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SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS E CONSEQUÊNCIAS METABÓLICAS

Adriane Maria Rodrigues

Isabelle Gasparetto Leite

epub-BR-PROENDOCRINO-C13V1_Artigo4

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • explicar a patogênese da síndrome dos ovários policísticos (SOP);
  • identificar os critérios diagnósticos da SOP;
  • descrever a relação da resistência insulínica (RI) e hiperinsulinemia com as consequências metabólicas da SOP;
  • realizar o rastreio metabólico das pacientes com SOP;
  • propor a melhor abordagem terapêutica para a RI nas mulheres com SOP.

Esquema conceitual

Introdução

A SOP é o distúrbio endócrino e metabólico mais comum em mulheres na idade reprodutiva, tendo sua prevalência estimada em 6 a 20%.1 Trata-se de um diagnóstico de exclusão e pode ser definida a partir de dois critérios diagnósticos entre os seguintes três: hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial, disfunção ovulatória e morfologia ovariana policística na ultrassonografia (USG).2

A fisiopatologia da SOP é complexa e envolve um ciclo vicioso de hiperandrogenismo, obesidade visceral, RI e hiperinsulinismo compensatório. A RI é o distúrbio metabólico mais prevalente nas mulheres com SOP, afetando de 65 a 70% de todas as pacientes.3 A RI e a hiperinsulinemia são consideradas componentes importantes na patogênese dessa endocrinopatia e serão abordadas com mais detalhes neste capítulo.

Características da síndrome dos ovários policísticos

Os critérios diagnósticos mais amplamente usados e suportados pelas sociedades científicas para a SOP são os chamados critérios de Rotterdam, que foram definidos em 20032 e foram endossados pelo consenso do National Institutes of Health (NIH) em 2012.1

O diagnóstico da SOP é feito em qualquer mulher que apresente pelo menos duas das seguintes características:2 hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial, disfunção ovulatória e morfologia ovariana policística na USG, que, por sua vez, é definida pela presença de 12 ou mais folículos (20 ou mais folículos no último consenso internacional)4 de 2 a 9 mm no máximo diâmetro ou volume ovariano maior que 10 cm3 (sem um cisto ou folículo dominante) em qualquer ovário.

Para confirmar o diagnóstico de SOP, é necessário excluir desordens similares que cursam com hiperandrogenismo ou disfunção ovulatória. A combinação diversa dessas três características gera quatro fenótipos diferentes, abordados mais adiante.1

Epidemiologia

A prevalência da SOP em mulheres na pré-menopausa varia de 6% (usando os critérios mais antigos e restritivos) a 20% (aplicando as definições atuais). Possivelmente isso torna a SOP o distúrbio endócrino e metabólico mais comum nas mulheres em idade reprodutiva. Também é considerada a causa mais comum de distúrbios menstruais e hirsutismo. Um dado interessante é que a prevalência de SOP não está associada ao grau de obesidade dessa mesma população.1

Fisiopatologia

A nível hipotalâmico-hipofisário, as pacientes com SOP apresentam anormalidades na secreção das gonadotrofinas, incluindo aumento da amplitude e frequência dos pulsos de hormônio luteinizante (em inglês, luteinizing hormone [LH]) e aumento dos níveis circulantes de LH. Além disso, o eixo hipotálamo-hipófise parece ser resistente aos efeitos supressores da progesterona sobre a frequência de pulsos do hormônio liberador de gonadotrofina (em inglês, gonadotropin-releasing hormone [GnRH]). A Figura 1 apresenta um esquema anormalidades na SOP a nível hipotalâmico-hipofisário.1

EHH: eixo hipotálamo-hipófise; LH: hormônio luteinizante; GnRH: hormônio liberador de gonadotrofinas; FSH: hormônio folículo estimulante.

FIGURA 1: Anormalidades na SOP a nível hipotalâmico-hipofisário. // Fonte: Adaptada de Azziz (2018).1

Os níveis aumentados de LH estimulam a secreção de andrógenos pelas células da teca ovariana. A nível ovariano, os folículos demonstram resistência relativa ao hormônio folículo estimulante (em inglês, follicle-stimulating hormone [FSH]), que em parte pode ser intrínseca ao distúrbio.1

A RI e a hiperinsulinemia compensatória desempenham um papel crítico na fisiopatologia da SOP. O excesso de insulina, agindo sinergicamente com o LH, estimula a produção de andrógenos pelas células da teca ovariana e, junto com o excesso de andrógenos, suprime a produção hepática da globulina ligadora de hormônios sexuais (em inglês, sex hormone-binding globulin [SHBG]). Ambos os fatores favorecem o desenvolvimento do hiperandrogenismo.1

A etiologia da RI na SOP ainda não é clara, embora as múltiplas disfunções genéticas e epigenéticas detectadas levem a defeitos na produção e ação do transportador de glicose 4 (em inglês, glucose transporter type 4 [GLUT4]) e a defeitos na eliminação da glicose mediada por insulina.1

Os defeitos na lipólise também são evidentes em pacientes com SOP. Além disso, o grau de RI é agravado por um estado de inflamação crônica, em parte impulsionado pela produção e a ação anormais de adipocinas.1

Também há evidências de disfunção esteroidogênica adrenocortical, com cerca de um terço das mulheres com SOP demonstrando excesso de sulfato de dehidroepiandrosterona (SDHEA), um metabólito androgênico ou pró-hormônio secretado quase exclusivamente pelo córtex adrenal.1

A ligação entre SOP e adiposidade abdominal pode ser o resultado de um círculo vicioso de excesso de andrógenos, favorecendo a adiposidade visceral abdominal, o que reforça a produção excessiva de andrógenos de origem ovariana e/ou adrenal pelos efeitos diretos de vários mediadores autócrinos, parácrinos e endócrinos (supressão da adiponectina e aumento do fator de necrose tumoral alfa [TNF-α], interleucina 6 [IL-6] e leptina) ou indiretamente pela indução de RI e hiperinsulinismo (Figura 2).2,3

TNF-α: fator de necrose tumoral alfa; IL-6: interleucina 6.

