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SURDEZ CONGÊNITA E NEONATAL DE ORIGEM INFECCIOSA

Mariana de Carvalho Leal Gouveia

Silvio da Silva Caldas Neto

Regina Coeli Ferreira Ramos

Ana Catarina Accioly Gomes

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  • Introdução

A prevalência mundial da perda auditiva (PAperda auditiva) congênita é de 1/1.000 nascidos vivos, sendo mais elevada (2–4%) em crianças que apresentam algum fator de risco,1 e está associada a causas genéticas e ambientais, mas, em um número ainda significativo de crianças, a etiologia é desconhecida.

Entre os fatores de risco para PAperda auditiva, destacam-se as infecções maternas, as quais serão detalhadas neste artigo, especialmente as TORCHS, sigla que compreende, classicamente, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus (CMVcitomegalovírus), vírus herpes simples (HSVvírus herpes simples), Treponema pallidum (sífilis) e, mais recentemente, a infecção pelo zika vírus (ZIKVzika vírus), além de outras infecções.2 Esses agentes podem causar quadro clínico semelhante, tanto na fase gestacional quanto ao nascimento, como crescimento intrauterino retardado, microcefalia, retardo mental, convulsões, alterações visuais e auditivas e paralisia cerebral.3

A transmissão dos patógenos pode ocorrer no período pré-natal, perinatal ou pós-natal, por meio, respectivamente, da passagem transplacentária de organismos, de contato com sangue ou secreções vaginais ou da exposição ao leite materno.1 A identificação da infecção congênita, bem como da PAperda auditiva, pode ser ao nascimento, na infância ou, até mesmo, anos mais tarde.

As causas relacionadas com infecções congênitas ainda ocupam lugar de destaque como um dos principais fatores de risco para PAperda auditiva na infância, apesar de ter reduzido bastante com o controle de algumas infecções, como a rubéola congênita, por meio da imunização. A infecção congênita pelo CMVcitomegalovírus (cCMVinfecção congênita pelo CMV) é uma das mais importantes, por estar relacionada à PAperda auditiva com maior frequência do que as outras infecções em casos sintomáticos e mesmo nos assintomáticos.

As crianças que apresentam suspeita de infecção congênita com potencial de lesão auditiva devem ser submetidas à triagem neonatal com potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATEpotencial evocado auditivo de tronco encefálico) e acompanhamentos frequentes até os 6–8 anos de idade, já que pode ser identificada surdez tardia ou progressiva.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de:

 

  • identificar as principais causas de PAperda auditiva congênita de origem infecciosa;
  • reconhecer os meios diagnósticos para identificação do agente etiológico envolvido na PAperda auditiva neonatal de origem infecciosa;
  • reconhecer as características da PAperda auditiva relacionada a cada agente;
  • identificar as possibilidades terapêuticas e as medidas de profilaxia relacionadas com os diferentes agentes.
  • Esquema conceitual
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