Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- identificar os critérios diagnósticos de síndrome antifosfolipídica (SAF);
- reconhecer os aspectos a que se deve atentar na anamnese e no acompanhamento da gestante com diagnóstico de SAF;
- identificar riscos maternos e fetais associados ao diagnóstico de SAF na gestação;
- discutir o melhor manejo da SAF durante o acompanhamento pré-natal;
- conhecer a possível relação da SAF com a COVID-19.
Esquema conceitual
Introdução
A SAF, originalmente descrita por Hughes, em 1983, é uma doença autoimune, adquirida, trombótica e multissistêmica,1,2 que atinge principalmente mulheres jovens.
A SAF é caracterizada por trombose venosa ou arterial e/ou um resultado adverso da gestação em pacientes com ou sem história de trombose vascular ou outras doenças autoimunes, associada à presença de níveis elevados de anticorpos antifosfolipídicos (AAF) (anticorpos anticardiolipina, antibeta-2-glicoproteína-I e anticoagulante lúpico).
O conhecimento atual relativo à SAF obstétrica começou a ser aprofundado no final da década de 1990 e início dos anos 2000, o que levou à certa imprecisão no diagnóstico e no tratamento das pacientes na atualidade, assim como nas consequências obstétricas possivelmente associadas a um perfil específico de anticorpos.3,4 É essencial sempre individualizar os casos, especialmente no que diz respeito ao diagnóstico e ao tratamento, atuando de forma multidisciplinar.