FIGURA 2: Relação entre RI e hiperinsulinismo na SOP. // Fonte: Adaptada de Escobar-Morreale (2018).2

Fenótipos

Em 2012, o consenso do NIH recomendou que os critérios de Rotterdam fossem usados para definição diagnóstica, com a condição de que o fenótipo específico de SOP seja identificado. Os fenótipos da SOP podem ser divididos nos seguintes grupos:1

  • fenótipo A ou 1 — hiperandrogenismo + oligoanovulação + morfologia ovariana policística;
  • fenótipo B ou 2 — hiperandrogenismo + oligoanovulação;
  • fenótipo C ou 3 (denominado “SOP ovulatório”) — hiperandrogenismo + morfologia ovariana policística;
  • fenótipo D ou 4 (denominado “SOP não hiperandrogênico”) — oligoanovulação + morfologia ovariana policística, sem hiperandrogenismo.

A Figura 3 ilustra a relação entre os diferentes fenótipos na SOP.

SOP: síndrome dos ovários policísticos.

FIGURA 3: Fenótipos da SOP. // Fonte: Adaptada de Escobar-Morreale (2018).2

As disfunções metabólicas na SOP ocorrem em uma frequência diferente, dependendo do fenótipo.

O fenótipo clássico da SOP que se apresenta com hiperandrogenismo e oligoanovulação, independentemente da presença de morfologia ovariana policística, é o clinicamente mais grave. O segundo fenótipo mais grave é a SOP ovulatória (hiperandrogenismo e morfologia ovariana policística). Por fim, o fenótipo não hiperandrogênico, que consiste em oligo-ovulação e morfologia ovariana policística, é o menos grave.2

Com relação à epidemiologia, as mulheres hispânicas com SOP têm um fenótipo mais grave, com maior prevalência de RI, hiperglicemia e hiperandrogenismo em comparação às mulheres brancas não hispânicas com SOP. As mulheres negras não hispânicas têm o fenótipo mais brando.5

Manifestações metabólicas da síndrome dos ovários policísticos

A seguir, serão apresentadas as seguintes consequências metabólicas da SOP:

  • RI;
  • obesidade;
  • diabetes mellitus tipo 2 (DM2);
  • doença hepática gordurosa não alcoólica;
  • disfunção vascular.

Resistência insulínica

A RI é um ponto importante nas manifestações metabólicas das pacientes com SOP e ocorre independentemente do sobrepeso e da obesidade. Sua prevalência é de 30% nas mulheres com índice de massa corporal (IMC) normal e de 70% nas mulheres obesas com SOP.5

Além disso, as mulheres com SOP têm um maior risco de desenvolver intolerância à glicose em comparação com mulheres da mesma idade e peso. O IMC mais alto exacerba a RI em mulheres com SOP em comparação às mulheres sem SOP, independentemente da definição usada.5

A RI é um prejuízo na capacidade da insulina de mediar suas ações metabólicas.3

Como consequência dessa capacidade prejudicada, uma quantidade maior de insulina é necessária para atingir seus efeitos metabólicos, o que resulta no aumento da produção e liberação de insulina pelas células β-pancreáticas. Por isso, a RI está frequentemente associada à hiperinsulinemia compensatória.3

Apesar da RI periférica, a sensibilidade à insulina permanece intacta ou pode até estar aumentada nos ovários das mulheres com SOP. Essa observação sugere uma RI seletiva na SOP, que afeta de forma diferente os tecidos metabólicos e o ovário. Outro mecanismo pelo qual o excesso de insulina pode contribuir para o aumento dos níveis de androgênio é pela inibição da liberação da SHBG pelo fígado.3

A SHBG é uma proteína circulante responsável pelo transporte de esteroides no sangue e é a principal proteína de ligação para o transporte de testosterona. No entanto, a testosterona não ligada (testosterona livre) é o andrógeno biologicamente ativo na circulação.3

Os estudos in vivo e in vitro demonstraram que a insulina reduz a liberação de SHBG do fígado. Essa atenuação dos níveis de SHBG aumenta a biodisponibilidade da testosterona livre no sangue, promovendo o aumento da atividade androgênica (Quadro 1).3

Quadro 1

CONSEQUÊNCIAS DA HIPERINSULINEMIA COMPENSATÓRIA

  • A RI é o distúrbio metabólico mais comum, presente em 65 a 70% de todas as pacientes com SOP.
  • A RI periférica ocorre, mas com sensibilidade à insulina intacta ou aumentada nos ovários das mulheres com SOP.
  • A insulina atua de forma sinérgica com o LH, estimulando a produção de andrógenos pelas células da teca.
  • A insulina age a nível hipotalâmico, aumentando a frequência de pulsos do GnRH e a secreção de LH pela hipófise.
  • A insulina também reduz a liberação de SHBG do fígado: aumento da testosterona livre.

RI: resistência insulínica; SOP: síndrome dos ovários policísticos; LH: hormônio luteinizante; GnRH: hormônio liberador de gonadotrofinas; SHBG: globulina ligadora dos hormônios sexuais. // Fonte: Adaptado de Sanchez-Garrido e Tena-Sempere (2020).3

Um estudo associou os quatro fenótipos da SOP com o grau de RI, e o resultado mostrou que o fenótipo clássico (todos os três critérios de Rotterdam) está associado à maior RI e hiperandrogenemia mais graves em comparação com os outros três fenótipos.6

Rastreio da resistência insulínica

A melhor maneira de rastrear a RI e suas consequências metabólicas nas mulheres com SOP é com o teste oral de tolerância à glicose (TOTG).5

A Endocrine Society e a European Society of Endocrinology desaconselham o uso da hemoglobina glicada (HbA1c) como teste inicial de triagem,5 porém os dados mais recentes sugerem a realização da glicemia de jejum ou HbA1c em mulheres de baixo risco como rastreio de DM2.7

A European Society of Endocrinology recomenda a realização do TOTG somente se houver obesidade ou em mulheres com mais de 40 anos e com histórico positivo de diabetes mellitus gestacional (DMG) ou histórico familiar de DM2. Por sua vez, a Endocrine Society recomenda a realização universal do TOTG em todas as adolescentes e mulheres adultas com SOP. Um novo rastreio deve ser feito de 3 a 5 anos, exceto se houver agravamento da sintomatologia clínica (Quadro 2).5

Quadro 2

RECOMENDAÇÃO PARA REALIZAÇÃO TOTG COMO RASTREIO DE RI E ALTERAÇÕES GLICÊMICAS EM MULHERES COM SOP

European Society of Endocrinology

  • Obesidade
  • Mais de 40 anos com histórico positivo de DMG ou histórico familiar de DM2

