Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- identificar sinais de alarme para cefaleias secundárias e sinais que apontam para a benignidade da cefaleia de pacientes que procuram a unidade de emergência (UE);
- reconhecer as cefaleias secundárias na UE;
- discutir opções de tratamento para pacientes que procuram a UE por estado de mal enxaquecoso, considerando os fármacos e procedimentos disponíveis no Brasil.
Esquema conceitual
Introdução
Dos pacientes que procuram a UE, 10 a 15% apresentam condições neurológicas;1 deles, 13 a 27,8% têm queixa de cefaleia não traumática.2 Pode-se dizer que, de modo geral, os pacientes com cefaleia constituem cerca de 4,5% dos que procuram a UE. Esses números, segundo relatos, representam 0,5 a 2,8% das consultas de emergência.
Aproximadamente 5 milhões dos atendimentos anuais em UEs mundiais ocorrem por cefaleia, constituindo 5% de todas as queixas de pacientes que procuram atendimento médico nesses locais.3,4 A grande maioria, mais de 95% desses pacientes, terá enxaqueca.
Embora em sua absoluta maioria os pacientes com cefaleia que procuram UE apresentem cefaleias primárias, o não reconhecimento de causas graves de cefaleia pode ter consequências potencialmente fatais. Portanto, diferenciar pacientes com cefaleias por causas graves da enorme maioria de pacientes com cefaleias primárias benignas é de extrema importância na UE. Para isso, conhecer a história clínica e exame físico cuidadoso constituem parte fundamental na avaliação do paciente com cefaleia.