HIPOTERMIA TERAPÊUTICA E REPERCUSSÕES NO NEURODESENVOLVIMENTO

Autores deste artigo

• GABRIELA SILVEIRA NEVES

• FERNANDA DE CORDOBA LANZA

• VANESSA PEREIRA DE LIMA

• HÉRCULES RIBEIRO LEITE

Resumo

A hipotermia terapêutica (HT) é considerada o ?standard of care? para o tratamento do recém-nascido (RN) com encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI) de moderada a grave. Sua ação neuroprotetora é justificada pela redução do metabolismo energético cerebral, supressão do acúmulo de citocinas e proteção contra a lesão oxidativa, reduzindo o índice de mortalidade sem aumentar a taxa de incapacidades ou alterações do desenvolvimento infantil. Trata-se de RN crítico que merece extrema atenção desde o diagnóstico inicial, incluindo monitoramento neurológico e sistêmico preciso por equipe multidisciplinar. A fisioterapia, por sua vez, tem papel fundamental nos cuidados com a ventilação e a oxigenação, promovendo normocapnia e valores normais de oxigenação a fim de se evitar lesões cerebrais adicionais. O diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para minimizar efeitos lesivos hipóxico-isquêmicos e otimizar o prognóstico. Sabendo-se que manifestações clínicas podem estar associadas com o desenvolvimento de futuras disfunções neurológicas, torna-se importante o acompanhamento do desenvolvimento neuropsicomotor de RNs com esses sinais. A fisioterapia compõe equipe multidisciplinar no follow-up após a alta hospitalar e utiliza de testes específicos de desenvolvimento infantil para análise do neurodesenvolvimento. O acompanhamento deve progredir até a idade escolar e fases ainda mais avançadas, a fim de se avaliar e minimizar o comprometimento causado pelo insulto hipóxico-isquêmico perinatal.

Palavras-chave

Hipotermia terapêutica; Encefalopatia hipóxico-isquêmica; Desenvolvimento neuropsicomotor; Hiperóxia; Hipocapnia.