Endocrine Society

Todas as adolescentes e mulheres adultas com SOP

TOTG: teste oral de tolerância à glicose; RI: resistência à insulina; SOP: síndrome dos ovários policísticos; DMG: diabetes mellitus gestacional; DM2: diabetes mellitus tipo 2. // Fonte: Adaptado de Anagnostis e colaboradores (2018).5

A avaliação precisa da RI é uma tarefa difícil. Em estudos clínicos, outros parâmetros, como o homeostatic model assessment (HOMA-IR), são geralmente usados. De fato, em mulheres com SOP, esse índice revelou correlações razoáveis com a ação da insulina in vivo.8

O HOMA-IR tem um bom poder preditivo positivo, mas um fraco poder preditivo negativo. Em outras palavras, em mulheres com SOP, o HOMA-IR confirma a RI se positivo, mas não exclui se negativo.8

O TOTG deve ser realizado em todas as mulheres com SOP que estão planejando uma gestação. Se não for realizado antes da concepção, o teste deve ser realizado idealmente em menos de 20 semanas de gestação.7

Manejo terapêutico da resistência insulínica

Conforme discutido, muitas mulheres com SOP apresentam obesidade ou sobrepeso, exibem elevada RI associada à hiperinsulinemia compensatória e estão sob risco aumentado de desenvolver DM2.3

A primeira opção terapêutica para o manejo das alterações metabólicas associadas à SOP é uma mudança do estilo de vida, com dieta e exercícios físicos, com o objetivo de reduzir o peso corporal, uma vez que foi demonstrado que essa redução melhora o perfil metabólico e o hiperandrogenismo em mulheres com SOP.3

Os contraceptivos orais combinados (COCs) são os fármacos de escolha para o manejo inicial do hiperandrogenismo e/ou da irregularidade menstrual. Um dos mecanismos de ação principal é o aumento dos níveis da SHBG e, consequentemente, a diminuição da concentração dos androgênios livres.9

As doses dos COCs podem variar de 20 a 30 μg de etinilestradiol, e as preparações naturais de estrógenos são preferidas.9

As pílulas contendo 35 μg de etinilestradiol em combinação com acetato de ciproterona não devem ser consideradas como primeira linha de tratamento na SOP devido às maiores taxas de efeitos colaterais, incluindo tromboembolismo venoso.9

É importante salientar o efeito metabólico dos COCs. Um estudo que avaliou a sensibilidade à insulina de mulheres que utilizaram a combinação de estrógeno e progesterona, por três vias de administração diferentes (oral, transdérmica e vaginal), mostrou a importância de monitorar a intolerância à glicose das mulheres em uso de COC devido à piora da sensibilidade à insulina após 9 semanas de uso, independentemente da via de administração.10

A maioria das pacientes obesas com SOP não consegue obter a perda de peso desejada por meio das modificações no estilo de vida. Para essas pacientes, o uso de fármacos que diminuem a RI, como a metformina, é a abordagem terapêutica preferida.3,11,12

O objetivo da terapia com fármacos que diminuem a RI é melhorar a sensibilidade à insulina para reduzir os níveis circulantes desse hormônio e atenuar a produção de andrógenos nos ovários. Nesse contexto, foi demonstrado que o uso da metformina melhora a sensibilidade à insulina, regula os ciclos menstruais, aumenta as taxas de ovulação e pode diminuir o hiperandrogenismo nas mulheres com SOP.3,11,12

No entanto, a terapia com metformina tem efeitos modestos na perda de peso corporal e na porcentagem de gordura.3,13 Em combinação com os COCs, o uso da metformina deve ser considerado quando as mudanças no estilo de vida não atingem os objetivos desejados.9 Seu uso também está indicado para mulheres com IMC maior ou igual a 25kg/m2 ou no grupo de mulheres com alto risco metabólico, incluindo aquelas com fatores de risco para diabetes, TOTG alterado ou em grupos étnicos de alto risco (Quadro 3).9

Quadro 3

RECOMENDAÇÃO PARA O USO DE CONTRACEPTIVO ORAL COMBINADO ASSOCIADO À METFORMINA NAS MULHERES COM SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS

  • Após mudanças no estilo de vida
  • IMC ≥25 kg/m2
  • TOTG alterado
  • Fatores de risco para DM2

IMC: índice de massa corporal; TOTG: teste oral de tolerância à glicose; DM2: diabetes mellitus tipo 2. // Fonte: Adaptado de Teede e colaboradores (2018).9

A espironolactona também exerce um papel importante no tratamento da SOP, com potencial de benefícios metabólicos. Está indicada após 6 meses do uso do COC se houver hirsutismo ou alopecia androgenética. Um ponto importante para se atentar é a prescrição de contracepção para as mulheres em uso dessa medicação, devido ao risco de subvirilização fetal masculina.9

Um ensaio clínico randomizado e controlado dividiu 46 pacientes em dois grupos para o tratamento de SOP. O primeiro grupo utilizou COC (30 μg de etinilestradiol e 150 μg de desogestrel) + espironolactona 100 mg/dia. O segundo grupo utilizou COC + metformina 850 mg, duas vezes ao dia.4

Como resultado desse estudo, o grupo que utilizou COC + espironolactona apresentou menores pontuações na escala de hirsutismo, maior queda de testosterona total e livre, androstenediona e SDHEA e menores taxas de disfunção menstrual, mas não houve diferença nas taxas de intolerância à glicose, dislipidemia e hipertensão.4

Os agonistas do receptor do peptídeo semelhante a glucagon 1 (aRGLP-1) são medicamentos para DM2 e obesidade com excelente perfil terapêutico que melhoram o controle glicêmico e a RI, ao tempo que levam à perda de peso. Dada a importância de reduzir o peso corporal e melhorar a sensibilidade à insulina em mulheres obesas ou com sobrepeso na SOP, vários estudos avaliaram os efeitos metabólicos e reprodutivos dessa classe medicamentosa nessa população de pacientes. Diversos estudos demonstraram que os aRGLP-1 reduzem o peso corporal, aumentam a frequência menstrual e podem melhorar o hiperandrogenismo nas mulheres obesas com SOP.14,15

