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TERAPIA BASEADA EM INCRETINAS

Rosane Kupfer

Daniel Barretto Kendler

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Introdução

A fisiopatologia do diabetes melito tipo 2 (DM2diabetes melito tipo 2) é complexa e envolve mecanismos como:

 

  • a resistência à insulina (RIresistência à insulina);
  • a deficiência de secreção de insulina;
  • a secreção inapropriada de glucagon;
  • a diminuição da resposta aos hormônios incretínicos;
  • o aumento da reabsorção de glicose pelos túbulos renais.

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O tratamento do DM2diabetes melito tipo 2 é caracterizado pela administração dos diversos fármacos desenvolvidos para a correção destes defeitos, como os sensibilizadores de insulina, os secretagogos de insulina e, mais recentemente, os fármacos incretínicos, que, além de estimular a secreção de insulina de forma glicose-dependente, também atuam na supressão do glucagon.

Além disso, o caráter evolutivo da doença, causado pela perda progressiva da função e da massa de células beta, associado à falta de adesão a um estilo de vida saudável, pode levar à falência da ação dos fármacos e à necessidade absoluta do uso de insulina.

A maioria das diretrizes sobre o tratamento do DM2diabetes melito tipo 2 preconiza, já ao diagnóstico, em paralelo aos hábitos saudáveis de vida, o uso da metformina na dose máxima, eficaz e tolerável, caso não haja contraindicações ao seu uso. Outras preconizam a combinação de fármacos, já ao diagnóstico, para o controle intensivo e como forma de tentar evitar a progressão da doença.

Não existe, todavia, um consenso sobre o segundo fármaco a ser usado e nem sobre o tratamento ideal para o controle metabólico do DM2diabetes melito tipo 2. As evidências apontam que, para a prevenção das complicações micro e macrovasculares da doença, este controle deve ser intensivo e, sobretudo, precoce, sempre que possível.

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Os estudos em pacientes com DM2diabetes melito tipo 2 e doença cardiovascular (DCVdoença cardiovascular) evidenciaram preocupações com o uso de fármacos que causem hipoglicemia, ganho de peso, insuficiência cardíaca congestiva (ICC), fraturas e aumento da mortalidade cardiovascular (CV), principalmente quando em tratamento intensivo.

Isso aumentou o interesse e a valorização de fármacos com menos efeitos colaterais e com mais benefícios, além do controle glicêmico, bem como a individualização do tratamento, respeitando os limites impostos por:

 

  • idade;
  • tempo de doença;
  • peso corporal;
  • custos;
  • comorbidades;
  • complicações associadas.

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Os fármacos que atuam no sistema incretínico se caracterizam por serem eficazes na redução da hemoglobina glicada (HbA1Chemoglobina glicada), terem um bom perfil de segurança com boa tolerância e por estarem inseridos nos algoritmos para o tratamento do DM2diabetes melito tipo 2 em monoterapia ou em associação com outros fármacos.

Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, espera-se que leitor seja capaz de:

 

  • entender a definição de hormônios incretínicos e as suas ações fisiológicas;
  • entender a contribuição da disfunção incretínica para a fisiopatologia do DM2diabetes melito tipo 2, bem como os efeitos metabólicos e outras ações do glucagon like peptide 1 (GLP-1glucagon like peptide 1);
  • reconhecer as diferentes classes de fármacos incretínicos e o seu potencial emprego no tratamento do DM2diabetes melito tipo 2 (semelhanças e diferenças entre fármacos da mesma classe);
  • reconhecer as vantagens do tratamento do DM2diabetes melito tipo 2 baseado em incretinas em comparação a outros fármacos, em monoterapia e nas diversas e possíveis associações, incluídos os efeitos extraglicêmicos;
  • reconhecer os eventos adversos relacionados a estes fármacos e a sua segurança no tratamento do DM2diabetes melito tipo 2.

Esquema conceitual

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