CUIDADO AO PACIENTE COM DELIRIUM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Autores deste artigo

• BARBARA ALANA VIZZACCHI

• ANTONIO PAULO NASSAR JUNIOR

Resumo

O delirium é uma síndrome clínica caracterizada por distúrbio de atenção, alteração do nível de consciência e pensamento desorganizado, que ocorre de forma aguda e apresenta curso flutuante, acometendo de 20 a 70% dos pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI). Diversos fatores de risco, tais como os inerentes ao paciente (idade, demência prévia), à gravidade (ventilação mecânica, outras disfunções orgânicas) e iatrogênicos (níveis profundos de sedação), estão associados à ocorrência de delirium, que pode ser hipoativo (letargia, desatenção, redução da mobilidade e pensamento desorganizado), hiperativo (agitação, desatenção e combatividade) ou misto. O diagnóstico deve ser feito idealmente com ferramentas específicas, como o Confusion Assessment Method for the Intensive Care Unit (CAM-ICU) e o Intensive Care Delirium Screening Checklist (ICDSC). Algumas medidas, tais como tratamento da dor e níveis mais superficiais de sedação, além de medidas não farmacológicas, como melhora da orientação do paciente, mobilização precoce e participação dos familiares, associam-se à redução de delirium. O tratamento farmacológico com antipsicóticos não parece reduzir a duração do delirium e deve ser realizado apenas em situações pontuais para controlar a agitação do paciente em delirium.

Palavras-chave

Delirium; UTI; CAM-ICU; ICDSC; Medidas não farmacológicas; Tratamento farmacológico.