Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer as principais manifestações neuropsiquiátricas das diferentes demências;
- identificar os sintomas comportamentais do paciente com demência;
- discutir distintas linhas de abordagem e possíveis tratamentos para quadros clínicos de demência.
Esquema conceitual
Introdução
Demência pode ser definida como uma síndrome de declínio cognitivo-funcional que se manifesta pelo comprometimento de, pelo menos, duas habilidades mentais (como memória, linguagem, habilidade visuoespacial ou comportamental), de intensidade suficientemente grave para reduzir a autonomia do paciente para a realização das atividades da vida diária.
A doença de Alzheimer (DA), associada ou não à comorbidade cerebrovascular, é a causa mais comum de demência. A demência com corpos de Lewy (DCL) e a demência frontotemporal (DFT) são também causas relevantes de demência, embora menos frequentes do que a DA. A demência vascular é também causa comum de demência, especialmente em pacientes com fatores de risco vascular. Em todas essas condições, além dos sintomas cognitivos e do declínio funcional, os pacientes manifestam transtornos comportamentais ou sintomas neuropsiquiátricos (SNPs).
Os SNPs são manifestações comuns nas demências e estão associados a aumento da mortalidade, além de dificultarem a adesão ao tratamento e de aumentarem o estresse do cuidador, muitas vezes justificando a institucionalização do paciente.
Os SNPs representam um grande desafio no manejo clínico dos pacientes com síndromes demenciais e requerem tanto medidas não farmacológicas quanto, em muitos casos, tratamento farmacológico. Nessas situações, é primordial haver estreita e clara interação entre o médico assistente, o paciente e seus familiares.