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ansiedade em paciente internado com Covid-19

Autores: Tanyse Galon, Janaina Gomes Perbone Nunes, Darlene Suellen Antero Travagim de Toledo
epub-COLETANEA-DIAG-ENF-V2_Artigo1

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • descrever as manifestações de ansiedade entre pacientes internados com COVID-19;
  • identificar o diagnóstico de ansiedade em pacientes internados com COVID-19;
  • verificar os resultados de enfermagem esperados em pacientes com ansiedade internados com COVID-19;
  • propor intervenções de enfermagem para alcançar os resultados esperados em pacientes com ansiedade internados com COVID-19.

Esquema conceitual

Introdução

Em 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu um alerta de casos de pneumonia na cidade de Wuhan, na China. Após uma semana, autoridades confirmaram a existência de uma nova cepa do coronavírus, SARS-CoV-2, responsável pela nova doença denominada COVID-19.1

Em 11 de março de 2020, a OMS declarou a COVID-19 uma pandemia, panorama que levou especialistas e autoridades globais a trabalharem em conjunto para compreender a doença, seus efeitos na saúde humana, formas de tratamento e estratégias para prevenção a nível individual e coletivo.1

A COVID-19 é uma doença infectocontagiosa cujos sinais e sintomas mais comuns são febre, cansaço e tosse seca. Manifestações menos frequentes envolvem2

  • perda de olfato (anosmia) e de paladar (ageusia);
  • congestão nasal;
  • conjuntivite;
  • dor de garganta;
  • dor de cabeça;
  • dores osteomusculares;
  • alterações na pele;
  • náusea ou vômito;
  • diarreia;
  • calafrios;
  • tonturas.

Cerca de 80% das pessoas contaminadas pela COVID-19 se recuperam da doença sem necessidade de tratamento hospitalar. Entretanto, aproximadamente 15% podem apresentar quadros graves e 5% demandarem cuidados intensivos, em decorrência de complicações que incluem2

  • insuficiência respiratória;
  • síndrome do desconforto respiratório agudo;
  • alterações neurológicas;
  • sepse e choque séptico;
  • tromboembolismo;
  • insuficiência de múltiplos órgãos.

Embora as pesquisas e os cuidados em saúde tenham focado nos aspectos clínicos da COVID-19, é importante ressaltar as consequências da doença para o quadro emocional ou psíquico das pessoas acometidas.3 Estudos apontam que pacientes com COVID-19 apresentam elevado risco para ansiedade, depressão e distúrbios do sono.4

Dentre as principais alterações psíquicas, neste capítulo, destaca-se a ansiedade, manifestação identificada em pacientes internados pela COVID-19, imersos em um contexto de incertezas sobre a doença, isolamento social prolongado e medo de agravamento e morte frente aos elevados números de casos e óbitos a nível mundial.5,6 Logo, as equipes de enfermagem devem prestar um cuidado integral e sistematizado aos indivíduos, incluindo uma assistência de enfermagem voltada para a ansiedade em pacientes internados em decorrência da COVID-19.

Ansiedade em paciente internado com COVID-19

A ansiedade é uma das emoções humanas básicas que se manifestam diante de uma situação de alerta ou perigo iminente ou futuro, sendo parte do estado emocional e fisiológico do ser humano. A ansiedade pode impulsionar ou motivar um indivíduo a se proteger ou se defender de algo, atuando como um mecanismo de defesa saudável, pontual e não patológico.7

Entretanto, a ansiedade também pode se manifestar como um estado de medo absoluto, paralisante, que envolve a perda de controle das emoções, dos sentimentos e dos comportamentos e que desequilibra os aspectos mentais, emocionais, sociais, físicos, entre outros, tornando-se danosa, patológica e, em alguns casos, alcançar características de um transtorno de ansiedade (TA).8

A pandemia de COVID-19 produziu inúmeros fatores estressores para a população geral. Estudo de Barros e colaboradores, por meio de aplicação de questionário online junto a 45.161 participantes brasileiros, identificou que, durante a pandemia ocorreu o seguinte:9

  • 52,6% sentiram-se frequentemente ansiosos ou nervosos;
  • 43,5% relataram início de problemas de sono;
  • 48% indicaram piora de problemas de sono preexistentes.

