identificar pacientes sépticos;
  • sistematizar o manejo inicial da sepse;
  • racionalizar o uso de fluidos, antibióticos e vasopressores;
  • reconhecer os exames complementares, suas aplicabilidades e limitações.

Esquema conceitual

Introdução

O conceito de sepse tem sido continuamente atualizado ao longo dos últimos anos. Atualmente, define-se como uma disfunção orgânica ameaçadora à vida causada por uma resposta exacerbada do organismo decorrente de uma infecção. Para sistematização, uma nova disfunção é definida como um aumento de dois pontos ou mais no escore Sequential [Sepsis-Related] Organ Failure Assessment (SOFA).1

Choque séptico compreende um espectro da sepse, no qual as anormalidades circulatórias, celulares e metabólicas acarretam um aumento significativo no risco de óbito. A identificação dessa condição dá-se por hipotensão com necessidade de vasopressores, a fim de manter uma pressão arterial média (PAM) maior ou igual a 65mmHg com um lactato sérico acima de 2mmol/L, a despeito da ressuscitação volêmica adequada.2

Os termos sepse grave e síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS) não são mais utilizados nesse contexto, uma vez que o novo conceito de sepse já requer evidência de hipoperfusão e/ou disfunção orgânica, e SIRS pode não se correlacionar com agravos infecciosos.1

Análises retrospectivas internacionais estimam uma incidência de 437 novos casos de sepse para cada 100.000 habitantes entre os anos de 1995 e 2015, embora esse dado tenha pouca colaboração de países de média e baixa renda.3 Rudd e colaboradores reportaram que, em 2017, cerca de 49 milhões de casos de sepse foram identificados, com 11 milhões de óbitos registrados, um número que responde por 19,7% das mortes no mundo.4

Adultos acima dos 65 anos são os mais frequentemente acometidos. As bactérias Gram-positivas são as mais comumente identificadas, mas há aumento na incidência de infecções fúngicas, e bactérias Gram-negativas e vírus também podem desencadear a sepse.5

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