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SUPORTE RESPIRATÓRIO NO TRANSPORTE DA CRIANÇA GRAVE

Autor: Werther Brunow de Carvalho
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • identificar os diferentes tipos de transportes de forma técnica;
  • rever os passos importantes do processo de transporte da criança;
  • acompanhar um fluxograma decisório antes da transferência do paciente;
  • verificar os fatores contribuintes para complicações durante o transporte intra-hospitalar;
  • reconhecer os estágios para o suporte da ventilação durante o transporte;
  • avaliar os dispositivos para administração do oxigênio (O2), assim como para intubação traqueal e traqueostomia;
  • atualizar as causas de eventos adversos durante o transporte, incluindo os fatores de risco para aspiração pulmonar.

Esquema conceitual

Introdução

Os cuidados intensivos pediátricos apresentam uma limitação de recursos em muitas regiões da América Latina, incluindo o Brasil. O referenciamento e o transporte de crianças gravemente enfermas demandam um sistema altamente especializado e organizado para garantir a segurança e um tempo adequado para que a criança receba os cuidados avançados em outro local.1,2

Recentemente, realizou-se uma pesquisa sobre as características das crianças criticamente enfermas com falência respiratória submetidas a transportes na América Latina e quais foram as suas implicações relacionadas à evolução. Os investigadores concluíram que pouco se conhece a respeito dos fatores associados à evolução clínica.3

Nessa pesquisa, analisaram-se dados de 2.692 pacientes admitidos em 28 centros da rede colaborativa pediátrica latino-americana do registro de falência respiratória aguda. Entre os pacientes relacionados de outros locais, 773 (28%) casos relacionados ao transporte não urbano foram independentemente associados com mortalidade (razão de risco [RR] ajustado = 9,4; intervalo de confiança [IC] de 95%: 2,4–3,6).3

O transporte da criança grave configura uma situação relacionada a um procedimento seguro na transferência de um local para outro. Para que a criança não chegue ao destino final em situação clínica pior em relação à saída do local de origem, é preciso avaliar sempre os riscos, os benefícios e as condições ideais para realizar o transporte.

É importante que não haja piora fisiológica da criança relacionada diretamente ao transporte e também que ele ocorra na ausência de eventos graves, isto é, que não exista a falha de nenhum equipamento necessário para o paciente. A equipe do transporte deve estabilizar o paciente em relação à permeabilização de vias áreas, ao suporte respiratório, ao suporte metabólico, ao suporte cardiovascular, ao suporte infeccioso e à temperatura.

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