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TERAPIA BASEADA EM PROCESSOS

Roberto Alves Banaco

Denis Roberto Zamignani

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • entender quais são as bases filosóficas e metodológicas das psicoterapias baseadas em evidências e diferenciá-las daquelas que dirigem as terapias baseadas em processos (PBTs);
  • acompanhar a utilização dos processos psicológicos na eleição de um procedimento psicoterápico;
  • ficar informado sobre os métodos atuais de avaliação sobre a eficácia das psicoterapias;
  • acompanhar o desenvolvimento das avaliações sobre a prática da terapia analítico-comportamental (TAC).

Esquema conceitual

Introdução

Os fenômenos que circundam o ser humano costumam ser bastante complexos. Para conhecer tais fenômenos, os seres humanos se utilizam de vários métodos. Em todos eles, pessoas que detêm algum tipo de conhecimento saem em busca de verdades e declaram essas “verdades” a respeito dos fenômenos que aconteceram ou estabelecem previsões sobre o que pode acontecer.

Há métodos contemplativos, que levam os humanos a se maravilharem ou se aterrorizarem pelos próprios eventos que os circundam. Esse era o método que levou a humanidade a ter uma predileção do saber pelo saber. Algumas vezes, essa predileção do saber pelo simples conhecimento chega a ser chamada de filosofia. Por meio dela, e por métodos de contemplação e reflexão, criam-se conceitos e extraem-se normas naturais e éticas e de condução de vida.

Outros métodos de conhecimento podem ser chamados de artísticos, que desenvolvem várias formas de representações sobre o mundo e o universo por meio de linguagens pictóricas, formais, linguísticas e semióticas. Eles retratam e registram historicamente esses eventos, e dessa história podem ser extraídos os conceitos e vivências de toda uma época.

Alguns outros métodos de conhecimento podem ser chamados de religiosos e levam a outros tipos de relação com os elementos da vida, passando agora à atribuição dos eventos a divindades ou seres superiores, que, variando em seus humores para com a humanidade, teriam o controle sobre esses eventos e determinariam quando e por que eles acontecem. O controle humano possível, nesses casos, se obtém por demonstrarem gratidão, obediência, sacrifícios ou súplica por perdão, dirigidos a essas entidades. Nesse método de conhecimento, o ser humano tem uma relação de submissão a um destino que é delineado pela divindade que estiver no controle dos acontecimentos.

E há aqueles métodos de conhecimento que são classificados como científicos. Por meio desses, o ser humano procurou adquirir o controle sobre os eventos, controle esse que se exibe em sua exuberância por meio das tecnologias — a forma máxima de expressão do controle sobre a natureza.

O método de conhecimento adotado por uma pessoa revela qual é sua crença básica, sua concepção do que seja a vida, seu compromisso com o direcionamento — ou mera contemplação — dos fatos e suas noções de verdade. Alguns desses métodos prescindem do controle sobre os eventos (os contemplativos, os artísticos e os religiosos), enquanto outros têm o conhecimento como acesso ao controle sobre os eventos da vida: essas pessoas são denominadas cientistas.

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