Curiosamente, uma metanálise recente forneceu evidências de que a terapia com aRGLP-1 pode ser mais eficaz do que a metformina para melhorar a sensibilidade à insulina e outros parâmetros metabólicos, sugerindo que o aRGLP-1 pode ser considerado uma opção farmacológica mais adequada para o manejo clínico das pacientes obesas com SOP.16

A ação combinada de ambas as farmacoterapias — aRGLP-1 e metformina — pode ser mais eficaz do que a ação individual de cada fármaco para o tratamento dos distúrbios metabólicos e reprodutivos ligados à SOP e que o análogo pode até melhorar os resultados metabólicos em mulheres que antes exibiam respostas deficientes à metformina.3

A cirurgia bariátrica é considerada uma opção terapêutica eficaz para a obesidade quando há falha nas mudanças do estilo de vida e na terapia farmacológica. Entre os seus benefícios estão a diminuição do peso corporal, da RI e de outros parâmetros metabólicos.3,17

Nesse contexto, vários estudos relataram efeitos benéficos da cirurgia bariátrica na função metabólica e reprodutiva das pacientes com SOP e obesidade. Uma metanálise recente, abrangendo 234 pacientes obesas com SOP, demonstrou que a cirurgia bariátrica melhorou o IMC, a RI, a hipertensão e o hiperandrogenismo, bem como regularizou os ciclos menstruais e as taxas de ovulação dessa população.3,17

Uma das explicações para a melhora desses parâmetros é a redução no peso corporal após a intervenção, que está associada à redução da RI e dos níveis circulantes de insulina e consequentemente ao declínio nos níveis de andrógenos e aumento nos níveis de SHBG. Essa melhora no hiperandrogenismo está associada com a restauração dos ciclos menstruais e da ovulação.3,17

Outro mecanismo que pode explicar os efeitos metabólicos da cirurgia bariátrica está relacionado ao padrão de secreção do GLP-1 observado após a cirurgia. Alguns dias após o procedimento, há aumento nos níveis de GLP-1 circulantes.3,17

Obesidade

Há evidências de uma ligação bidirecional entre obesidade e SOP, como sugerido por dados genéticos, epidemiológicos e experimentais. Diversos dados demonstram que o aumento do IMC no agravamento da RI é proporcionalmente maior em mulheres com SOP, em comparação com mulheres controle. Isso poderia ser explicado pelo acúmulo anormal de gordura visceral, mesmo em mulheres com IMC normal, ou pela presença de adipócitos disfuncionais.8

Uma metanálise mostrou que as mulheres com SOP apresentam um risco duas vezes maior de apresentarem sobrepeso e três vezes maior de apresentarem obesidade em comparação com as mulheres controle. O padrão mais comum de distribuição da gordura corporal na SOP é o androide, tanto nas pacientes magras como nas obesas.18

Com relação à patogênese dessa associação, estudos mostraram concentrações mais baixas de adiponectina em mulheres com SOP e aumento das concentrações de leptina em mulheres com SOP obesas, em comparação com controles.19,20

Diabetes mellitus tipo 2

Devido à correlação entre SOP e RI, as mulheres com SOP apresentam risco aumentado de desenvolver DM2. Um estudo estimou a prevalência, em pacientes com SOP, de intolerância à glicose de 23 a 35% e de DM2 de 4 a 10%.21

O risco de uma paciente com SOP desenvolver DM2 aumenta a maior o IMC e glicemia de jejum e diminui conforme os níveis de SHBG aumentam com a idade.22 Além disso, as mulheres com SOP apresentam maior risco de desenvolver DMG. Em uma metanálise recente, o risco relativo de desenvolver DMG foi de 2,78%.23

Especificamente na população adolescente, um estudo mostrou uma prevalência de intolerância à glicose de 15,2% e de DM2 de 1,5%. A frequência de intolerância à glicose foi igual entre adolescentes obesas e não obesas com SOP.24

Doença hepática gordurosa não alcoólica

As pacientes com SOP têm maior risco de desenvolver esteatose hepática, que pode evoluir para esteato-hepatite, cirrose e carcinoma hepatocelular.1

Disfunção vascular

A RI, a hiperinsulinemia e a inflamação crônica subaguda conferem um risco vascular aumentado na SOP, com maior risco de hipertensão, acidente vascular cerebral e trombose venosa profunda. No que se refere aos eventos coronarianos, apesar das disfunções detectadas, não se detecta claramente aumento de risco de eventos cardiovasculares, como infarto do miocárdio.1,7

Rastreio do risco cardiometabólico

O rastreio de sobrepeso/obesidade deve ser realizado em todas as mulheres com diagnóstico de SOP. De forma ideal, deve-se realizar o cálculo do IMC após a aferição do peso e da altura, além da medida da circunferência abdominal. Esses parâmetros devem ser analisados a cada 6 a 12 meses.7

A dislipidemia é outra condição que deve ser rastreada no momento do diagnóstico de SOP em todas as mulheres (independentemente do peso) após os 20 anos de idade ou em adolescentes com sobrepeso ou obesidade.7

Recomenda-se realizar a dosagem do perfil lipídico em jejum de mulheres com diagnóstico de SOP (níveis de colesterol, lipoproteína de baixa densidade [LDL], lipoproteína de alta densidade [HDL] e triglicerídeos [TG]), e a repetição deve ser orientada com base nos resultados ou risco global de doença cardiovascular (DCV). As diretrizes do American College of Cardiology e da American Heart Association recomendam pelo menos a cada 4 a 6 anos.7

A pressão arterial (PA) deve ser aferida em todas as mulheres no momento do diagnóstico de SOP e repetida anualmente ou com maior frequência com base no risco global de DCV.7

ATIVIDADES

1. Observe as seguintes afirmativas sobre a epidemiologia da SOP.

I. A prevalência da SOP em mulheres na pré-menopausa varia de 6 a 20%.

II. A SOP é considerada a causa mais comum de distúrbios menstruais e hirsutismo.

III. A prevalência de SOP está diretamente associada ao grau de obesidade da população acometida.

Quais estão corretas?

A) Apenas a I e a II.

B) Apenas a I e a III.

C) Apenas a II e a III.

D) A I, a II e a III.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "A".


A terceira afirmativa é incorreta porque a prevalência de SOP não está associada ao grau de obesidade da população acometida.

Resposta correta.


A terceira afirmativa é incorreta porque a prevalência de SOP não está associada ao grau de obesidade da população acometida.

