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TREINO EM HABILIDADES SOCIAIS PARA PACIENTES COM ESQUIZOFRENIA

Mariângela Gentil Savoia

Eliana Pereira Guimarães

epub-BR-PROPSICO-C7V3_Artigo4

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • descrever o treino de habilidades sociais (THS);
  • contextualizar quando o THS deve ser indicado a pacientes com diagnóstico de esquizofrenia;
  • identificar quando da aplicabilidade do THS em grupo;
  • elaborar seu próprio protocolo de THS para pacientes diagnosticados com esquizofrenia.

Esquema conceitual

Introdução

A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico crônico que atinge de 0,3 a 0,7% da população, sendo igualmente prevalente em homens e mulheres. Os sintomas da esquizofrenia causam intenso sofrimento aos pacientes, muitos deles associados a um déficit de desempenho funcional, que inclui comprometimento das funções do trabalho, retraimento emocional, embotamento afetivo e dificuldades de relacionamento. Os principais sintomas da esquizofrenia são classificados de acordo com as dimensões psicológicas. Os sintomas positivos são caracterizados pela presença de sintomas psicóticos, e os sintomas negativos são aqueles que trazem perdas ao indivíduo.1

Com relação à intervenção psicoterápica dentro das propostas da terapia cognitivo-comportamental (TCC), uma das modalidades amplamente empregadas é o THS, que tem como proposta ensinar habilidades que melhorem esses sintomas e, consequentemente, a qualidade de vida.1

Na divisão 12 da American Psychological Association (APA), o THS está incluído entre as intervenções no nível 1 de eficácia, juntamente à orientação a pais e com o tratamento combinado (TCC mais medicação).1

O THS em pacientes com esquizofrenia vem sendo realizado com bons resultados, e estudos recentes têm investigado a sua eficácia.2 Em uma metanálise em que 27 artigos foram analisados, comparou-se o THS com qualquer outro tipo de intervenção, e o THS mostrou uma magnitude de efeito para sintomas negativos semelhante aos resultados comumente relatados para TCC para sintomas positivos.3

Esses resultados apontam que o THS é útil, especialmente para os pacientes refratários — com resistência ao tratamento —, que é considerada a forma mais grave da doença. Os refratários têm, em geral, duração mais prolongada da doença e mais sintomas negativos, que podem refletir em menos habilidades sociais que as dos não refratários.4

O THS pode ser desenvolvido em grupo ou individual. Tendo em vista que o objetivo do treino é melhorar a comunicação entre as pessoas, o formato em grupo propicia uma aprendizagem mais rápida, consistente e duradoura das habilidades sociais. O THS é um tratamento eficaz nos pacientes com sintomas negativos, e, quando realizado em grupo, pode aumentar a competência social e reduzir sintomas negativos.4

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