■ Introdução
A fisiopatologia do diabetes melito tipo 2 (DM2diabetes melito tipo 2) é complexa e envolve mecanismos como:
- ■ a resistência à insulina (RIresistência à insulina);
- ■ a deficiência de secreção de insulina;
- ■ a secreção inapropriada de glucagon;
- ■ a diminuição da resposta aos hormônios incretínicos;
- ■ o aumento da reabsorção de glicose pelos túbulos renais.
Além disso, o caráter evolutivo da doença, causado pela perda progressiva da função e da massa de células beta, associado à falta de adesão a um estilo de vida saudável, pode levar à falência da ação dos fármacos e à necessidade absoluta do uso de insulina.
A maioria das diretrizes sobre o tratamento do DM2diabetes melito tipo 2 preconiza, já ao diagnóstico, em paralelo aos hábitos saudáveis de vida, o uso da metformina na dose máxima, eficaz e tolerável, caso não haja contraindicações ao seu uso. Outras preconizam a combinação de fármacos, já ao diagnóstico, para o controle intensivo e como forma de tentar evitar a progressão da doença.
Não existe, todavia, um consenso sobre o segundo fármaco a ser usado e nem sobre o tratamento ideal para o controle metabólico do DM2diabetes melito tipo 2. As evidências apontam que, para a prevenção das complicações micro e macrovasculares da doença, este controle deve ser intensivo e, sobretudo, precoce, sempre que possível.
Isso aumentou o interesse e a valorização de fármacos com menos efeitos colaterais e com mais benefícios, além do controle glicêmico, bem como a individualização do tratamento, respeitando os limites impostos por:
- ■ idade;
- ■ tempo de doença;
- ■ peso corporal;
- ■ custos;
- ■ comorbidades;
- ■ complicações associadas.
■ Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, espera-se que leitor seja capaz de:
- ■ entender a definição de hormônios incretínicos e as suas ações fisiológicas;
- ■ entender a contribuição da disfunção incretínica para a fisiopatologia do DM2diabetes melito tipo 2, bem como os efeitos metabólicos e outras ações do glucagon like peptide 1 (GLP-1glucagon like peptide 1);
- ■ reconhecer as diferentes classes de fármacos incretínicos e o seu potencial emprego no tratamento do DM2diabetes melito tipo 2 (semelhanças e diferenças entre fármacos da mesma classe);
- ■ reconhecer as vantagens do tratamento do DM2diabetes melito tipo 2 baseado em incretinas em comparação a outros fármacos, em monoterapia e nas diversas e possíveis associações, incluídos os efeitos extraglicêmicos;
- ■ reconhecer os eventos adversos relacionados a estes fármacos e a sua segurança no tratamento do DM2diabetes melito tipo 2.