A alternativa correta e a "A".


A terceira afirmativa é incorreta porque a prevalência de SOP não está associada ao grau de obesidade da população acometida.

2. Com relação aos critérios diagnósticos da SOP, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).

Hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial

Disfunção ovulatória

Morfologia ovariana policística na USG

Irregularidade menstrual por 3 meses

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) V — F — V — F

B) V — V — V — F

C) F — F — F — V

D) F — V — F — V

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "B".


O diagnóstico da SOP é feito em qualquer mulher que apresente pelo menos duas das três seguintes características: hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial, disfunção ovulatória e morfologia ovariana policística na USG, definida pela presença de 12 ou mais folículos (20 ou mais folículos no último consenso internacional) de 2 a 9 mm no máximo diâmetro ou volume ovariano maior que 10 cm3 (sem um cisto ou folículo dominante) em qualquer ovário.

Resposta correta.


O diagnóstico da SOP é feito em qualquer mulher que apresente pelo menos duas das três seguintes características: hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial, disfunção ovulatória e morfologia ovariana policística na USG, definida pela presença de 12 ou mais folículos (20 ou mais folículos no último consenso internacional) de 2 a 9 mm no máximo diâmetro ou volume ovariano maior que 10 cm3 (sem um cisto ou folículo dominante) em qualquer ovário.

A alternativa correta e a "B".


O diagnóstico da SOP é feito em qualquer mulher que apresente pelo menos duas das três seguintes características: hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial, disfunção ovulatória e morfologia ovariana policística na USG, definida pela presença de 12 ou mais folículos (20 ou mais folículos no último consenso internacional) de 2 a 9 mm no máximo diâmetro ou volume ovariano maior que 10 cm3 (sem um cisto ou folículo dominante) em qualquer ovário.

3. Com relação à fisiopatologia da SOP, assinale a afirmativa correta.

A) As células da teca ovariana produzem mais androgênios sob o estímulo do FSH.

B) A esteroidogênese adrenal também é afetada na SOP, e cerca de 30% das mulheres apresentam aumento do SDHEA.

C) O aumento da adiponectina e a diminuição de leptina, IL-6 e TNF-α contribuem para a RI na SOP com obesidade visceral.

D) A diminuição da ação da insulina a nível ovariano é responsável pela produção excessiva de androgênios.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "B".


A primeira afirmativa é incorreta porque as células da teca ovariana produzem mais androgênios sob o estímulo do LH. A segunda afirmativa é correta porque na SOP ocorre aumento da produção de androgênios adrenais, como o SDHEA. A terceira afirmativa é incorreta porque a diminuição da adiponectina e o aumento de leptina, IL-6 e TNF-α contribuem para a RI na SOP com obesidade visceral. A quarta afirmativa é incorreta porque a hiperinsulinemia compensatória agindo a nível ovariano é responsável pela produção excessiva de androgênios.

Resposta correta.


A primeira afirmativa é incorreta porque as células da teca ovariana produzem mais androgênios sob o estímulo do LH. A segunda afirmativa é correta porque na SOP ocorre aumento da produção de androgênios adrenais, como o SDHEA. A terceira afirmativa é incorreta porque a diminuição da adiponectina e o aumento de leptina, IL-6 e TNF-α contribuem para a RI na SOP com obesidade visceral. A quarta afirmativa é incorreta porque a hiperinsulinemia compensatória agindo a nível ovariano é responsável pela produção excessiva de androgênios.

A alternativa correta e a "B".


A primeira afirmativa é incorreta porque as células da teca ovariana produzem mais androgênios sob o estímulo do LH. A segunda afirmativa é correta porque na SOP ocorre aumento da produção de androgênios adrenais, como o SDHEA. A terceira afirmativa é incorreta porque a diminuição da adiponectina e o aumento de leptina, IL-6 e TNF-α contribuem para a RI na SOP com obesidade visceral. A quarta afirmativa é incorreta porque a hiperinsulinemia compensatória agindo a nível ovariano é responsável pela produção excessiva de androgênios.

4. Observe as afirmativas a seguir sobre os fenótipos da SOP e assinale V (verdadeiro) ou F (falso).

O fenótipo A se caracteriza por hiperandrogenismo, oligoanovulação e morfologia ovariana policística.

O fenótipo B se caracteriza por hiperandrogenismo e oligoanovulação.

O fenótipo C se caracteriza por oligoanovulação e morfologia ovariana policística, sem hiperandrogenismo.

O fenótipo D se caracteriza por hiperandrogenismo e morfologia ovariana policística.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) V — F — F — V

B) V — V — F — F

C) F — F — V — V

D) F — V — V — F

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "B".


A terceira e a quarta afirmativas são falsas porque o fenótipo C se caracteriza por hiperandrogenismo e morfologia ovariana policística, e o fenótipo D apresenta oligoanovulação e morfologia ovariana policística, sem hiperandrogenismo.

Resposta correta.


A terceira e a quarta afirmativas são falsas porque o fenótipo C se caracteriza por hiperandrogenismo e morfologia ovariana policística, e o fenótipo D apresenta oligoanovulação e morfologia ovariana policística, sem hiperandrogenismo.

A alternativa correta e a "B".


A terceira e a quarta afirmativas são falsas porque o fenótipo C se caracteriza por hiperandrogenismo e morfologia ovariana policística, e o fenótipo D apresenta oligoanovulação e morfologia ovariana policística, sem hiperandrogenismo.

5. Com relação à RI na SOP, assinale a afirmativa correta.

A) Ocorre a nível ovariano.

B) Não ocorre em pacientes magras.

C) A insulina leva ao aumento de secreção da SHBG pelo fígado.

D) A hiperinsulinemia compensatória está relacionada ao aumento da testosterona livre por diminuir a proteína ligadora de esteroides sexuais.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "D".


A RI está presente em 30% das pacientes com IMC normal e em 70% das obesas, leva à hiperinsulinemia compensatória, que atua a nível ovariano e hepático, com diminuição da SHBG e aumento da testosterona livre.

Resposta correta.


A RI está presente em 30% das pacientes com IMC normal e em 70% das obesas, leva à hiperinsulinemia compensatória, que atua a nível ovariano e hepático, com diminuição da SHBG e aumento da testosterona livre.

A alternativa correta e a "D".


