Entrar

SUPLEMENTO: DESCRIÇÃO DOS MEDICAMENTOS INDICADOS NO PROPED VOLUME 4 — CICLO 7

epub-BR-PROPED-C7V4_Suplemento

SUPLEMENTO

SUPLEMENTO: DESCRIÇÃO DOS MEDICAMENTOS INDICADOS NO PROPED VOLUME 4 — CICLO 7

Este Suplemento contém as principais informações a respeito dos medicamentos abordados no Volume 4 do Ciclo 7 do PROPED.

Para saber mais

 

O conteúdo deste Suplemento foi extraído do livro Medicamentos de A a Z – 2012/2013: pediatria, de Paulo R. Antonacci Carvalho e colaboradores. Para maiores informações sobre os medicamentos aqui listados (como efeitos adversos, comentários, etc.) e outros, consultar a obra completa:

 

Carvalho PRA, Carvalho CG, Torriani MS, Santos L, Barros E, organizadores. Medicamentos de A a Z – 2012/2013: pediatria. Porto Alegre: Artmed; 2012.

 

ALGUMAS SIGLAS UTILIZADAS NAS DESCRIÇÕES DOS MEDICAMENTOS DESTE SUPLEMENTO

amp

Ampola

cpr

Comprimido(s)

cps

Cápsula(s)

cr

Creme

DPOC

Doença pulmonar obstrutiva crônica

drg

Drágea(s)

fr

Frasco(s)

fr-amp

Frasco-ampola(s)

IM

Intramuscular

IMAO

Inibidor da monoaminaoxidase

IR

Insuficiência renal

IV

Intravenoso

SF

Soro fisiológico

SG

Soro glicosado

SNC

Sistema nervoso central

sol

Solução

susp

Suspensão

VO

Via oral

xpe

Xarope

 

 

Adrenalina (epinefrina)

Grupo farmacológico. Vasopressor; potente estimulador dos receptores alfa e beta-adrenérgicos; simpaticomimético.

Apresentação. Amp de 1mL (1mg/mL).

Usos. Parada cardíaca: FV/TV sem pulso, AESP, assistolia. Pode ser utilizada em infusão contínua como suporte hemodinâmico. Bradicardia com hipotensão sintomáticas que não responderam à atropina ou ao marca-passo. Reação anafilática. Obstrução via aérea superior.

Contraindicações. Arritmias cardíacas, glaucoma de ângulo fechado.

Posologia.

  • Neonatologia: ressuscitação e bradicardia severa: 0,01-0,03mg/kg, IV, em push (0,1-0,3mL/kg, concentração 1:10.000). Doses mais altas podem ser usadas IT (até 0,1mg/kg). Infusão contínua: começa com 0,1mg/kg/min até 1mg/kg/min.
  • Pediatria: reações de hipersensibilidade: IM, 0,01mg/kg (0,01mL/kg/dose da sol 1:1.000), não excedendo 0,5mg a cada 20 min; IV, 0,01mg/kg (0,1mL/kg da solução 1:10.000); pode-se administrar IV em IC 0,1mg/kg/min. Bradicardia: IV, 0,01mg/kg (0,1mL/kg da solução 1:10.000); dose máxima: 1mg. Pode repetir a cada 3-5 min conforme necessidade. Intratraqueal: 0,1mg/kg (0,1mL/kg da solução 1:1.000). Pode repetir a cada 3-5 min conforme necessidade. A dose poderá ser dobrada conforme necessidade. Assistolia ou parada cardíaca: IV/IO, 0,01mg/kg (0,1mL/kg da solução 1:10.000). Pode repetir a cada 3-5 min conforme necessidade. Intratraqueal: 0,1mg/kg (0,1mL/kg da solução 1:1.000). Pode repetir a cada 3-5 min conforme necessidade. A dose poderá ser dobrada conforme necessidade. Choque: 0,1-1mg/kg/min. Considerar uso de doses mais altas se necessário. Crupe/obstrução via aérea superior: Nebulização: 3mL da sol 1:1.000 diluídos em 3mL de sol fisiológica, ou solução racêmica 0,25-0,5mL (2,25%) diluída em 3mL de sol salina.
  • Adolescentes: 1mg (1:10.000) a cada 3-5 min em bolo IV (ou 2-2,5mg via TOT) durante as manobras de reanimação. Para uso como infusão contínua, a dose é de 2-10µg/min.

Ajuste de dose.

  • Função hepática: dados não disponíveis.
  • Função renal: dados não disponíveis.
  • Diálise: dados não disponíveis.

Modo de administração.

  • Via intravenosa: adultos: bolo: a cada 3-5 min; infusão contínua: administrar em acesso central, iniciando-se com 1mg/min e aumentando-se até 10mg/min. Pediaria: bolo ou IO: diluir o medicamento até a concentração máxima de 100μg/mL; infusão contínua: concentração máxima da diluição de 64µg/mL em soro.
  • Via subcutânea: pode ser administrado por essa via, mas extravasamento pode causar isquemia tecidual.
  • Via intramuscular: sim.
  • Via inalatória: pode ser realizada diluindo-se a dose em 3-5mL de SF 0,9%.

Interações medicamentosas.

  • Simpaticomiméticos e bromocriptina: podem ter seus níveis elevados se administrados com adrenalina.
  • Inibidores da MAO, inibidores da recaptação da serotonina, antidepressivos tricíclicos, antiácidos: podem aumentar os níveis séricos da adrenalina.
  • Espironolactona: podem reduzir a concentração plasmática da adrenalina.

Lactação. Não recomendado.

 

Amicacina

Grupo farmacológico. Aminoglicosídeo; antibacteriano.

Apresentações. Amp com 50, 125, 250mg/mL (2mL). Disponíveis nos hospitais de referência para o tratamento da tuberculose multirresistente.

Usos. Infecções por microrganismos resistentes a outros aminoglicosídeos. Tratamento de infecções por N. asteroides e micobacterioses (em associação a outros medicamentos).

Contraindicações. Gestação (categoria de risco D).

Posologia.

  • Neonatologia:

Idade gestacional

Dias de vida

Dose (mg/kg)

Intervalo (h)

≤ 29 semanas

0-7

14

48

8-28

12

36

≥ 29

12

24

30-34 semanas

0-7

12

36

≥ 8

12

24

≥ 35 semanas

Todos

12

24

Para recém-nascidos a termo, alguns estudos demonstram eficácia e segurança equivalente da dose única diária, sendo opção útil quando não se deseja sinergismo com betalactâmicos e glicopeptídeos.

  • Pediatria: de 12-18mg/kg/dia, divididos de 8/8 h, ou em dose única diária* (*preferir doses múltiplas se o uso for para sinergismo, incluindo infecções por Enterococcus sp. Nos demais casos, optar por dose única diária devido à menor nefrotoxicidade), IV ou IM, máximo de 1,5g/dia. Se forem utilizadas doses fracionadas, aplicar dose de ataque de 7,5-15mg/kg. Na fibrose cística, usar 30-40mg/kg/dia, divididos de 8/8 h, pois há diminuição da meia-vida; pode-se também utilizar dose única diária. Os neutropênicos febris podem necessitar também dessas doses maiores.
  • Adolescentes: de 15-22,5mg/kg/dia, divididos de 8/8 h, ou em dose única diária*, IV ou IM, máximo de 1,5g/dia. Se forem utilizadas doses fracionadas, aplicar dose de ataque de 7,5-15mg/kg. Na fibrose cística, usar 30-40mg/kg/dia, divididos de 8/8 h, pois há diminuição da meia-vida; pode-se também utilizar dose única diária.

Ajuste de dose.

  • Função hepática: não há recomendação de ajuste de dose na insuficiência hepática.
  • Função renal: ClCr 50-90mL/min: 60-90%, dose a cada 12 h. ClCr 10-50mL/min: 30-70%, dose a cada 12-18 h. ClCr < 10mL/min: 20-30% da dose a cada 24-48 h.
  • Redução, se dose única diária: ClCr 90mL/min = 15mg/kg a cada 24 h; ClCr 70mL/min = 12mg/kg; ClCr 50mL/min = 7,5mg/kg; ClCr 30mL/min = 4mg/kg; ClCr 20mL/min = 7,5mg/kg a cada 48 h; ClCr 10mL/min = 4mg/kg a cada 48 h.
  • Diálise: administrar meia dose adicional após hemodiálise, 15-20mg/L/dia (o que é perdido); diariamente se diálise peritoneal.

Modo de administração.

  • Via intravenosa: não pode ser administrado em bolo (não recomendado). Para administração intravenosa é recomendada a infusão em 30-60 min, ou no mínimo 15 min em doses múltiplas diárias (para evitar bloqueio neuromuscular). Para isso, utilizar como diluentes SF 0,9%, SG 5% ou soro glicofisiológico, observando-se concentração máxima de 10mg/mL. Para adolescentes, pode-se diluir a amicacina em 100-200mL de soro.
  • Via intramuscular: sim.
  • Via subcutânea: dados não disponíveis.

Interações medicamentosas.