O paciente que recebe um diagnóstico da doença e necessita de internação hospitalar pode manifestar um intenso quadro de sofrimento mental. Ele vivencia a experiência da internação permeado por diversas informações prévias e crenças sobre a doença e suas formas de evolução, o que pode gerar ou intensificar os quadros de ansiedade.

A literatura científica nacional e internacional4–6,9–15 e a prática clínica apontam fatores associados ao sofrimento mental dos indivíduos — incluindo a ocorrência de ansiedade — no contexto da pandemia de COVID-19 (Figura 1).

FIGURA 1: Fatores relacionados ao sofrimento mental no contexto da pandemia de COVID-19. // Fonte: Elaborada pelas autoras.

Nesse sentido, é fundamental que a equipe de enfermagem considere a dimensão do impacto da pandemia de COVID-19 na saúde mental e na produção de ansiedade entre os pacientes internados com esse diagnóstico. Os aspectos emocionais também devem ser investigados e incluídos nos planos de cuidado de forma sistematizada, embasados no quadro do paciente, em suas queixas e necessidades, em articulação com as evidências científicas sobre o tema.

A própria vivência de uma internação hospitalar, independentemente do diagnóstico, pode ser um fator propulsor de ansiedade nos pacientes. Estudos apontam significativa prevalência de ansiedade em pacientes hospitalizados.11,12

A ansiedade durante uma internação pode envolver o seguinte:5,11,12

  • a frequente exposição da intimidade a estranhos;
  • o contato com outros enfermos em diferentes estados de saúde;
  • a incerteza da evolução da doença e do tratamento;
  • a preocupação com a vida fora do contexto hospitalar, incluindo questões de emprego e condições financeiras, ou mesmo quanto a casa, família e cuidado com os filhos/dependentes.

Pesquisas científicas sobre a ansiedade em pacientes internados com COVID-19 foram desenvolvidas em todo o mundo, ainda que o tema seja passível de maiores investigações pela comunidade acadêmica por causa da sua importância e prevalência.4,5

Estudo de Li e colaboradores buscou identificar os fatores associados à depressão e à ansiedade em pacientes com COVID-19 hospitalizados em Wuhan, na China, epicentro da pandemia. Os resultados apontaram um elevado escore de ansiedade em pacientes com COVID-19 durante a internação. Em 26,3% dos casos, a ansiedade se mostrou limítrofe e, em 15,2%, anormal. O risco de sintomas de ansiedade em pessoas entre 46 e 60 anos de idade foi 3,83 vezes maior do que em pessoas acima de 60 anos. Além disso, identificou-se que quanto maior o tempo de internação, maior o risco de sintomas de ansiedade nesses pacientes.5

Deng e colaboradores desenvolveram uma metanálise sobre a prevalência de depressão, ansiedade e distúrbios do sono em pacientes com COVID-19. Os achados indicaram que 47% das pessoas atendidas apresentaram ansiedade e 34% manifestaram distúrbios do sono. Por conseguinte, os autores alertaram para a importância de maiores estudos sobre os efeitos da COVID-19 na saúde mental dos indivíduos, em especial de pacientes em internação hospitalar.4

Uma revisão sistemática com metanálise desenvolvida por pesquisadores indianos apontou uma prevalência de 26% de ansiedade em um grupo composto por população geral, profissionais de saúde e pacientes com COVID-19. Os autores identificaram que a carga de sofrimento psíquico foi maior entre os pacientes, seguidos dos profissionais de saúde e da população em geral. Nesse sentido, o estudo alertou para a importância de um olhar atento aos quadros de ansiedade em pacientes internados com COVID-19.10

Estudo transversal de Ngasa e colaboradores, realizado em pacientes com COVID-19 de um hospital de Camarões, país da África Central, também identificou altos índices de ansiedade nos pacientes hospitalizados. A média de idade dos participantes da pesquisa era de aproximadamente 48 anos, e a prevalência de ansiedade foi de 60,35%. Como fatores associados à ansiedade, os autores identificaram o sexo masculino, a hipoxemia, a presença de complicações da COVID-19 e o episódio atual de depressão.11

Kong e colaboradores identificaram uma prevalência de 34,72% de ansiedade em pacientes hospitalizados com COVID-19. Estiveram associados a um maior quadro de ansiedade a idade avançada, o sexo feminino, a queda na saturação de oxigênio e o suporte social baixo. Além disso, os autores sugeriram que a ansiedade é mais frequente em pacientes com quadros graves e longa hospitalização.12