A RI está presente em 30% das pacientes com IMC normal e em 70% das obesas, leva à hiperinsulinemia compensatória, que atua a nível ovariano e hepático, com diminuição da SHBG e aumento da testosterona livre.

6. Observe as afirmativas a seguir sobre o rastreio de risco cardiometabólico em mulheres com SOP.

I. O rastreio do sobrepeso/obesidade deve ser feito em todas as mulheres com diagnóstico de SOP.

II. A dislipidemia é uma condição que deve ser rastreada no momento do diagnóstico de SOP exclusivamente em mulheres após os 20 anos de idade que apresentem obesidade.

III. A PA deve ser aferida em todas as mulheres se confirmado o diagnóstico de SOP e repetida anualmente ou com maior frequência com base no risco global de DCV.

Quais estão corretas?

A) Apenas a I e a II.

B) Apenas a I e a III.

C) Apenas a II e a III.

D) A I, a II e a III.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "B".


A segunda afirmativa é incorreta porque a dislipidemia é uma condição que deve ser rastreada no momento do diagnóstico de SOP em todas as mulheres após os 20 anos de idade ou em adolescentes com sobrepeso ou obesidade.

Resposta correta.


A segunda afirmativa é incorreta porque a dislipidemia é uma condição que deve ser rastreada no momento do diagnóstico de SOP em todas as mulheres após os 20 anos de idade ou em adolescentes com sobrepeso ou obesidade.

A alternativa correta e a "B".


A segunda afirmativa é incorreta porque a dislipidemia é uma condição que deve ser rastreada no momento do diagnóstico de SOP em todas as mulheres após os 20 anos de idade ou em adolescentes com sobrepeso ou obesidade.

7. Sobre os mecanismos de melhora do hiperandrogenismo na SOP com as terapêuticas disponíveis, correlacione a primeira e a segunda colunas.

1 Cirurgia bariátrica

2 COCs

3 Metformina

4 aRGLP-1

Redução da hiperinsulinemia

Perda de peso dose-dependente

Elevação da SHBG e diminuição do androgênio livre

Aumento dos níveis circulantes de GLP-1 e perda de peso

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) 4 — 1 — 2 — 3

B) 2 — 4 — 3 — 1

C) 2 — 3 — 1 — 4

D) 3 — 4 — 2 — 1

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "D".


A cirurgia bariátrica leva a aumento dos níveis circulantes de GLP-1, perda de peso expressiva e melhora da sensibilidade insulínica. Os COCs promovem elevação da SHBG e diminuição dos androgênios livres. A metformina melhora a RI, reduzindo a hiperinsulinemia compensatória e o hiperandrogenismo. Os aRGLP-1 levam à perda de peso dose-dependente e à redução da RI e dos níveis de insulina.

Resposta correta.


A cirurgia bariátrica leva a aumento dos níveis circulantes de GLP-1, perda de peso expressiva e melhora da sensibilidade insulínica. Os COCs promovem elevação da SHBG e diminuição dos androgênios livres. A metformina melhora a RI, reduzindo a hiperinsulinemia compensatória e o hiperandrogenismo. Os aRGLP-1 levam à perda de peso dose-dependente e à redução da RI e dos níveis de insulina.

A alternativa correta e a "D".


A cirurgia bariátrica leva a aumento dos níveis circulantes de GLP-1, perda de peso expressiva e melhora da sensibilidade insulínica. Os COCs promovem elevação da SHBG e diminuição dos androgênios livres. A metformina melhora a RI, reduzindo a hiperinsulinemia compensatória e o hiperandrogenismo. Os aRGLP-1 levam à perda de peso dose-dependente e à redução da RI e dos níveis de insulina.

8. Com relação ao uso de COCs na SOP, assinale a afirmativa correta.

A) As pílulas contendo 35 μg de etinilestradiol em combinação com acetato de ciproterona são a primeira linha de tratamento na SOP.

B) As doses podem variar de 20 a 30 μg de etinilestradiol e as preparações naturais de estrogênio são preferidas.

C) A sensibilidade à insulina é preservada quando o anticoncepcional combinado é via transdérmica ou vaginal.

D) A combinação com a espironolactona não é recomendada pela piora metabólica.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "B".


A primeira afirmativa é incorreta porque as pílulas contendo 35 μg de etinilestradiol em combinação com acetato de ciproterona não são mais consideradas a primeira linha de tratamento na SOP devido às maiores taxas de efeitos colaterais, incluindo tromboembolismo venoso. A segunda afirmativa é a correta porque as doses podem variar de 20 a 30 μg de etinilestradiol, e as preparações naturais de estrogênio são preferidas. A terceira afirmativa é incorreta porque a sensibilidade à insulina é comprometida, independentemente da via utilizada do anticoncepcional com estrogênio e progesterona (oral, transdérmica, vaginal). A quarta afirmativa é incorreta porque a combinação com a espironolactona é benéfica em termos metabólicos.

Resposta correta.


A primeira afirmativa é incorreta porque as pílulas contendo 35 μg de etinilestradiol em combinação com acetato de ciproterona não são mais consideradas a primeira linha de tratamento na SOP devido às maiores taxas de efeitos colaterais, incluindo tromboembolismo venoso. A segunda afirmativa é a correta porque as doses podem variar de 20 a 30 μg de etinilestradiol, e as preparações naturais de estrogênio são preferidas. A terceira afirmativa é incorreta porque a sensibilidade à insulina é comprometida, independentemente da via utilizada do anticoncepcional com estrogênio e progesterona (oral, transdérmica, vaginal). A quarta afirmativa é incorreta porque a combinação com a espironolactona é benéfica em termos metabólicos.

A alternativa correta e a "B".


A primeira afirmativa é incorreta porque as pílulas contendo 35 μg de etinilestradiol em combinação com acetato de ciproterona não são mais consideradas a primeira linha de tratamento na SOP devido às maiores taxas de efeitos colaterais, incluindo tromboembolismo venoso. A segunda afirmativa é a correta porque as doses podem variar de 20 a 30 μg de etinilestradiol, e as preparações naturais de estrogênio são preferidas. A terceira afirmativa é incorreta porque a sensibilidade à insulina é comprometida, independentemente da via utilizada do anticoncepcional com estrogênio e progesterona (oral, transdérmica, vaginal). A quarta afirmativa é incorreta porque a combinação com a espironolactona é benéfica em termos metabólicos.