  • Anfotericina B, polimixina B, cisplatina, cefalosporinas, vancomicina, indometacina, cidofovir: aumento dos efeitos de nefrotoxicidade e ototoxicidade.
  • Furosemida e manitol: aumento dos efeitos de ototoxicidade.
  • Dimenidrinato e outros antieméticos: podem mascarar os efeitos de ototoxicidade.
  • Succinilcolina e anestésicos: podem ter suas concentrações plasmáticas aumentadas.
  • Penicilinas: ocorrem efeitos sinérgicos, mas são física e quimicamente incompatíveis, sendo inativados quando misturados ou administrados concomitantemente. Com ticarcilina/clavulanato, piperacilina/tazobactam e penicilina sódica, não administrar concomitantemente. Observar intervalo de 1-2 h antes ou após o aminoglicosídeo para evitar interação medicamentosa (inativação do aminoglicosídeo).

Lactação. Não recomendado.

 

Amoxicilina

Grupo farmacológico. Penicilina.

Apresentações. Susp oral com 200 ou 400mg/5mL em 100mL; susp oral com 250mg/5mL em 60 ou 150mL; susp oral com 500mg/5mL em 150mL; susp oral com 125mg/5mL em 45, 80 ou 150mL; cpr de 500, 875 e 1.000mg; cps de 500mg; cpr revestidos de 875mg; pó para susp oral com 250mg/5mL (fr de 150mL); pó para susp oral com 50mg/mL em fr de 60 ou 150mL; fr-amp de 500 e 1.000mg.

Usos. Rinossinusite, otite média aguda, infecção urinária, infecções respiratórias, faringite bacteriana, febre tifoide e profilaxia da endocardite bacteriana.

Contraindicações. Hipersensibilidade aos componentes da fórmula.

Usos off-label. Uso em recém-nascidos; uso em frequência menor que o recomendado.

Posologia.

  • Neonatologia: não há estudos suficientes com uso oral em recém-nascidos. Para prematuros com idade gestacional 32 semanas, usar 50mg/kg/dia 12/12 h — estudos com uso IV. Outro estudo sugere dose IV de 40mg/kg/dose a cada 8 h, se idade gestacional > 34 semanas e/ou idade pós-natal > 9 dias.
  • Pediatria: 20-50mg/kg/dia, divididos de 8/8 ou de 12/12 h (máximo de 3.000mg/dia). Infecções graves e infecções por pneumococos de sensibilidade reduzida à penicilina: 75-100mg/kg/dia, de 8/8 h. Estudo sugere 50mg/kg/dia, 2x/dia em pneumonias sem sinais de gravidade. Entretanto, o próprio estudo sugere dose de 90mg/kg/dia em 2x/dia para maior segurança. Metanálise do Cochrane sugere evidências insuficientes para recomendar o uso 1 ou 2 vezes ao dia para otite média aguda. Metanálise sugere eficácia do esquema com 2 doses diárias para faringoamigdalites, mas não do esquema com 1 dose diária.
  • Adolescentes: 250-500mg a cada 8 h ou 500-875mg a cada 12 h (dose máxima: 3.000mg/dia).

Ajuste de dose.

  • Função hepática: não há recomendação de ajuste de dose na insuficiência hepática.
  • Função renal: ClCr 10-30mL/min: usar dose padrão a cada 12 h.
  • Diálise: usar dose padrão a cada 12-24 h e dose extra após sessão de diálise.

Modo de administração.

  • Via oral: pode ser administrado com ou sem alimentos. A susp oral pode ser misturada em leite ou em fórmulas infantis, sucos de frutas, pudins e água para uso imediato.
  • Via sonda: os cpr e pós das cps podem ser dispersos em água para uso imediato. Recomenda-se que por via sonda, a susp oral seja administrada, rediluindo-se em volume adequado de água. Administrar separadamente da dieta enteral.

Interações medicamentosas.

  • Alopurinol: pode desencadear rash cutâneo.
  • Aminoglicosídeos: pode apresentar perda de eficácia se administrados concomitantemente com amoxicilina.
  • Metotrexato: pode desencadear quadros de toxicidade do metotrexato.
  • Probenecida: pode aumentar as concentrações plasmáticas da amoxicilina.
  • Venlafaxina: pode desencadear síndrome serotoninérgica (p. ex., tremores, rigidez muscular, taquicardia).
  • Varfarina: pode resultar em aumento do efeito anticoagulante.
  • Alimentos: pode ser administrado com ou sem alimentos, pois a absorção não é afetada.

Lactação. Compatível.

 

Amoxicilina + ácido clavulânico

Grupo farmacológico. Penicilina + inibidor de beta-lactamase.

Apresentações. Amoxicilina + ácido clavulânico: susp oral 125mg + 31,25mg com 5mL (de 75 e 100mL), com 200mg + 28,5mg/5mL (de 70mL), com 250mg + 62,5mg/5mL (de 75 e 100mL), com 400mg + 57mg/5mL (de 70 e 100mL), com 600mg + 42,9mg/5mL (de 50 e 100mL [uso para peumococos resistentes à penicilina chamada de ES]); cpr de 500mg + 125mg, cpr de 875mg + 125mg; amp de 500mg + 100mg ou 1g + 200mg; fr-amp de 500 e 1.000mg.

Usos. Infecções respiratórias, otite, amigdalite e celulite. Opção para o tratamento de infecção de tecidos moles com envolvimento de flora mista e infecções intra-abdominais (associadas a aminoglicosídeo).

Contraindicações. História de icterícia colestática ou disfunção hepatocelular com o medicamento.

Uso off-label. Uso em recém-nascidos.

Posologia.

  • Neonatologia: eficácia e segurança não estabelecidas para recém-nascidos. Injetável: em recém-nascidos, 30mg/kg, de 12/12 h; crianças, 30mg/kg, de 6-6 ou de 8-8 h.
  • Pediatria: VO: dose de 20-40mg/kg/dia, considerando a amoxicilina, divididos de 8/8 ou de 12/12 h, usando susp com 125mg/5mL em menores de 3 meses. No caso de suspeita de pneumococos resistentes à penicilina, utilizar a formulação ES na dose de 90mg/kg/dia da amoxicilina.
  • Adolescentes (> 40kg): VO: dose de 250-500mg, de 8/8 h, ou 875mg, a cada 12 h. Injetável: em infecções graves, usar 1 g, de 8-8 ou de 6-6 h.

Ajuste de dose.

  • Função hepática: não há recomendação de ajuste.
  • Função renal: se Clcr < 30mL/min, não usar cps de 875mg ou ES; se Clcr 10-30mL/min, usar metade da dose (em adultos 250-500mg) a cada 12h; em Clcr < 10mL/min, usar metade da dose a cada 24 h.
  • Diálise: usar metade a 1/4 da dose após cada sessão de hemodiálise; usar essa dose a cada 12 h se diálise peritoneal.

Modo de administração.

  • Via oral: pode ser administrado com ou sem alimentos. A fim de minimizar efeitos gastrintestinais e favorecer a absorção, recomenda-se administrar no início de uma refeição.
  • Via sonda: a susp oral é a forma farmacêutica recomendada para administração via sonda. No momento da administração, recomenda-se rediluir o medicamento em volume adequado de água para diminuir a viscosidade da sol. Administrar separadamente da dieta enteral.
  • Via intravenosa: bolo: pode-se administrar em bolo direto, sem diluição prévia em soro, lentamente (3-4 min), irrigando o trajeto com SF 0,9% logo após a administração. Para infusão, deve-se diluir o medicamento em SF 0,9% na concentração de 10mg/mL e administrar em 30 min.
  • Via intramuscular: não.
  • Via subcutânea: não.

Interações medicamentosas.

  • Varfarina: pode aumentar os efeitos anticoagulantes.
  • Alopurinol: pode desencadear rash cutâneo.
  • Aminoglicosídeos: podem apresentar perda de eficácia se administrados concomitantemente com amoxicilina + clavulanato. Dar intervalo de 1-2 h entre a penicilina e o aminoglicosídeo.
  • Metotrexato: pode desencadear quadros de toxicidade do metotrexato.
  • Probenecida: pode aumentar as concentrações plasmáticas da amoxicilina.
  • Venlafaxina: pode desencadear síndrome serotoninérgica (p. ex., tremores, rigidez muscular, taquicardia).
  • Anticoncepcionais orais: pode ocorrer redução no efeito contraceptivo.
  • Alimentos: a presença de alimentos não afeta a absorção da amoxicilina; já o clavulanato tem sua absorção favorecida com alimentos (não gordurosos).

Lactação. Usar com precaução.

 

Ampicilina

Grupo farmacológico. Penicilina; antibacteriano.

Apresentações. Cpr de 500 ou 1.000mg; cps de 500mg; fr-amp com 100, 500 ou 1.000mg; susp oral com 50mg/mL em 60 ou 150mL.

Usos. Infecção respiratória, otite média aguda, rinossinusite, faringite bacteriana, infecção urinária, meningite, febre tifoide e sepse neonatal precoce (associada a aminoglicosídeo). É o medicamento de escolha na maioria das infecções enterocócicas. Nas infecções respiratórias em geral, prefere-se a amoxicilina, que tem menos efeitos adversos e esquema posológico mais favorável.