É importante destacar a relação entre dispneia e ansiedade nos pacientes com COVID-19. Com a piora do desconforto respiratório, os pacientes podem considerar a falta de ar uma ameaça associada à ansiedade, que pode induzir respostas físicas secundárias.5

A dispneia pode afetar as emoções e aumentar o estresse psicológico; ao mesmo tempo, a ansiedade pode causar hiperventilação, provocando mais ansiedade.5 Embora sejam necessários mais estudos que comprovem uma associação direta entre dispneia e sintomas de ansiedade em pacientes com COVID-19, a discussão dessas hipóteses não deve ser descartada, e sim considerada na prática clínica.

Estudo de Huang e colaboradores, desenvolvido com 1.733 pacientes 6 meses após internação por COVID-19. Os autores identificaram, como consequências mais comuns, a fadiga e a fraqueza muscular, a dificuldade de dormir e a ansiedade ou depressão, sendo essas últimas relatadas por 23% dos pacientes entrevistados.13

Resultado semelhante foi identificado em estudo de Schol e colaboradores,14 no qual a depressão e a ansiedade foram as sequelas psíquicas da COVID-19 mais frequentes segundo os estudos analisados. Ademais, uma pesquisa na Suíça indicou, como possíveis fatores relacionados ao sofrimento psíquico pós-COVID-19, o isolamento, o estresse percebido, a baixa frequência de contato com familiares e as preocupações decorrentes dos relatos da mídia sobre a pandemia.15

Nesse sentido, a ansiedade em pacientes com COVID-19 deve ser uma preocupação das equipes de enfermagem nos diferentes cenários de atendimento e assistência à saúde, sobretudo nos ambientes de internação hospitalar. Como possíveis medidas desenvolvidas pela equipe interdisciplinar diante da ansiedade em pacientes internados com COVID-19, os estudos apontaram as ações descritas no Quadro 1.

QUADRO 1

CONDUTAS DIANTE DA ANSIEDADE EM PACIENTES INTERNADOS COM COVID-19

  • Implementação, pelos hospitais de triagem direcionada à saúde mental, de interconsultas e uso de tecnologias e sistemas de comunicação para reduzir a ansiedade (por exemplo, disponibilidade de videochamadas para contato do paciente com a família e vice-versa).4
  • Acolhimento das queixas relacionadas à ansiedade e ao sofrimento psíquico.12
  • Clareza das informações ao paciente sobre a doença, a internação, os procedimentos da assistência, os planos de cuidado e as demais dúvidas que ele possa apresentar.4,10–12
  • Coibição de informações falsas sobre a COVID-19, orientando o paciente com base em evidências científicas atualizadas.4
  • Fornecimento de atendimento psicológico e/ou psiquiátrico quando indicado.10,11
  • Promoção de atividades de relaxamento e manejo da ansiedade que envolvam arte e música.12
  • Promoção de atividades com foco no relaxamento, no autocuidado e no aumento da sensação de segurança, quando indicado, como:16
    • treinamento de relaxamento respiratório;
    • mindfulness;
    • habilidades de refúgio;
    • método do abraço borboleta.

ATIVIDADES

1. Sobre o conceito de ansiedade, considere as afirmativas a seguir.

I. A ansiedade não faz parte do estado emocional e fisiológico natural do ser humano e deve ser entendida sempre como um mecanismo patológico.

II. A ansiedade patológica se manifesta como um estado de medo absoluto, paralisante, que envolve a perda de controle de emoções, sentimentos e comportamentos e que desequilibra os aspectos mentais, emocionais, sociais e físicos.

III. Os quadros de ansiedade sempre se configuram como um TA.

IV. A ansiedade pode ser associada às experiências humanas diante da pandemia de COVID-19.

Quais estão corretas?

A) Apenas a I e a II.

B) Apenas a I e a III.

C) Apenas a II e a IV.

D) Apenas a III e a IV.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


A ansiedade pode ser parte do estado emocional e fisiológico natural do ser humano e nem sempre deve ser entendida como patológica. Assim, nem todos os quadros de ansiedade se configuram como um TA.

Resposta correta.


A ansiedade pode ser parte do estado emocional e fisiológico natural do ser humano e nem sempre deve ser entendida como patológica. Assim, nem todos os quadros de ansiedade se configuram como um TA.

