- Introdução
O uso terapêutico de testosterona vem aumentando de forma exponencial por conta, principalmente, do aumento do envelhecimento populacional e do diagnóstico do hipogonadismo masculino tardio (HMThipogonadismo masculino tardio). Estudos epidemiológicos têm evidenciado uma associação entre os baixos níveis séricos de testosterona e o desenvolvimento de condições que são clássicos fatores de risco para doença arterial coronária (DACdoença arterial coronária) e clássicos fatores de risco cardiovascular, como:
- obesidade;
- síndrome metabólica (SMsíndrome metabólica);
- diabetes melito do tipo 2 (DM2diabetes melito do tipo 2).
A associação entre um aumento na mortalidade geral e na mortalidade cardiovascular e os baixos níveis de testosterona também foi demonstrada. Os pacientes hipogonádicos, tratados com reposição de testosterona, apresentaram claramente uma reversão de vários desses fatores de risco, portanto, a expectativa geral era a de que a terapia de reposição com testosterona diminuísse o risco cardiovascular.
No entanto, os resultados dos estudos sobre a reposição com testosterona para diminuir o risco cardiovascular têm sido conflitantes, com pesquisas sugerindo diminuição do risco, outras “neutras” e algumas sugerindo aumento do risco cardiovascular, principalmente por doença arterial coronária.
Diante desse contexto, torna-se urgente discutir indicações, benefícios e riscos da terapia com testosterona. Neste artigo, o foco será a relação entre a testosterona e os seus possíveis benefícios e riscos sobre o sistema cardiovascular.
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor estará apto a:
- entender os motivos para o aumento global nas prescrições de testosterona;
- entender o conceito de HMThipogonadismo masculino tardio e conhecer o posicionamento de várias entidades sobre o tema;
- discutir a relação entre os níveis endógenos de testosterona e fatores de risco cardiovascular, como obesidade, SMsíndrome metabólica e DM2diabetes melito do tipo 2;
- discutir a relação entre os níveis endógenos de testosterona e a mortalidade geral e cardiovascular;
- conhecer a atuação da terapia de reposição com testosterona sobre os fatores de risco cardiovascular;
- discutir a relação entre a terapia de reposição de testosterona e a mortalidade cardiovascular.
- Esquema conceitual
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