Contraindicações. Hipersensibilidade aos componentes da fórmula.

Posologia.

  • Neonatologia: 25-50mg/kg/dose; recomenda-se 100mg/kg/dose para tratamento de meningite ou sepse grave por Streptococcus do grupo B.

Idade gestacional

Dias de vida

Intervalo (h)

≤ 29 sem

0-28

12

> 28

8

30-36 sem

0-14

12

> 14

8

37-44 sem

0-7

12

> 7

8

≥ 45 sem

todos

6

  • Pediatria: crianças: 100-200mg/kg/dia, 6/6 h; se meningite, 200-400mg/kg/dia. VO: 50-100mg/kg/dia, dose máxima de 2-3g/dia.
  • Adolescentes: no adolescente, em infecções leves a moderadas, usar 500mg, VO, 6/6 h; nas infecções graves, 1-2g, 4/4 h. VO: 250-500mg a cada 6 h.
  • Ajuste de dose.
  • Função hepática: não há recomendação de ajuste de dose.
  • Função renal: ClCr 10-20mL/min: usar dose convencional a cada 8 h.
  • Diálise: ClCr <10mL/min: usar dose a cada 12 h e dose extra após hemodiálise. A diálise peritoneal não é efetiva para remover o medicamento.

Modo de administração.

  • Via oral: administrar com o estômago vazio, 1 h antes das refeições ou 2 h após.
  • Via sonda: preferencialmente administrar a susp oral via sonda. Também, pode-se abrir as cps e dispersar o pó em água para uso imediato. Para sondas nasogástricas, recomenda-se pausar a dieta 30 min antes e após a administração do medicamento; preferencialmente, dar pausa na dieta enteral de 1 hora.
  • Via intravenosa: bolo: diluir a dose em 5-10mL de SF 0,9% ou SG 5% (não exceder 100mg/mL), administrar de 3-5min. Infusão intermitente: diluir a dose em 100mL de SF 0,9% ou de SG 5% ou na concentração máxima de 30mg/mL e administrar de 15 a 30min.
  • Via intramuscular: sim, de 2-3mL.
  • Via subcutânea: dados não disponíveis.

Interações medicamentosas.

  • Alopurinol: pode desencadear reações alérgicas cutâneas.
  • Anticoncepcionais orais: podem ter seus efeitos reduzidos.
  • Probenecida: pode aumentar os níveis séricos da ampicilina.
  • Aminoglicosídeos: podem ter sua eficácia reduzida se administrados concomitantemente com penicilinas. Dar intervalo de 1-2 h entre as infusões parenterais.
  • Atenolol: pode ter seus efeitos reduzidos.
  • Omeprazol e lansoprazol: podem reduzir a eficácia da ampicilina.
  • Alimentos: a presença de alimentos reduz a absorção da ampicilina. Administrar 1 h antes ou 2 h após os alimentos.

Lactação. Usar com precaução. É excretado no leite materno, e dados são insuficientes sobre possíveis efeitos adversos.

 

Cefalexina

Grupo farmacológico. Antimicrobiano betalactâmico; cefalosporina de 1ª geração.

Apresentações. Cpr revestidos e drg com 500 ou 1.000mg; cps de 250 e 500mg; susp oral com 250mg/5mL em frascos de 60 e 100mL.

Usos. Infecções urinárias, infecções de pele e de tecidos moles e infecções das vias aéreas.

Contraindicações. Hipersensibilidade aos componentes da fórmula.

Posologia.

  • Neonatologia: eficácia e segurança não estabelecidas para recém-nascidos.
  • Pediatria: 25-50mg/kg/dia, a cada 6-8 h. Para infecções graves: 50-100mg/kg/dia, a cada 6-8 h (máximo: 4g/dia). Otite média: 75-100mg/kg/dia a cada 6 h. Faringite estreptocócica, infecções cutâneas: 25-50mg/kg/dia a cada 12 h. Profilaxia de endocardite: 50mg/kg, 1 h antes do procedimento (máximo: 2 g).
  • Adolescentes: > 40kg: 250-500mg, a cada 6 h, dose máxima de 4g/ dia. Cistite não complicada (> 15 anos): 500mg a cada 12 h. Faringite estreptocócica, infecções cutâneas: 500mg a cada 12 h. Profilaxia de endocardite: 2 g, 1 h antes do procedimento.

Modo de administração.

  • Via oral: preferencialmente, administrar em jejum (1 h antes ou 2 h após os alimentos), pois a presença de alimentos retarda o alcance da concentração máxima sérica do medicamento. Se houver sintomas gastrintestinais, administrar com alimentos. Em caso de problemas de deglutição, as cps podem ser abertas, e seu pó, bem como os cpr podem ser dissolvidos em água fria (10mL) para uso imediato.
  • Via sonda: administrar a susp oral via sonda; pode-se misturá-la em água para diminuir a viscosidade do medicamento. Os cpr podem ser dispersos em água fria para uso imediato. Há, porém, possível risco de obstrução da sonda. Portanto, preferencialmente abrir as cps e dissolver o pó em volume adequado de água. Administrar separadamente da dieta enteral.

Interações medicamentosas.

  • Probenecida: aumenta os níveis séricos da cefalexina.
  • Metformina: pode desencadear aumento nos níveis plasmáticos da metformina, levando a efeitos adversos (náusea, vômitos, cefaleia, diarreia).
  • Colestiramina: o uso concomitante pode reduzir os níveis plasmáticos da cefalexina.
  • Alimentos: a presença de alimentos retarda a absorção; preferencialmente administrar em jejum.

Lactação. Embora considerado seguro pela Academia Americana de Pediatria, usar com precaução.

 

Ceftriaxona

Grupo farmacológico. Antimicrobiano; cefalosporina de 3ª geração.

Apresentações. Fr-amp para uso IM (250, 500 ou 1.000mg) ou IV (0,5 ou 1 g).

Usos. Meningites, infecções intra-abdominais e ginecológicas (deve ser usada em associação a anaerobicidas), bacteremias, gonorreia e sífilis. Usada preferencialmente em meningite e na profilaxia da doença meningocócica em gestantes. Altamente indutora de resistência; por isso, o seu uso em infecções respiratórias e infecções urinárias deve ser evitado.

Contraindicações. Prematuridade. Hiperbilirrubinemia neonatal.

Posologia.

  • Neonatologia: 50mg/kg a cada 24 h. Meningite: dose de ataque de 100mg/kg; dose de manutenção: 80mg/kg a cada 24 h. Oftalmia gonocócica não complicada: 50mg/kg (dose máxima: 125mg) dose única. Hiperbilirrubinemia: em neonatos, usar cefotaxima em vez de ceftriaxona.
  • Lactentes e crianças < 12 anos: 50-75mg/kg/dia, a cada 12-24 h; meningite: 100mg/kg/dia a cada 12-24 h, dose de ataque de 100mg/kg pode ser administrada (dose máxima: 4g/dia). Quimioprofilaxia para contactantes de alto risco para doença meningocócica: ≤ 12 anos: 125mg, IM, em dose única; > 12 anos: 250mg, IM, em dose única. Doença de Lyme: 75-100mg/kg, por 2-4 semanas (dose máxima: 2g/dose). Infecção gonocócica não complicada, profilaxia pós-vitimização, doença inflamatória pélvica: 125mg, IM, em dose única. Infecção gonocócica complicada (IM, IV): < 45kg: peritonite, artrite ou bacteremia: 50mg/kg/dia, 1x/dia por 7 dias (dose máxima: 1g/dia). Conjuntivite: 50mg/kg em dose única (dose máxima: 1 g). Meningite ou endocardite: 50mg/kg/dia, divididos a cada 12 h, por 10-14 dias (meningite) ou 28 dias (endocardite) (dose máxima: 2g/dia). > 45kg: infecção gonocócica disseminada: 1 g, 1x/dia, por 7 dias. Meningite: 1-2g/dose a cada 12 h, por 10-14 dias. Endocardite: 1-2g/dose a cada 12 h, por 28 dias. Conjuntivite (IM): 1 g em dose única. Cancroide (IM): 50mg/kg em dose única (dose máxima: 250mg). Epididimite aguda (IM): 250mg em dose única.
  • Adolescentes: 1-2 g, IV ou IM, a cada 12-24 h; dose máxima: 4g/dia.

Modo de administração.

  • Via intravenosa: bolo: deve-se diluir a dose na concentração máxima de 40mg/mL e administrar em 2-4 min. Infusão: a dose, diluída em 50-100mL de SG 5% ou SF 0,9%, deve ser administrada de 15-30 min (concentração máxima entre 10 e 40mg/mL).
  • Via intramuscular: sim, administrar profundamente no glúteo. Deve ser diluído na concentração máxima de 250mg/mL, podendo ser utilizada lidocaína 1% como diluente.

Interações medicamentosas.

  • Ringer Lactato, gluconato de cálcio e outras soluções contendo cálcio: podem formar precipitados na sol.
  • Ciclosporina: pode ocorrer aumento da toxicidade da ciclosporina (parestesia, disfunção renal).

Lactação. Embora considerado seguro pela Academia Americana de Pediatria, usar com precaução.

