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TESTOSTERONA E DOENÇA CARDIOVASCULAR

Autores: Juliana Ishii Iguma, Rafael Yuji Melo, Laisa da Silva Chimello
epub-BR-PROCLIM-C18V1_Artigo3

Introdução

As doenças cardiovasculares (DCVs) representam a principal causa de mortalidade no Brasil e um grande fator responsável pelos anos de vida perdidos por doenças.1

As estratégias de abordagem dos fatores de risco envolvidos na fisiopatologia das DCVs são de extrema importância para a melhora desse desfecho, contudo, o enfoque apenas nos fatores de risco clássicos está dando lugar para discussões sobre os fatores de risco emergentes.1

Por ser uma doença multifatorial, a DCV sofre influência de diversos fatores, os quais podem ser divididos em modificáveis — que incluem dislipidemia, obesidade, sobrepeso, hipertensão arterial, diabetes melito (DM) e tabagismo — e não modificáveis — como idade, sexo e fatores genéticos.1

A presença desses fatores aumenta a probabilidade de ocorrência das DCVs, principalmente a doença arterial coronariana (DAC), justificando a importância de se identificar os indivíduos com maior predisposição para determinar as medidas de prevenção e tratamento ideais.1

A estratificação de risco cardiovascular é feita com base em escores, a partir dos quais fica evidente uma diferença entre os sexos masculino e feminino, fato que é amplamente atribuído aos hormônios sexuais e a seus receptores.1–3

Na tentativa de explicar esse fato, identificou-se uma associação entre os níveis baixos de testosterona sérica e um aumento da prevalência de DCVs, levando a uma série de estudos científicos sobre o tema e à análise dos efeitos da terapia de reposição hormonal (TRH).1–3

A testosterona é um hormônio androgênico que apresenta, entre outras funções, um efeito sobre o leito vascular, favorecendo a função endotelial. Sua concentração plasmática sofre queda com a idade, o que parece ter relação com o aumento de DAC, insuficiência cardíaca (IC) e desenvolvimento de fatores de risco.4

Este capítulo abordará os principais pontos de correlação entre a deficiência da testosterona e DCV, assim como os efeitos da TRH. Apesar das críticas e das controvérsias, o entendimento acerca dos resultados encontrados é fundamental para uma avaliação completa do paciente.4

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • identificar o paciente com deficiência de testosterona e os possíveis fatores contribuintes;
  • compreender o papel da testosterona no contexto das DCVs;
  • analisar a relação entre a testosterona e os fatores de risco das DCVs;
  • descrever os riscos e benefícios da TRH no âmbito do risco cardiovascular;
  • descrever as principais indicações e contraindicações da terapia de reposição de testosterona (TRT).

Esquema conceitual

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