Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo o leitor será capaz de
- descrever a gravidade atual da epidemia de obesidade na infância e na adolescência;
- identificar a patogênese da obesidade na infância e na adolescência;
- reconhecer o diagnóstico da obesidade na infância e na adolescência de forma correta;
- relacionar as comorbidades associadas à obesidade na infância e na adolescência;
- identificar as possiblidades de tratamento da obesidade na infância e na adolescência.
Esquema conceitual
Introdução
A obesidade é uma doença ainda pouco conhecida, complexa e com muitos fatores fisiológicos, ambientais, socioeconômicos e genéticos que contribuem para o seu desenvolvimento.
Nas últimas décadas, a obesidade, particularmente na infância e na adolescência, tem ocupado manchetes em veículos de comunicação e tem sido alvo de numerosas publicações no mundo todo. Atualmente é referida como uma “pandemia mundial” e reconhecida como importante problema de saúde pública.
O excesso de peso na faixa etária pediátrica afeta todas as classes sociais e é mais frequente em centros urbanos, onde o acesso a alimentos hipercalóricos e com alta densidade energética torna-se parte da rotina diária.
Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) demonstraram que 16,33% das crianças brasileiras entre 5 e 10 anos de idade estão com sobrepeso, 9,38% com obesidade e 5,22% com obesidade grave. Com relação aos adolescentes, 18% apresentam sobrepeso, 9,53% obesidade e 3,98% obesidade grave.1
Vários aspectos estão implicados no desenvolvimento da obesidade na infância e na adolescência, como fatores comportamentais, qualidade da alimentação, prática de exercícios, estado psicossocial e ambiente em que a criança ou o adolescente está inserido. No entanto, a predisposição genética à obesidade também tem papel fundamental, e a doença não é exclusivamente comportamental.