 

Cefuroxima – Acetilcefuroxima (oral) / cefuroxima sódica (parenteral)

Grupo farmacológico. Antimicrobiano betalactâmico; cefalosporina de 2ª geração.

Apresentações. Fr-amp com 750mg; cpr de 250 e 500mg.

Usos. Infecções de pele e de tecidos moles, artrite séptica, osteomielite, celulite periorbitária e infecções de vias aéreas.

Contraindicações. Hipersensibilidade aos componentes da fórmula. Uso off-label. Dados não disponíveis.

Posologia (atenção: a dose oral não é equivalente à dose parenteral).

  • Neonatologia: 50-100mg/kg/dia de 12/12 h, via IV ou IM.
  • Pediatria: IV, 75-150mg/kg/dia a cada 8 h (dose máxima: 6g/dia). Meningite: não recomendado. VO, faringite: 20mg/kg/dia a cada 12 h (dose máxima: 500mg/dia). Otite média aguda, sinusite, infecção cutânea: 30mg/kg/dia a cada 12 h (dose máxima: 1g/dia).
  • Adolescentes: IV, 750mg a 1,5g/dose a cada 8 h, dose máxima de 6g/dia. VO, 250-500mg, a cada 12 h. Infecção urinária não complicada: 125-250mg a cada 12 h. Gonorreia não complicada: 1g em dose única. Doença de Lyme: 500mg a cada 12 h por 20 dias.

Ajuste de dose.

  • Função hepática: dados não disponíveis.
  • Função renal: se ClCr 10-20mL/min, administrar a cada 12 h; se ClCr < 10mL/min, administrar a cada 24 h.
  • Diálise: hemodiálise: 750mg a cada 24 h (nos dias de diálise aplicar após a diálise). Diálise peritoneal: 750mg a cada 24 h. Hemofiltração: sem dados, mas considerar 1,5g, IV, a cada 12 h.

Modo de administração.

  • Via oral: podem ser administrados com alimentos ou leite, tanto os cpr quanto a susp oral. Evitar mastigar ou quebrar os cpr, pois têm gosto amargo.
  • Via sonda: administrar a susp oral via sonda, evitar triturar os cpr. Administrar separadamente da dieta enteral.
  • Via intravenosa: bolo: deve-se diluir a dose na concentração máxima de 100mg/mL e administrar em 3-5 min. Infusão: a dose, diluída em 50-100mL de SG 5% ou SF 0,9%, deve ser administrada de 15-30 min (concentração máxima de 30mg/mL). Restrição hídrica: pode-se calcular o volume com a concentração máxima de 137mg/mL.
  • Via intramuscular: sim, administrar profundamente no glúteo.

Interações medicamentosas.

  • Anticoncepcionais orais: pode ocorrer redução de eficácia.
  • Alimentos: pode ser administrado com alimentos e leite, pois ocorre aumento na biodisponibilidade oral e nos níveis séricos do medicamento.

Lactação. Embora considerado seguro pela Academia Americana de Pediatria, usar com precaução.

 

Clorpromazina

Grupo farmacológico. Antipsicótico típico e antiemético; antagonista dos receptores D2 dopaminérgicos.

Apresentações. Cpr de 25 e 100mg; amp com 5mg/mL em 5mL; sol oral com 40mg/mL em fr de 20mL.

Usos. Esquizofrenia, mania com psicose, depressão com psicose, psicoses na infância, agitação em pacientes com retardo mental e transtorno global do desenvolvimento, náusea e vômitos, soluços, porfiria aguda intermitente.

Contraindicações. Depressão do sensório ou coma, glaucoma de ângulo fechado. Em pacientes com risco de retenção urinária, ligada a problemas uretroprostáticos. Uso concomitante com levodopa.

Posologia.

  • Neonatologia: eficácia e segurança não estabelecidas para < 2 anos.
  • Pediatria: antiemético: crianças > 2 anos: VO, 1-4mg/kg/dia, de 8/8 h. Psicose: 0,5-1mg/kg/dose ou 3-6mg/kg/dia, VO e IM; dose máxima recomendada: 40mg para pacientes < 5 anos e 75mg para pacientes entre 5 e 10 anos.
  • Adolescentes: VO, iniciar com baixas doses, em 2-3 tomadas diárias; aumentar gradualmente de acordo com as necessidades do paciente. A dose usual é de 400-600mg, 1x/dia. Alguns pacientes podem requerer doses altas como 1-2 g/dia. IM, iniciar com 25mg. Essa pode ser repetida em 1-4h. Dose usual de 300-800mg/dia.

Ajuste de dose.

  • Função hepática: deve ser administrada com cuidado em insuficiência hepática, recomendando-se uma dose menor ou menos frequente e monitoração periódica dos níveis das enzimas hepáticas nesse grupo de pacientes.
  • Função renal: o risco/benefício do tratamento com a clorpromazina em pacientes com doença renal deve ser avaliado criteriosamente pelo médico.
  • Diálise: dados não disponíveis.

Modo de administração.

  • Via oral: pode ser administrado com alimentos, leite ou sucos. As formulações líquidas não devem ser misturadas com café, chá ou refrigerantes do tipo cola.
  • Via sonda: os cpr podem ser triturados e dispersos em água (uso imediato). Preferencialmente, administrar a sol oral diluída em volume adequado de água para a administração via sonda. Administrar separadamente da dieta enteral.
  • Via intravenosa: bolo: diluir a dose em SF 0,9% na concentração de 1mg/mL e administrar na velocidade de 1mg/min em adultos e 0,5mg/min, em crianças. Intermitente: diluir a dose em até 500mL (1mg/mL) de SF 0,9% e administrar em 30-60 min.
  • Via intramuscular: sim, profundamente no quadrante superior do glúteo.
  • Via subcutânea: não recomendado.

Interações medicamentosas.

  • Hidróxido de alumínio, cimetidina: pode reduzir o efeito da clorpromazina.
  • Amiodarona, hidrato de cloral, cloroquina, fluconazol, eritromicina, fluoxetina, haloperidol, octreotida, pimozida, quetiapina: podem resultar em efeitos de cardiotoxicidade.
  • Atenolol, captopril, metoprolol, propanolol: podem desencadear hipotensão.
  • Diazóxido: pode resultar em hiperglicemia.
  • Adrenalina: pode causar hipotensão e taquicardia.
  • Metoclopramida: há risco de desenvolvimento de sintomas extrapiramidais.
  • Fenobarbital: pode diminuir os efeitos da clorpromazina.
  • Alimentos: pode ser administrado com alimentos, leite ou suco.

Lactação. Não recomendado.

 

Dimeticona (simeticona)

Grupo farmacológico. Antidispéptico.

Apresentações. Dimeticona: Cpr de 40, 80 e 150mg; sol oral com 75mg/mL (2,5mg/gt) em 10 ou 15mL; cps e cpr mastigável de 125mg. Dimeticona + metilbrometo de homatropina: sol oral (gt) com 80 + 2,5mg/mL em 20mL.

Usos. Excesso de gases no TGI, com desconforto abdominal (cólicas, flatulência, distensão do abdome).

Uso off-label. Dados não disponíveis.

Posologia.

  • Neonatologia: 0,3mL (6 gt) até 4x/dia.
  • Pediatria: < 2 anos: 20mg/dose, 4-6x/dia; 2-12 anos: 40mg/dose, 4-6x/dia.
  • Adolescentes: 40-250mg/dose, 3-4x/dia. Dose máxima de 500mg/dia.

Ajuste de dose.

  • Função hepática: dados não disponíveis.
  • Função renal: dados não disponíveis.
  • Diálise: dados não disponíveis.

Modo de administração.

  • Via oral: administrar após as refeições ou ao dormir. Os cpr podem ser partidos e misturados em água, leite ou outros líquidos. Evitar leite.
  • Via sonda: administrar a sol oral via sonda. Administrar separadamente da dieta enteral.

Interações medicamentosas.

  • Levotiroxina: a dimeticona diminui a absorção da levotiroxina.

Lactação. Usar com precaução.

 

Ibuprofeno

Grupo farmacológico. Anti-inflamatório não esteroide; inibidor da COX-1 e COX-2.

Apresentações. Cpr simples e revestidos de 200, 300, 400 e 600mg; susp oral com 50mg/mL em 20, 30, 40 ou 50mL; susp oral com 100mg/mL em 20, 30, 40, 50 e 60mL; susp oral com 200mg/mL em 15mL; susp oral de 20mg/mL em 60, 100 e 200mL; cps com 200 e 400mg; drg simples de 600mg; amp 2mL (5mg/mL) – importado.

Usos. Doenças inflamatórias e reumatológicas, incluindo artrite reumatoide juvenil, dor de intensidade leve a moderada, dismenorreia, febre, cefaleia. Usado na neonatologia para fechamento do canal arterial.

Contraindicações. Gestação no 3º trimestre (categoria de risco D), insuficiência renal grave, úlcera péptica ativa.

Uso off-label. Forma IV para tratamento de canal arterial, por se tratar de apresentação importada.

Posologia.