A alternativa correta é a "C".


A ansiedade pode ser parte do estado emocional e fisiológico natural do ser humano e nem sempre deve ser entendida como patológica. Assim, nem todos os quadros de ansiedade se configuram como um TA.

2. Quanto aos fatores geradores de sofrimento mental (incluindo a ansiedade) em pacientes com COVID-19, assinale a alternativa correta.

A) Medo de se contaminar, medo de morrer, medo de contaminar um familiar, ler notícias sobre a pandemia de forma equilibrada e sem excessos.

B) Medo da evolução da doença, estigma da doença, fortalecimento das redes de apoio, dificuldades de acesso a um atendimento psicossocial.

C) Doença nova e desconhecida, preocupações com o trabalho e o desemprego, condições socioeconômicas precárias, quarentena e isolamento social.

D) Facilidade de propagação da doença, veiculação de notícias falsas e sem embasamento científico, dificuldades de acesso a um serviço de saúde, sentimentos de esperança e resiliência.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


Ler notícias sobre a pandemia de forma equilibrada e sem excessos, fortalecimento das redes de apoio e sentimentos de esperança e resiliência são fatores que podem reduzir o sofrimento mental em pacientes com COVID-19.

Resposta correta.


Ler notícias sobre a pandemia de forma equilibrada e sem excessos, fortalecimento das redes de apoio e sentimentos de esperança e resiliência são fatores que podem reduzir o sofrimento mental em pacientes com COVID-19.

A alternativa correta é a "C".


Ler notícias sobre a pandemia de forma equilibrada e sem excessos, fortalecimento das redes de apoio e sentimentos de esperança e resiliência são fatores que podem reduzir o sofrimento mental em pacientes com COVID-19.

3. No contexto da pandemia por COVID-19 e ansiedade, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).

A incerteza da evolução da doença é um fator associado à ansiedade durante uma internação.

Os estudos mais recentes desvinculam quadro de dispneia de ansiedade.

A ansiedade não é considerada uma sequela da COVID-19, apesar de essas duas condições estarem associadas.

Os quadros graves de COVID-19 e a longa hospitalização estão relacionados à ansiedade.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) V — F — V — F

B) V — F — F — V

C) F — V — V — F

D) F — F — V — V

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".


A primeira alternativa é verdadeira. A exposição da intimidade a estranhos, o contato com outros enfermos em diferentes estados de saúde e a incerteza da evolução da doença e do tratamento são fatores associados à ansiedade durante uma internação. A segunda alternativa é falsa, pois estudos científicos sugerem uma relação entre dispneia e ansiedade. A terceira alternativa é falsa, pois a ansiedade é uma das sequelas associadas à COVID-19. A quarta alternativa é verdadeira. Quadros graves de COVID-19 e longa hospitalização estão relacionados à ansiedade.

Resposta correta.


A primeira alternativa é verdadeira. A exposição da intimidade a estranhos, o contato com outros enfermos em diferentes estados de saúde e a incerteza da evolução da doença e do tratamento são fatores associados à ansiedade durante uma internação. A segunda alternativa é falsa, pois estudos científicos sugerem uma relação entre dispneia e ansiedade. A terceira alternativa é falsa, pois a ansiedade é uma das sequelas associadas à COVID-19. A quarta alternativa é verdadeira. Quadros graves de COVID-19 e longa hospitalização estão relacionados à ansiedade.

A alternativa correta é a "B".


A primeira alternativa é verdadeira. A exposição da intimidade a estranhos, o contato com outros enfermos em diferentes estados de saúde e a incerteza da evolução da doença e do tratamento são fatores associados à ansiedade durante uma internação. A segunda alternativa é falsa, pois estudos científicos sugerem uma relação entre dispneia e ansiedade. A terceira alternativa é falsa, pois a ansiedade é uma das sequelas associadas à COVID-19. A quarta alternativa é verdadeira. Quadros graves de COVID-19 e longa hospitalização estão relacionados à ansiedade.

