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VENTILAÇÃO COM LIBERAÇÃO DE PRESSÃO NAS VIAS AÉREAS

Everton Araujo Cavalcante

Bruno Souza Soares

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • compreender os princípios, a evolução e o racional da ventilação com liberação de pressão nas vias aéreas (em inglês, airway pressure release ventilation [APRV]);
  • identificar as características do pulmão com síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA);
  • estabelecer a correlação entre a SDRA e a estratégia de proteção pulmonar;
  • identificar a população elegível ao emprego do modo APRV;
  • reconhecer a maneira mais atual de utilizar a APRV.

Esquema conceitual

Introdução

A APRV teve sua primeira descrição na literatura em 1987, quando foi postulada a possibilidade do uso de períodos de liberação de pressão nas vias aéreas com o objetivo de produzir ventilação alveolar sem a necessidade de adição de pressão além da pressão positiva contínua nas vias aéreas (em inglês, continuous positive airway pressure [CPAP]), em pacientes com lesão pulmonar aguda grave. Essa estratégia traria os benefícios da CPAP para a oxigenação e favoreceria a eliminação de gás carbônico (CO2) em pacientes com incapacidade de manter a ventilação alveolar adequada.1

Desde então, a APRV vem sendo testada e utilizada de diversas formas em pesquisas e na prática clínica nos pacientes com SDRA. Há, na literatura, grande variação na metodologia das pesquisas sobre os parâmetros de utilização, o que torna a APRV um modo ventilatório de difícil comparação com a ventilação mecânica (VM) convencional na abordagem dessa população.2

A mortalidade na SDRA apresenta uma tendência de queda nos últimos 20 anos após a instituição da VM protetora, porém ainda permanece alta.3 Esse número supera os 50% em um grande trabalho comparando as duas principais estratégias de VM na SDRA moderada a grave.4

Mais recentemente, foi proposta uma nova forma de utilização da APRV, com períodos muito curtos de liberação de pressão.5 Essa estratégia alia os benefícios da ventilação em CPAP com pressão média de vias aéreas mais elevadas aos períodos de liberação para eliminação de CO2 sem causar, contudo, o efeito deletério relacionado ao desrecrutamento e recrutamento alveolar a cada liberação e nova pressurização,6,7 além de outros potenciais benefícios que serão discutidos neste capítulo.

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