9. Com relação às recomendações para a adição da metformina ao COC, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).

Excesso de peso

Histórico de trombose venosa profunda

DMG prévio

Intolerância à glicose no TOTG

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) V — F — V — V

B) F — V — V — F

C) V — F — F — F

D) F — V — F — V

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "A".


IMC maior que 25 kg/m2, fatores de risco para o DM2 (como idade maior que 40 anos e DMG) e alteração no TOTG após a instituição de medidas de mudança de estilo de vida são recomendações para associar a metformina ao esquema terapêutico da SOP. A segunda alternativa é incorreta porque a trombose venosa profunda é uma contraindicação para o uso de COCs.

Resposta correta.


IMC maior que 25 kg/m2, fatores de risco para o DM2 (como idade maior que 40 anos e DMG) e alteração no TOTG após a instituição de medidas de mudança de estilo de vida são recomendações para associar a metformina ao esquema terapêutico da SOP. A segunda alternativa é incorreta porque a trombose venosa profunda é uma contraindicação para o uso de COCs.

A alternativa correta e a "A".


IMC maior que 25 kg/m2, fatores de risco para o DM2 (como idade maior que 40 anos e DMG) e alteração no TOTG após a instituição de medidas de mudança de estilo de vida são recomendações para associar a metformina ao esquema terapêutico da SOP. A segunda alternativa é incorreta porque a trombose venosa profunda é uma contraindicação para o uso de COCs.

10. Com relação às anormalidades encontradas no eixo hipotálamo-hipófise das pacientes com SOP, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).

Aumento da amplitude e frequência dos pulsos de LH.

Resistência ao efeito supressor da progesterona.

Aumento da relação FSH/LH.

Ação central da insulina, aumentando a frequência de pulsos do GnRH.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) V — F — V — F

B) F — V — V — F

C) V — V — F — V

D) F — F — F — V

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "C".


A terceira alternativa é falsa porque, a nível hipotalâmico-hipofisário, as pacientes com SOP apresentam aumento da relação LH/FSH em consequência do aumento da frequência de pulsos do GnRH e resistência ao efeito supressor da progesterona sobre a frequência de pulsos do GnRH, especialmente nas pacientes não obesas.

Resposta correta.


A terceira alternativa é falsa porque, a nível hipotalâmico-hipofisário, as pacientes com SOP apresentam aumento da relação LH/FSH em consequência do aumento da frequência de pulsos do GnRH e resistência ao efeito supressor da progesterona sobre a frequência de pulsos do GnRH, especialmente nas pacientes não obesas.

A alternativa correta e a "C".


A terceira alternativa é falsa porque, a nível hipotalâmico-hipofisário, as pacientes com SOP apresentam aumento da relação LH/FSH em consequência do aumento da frequência de pulsos do GnRH e resistência ao efeito supressor da progesterona sobre a frequência de pulsos do GnRH, especialmente nas pacientes não obesas.

Uma mulher de 30 anos de idade vem consultar com o endocrinologista por estar ganhando peso. Refere hirsutismo e irregularidade menstrual desde a menarca. Está em uso de COC há 10 anos, sendo que há 2 anos está com etinilestradiol 20 μg + drospirenona 3 mg, receitado pelo ginecologista. É tabagista, fumando 10 cigarros/dia/12 anos. Tem mãe e avó com DM2.

Ao exame físico, a paciente apresenta os indicadores a seguir.

  • Peso: 82 kg;
  • estatura: 1,60 m;
  • IMC: 32 kg/m2;
  • circunferência abdominal: 98 cm;
  • PA: 140×90 mmHg;
  • Ferriman-Gallwey: 10;
  • acantose nigricans.

Por sua vez, ao exame laboratorial, a paciente apresenta os seguintes indicadores.

  • Glicemia: 91 mg/dL;
  • insulina: 18 μUI/mL;
  • HOMA-IR: 4,0;
  • colesterol total: 210 mg/dL;
  • TG: 194 mg/dL;
  • HDL: 43 mg/dL;
  • LDL: 128 mg/dL;
  • colesterol não HDL: 167 mg/dL;
  • testosterona total: 71 ng/dL (VR: 9–63 ng/dL);
  • SHBG: 77 nmol/L (VR: 22–130 nmol/L);
  • testosterona livre: 0,72 ng/dL (VR: 0,08–1,07 ng/dL);
  • 17-OH-progesterona: 100 ng/dL (até 110 ng/dL fase folicular);
  • SDHEA: 450 μg/dL (VR: 99–407 μg/dL).

Foram orientadas mudanças de estilo de vida, como dieta hipocalórica, atividade física e cessação do tabagismo. Foi pedido um TOTG, que deu como resultado 94 mg/dL no basal e 153 mg/dL na segunda hora após 75 g de glicose.

ATIVIDADES

11. Observe as seguintes afirmativas sobre o manejo da paciente do caso clínico.

I. Deve ser associada metformina ao COC.

II. Deve ser associado um aRGLP-1 (liraglutida ou semaglutida), em caso de que paciente tenha condições financeiras.

III. Deve ser associada espironolactona ao COC, monitorando os níveis de potássio.

Quais estão corretas?

A) Apenas a I e a II.

B) Apenas a I e a III.

C) Apenas a II e a III.

D) A I, a II e a III.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "D".


A obesidade, as alterações no TOTG e o risco para DM2 (como a história familiar) justificam a associação da metformina ao COC. Um aRGLP-1 seria uma ótima opção para promover a perda de peso, tratar as alterações metabólicas e melhorar o hiperandrogenismo da paciente. A associação da espironolactona é benéfica no contexto de síndrome metabólica, com efeito antiandrogênico e diurético, monitorando os níveis de potássio.

Resposta correta.


A obesidade, as alterações no TOTG e o risco para DM2 (como a história familiar) justificam a associação da metformina ao COC. Um aRGLP-1 seria uma ótima opção para promover a perda de peso, tratar as alterações metabólicas e melhorar o hiperandrogenismo da paciente. A associação da espironolactona é benéfica no contexto de síndrome metabólica, com efeito antiandrogênico e diurético, monitorando os níveis de potássio.

A alternativa correta e a "D".


