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ULTRASSONOGRAFIA CINESIOLÓGICA NA COVID-19

Marcelo Farani López

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • compreender as ondas ultrassônicas e a formação de imagens;
  • reconhecer a ultrassonografia cinesiológica (USC) e seu uso pelo fisioterapeuta;
  • discutir a aplicabilidade da USC no contexto da terapia intensiva e da pós-hospitalização;
  • analisar imagens de alterações pleuropulmonares em pacientes suspeitos e confirmados com covid-19;
  • aplicar a USC na avaliação de pacientes com insuficiência respiratória e nos pacientes com ventilação não invasiva (VNI) e invasiva (VMI);
  • avaliar o sucesso e o insucesso no processo de desmame;
  • identificar alterações morfológicas e funcionais nos músculos respiratórios e na muscular apendicular.

Esquema conceitual

Introdução

A USC é um exame de imagem que permite ao fisioterapeuta investigar a morfologia e a funcionalidade das estruturas a serem trabalhadas. É uma ferramenta de avaliação que vem crescendo no mundo e garantindo o acompanhamento em tempo real das estruturas tratadas, quantificando e qualificando a coleta de dados indispensáveis na evidência clínica e científica.

A Lei nº 6.316/19751 e a resolução COFFITO 80/19872 regulamentam o uso da ultrassonografia (US) pelo fisioterapeuta para fins de elaboração do diagnóstico fisioterapêutico compreendido como avaliação físico-funcional, solicitação, realização e interpretação desse exame complementar. Ademais, a Lei nº 12.842/2013,3 que regulamenta o exercício da medicina no Brasil, não contempla a utilização da US como ato privativo do médico, deixando claro que o Artigo. 4°, inciso III da referida lei, limita aos médicos apenas a execução de procedimentos diagnósticos invasivos, o que não se aplica à USC.

No contexto gerado pela pandemia da covid-19, a US ganhou destaque em função de alguns fatores bem relevantes, como:

  • avaliação à beira do leito, sem necessidade de deslocamento do paciente e de toda equipe para o setor de radiologia;
  • boa correlação com a tomografia computadorizada (TC) de tórax para observação de áreas comprometidas e superioridade em relação à radiografia de tórax;
  • agilidade na avaliação e possibilidade de diversas reavaliações ao longo do período;
  • não utiliza radiação (as ondas ultrassônicas são ondas mecânicas);
  • elevada sensibilidade no rastreio de suspeitos com covid-19, com insuficiência respiratória e nos casos de comprometimento pulmonar moderado e grave;4
  • avaliação no processo do desmame da ventilação mecânica (VM) com preditores na avaliação pleuropulmonar — escore ultrassonográfico pulmonar (em inglês, lung ultrasound score [LUS score]) e na avaliação diafragmática (definição de atrofia muscular e disfunção diafragmática);5
  • avaliação rápida de intubação correta e redução da morbidade e mortalidade gerada pela intubação incorreta em pacientes graves;6
  • rastreamento das alterações morfofuncionais que acometem a musculatura esquelética apendicular.7

Algumas dificuldades para realização da avaliação estão relacionadas aos seguintes aspectos:4

  • não disponibilidade do equipamento ou de todas as sondas (transdutores ou probes) necessários para análise;
  • baixa qualidade dos equipamentos e sondas;
  • capacidade insuficiente ou ausente da equipe e necessidade de profissional com expertise para análises adequadas;
  • variabilidade intra e interoperador (avaliador-dependente).
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