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TRATAMENTO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL DO TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO EM ADULTOS

Paula Ventura

Cynthia Vieira

Juliana Alencar

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • identificar os critérios diagnósticos para o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5);
  • descrever as especificidades do contexto brasileiro em relação à exposição a traumas;
  • resumir as principais técnicas utilizadas no tratamento para TEPT a partir do uso de um protocolo.

Esquema conceitual

Introdução

Ao longo da vida, as pessoas estão sujeitas à exposição a eventos traumáticos capazes de gerar importantes repercussões na saúde física e mental. Estudo epidemiológico com a população do Rio de Janeiro e de São Paulo mostrou que 86% dos entrevistados foram expostos a, pelo menos, um evento traumático ao longo de suas vidas, e entre os principais estão violência urbana, morte de pessoa próxima e acidentes.1

Felizmente a maior parte dos indivíduos que vivencia um trauma não desenvolve qualquer psicopatologia; no entanto, uma parcela pode ter dificuldade de processar a experiência traumática e necessitar de ajuda profissional.2

A literatura aponta uma série de desfechos psiquiátricos associados ao trauma, sendo o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) o mais prevalente.2 Segundo estudo recente, também realizado com a população das cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, a prevalência de TEPT em 1 ano é de 3,3 e 5%, respectivamente, e, ao longo da vida, a estimativa chega a 8,7 e 10,2%.3

Apesar do cenário apresentado, o TEPT ainda é subdiagnosticado pelos profissionais de saúde: pacientes em tratamento no ambulatório geral de saúde mental do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ipub-UFRJ) apresentaram prevalência de 20,5% de TEPT completo, sendo que apenas 2,4% desses receberam o diagnóstico pelo seu médico. O que significa que 97,6% dos pacientes não foram diagnosticados com TEPT.4

No senso comum, o termo “trauma” é utilizado para distintas situações que impactam de alguma maneira um indivíduo, como perda de emprego, separação ou decepções amorosas. No entanto, quando se trata do diagnóstico de TEPT, segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5),5 um evento traumático só pode ser classificado como tal, caso haja, durante a exposição, ameaça de morte ou à integridade física do indivíduo. Presenciar eventos traumáticos sofridos por outros ou ficar sabendo da ocorrência com alguém próximo também pode desencadear um quadro de TEPT.

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