Processo de cuidar em enfermagem direcionado ao paciente com diagnóstico de enfermagem Ansiedade durante a internação por COVID-19

Os resultados de estudos apresentam implicações acerca dos efeitos da COVID-19 nos desfechos negativos relativos à saúde mental da população brasileira. Foram observados escores compatíveis com sintomatologia ansiosa severa pós-infecção.17 A pandemia trouxe novos desafios mundiais, apresentando impacto a nível psicossocial, destacando-se a importância do papel do enfermeiro como facilitador da vivência do paciente hospitalizado.18

Com base nas evidências científicas sobre o impacto da ansiedade em pacientes internados com COVID-19, é importante que a saúde mental seja cada vez mais valorizada no processo de cuidar em enfermagem, uma vez que a equipe de enfermagem deve buscar um cuidado integral ao paciente em todas as suas necessidades físicas, mentais, sociais e espirituais. Ademais, a assistência de enfermagem voltada ao paciente com ansiedade colabora de forma direta com a evolução clínica favorável do paciente internado com COVID-19.

É necessário que os enfermeiros estejam preparados para reconhecer as manifestações de ansiedade em pacientes internados com COVID-19. Além disso, devem diagnosticar, intervir e avaliar as respostas do paciente a essa assistência, que deverá ser feita de forma dinâmica e alinhada a um modelo sistemático, conforme apresentado a seguir.18

Avaliação de ansiedade

Uma avaliação sistematizada voltada para a ansiedade melhora o prognóstico dos pacientes, ao fornecer informações detalhadas e fidedignas sobre o estado de saúde, para posterior definição das possibilidades de ações de promoção, prevenção e cuidado. Por esse motivo, é importante que clínicos e acadêmicos tenham acesso a instrumentos apropriados para a avaliação da ansiedade, tanto para mensuração de sintomas quanto para triagem e diagnóstico dos TAs.19

Instrumentos adequados para a avaliação da ansiedade garantem dados confiáveis e consistentes para as pessoas envolvidas com a assistência e a pesquisa, auxiliando os pacientes que sofrem com esse acometimento.

A literatura20–26 apresenta instrumentos que podem auxiliar na obtenção de dados relacionados à ansiedade. Ao escolher o instrumento que melhor representa o fenômeno que se pretende avaliar, é necessário atentar-se para o contexto cultural em que foi desenvolvido e validado e verificar o que é comum em relação a população, faixa etária, tipo de paciente e cenário clínico.

O Quadro 2 apresenta os instrumentos validados no Brasil que avaliam a ansiedade.

QUADRO 2

INSTRUMENTOS PARA AVALIAÇÃO DA ANSIEDADE

INSTRUMENTO

DESCRIÇÃO

Inventário Beck de Ansiedade (BAI)

É uma escala de autorrelato que busca mensurar a intensidade de sintomas de ansiedade e foi construída para medir especificamente sintomas de ansiedade que são compartilhados de forma mínima com depressão. A escala foi inicialmente criada por Beck e colaboradores,17 adaptada e validada para o Brasil por Cunha em 2001.18

Inventário de Ansiedade Traço e Estado (IDATE)

É composto por duas escalas distintas (A-traço relativamente estável de ansiedade e A-estado emocional transitório, que pode ser influenciado pelo ambiente) e foi desenvolvido por Spielberger e colaboradores em 1970.19 O IDATE foi traduzido e adaptado para o Brasil por Biaggio e Natalício em 2003. Avalia a ansiedade como construto global, isto é, avalia a ansiedade à parte da necessidade ou não de caracterização de TA e, portanto, não explicita quais comportamentos, pensamentos e/ou sentimentos avaliados são específicos de determinado TA.20

Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS)

É um instrumento para avaliação de ansiedade relacionada a um contexto específico. A HADS foi desenvolvida inicialmente para identificar sintomas de ansiedade e de depressão em pacientes de hospitais clínicos não psiquiátricos, sendo depois utilizada em outros tipos de pacientes, em pacientes não internados e em indivíduos sem doença. Foi traduzida para vários idiomas. Botega e colaboradores produziram um estudo de validação da HADS em português.21

Inventário de Fobia Social (SPIN)

É uma ferramenta que auxilia a avaliação de um TA específico por meio de comportamentos, pensamentos e/ou sentimentos sintomáticos desse TA. É um instrumento que consiste em 17 itens e que abarcam três importantes critérios que definem a fobia social (o medo, a esquiva das situações e os sintomas de desconforto físico). Engloba tanto situações de desempenho quanto de interação social.22 Esse Inventário foi validado no Brasil em 2004 por meio de dois estudos.23,24

Escala de Ansiedade de Hamilton (HAM-A)