  • Neonatologia: como susp, eficácia e segurança para crianças < 6 meses não estabelecidas. Para fechamento do canal arterial: IV, 1a dose 10mg/kg, 2ª e 3ª dose 5mg/kg, com intervalos de 24 h, podendo-se postergar a administração da dose caso ocorra diurese < 0,6mL/kg/h. Um novo curso de medicação pode ser necessário.
  • Pediatria: crianças > 6 meses: antitérmico e analgésico: 5-10mg/kg/dia, a cada 6 ou 8 h (dose máxima diária: de 40mg/kg). Anti-inflamatório: 30-50mg/kg/dia, divididos a cada 8 h (dose máxima: 2,4mg/dia). Fibrose cística: 20-30mg/kg/dia.
  • Adolescentes: anti-inflamatório: 400-800mg, 3-4x/dia (máximo de 3,2g/dia). Analgesia, antipirético, dismenorreia: 200-400mg, 4-6x/dia.

Ajuste de dose.

  • Função hepática: evitar uso se função hepática estiver alterada.
  • Função renal: contraindicado uso na doença renal avançada.
  • Diálise: dados não disponíveis.

Modo de administração.

  • Via oral: administrar com alimentos ou leite para reduzir efeitos gastrintestinais.
  • Via sonda: recomenda-se que a sol oral seja administrada via sonda. Para administrar a susp oral, a dose deve ser diluída em volume adequado de água para diminuir a osmolaridade final e facilitar a administração. Administrar separadamente da dieta enteral.
  • Via intravenosa: bolo: não administrar. IV/intermitente: administrar lentamente a partir de 15 min em bomba de infusão; preferencialmente, não diluir o medicamento; se necessária diluição para justar volume, usar SF 0,9% ou SG 5% na concentração máxima de 4mg/mL.
  • Via intramuscular: não.

Interações medicamentosas.

  • Glibenclamida: pode ocorrer hipoglicemia.
  • Amilorida, clorotiazida, furosemida, hidroclorotiazida, espironolactona: pode resultar em diminuição dos efeitos diuréticos e hipercalemia.
  • Citalopram, clopidogrel, desvenlafaxina, enoxaparina, escitalopram, fluoxetina, paroxetina, sertralina, venlafaxina, varfarina: pode resultar em aumento nos riscos de sangramento.
  • Desipramina: pode resultar em efeitos de toxicidade (p. ex., sonolência, hipotensão).
  • Atenolol, captopril, carvedilol, clortalidona, esmolol, losartana, metoprolol, sotalol: pode ocorrer redução nos efeitos anti-hipertensivos.
  • Anlodipino, diltiazem, nifedipina: pode desencadear hemorragia gastrintestinal e diminuição nos efeitos anti-hipertensivos.
  • Tacrolimus: podem ocorrer efeitos adversos renais.
  • Ácido salicílico: pode ocorrer redução no efeito antiplaquetário, reduzindo os efeitos de cardioproteção.
  • Levofloxacino, norfloxacino: há aumento do risco de convulsões.
  • Carbonato de lítio: pode resultar em efeitos de toxicidade (fraqueza, tremores, confusão mental, sede excessiva).
  • Fenitoína: pode desencadear efeitos como ataxia, tremores, nistagmo.
  • Pemetrexede: há aumento nos efeitos de toxicidade (renal, gastrintestinal e mielossupressão).
  • Metotrexato: pode resultar em efeitos de toxicidade (p. ex., leucopenia, trombocitopenia, anemia, nefrotoxicidade, mucosite).
  • Alimentos: a presença de alimentos retarda a absorção, mas clinicamente não é significativa.

Lactação. Não recomendado.

 

Indometacina

Grupo farmacológico. Anti-inflamatório não esteroide; inibidor da COX-1 e COX-2.

Apresentações. Cps de 25 e 50; supositório de 100mg; fr-amp 1mg (importado).

Usos. Crise aguda de gota, bursite, tenossinovite, osteoartrite, artrite reumatoide, espondilite anquilosante, fechamento do ducto arterioso no neonato.

Contraindicações. Gestação no 2º e no 3º trimestres (categoria de risco D), dor no período perioperatório de cirurgia cardíaca.

Uso off-label. Uso IV em neonatologia.

Modo de administração.

  • Via oral: administrar com alimentos para diminuir efeitos gastrintestinais.
  • Via sonda: não recomendado, pois pode obstruir a sonda já que o princípio ativo é praticamente insolúvel em água. Preferir a susp extemporânea preparada a partir do pó das cps. Administrar separadamente da dieta enteral.
  • Via intravenosa: bolo: não administrar. IV/intermitente: administrar em 20-30min; diluição em SF 0,9% na concentração máxima entre 0,5-1mg/mL.
  • Via intramuscular: não.
  • Via intra-arterial: não.

Interações medicamentosas.

  • Captopril, enalapril, hidralazina, furosemida, espironolactona, salicilatos, hidroclorotiazida, clortalidona, losartana, valsartana, varfarina: a indometacina pode diminuir os efeitos desses medicamentos.
  • Amitriptilina, nortriptilina, dasatinibe, nilotinibe, poliestirenosulfonato de cálcio, probenecida, fluoxetina, paroxetina, sertralina: os efeitos da indometacina podem aumentar na presença desses medicamentos, pelo aumento nos níveis séricos.
  • Amicacina, gentamicina, varfarina, femprocumona, ciclosporina, desmopressina, drotrecogina, carbonato de lítio, metotrexato, AINEs, pemetrexede, ciprofloxacino, levofloxacino, vancomicina: o uso concomitante com indometacina favorece os efeitos desses medicamentos, pois há aumento de seus níveis séricos.
  • Alimentos: a presença de alimentos retarda a absorção do medicamento, mas não é clinicamente significativa.

Lactação. Não recomendado.

 

Metoclopramida

Grupo farmacológico. Anti-hemético; antagonista dos receptores D2 da dopami- na e aceledora da motilidade do trato gastrintestinal.

Apresentações. Cpr de 10mg; amp com 5mg/mL em 2mL; sol oral adulto (gt) com 1mg/mL em 100mL; sol oral pediátrica (gt) com 4mg/mL com 10mL; supositório adulto de 10mg; supositório pediátrico de 5mg.

Usos. Tratamento e prevenção de náusea e vômitos; estimulante do esvaziamento gástrico; facilitador da colocação de sondas enterais pós-pilóricas.

Contraindicações. Obstrução gastrintestinal, perfuração ou hemorragia, feocromocitoma, história de convulsões.

Posologia.

  • Neonatologia: 0,033-0,1mg/kg/dose, VO ou IV, de 8/8 h – o FDA aprova uso para facilitar a passagem de sonda entérica. Também é descrito o uso em doença do refluxo, 0,4-0,8mg/kg/dia, dividido em 4 doses.
  • Pediatria: crianças até 6 anos: VO/IM/IV: 0,4-0,8mg/kg/dia, 3-4x/dia; > 6 anos: 0,5-1mg/kg/dia, 3-4x/dia.
  • Adolescentes: vômitos: 10mg/dose. Prevenção de vômitos induzidos por quimioterapia: 1-2mg/kg, IV, 30 min antes do tratamento e posteriormente em intervalos de 4-6 h. Prevenção de náusea e vômitos pós-operatórios: 10-20mg, IV, antes do término da cirurgia, seguido de intervalos de 4-6 h. Acelerador do esvaziamento gástrico (gastroparesia diabética): 10mg, VO, 30 min antes das refeições e na h de dormir. Colocação de sonda pós-pilórica: 10mg, IV.

Ajuste de dose.

  • Função hepática: dados não disponíveis.
  • Função renal: se ClCr < 40mL/min, administrar 50% da dose usual.
  • Diálise: não dializável (0-5%); dose suplementar não é necessária.

Modo de administração.

  • Via oral: administrar os cpr e a sol oral 30 min antes das refeições e ao deitar.
  • Via sonda: para a administração via sonda, preferencialmente administrar a sol oral. Administrar separadamente da dieta enteral.
  • Via intravenosa: bolo: doses de 10mg podem ser administradas lentamente, em 2-3 min, sem necessidade de diluição em soro. IV/intermitente: a administração deve ser lenta, de 15-30 min, na velocidade de 5mg/min. A dose deve ser diluída na concentração máxima de 5mg/mL (ou 50mL), em SF 0,9% ou SG 5%.
  • Via intramuscular: sim.
  • Via subcutânea: dados não disponíveis.
  • Via retal: administrar o supositório via retal.

Interações medicamentosas.

  • Ciclosporina, venlafaxina, sertralina: os níveis plasmáticos e os efeitos desses medicamentos podem aumentar na presença de metoclopramida.
  • Antiparkisonianos, posaconazol: podem apresentar eficácia reduzida pela presença da metoclopramida.
  • Peginterferon: pode diminuir os efeitos esperados da metoclopramida.
  • Amitriptilina, aripiprazol, clorpromazina, desvenlafaxina, clomipramina, fluoxetina, maprotilina, olanzapina, quetiapina: há aumento nos efeitos extrapiramidais.
  • Didanosina: pode ocorrer aumento nos níveis plasmáticos da didanosina.
  • Linezolida: o uso concomitante pode desencadear síndrome serotoninérgica.
  • Alimentos: a presença de alimentos não afeta a farmacocinética do medicamento.

