- Introdução
A maconha é a droga ilícita mais consumida no mundo. Trabalhos científicos e a prática clínica demonstraram os diversos prejuízos gerados pelo seu uso. Os principais são:
- desencadeamento de transtornos psiquiátricos (esquizofrenia e outras psicoses, depressão, mania);
- envolvimento em acidentes de trânsito;
- evasão escolar;
- redução de diplomas escolares e universitários;
- desemprego;
- aumento da utilização da previdência social.
Apesar dos problemas, a maioria das pessoas com transtorno por uso de maconha (TUCatranstorno por uso de maconha) não chega para tratamento motivada a parar de usar a droga. A psicofarmacologia ainda não apresenta efeitos benéficos significativos, principalmente em longo prazo. As evidências sugerem que a associação de técnicas psicoterápicas (entrevista motivacional [EM], terapia cognitivo-comportamental [TCC], manejo de contingência [MC] e terapia familiar) apresenta os melhores resultados.
Algumas características dos usuários de maconha, como idade, presença de comorbidades e grau de motivação para a abstinência, podem auxiliar a definir a melhor abordagem terapêutica.
Apesar de haver um esforço internacional para a legalização da maconha e, de permeio, de a droga estar sendo tratada como quase inofensiva e pouco prejudicial à saúde, o fato é que a medicina segue recebendo pacientes com TUCatranstorno por uso de maconha. Urge, portanto, que o profissional de saúde mental, em geral, e o psiquiatra, de maneira especial, estejam suficientemente informados sobre essas questões para não se deixarem levar por escusas que não passam de meras racionalizações.
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de:
- conhecer a prevalência do TUCatranstorno por uso de maconha e as repercussões geradas por esse transtorno;
- selecionar as abordagens psicoterápicas mais eficazes no tratamento desses indivíduos;
- prescrever os fármacos mais eficientes para o tratamento de indivíduos com TUCatranstorno por uso de maconha.
- Esquema conceitual