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TRANSTORNO BIPOLAR NO IDOSO

Frederico Brina Correa Lima de Carvalho

Angelinda Rezende Bhering

Bruna Mota Machado Gomes Caldas

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • conceituar transtorno bipolar;
  • identificar o transtorno bipolar, especificamente na população idosa;
  • descrever os subtipos de transtorno bipolar;
  • reconhecer os diagnósticos diferenciais de transtorno bipolar;
  • determinar em qual fase da apresentação de transtorno bipolar o paciente se encontra;
  • indicar o tratamento do transtorno bipolar de acordo com as comorbidades do paciente;
  • avaliar a resposta ao tratamento do transtorno bipolar;
  • propor alternativas aos casos refratários de transtorno bipolar.

Esquema conceitual

Introdução

O transtorno bipolar (TB) constitui um transtorno mental recorrente e, às vezes, crônico, caracterizado por períodos de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável (mania ou hipomania), alternando ou não com períodos de depressão. A presença de um episódio de mania ou hipomania constitui a marca essencial para o diagnóstico do transtorno.

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais — 5ª edição (DSM-5), da American Psychiatric Association (APA), colocou o TB em um capítulo separado dos transtornos depressivos, mas as características principais do TB permaneceram sem grandes alterações.1

De acordo com o DSM-5, o TB se diferencia em dois tipos principais:1 o tipo 1, com elevação do humor grave e persistente (mania), e o tipo 2, com elevação do humor mais branda (hipomania). Embora classificado como um transtorno do humor, o TB é uma doença complicada, que, além do humor, afeta a cognição e as várias áreas de funcionamento do paciente.2

Os critérios diagnósticos de TB são bem estabelecidos para a população adulta mais jovem, porém o mesmo não ocorre para os idosos. Estudos sugerem que, na população idosa, há diferenças na apresentação, na epidemiologia e na etiopatogenia, além do manejo da doença e de suas comorbidades, porém há ainda poucos estudos para que se possa caracterizar melhor o TB no idoso.3

O TB em pacientes idosos inclui tanto a doença de início tardio quanto aquela que se manifestou pela primeira vez na idade adulta jovem e que persiste com o envelhecimento (TB de início precoce).4

A idade mínima de 60 anos tem sido comumente usada para definir TB de início tardio, embora a literatura também tenha usado pontos de corte entre 50 e 65 anos.5 A International Society for Bipolar Disorders (ISBD) sugere que sejam incluídos os pacientes com 50 anos ou mais no TB de início tardio devido à conhecida mortalidade prematura entre os portadores da doença.6

Com o envelhecimento populacional, o TB deixou de ser uma doença rara, e sua prevalência é subestimada na população geriátrica.2 O TB é errônea e comumente confundido com o transtorno depressivo maior. Portanto, é importante que o médico geriatra esteja familiarizado com o diagnóstico e o manejo dessa doença, visando realizar, de forma rápida, o reconhecimento e o tratamento adequados.

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