Lactação. Usar com precaução.

 

Metotrexato

Grupo farmacológico. Agente citostático; antimetabólito do folato que inibe a síntese de DNA.

Apresentações. Cpr de 2,5mg; fr-amp com 25mg/mL em 1, 2, 10 ou 20mL; fr-amp com 500mg em 20mL; fr-amp com 100mg/mL em 5, 10 ou 50mL; fr-amp com 2,5mg/mL em 2mL.

Usos. Artrite reumatoide refratária a outros tratamentos, psoríase, neoplasia trofoblástica, leucemias, osteossarcomas, sarcomas de tecidos moles, linfomas, carcinoma de mama, pulmão, bexiga e epidermoide de cabeça e pescoço, doença inflamatória intestinal.

Contraindicações. Disfunção hepática ou renal graves, gestação (categoria de risco X), lactação, pacientes com artrite reumatoide ou psoríase com supressão da medula óssea, aids, discrasias sanguíneas (anemia significativa, trombocitopenia, leucopenia), doença hepática alcoólica.

Uso off-label. Dermatomiosite.

Posologia.

  • Neonatologia: eficácia e segurança não estabelecidas para recém-nascidos.
  • Pediatria: dermatomiosite (off-label): VO, 15mg/m2, 1x/semana, até a dose máxima de 25mg/m2/semana. Artrite idiopática juvenil: VO/IM: 10mg/m2, 1x/semana; após, 5-15mg/km2, 1x/semana. Tratamento de manutenção de leucemia linfoblástica aguda: VO/IM: 7,5-30mg/m2, a cada 1-2 semanas. Altas doses na leucemia linfoblástica aguda: IV: 1-5g/m2 infundido em 24-41 h. Tumores sólidos: IV: 8-25g/m2, infundidos em 4-6 h. Profilaxia e tratamento de leucemia linfoblástica aguda do SNC: intratecal: < 1 ano: 6mg; 1 ano: 8mg; 2 anos: 10mg; > 3 anos: 12mg. Doses entre 100-500mg/m2 podem requerer o uso de leucovorina. Doses > 500mg/m2 requerem uso de leucovorina: IV, IM ou VO: Leucovorina 10-15mg/m2 a cada 6 h, por 8 ou 10 doses, iniciando 24-36 h depois de começar a infusão do metotrexato.
  • Adolescentes: artrite reumatoide: 7,5mg, 1x/semana ou 3 doses de 2,5mg com intervalos de 12 h por semana; dose máxima semanal de 20mg. Psoríase: 2,5-5mg/dose, VO, a cada 12 h, por 3 doses semanalmente; IM: 10-25mg, 1x/semana. A dosagem antineoplásica varia de 30-40mg/m2/semana a 100-12,000mg/m2 IV, dependendo da neoplasia. Doses entre 100-500mg/m2 podem requerer o uso de leucovorina. Doses > 500mg/m2 requerem uso de leucovorina: IV, IM ou VO: Leucovorina 10-15mg/m2 a cada 6 h por 8 ou 10 doses, iniciando 24 h depois de começar a infusão do metotrexato.

Ajuste de dose.

  • Função hepática: se bilirrubina entre 3,1-5mg/dL ou TGO/TGP > 3x o limite, administrar 75% da dose; se bilirrubina > 5mg/dL, evitar o uso.
  • Função renal: pediatria: se Clcr 10-50mL/min, administrar 50% da dose; se Clcr < 10mL/min, administrar 30% da dose. Adolescentes: se Clcr 10-50mL/min, administrar 50% da dose; se Clcr < 10mL/min, evitar o uso.
  • Diálise: dados não disponíveis.

Modo de administração.

  • Via oral: pode ser administrado com ou sem alimentos; preferencialmente, sem alimentos.
  • Via sonda: para a administração via sonda, o cpr ou a dose do injetável (sem preservativos) podem ser misturados em água para uso imediato (verificar com farmácia os cuidados na manipulação de antineoplásicos). Administrar separadamente da dieta enteral.
  • Via intravenosa: bolo: para doses baixas, lentamente (concentração máxima de 25mg/mL). IV/intermitente: para doses intermediárias, que são diluídas em 50-250mL e administradas em 30 min ou mais. IV/contínuo: para altas doses de medicamento, são diluídas > 500mL de soro (ou concentração máxima de 25mg/mL).
  • Via intramuscular: sim.
  • Via subcutânea: dados não disponíveis.
  • Via intratecal: metotrexato sem conservantes deve ser diluído em SF 0,9%, na concentração de 2mg/mL (volume total: 3 a 10mL).

Interações medicamentosas.

  • Acitretina, adapaleno, azatioprina, isotretinoína: pode ocorrer aumento nos riscos de hepatotoxicidade.
  • Amiodarona, amoxicilina, ácido acetilsalicílico, ciprofloxacino, ciclosporina, dantroleno, diclofenaco, dipirona, doxiciclina, ibuprofeno, indometacina, naproxeno, nimesulida, omeprazol, penicilina G, penicilina V, fenitoína, sulfametoxazol + trimetoprima: podem aumentar os efeitos adversos do metotrexato (leucopenia, trombocitopenia, anemia, nefrotoxicidade, mucosite).
  • Vacinas: há risco de infecção aumentado.
  • Asparaginase, cloranfenicol, colestiramina, tetraciclina: podem diminuir os efeitos do metotrexato.
  • Hidroclorotiazida, pirimetamina: pode ocorrer mielossupressão.
  • Varfarina: há aumento no risco de sangramento.
  • Alimentos: a presença de alimentos retarda a absorção e o pico de concentração. Há relatos de não interferir significativamente na biodisponibilidade do cpr. Evitar alimentos ricos em folato e derivados lácteos, pois diminuem a absorção do metotrexato.

Lactação. Contraindicado.

 

Naproxeno

Grupo farmacológico. Anti-inflamatório não esteroide; inibidor da COX-1 e COX-2.

Apresentações. Susp oral com 25mg/mL em 50 ou 100mL; cpr de 250, 275, 500 e 550mg; cpr revestido de 275 e 550mg. Os cpr de 500mg (naproxeno base) são equivalentes aos de 550mg (naproxeno sódico); o mesmo valendo para os cpr de 250 e 275mg.

Usos. Doenças inflamatórias e reumatológicas, incluindo artrite reumatoide juvenil, gota aguda, dor de intensidade leve a moderada, dismenorreia, febre e enxaqueca.

Contraindicações. Gestação no 3º trimestre (categoria de risco D), hipersensibilidade ao naproxeno, aspirina ou outros AINEs, dor perioperatória de cirurgia cardíaca com bypass. Uso off-label. Dados não disponíveis.

Posologia.

  • Neonatologia: eficácia e segurança não estabelecidas para < 2 anos.
  • Pediatria: crianças > 2 anos: febre e analgesia: 5-7mg/kg/dose, VO, a cada 8-12 h. Doença inflamatória (artrite reumatoide juvenil): 10-15mg/kg/dia, 2x/dia, dose máxima: 1.000mg/dia.
  • Adolescentes: crise aguda de gota: dose inicial de 750mg, VO, seguida de 250mg, 8/8 h até melhora dos sintomas. Dor leve-moderada, dismenorreia, tendinite, bursite: dose inicial de 500mg, VO; após, 250mg a cada 6-8 h (dose máxima: 1.250mg/dia do naproxeno base). Artrite reumatoide, osteoartrite, espondilite anquilosante: 500-1.000mg/dia, 2x/dia; pode-se aumentar até 1,5g/dia de naproxeno base por período limitado de tempo.

Ajuste de dose.

  • Função hepática: dados não disponíveis.
  • Função renal: se ClCr < 30mL/min, uso não recomendado.
  • Diálise: dados não disponíveis.

Modo de administração.

  • Via oral: o medicamento pode ser administrado com ou sem alimentos. Prefere-se administrar com alimentos a fim de minimizar possíveis efeitos adversos de irritação da mucosa gástrica.
  • Via sonda: para a administração via sonda, pode-se triturar o cpr e dispersar o seu pó em volume adequado de água (uso imediato). A susp oral está disponível para facilitar a administração. Administrar separadamente da dieta enteral.

Interações medicamentosas.

  • Hidróxido de alumínio, hidróxido de magnésio, colestiramina: pode retardar a absorção do naproxeno.
  • Amilorida: diminui eficácia diurética; pode causar hipercalemia.
  • Anlodipino, nifedipina, nimodipino: há aumento do risco de hemorragia e/ou antagoniza o efeito hipotensor.
  • Atenolol, captopril, carvedilol, clorotiazida, clortalidona, esmolol, furosemida, hidroclortiazida, metoprolol, nadolol, propranolol: pode diminuir efeito anti-hipertensivo.
  • Citalopram, clopidogrel, desvenlafaxina, enoxaparina, escitalopram, fluoxetina, ginkgo-biloba, nadroparina, paroxetina, sertralina, venfalexina, varfarina: há risco aumentado de sangramento.
  • Ciclosporina: aumenta risco de toxicidade da ciclosporina, pelo aumento nos níveis plasmáticos.
  • Glibenclamida: ocorre aumento no risco de hipoglicemia.
  • Lítio: ocorre aumento no nível plasmático de lítio e de sua toxicidade, pelo aumento de nível sérico.
  • Losartana: pode diminuir o efeito anti-hipertensivo e aumenta o risco de disfunção renal.
  • Metotrexato: ocorre aumento no nível plasmático de metotrexato e de sua toxicidade.
  • Norfloxacino: há risco aumentado de convulsões.
  • Espironolactona: pode desencadear redução no efeito diurético, hipercalemia e é possivelmente nefrotóxico.
  • Alimentos: podem retardar a absorção do medicamento, mas não são clinicamente significativos.

