Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer a relação entre a oferta e a demanda por leitos de terapia intensiva;
- reconhecer a teoria das filas e o dimensionamento de leitos de terapia intensiva;
- identificar os escores utilizados para detecção de instabilidade clínica e indicação de admissão na unidade de terapia intensiva (UTI);
- identificar as opções para organizar a entrada de pacientes em leito de terapia intensiva.
Esquema conceitual
Introdução
O cuidado com o paciente grave em leito de terapia intensiva requer recursos humanos e financeiros. A demanda crescente por leito especializado exige que o sistema de saúde se organize para contemplar o atendimento ao paciente com qualidade e de forma racional.
Existem fatores epidemiológicos que determinam o aumento da demanda pelos leitos de UTI, como o envelhecimento populacional, a gravidade de pacientes hospitalizados e o avanço de tratamentos que exigem monitoração pelo especialista. O conhecimento sobre o uso dos leitos permite melhor planejamento ao gestor e consequente otimização de recursos.
Em situações em que a demanda por leitos é superior à sua disponibilidade, como em catástrofes e pandemias, a organização para triagem de admissões é mandatória. Estabelecer critérios para triar pacientes é uma forma de gerenciar os recursos e racionalizar a decisão do profissional responsável por encaminhar esses pacientes à UTI. A alocação de recursos envolve
- conhecimento sobre doença aguda;
- fatores de risco para mortalidade;
- sobrevida a longo prazo;
- probabilidade de recuperação;
- princípios éticos.
A sistematização da triagem do paciente deve ser abordada com a equipe assistente em sua totalidade, paciente e família. Os protocolos de priorização e triagem devem ser estabelecidos para garantir o uso dos recursos de forma ética e com o melhor aproveitamento em termos de recuperação e sobrevida aos pacientes.