A obesidade, as alterações no TOTG e o risco para DM2 (como a história familiar) justificam a associação da metformina ao COC. Um aRGLP-1 seria uma ótima opção para promover a perda de peso, tratar as alterações metabólicas e melhorar o hiperandrogenismo da paciente. A associação da espironolactona é benéfica no contexto de síndrome metabólica, com efeito antiandrogênico e diurético, monitorando os níveis de potássio.

Conclusão

A SOP envolve a combinação de três características clínicas (hiperandrogenismo, disfunção ovulatória e morfologia ovariana policística na USG), gerando quatro fenótipos diferentes a partir da combinação desses fatores.

Além disso, é muito frequente que as mulheres portadoras dessa patologia tenham algum grau associado de RI, visto a relação que há entre hiperandrogenismo, adiposidade abdominal e hiperinsulinemia compensatória, gerando RI. O rastreio e o manejo adequado da RI nessas mulheres são fundamentais para prevenir o surgimento de complicações cardiovasculares.

A SOP é a endocrinopatia mais frequente nas mulheres em idade fértil e, por ser uma condição altamente prevalente, seu manejo merece atenção por parte dos endocrinologistas, ginecologistas e médicos generalistas, visando prevenir e amenizar as complicações metabólicas citadas neste capítulo.

Atividades: Respostas

ATIVIDADE 1 // RESPOSTA: A

Comentário: A terceira afirmativa é incorreta porque a prevalência de SOP não está associada ao grau de obesidade da população acometida.

ATIVIDADE 2 // RESPOSTA: B

Comentário: O diagnóstico da SOP é feito em qualquer mulher que apresente pelo menos duas das três seguintes características: hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial, disfunção ovulatória e morfologia ovariana policística na USG, definida pela presença de 12 ou mais folículos (20 ou mais folículos no último consenso internacional) de 2 a 9 mm no máximo diâmetro ou volume ovariano maior que 10 cm3 (sem um cisto ou folículo dominante) em qualquer ovário.

ATIVIDADE 3 // RESPOSTA: B

Comentário: A primeira afirmativa é incorreta porque as células da teca ovariana produzem mais androgênios sob o estímulo do LH. A segunda afirmativa é correta porque na SOP ocorre aumento da produção de androgênios adrenais, como o SDHEA. A terceira afirmativa é incorreta porque a diminuição da adiponectina e o aumento de leptina, IL-6 e TNF-α contribuem para a RI na SOP com obesidade visceral. A quarta afirmativa é incorreta porque a hiperinsulinemia compensatória agindo a nível ovariano é responsável pela produção excessiva de androgênios.

ATIVIDADE 4 // RESPOSTA: B

Comentário: A terceira e a quarta afirmativas são falsas porque o fenótipo C se caracteriza por hiperandrogenismo e morfologia ovariana policística, e o fenótipo D apresenta oligoanovulação e morfologia ovariana policística, sem hiperandrogenismo.

ATIVIDADE 5 // RESPOSTA: D

Comentário: A RI está presente em 30% das pacientes com IMC normal e em 70% das obesas, leva à hiperinsulinemia compensatória, que atua a nível ovariano e hepático, com diminuição da SHBG e aumento da testosterona livre.

ATIVIDADE 6 // RESPOSTA: B

Comentário: A segunda afirmativa é incorreta porque a dislipidemia é uma condição que deve ser rastreada no momento do diagnóstico de SOP em todas as mulheres após os 20 anos de idade ou em adolescentes com sobrepeso ou obesidade.

ATIVIDADE 7 // RESPOSTA: D

Comentário: A cirurgia bariátrica leva a aumento dos níveis circulantes de GLP-1, perda de peso expressiva e melhora da sensibilidade insulínica. Os COCs promovem elevação da SHBG e diminuição dos androgênios livres. A metformina melhora a RI, reduzindo a hiperinsulinemia compensatória e o hiperandrogenismo. Os aRGLP-1 levam à perda de peso dose-dependente e à redução da RI e dos níveis de insulina.

ATIVIDADE 8 // RESPOSTA: B

Comentário: A primeira afirmativa é incorreta porque as pílulas contendo 35 μg de etinilestradiol em combinação com acetato de ciproterona não são mais consideradas a primeira linha de tratamento na SOP devido às maiores taxas de efeitos colaterais, incluindo tromboembolismo venoso. A segunda afirmativa é a correta porque as doses podem variar de 20 a 30 μg de etinilestradiol, e as preparações naturais de estrogênio são preferidas. A terceira afirmativa é incorreta porque a sensibilidade à insulina é comprometida, independentemente da via utilizada do anticoncepcional com estrogênio e progesterona (oral, transdérmica, vaginal). A quarta afirmativa é incorreta porque a combinação com a espironolactona é benéfica em termos metabólicos.

ATIVIDADE 9 // RESPOSTA: A

Comentário: IMC maior que 25 kg/m2, fatores de risco para o DM2 (como idade maior que 40 anos e DMG) e alteração no TOTG após a instituição de medidas de mudança de estilo de vida são recomendações para associar a metformina ao esquema terapêutico da SOP. A segunda alternativa é incorreta porque a trombose venosa profunda é uma contraindicação para o uso de COCs.

ATIVIDADE 10 // RESPOSTA: C

Comentário: A terceira alternativa é falsa porque, a nível hipotalâmico-hipofisário, as pacientes com SOP apresentam aumento da relação LH/FSH em consequência do aumento da frequência de pulsos do GnRH e resistência ao efeito supressor da progesterona sobre a frequência de pulsos do GnRH, especialmente nas pacientes não obesas.

ATIVIDADE 11 // RESPOSTA: D

Comentário: A obesidade, as alterações no TOTG e o risco para DM2 (como a história familiar) justificam a associação da metformina ao COC. Um aRGLP-1 seria uma ótima opção para promover a perda de peso, tratar as alterações metabólicas e melhorar o hiperandrogenismo da paciente. A associação da espironolactona é benéfica no contexto de síndrome metabólica, com efeito antiandrogênico e diurético, monitorando os níveis de potássio.

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Como citar a versão impressa deste documento

Rodrigues AM, Leite IG. Síndrome dos ovários policísticos e consequências metabólicas. In: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia; Carvalho GA, Czepielewski M, Meirelles R, organizadores. PROENDÓCRINO Programa de Atualização em Endocrinologia e Metabologia: Ciclo 13. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2021. p. 141–63. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 1). https://doi.org/10.5935/978-65-5848-345-8.C0005