Lactação. Não recomendado.

 

Nitrofurantoína

Grupo farmacológico. Antisséptico urinário.

Apresentações. Cps com 50 e 100mg; cpr de 100mg; susp oral com 5mg/mL em 60 e 120mL.

Usos. Profilaxia e tratamento de infecções não complicadas do trato urinário inferior, supressão da bacteriúria associada à cateterização vesical, tratamento a longo prazo de infecções crônicas do trato urinário e esterilização da urina antes de procedimentos cirúrgicos.

Contraindicações. IR, recém-nascidos, gestação a termo, durante o trabalho de parto.

Posologia.

  • Neonatologia: eficácia e segurança não estabelecidas para recém-nascidos.
  • Pediatria: 5-7mg/kg, VO, de 6/6 h. Profilaxia de infecção do trato urinário: 1-2mg/kg, VO, 1x/dia.
  • Adolescentes: 50-100mg, VO, de 6/6 h. No tratamento supressivo, 50-100mg, VO, de 24/24 h.

Ajuste de dose.

  • Função hepática: dados não disponíveis.
  • Função renal: se ClCr < 60mL/min, uso não recomendado.
  • Diálise: uso não recomendado em pacientes em hemodiálise ou diálise peritoneal.

Modo de administração.

  • Via oral: o medicamento pode ser administrado com ou sem alimentos, mas a administração com alimentos aumenta a absorção. A susp oral pode ser misturada a alimentos, leite, sucos de frutas ou fórmulas infantis.
  • Via sonda: para a administração via sonda, fazer uso da susp oral. Administrar separadamente da dieta enteral.

Interações medicamentosas.

  • Fluconazol: há risco aumentado de desenvolver toxicidade hepática e pulmonar.
  • Ácido fólico: pode ocorrer diminuição nos efeitos do ácido fólico.
  • Norfloxacino: ocorre antagonismo de efeito, diminuindo o efeito esperado do norfloxacino.
  • Alimentos: a presença de alimentos favorece o aumento dos níveis séricos do medicamento.

Lactação. Não recomendado.

 

Omeprazol

Grupo farmacológico. Inibidor da bomba de prótons (H+/K+ATPase na superfície secretora da célula parietal).

Apresentações. Cpr revestidos de 10, 20 e 40mg; cps de 10, 20 e 40mg; fr-amp com 40mg (diluente de 10mL). Associações para o regime de erradicação do Helicobacter pylori: ver Tabela 1.

Usos. Tratamento de úlcera gástrica/duodenal, DRGE, síndrome de Zollinger-Ellison ou outros estados hipersecretores, profilaxia de úlcera de estresse, parte do regime de fármacos para erradicação do H. pylori, hemorragia digestiva alta. Contraindicação. Hipersensibilidade ao medicamento.

Uso off-label. Uso na DRGE em prematuros.

Posologia.

  • Neonatologia: segurança e eficácia não estabelecidas para < 1 ano, contudo se descreve posologia de 0,5-1,5mg/kg/dose, VO, 1x/dia na DRGE.
  • Pediatria: DRGE, esofagite, úlcera: 0,7-3,5mg/kg/dia, 1-2x/dia, ou em crianças de 1-16 anos com 5-10kg, 5mg, 1x/dia; com 10-20kg, 10mg, 1x/dia; e nas com > 20kg, 20mg, 1x/dia. Erradicação de Helicobacter pylori (juntamente com antibióticos): 15-30kg, 10mg, 2x/dia; em > 30kg, 20mg, 2x/dia.
  • Adolescentes: Úlcera duodenal, DRGE sem esofagite: 20mg, 1x/dia, por 4-8 semanas. Úlcera gástrica: 40mg, 1x/dia, por 4-8 semanas. Esofagite erosiva: 20mg, 1x/dia, por 4-8 semanas; tratamento de manutenção: 20mg, 1x/dia, por um total de 12 meses, incluindo as 4-8 semanas. Erradicação do H. pylori: esquemas com 20-40mg/dia em associações. Estados hipersecretores: dose inicial de 60mg/dia; se doses diárias > 80mg, administrar em doses divididas. Prevenção de úlcera de estresse: 40mg/dia, por até 14 dias. Hemorragia digestiva alta: 80mg, IV, em bolo, após, 8mg/h até a realização da endoscopia.

Ajuste de dose.

  • Função hepática: biodisponibilidade aumentada na doença hepática crônica. Considerar ajuste de dose nesses casos.
  • Função renal: não é necessário ajuste de dose.
  • Diálise: dados não disponíveis.

Modo de administração.

  • Via oral: administrar em jejum, de 30-60 min antes do café da manhã. Os cpr e as cps devem ser administrados inteiros; em caso de dificuldade de deglutição, pode-se dispersar os cpr em meio copo de água ou suco de fruta (p. ex., laranja, maçã, tomate) e ingerir em até 30 min. As cps podem ser abertas e seus grânulos misturados em papa de maçã. Não esmagar ou triturar os grânulos (pellets).
  • Via sonda: administrar (Losec Mups®, Nexium®) via sonda nasogástrica, diluindo-se o cpr (não triturar ou esmagar os microgrânulos) em volume adequado de água ou suco de fruta (p. ex., laranja, maçã, tomate) – usar em 30 min. Farmácias de manipulação preparam a susp oral de omeprazol. Preferencialmente, pausar a dieta enteral 30 min antes da administração.
  • Via intravenosa: bolo: administrar diretamente, sem diluição, em 2,5 min (4mL/min); IV/intermitente: diluir a dose em 100mL de SF 0,9% ou SG 5% e administrar em 30 min. n Via intramuscular: não.
  • Via subcutânea: não.

Interações medicamentosas.

  • Carvedilol, clozapina, ciclosporina, metotrexato, fenitoína, saquinavir, tacrolmus, voriconazol: o omeprazol pode elevar os efeitos desses medicamentos; monitorar efeitos.
  • Fluconazol, cetoconazol: os efeitos do omeprazol pode ser potencializados por esses medicamentos.
  • Atazanavir, clopidogrel, clozapina, dasatinibe, delavirdina, erlotinibe, indinavir, suplementos de ferro, itraconazol, cetoconazol, micofenolato, nelfinavir, posaconazol: o omeprazol pode diminuir os efeitos desses medicamentos.
  • Alimentos: a presença de alimentos reduz a absorção e a concentração plasmática do omeprazol.

Lactação. Não recomendado.

 

Ondansetrona

Grupo farmacológico. Antiemético; agente antisserotoninérgico que age ligando-se aos receptores 5-HT3, presentes na zona do gatilho.

Apresentações. Cpr simples e revestidos de 4 e 8mg; cpr sublingual de 4 e 8mg; amp com 2mg/mL em 2 ou 4mL; amp com 4mg/mL em 2mL; amp com 8mg/mL em 4mL.

Usos. Prevenção de náusea e vômitos induzidos por quimioterapia antineoplásica, radioterapia corporal total ou abdominal; prevenção e tratamento de náusea e vômitos no pós-operatório.

Contraindicações. Hipersensibilidade ao medicamento, a outros fármacos da mesma classe ou a qualquer componente da formulação.

Uso off-label. Uso oral em crianças < 4 anos.

Posologia.

  • Neonatologia: eficácia e segurança não estabelecidas para recém-nascidos.
  • Pediatria: dose oral em crianças < 4 anos não é aprovada pelo FDA, mas é descrito uso conforme superfície corporal: se < 0,3m², administrar 1mg/dose 8/8 h; 0,3-0,6m², dose de 2mg, 8/8 h; 0,6-1m², dose de 3mg, 8/8 h. Dose VO: 4-12 anos: 4mg/dose, 8/8 h, e em > 12 anos, 8mg/dose 8/8 h. IV: 0,15mg/kg/dose 8/8 h.
  • Adolescentes: prevenção de náusea e vômitos induzidos por quimioterapia: IV: 0,15mg/kg 3x/dia, iniciando 30 min antes da quimioterapia ou 0,45mg/kg, 1x/dia, ou 8-10mg, 1-2x/dia ou 24-32mg, 1x/dia; VO para agentes com alto poder emetogênico: 24mg, 30 min antes do início da quimioterapia; para os de médio poder emetogênico, 8mg a cada 12 h, começando 30 min antes da terapia e continuando até 2 dias após completado o tratamento. Náusea e vômitos pós-operatórios: IV: 4mg, 30 min antes do término da anestesia, ou como tratamento se ocorrer vômito após a cirurgia; VO: 16mg, 1 h antes da indução anestésica. Irradiação corporal total: 8mg, 1-2 h antes de cada fração diária de radioterapia. Radioterapia fracionada abdominal: 8mg, 1-2 h antes de cada fração diária de radioterapia, após, 8mg, 8 h após o tratamento.

Ajuste de dose.

  • Função hepática: em adolescentes com escore Child-Pugh C, administrar, no máximo, 8mg, 1x/dia.
  • Função renal: não é necessário ajuste de dose.
  • Diálise: dados não disponíveis.

Modo de administração.

  • Via oral: administrar com ou sem alimentos. Para pacientes com problemas de deglutição, pode-se diluir a amp em 26mL de suco de laranja ou refrigerantes a base de cola (estável por 1 h em temperatura ambiente). Deve-se administrar 30 min antes da quimioterapia, 1-2 h antes da radioterapia e 1 h antes da indução anestésica.
  • Via sublingual: o cpr sublingual deve ser colocado embaixo da língua até completa dissol pela saliva. Não mastigar e não engolir inteiro.
  • Via sonda: administrar via sonda a susp oral preparada a partir dos cpr. O cpr pode ser triturado, e seu pó disperso em volume de água adequado para a administração (uso imediato). Administrar separadamente da dieta enteral.
  • Via intravenosa: bolo: administrar diretamente, sem diluir, em 2-5 min; IV/intermitente: diluir a dose em 50mL de SF 0,9% ou SG 5% e administrar em 15 min.
  • Via intramuscular: sim, não diluído.
  • Via subcutânea: não.

Interações medicamentosas.

  • Amiodarona, droperidol, enflurano, halotano, pimozida, sotalol, tioridazina: O ocorre risco de efeitos de cardiotoxicidade.
  • Ciclosfosfamida: pode ocorrer diminuição no efeito da ciclosfosfamida.
  • Alimentos: a presença de alimentos favorece levemente a biodisponibilidade do medicamento.

Lactação. Usar com precaução.

 

Prednisolona

Grupo farmacológico. Corticoide sistêmico.

Apresentações. Sol oftálmica com 5mL (10mg/mL); sol oral (3mg/mL) em 60, 100, 120mL; sol oral (1mg/mL) em 120mL.

Usos. Tratamento de distúrbios endocrinológicos, reumatológicos, doenças do colágeno e dermatológicas, estados alérgicos, doenças oftalmológicas, repiratórias, neoplásicas, doenças do trato gastrintestinal, asma.

Contraindicações. Hipersensibilidade à prednisolona, herpes superficial, infecção fúngica grave, infecção por varicela-zóster.

Posologia.

  • Neonatologia: 1mg/kg/dia, em 2 doses diárias.
  • Pediatria: Exacerbação asmática: < 12 anos: 1-2mg/kg, 1x/dia, pela manhã (máximo: 60mg/dia) até melhora clínica ou peakflow 70% do basal, o que leva geralmente 3-10 dias de tratamento. Anti-inflamatória ou imunossupressora: 0,1-2mg/kg/dia, divididos 1-4x/dia. Síndrome nefrótica: 2mg/kg/dia ou 60mg/m²/dia, em 1-3x/dia (dose máxima: 80mg/dia) até que a urina esteja livre de proteína, ou por 4-6 semanas, seguida de dose de manutenção 2mg/kg/dose ou 40mg/m²/dose em dias alternados, sendo titulado até suspensão após 4-6 semanas.
  • Adolescentes: 40-80mg/dia, divididos em 1-2 doses até peak flow 70% do basal. 40-60mg/dia, 1x/dia, curso de 3-10 dias.

Modo de administração.

  • Via oral: pode ser administrado com ou sem alimentos.
  • Via sonda: a sol oral pode ser administrada via sonda. Administrar separadamente da dieta enteral.
  • Via oftálmica: instilar a gt no olho afetado e pressionar por 1-2 min; cuidar para não encostar o instilador na mucosa ocular.

Interações medicamentosas.

  • Interleucina: ocorre redução da efetividade da interleucina.
  • Anfotericina B, clortalidona, furosemida, hidroclorotiazida: há aumento no risco de hipocalemia.
  • Ácido salicílico: há aumento nos efeitos de úlceras ou irritação gastrintestinal.
  • Atracúrio, pancurônio, rocurônio: pode resultar em diminuição nos efeitos dos bloqueadores neuromusculares, prolongando fraqueza muscular e miopatia.
  • Quetiapina, neostigmina, piridostigmina, tretinoína: pode resultar em diminuição nas concentrações séricas desses medicamentos.
  • Carbamazepina, colestiramina, fenobarbital, fenitoína, primidona, rifampicina: pode resultar em diminuição nos efeitos da hidrocortisona.
  • Ciprofloxacino, levofloxacino, norfloxacino: pode ocorrer aumento nos riscos de ruptura de tendão.
  • Anticoncepcionais orais, itraconazol: pode ocorrer prolongamento dos efeitos da hidrocortisona.
  • Vacinas: pode resultar em resposta imunobiológica inadequada da vacina.
  • Femprocumona, varfarina: pode resultar em aumento nos riscos de sangramento.
  • Alimentos: a presença de alimentos parece não afetar a absorção do medicamento.

Lactação. Usar com precaução.

 

Salbutamol

Grupo farmacológico. Broncodilatador; beta-2-agonista de curta ação.

Apresentações. Aerossol pressurizado de 100mg de sulfato de salbutamol por jato com 200 doses e sol para nebulização com 5mg/mL em 10mL; cpr de 2 e 4mg; amp de 0,5mg/mL; xpe com 0,4mg/mL em 120mL.

Usos. No tratamento da crise e/ou manutenção da asma. No tratamento de exacerbações e/ou manutenção da DPOC. Prevenção do broncospasmo induzido pelo exercício.

Contraindicações. Pacientes com arritmia cardíaca associada a taquicardia, taquicardia causada por intoxicação digitálica ou pacientes que apresentem resposta incomum às aminas simpaticomiméticas.

Posologia.

  • Neonatologia: segurança e eficácia não estabelecidas para recém-nascidos.
  • Pediatria: crise de asma: spray: 400-800mg/dose (4-8 jatos) a cada 20 min por 3 doses, após a cada 1-4 h; nos lactentes em crise aguda, mínimo 5 jatos. Nebulização: 0,15mg/kg (mínimo: 2,5mg) a cada 20min, por 3 doses, após, 0,15-0,3mg/kg (não exceder 10mg) a cada 1-4 h, conforme necessidade, ou 0,5mg/kg/h em nebulização contínua. IV contínuo: 1-15mg/kg/min; iniciar com menor dose e aumentar conforme necessidade (1 amp = 500mg).
  • Adolescentes: spray: 100-200µg a cada 4-6 h. Nebulização: 8-10 gt em 3-4mL de SF 0,9% a cada 4-6 h. Na crise: spray, 4-8 jatos com espaçador, a cada 15 min, na 1a h e, após, a cada 1-4h. Nebulização: 10 gt a cada 15 min na 1a h e, após, a cada 1-4 h. Não indicado uso IV pelo risco de arritmias.

Modo de administração.

  • Via oral: administrar o xpe e os cpr com ou sem alimentos.
  • Via sonda: o xpe para administração via sonda pode ser rediluído em volume adequado de água ou suco de frutas para diminuir a viscosidade (uso imediato). Administrar separadamente da dieta enteral.
  • Via intravenosa: bolo: pode ser administrado lentamente na concentração de 50mg/mL. Contínuo: administrar na velocidade inicial de 5mg/min, podendo-se aumentar a cada 15-30 min para 10-20mg/min, em bomba de infusão. O medicamento não deve ser administrado sem diluição em soro; diluir a dose na concentração entre 10-20mg/mL de SF 0,9% ou SG 5%.
  • Via intramuscular: sim.
  • Via subcutânea: sim.
  • Via inalatória: spray: agitar bem o spray antes do uso. Aplicação: segurar o inalador na posição vertical entre os dedos, a uma distância dos lábios, expirar lentamente até todo o ar sair dos pulmões. Ao disparar o jato, inspirar o ar pela boca e prender a respiração por 10 s. Se houver mais de 1 jato, deve haver pausa (10 s) entre eles. Nebulização: diluir a dose em SF 0,9% até completar 3mL; fazer uso de máscara facial.

Interações medicamentosas.

  • Digoxina: pode ocorrer diminuição nos efeitos da digoxina.
  • Esmolol, carvedilol, metoprolol, nadolol, pindolol, propranolol, sotalol: pode ocorrer diminuição na eficácia com uso concomitante com salbutamol.
  • Lazabemida, linezolida, moclobemida, pargilina, procarbazina, rasagilina, selegilina: pode ocorrer aumento nos riscos de agitação, taquicardia ou hipomania pelo aumento nos efeitos do salbutamol.
  • Alimentos: a presença de alimentos não afeta a absorção do medicamento de liberação imediata.

Lactação. Usar com precaução.

 

Este programa de atualização não está mais disponível para ser adquirido.
Já tem uma conta? Faça login