É uma ferramenta criada por Max Hamilton e colaboradores, construída na década de 1960 para ser utilizada exclusivamente em pacientes previamente diagnosticados com transtorno afetivo do tipo depressivo. Em função da organização e da escolha de seus itens, serve para identificar a gravidade dos sintomas depressivos, e não a sua existência.25 É amplamente utilizada no Brasil, tanto em pesquisas quanto na prática clínica.26

A escolha de utilizar instrumentos não elimina a escuta qualificada do profissional frente ao relato verbal do paciente, bem como suas manifestações não verbais. Os familiares ou acompanhantes também são fontes importantes de informações que podem ajudar o enfermeiro no levantamento de dados e na definição de diagnósticos de enfermagem (DEs) mais acurados e que atendam às reais necessidades do paciente.

Depois de coletar os dados necessários para avaliar os aspectos sobre a ansiedade por meio da coleta de dados, é importante dar continuidade na assistência prestada. Portanto, a enfermeira utiliza o raciocínio clínico para analisar esses dados e, posteriormente, definir os DEs mais apropriados para a situação vivenciada.

Diagnóstico de enfermagem Ansiedade

O processo de enfermagem envolve os seguintes elementos:

  • coleta de dados;
  • DE;
  • planejamento;
  • implementação;
  • avaliação.

Durante a coleta de dados e a identificação de DEs, é imprescindível a apropriação de conhecimento em DEs para o aperfeiçoamento da qualidade do atendimento prestado. A taxonomia da NANDA-Internacional Inc. (NANDA-I), além de linguagem padronizada, é considerada um corpo de conhecimento da enfermagem. A taxonomia NANDA-I contém 267 diagnósticos, agrupados em 47 classes (agrupamentos que compartilham atributos comuns) e 13 domínios (esferas de conhecimento).27

O Quadro 3 apresenta os 13 domínios da taxonomia da NANDA-I.

QUADRO 3

DOMÍNIOS NANDA-I

1

Promoção da saúde

2

Nutrição

3

Eliminação e troca

4

Atividade/repouso

5

Percepção/cognição

6

Autopercepção

7

Papéis e relacionamentos

8

Sexualidade

9

Enfrentamento/tolerância ao estresse

10

Princípios da vida

11

Segurança/proteção

12

Conforto

13

Crescimento/desenvolvimento

// Fonte: Adaptado de Herdman e colaboradores (2021).27

Ao cuidar de um paciente hospitalizado com COVID-19, é importante destacar que o enfermeiro deverá se atentar não apenas para o quadro clínico do paciente (exames alterados, alterações no padrão respiratório, etc.), mas também para o modo como ele enfrenta a sua situação de saúde, incluindo os aspectos emocionais.

Conforme exposto no início deste capítulo, a prática clínica e as evidências científicas apontam que a COVID-19 se configura como uma doença nova, ainda passível de investigação, sem tratamento específico, de alta transmissibilidade e com a possibilidade de complicações, o que gera quadros de ansiedade nos pacientes que recebem esse diagnóstico médico.

O domínio 9 da NANDA-I, Enfrentamento/tolerância ao estresse, é definido como “Confronto com eventos/processos da vida”. Esse domínio apresenta três classes:27

  • classe 1 — Respostas pós-trauma;
  • classe 2 — Respostas de enfrentamento;
  • classe 3 — Estresse neurocomportamental.

A classe 2 definida como o “Processo de lidar com o estresse ambiental”, abrange 26 DEs, que abordam as inúmeras facetas do enfrentamento, entre elas, destacam-se a resiliência, o luto, a tristeza, a potência/impotência e a ansiedade. Esses diagnósticos estão voltados para o problema, para a promoção à saúde e para o risco. O nível de conhecimento da enfermagem presente na taxonomia da NANDA-I retrata a complexidade da disciplina e a importância dos seus profissionais, cujas ações são fundamentais para o desfecho positivo no tratamento da doença.27

No Quadro 4, estão descritos os 26 diagnósticos relacionados às respostas de enfrentamento.27

QUADRO 4

DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM RELACIONADOS ÀS RESPOSTAS DE ENFRENTAMENTO, A PARTIR DA TAXONOMIA DA NANDA-I

DE com foco no problema

  • Ansiedade.
  • Ansiedade relacionada à morte.
  • Enfrentamento defensivo.
  • Enfrentamento ineficaz.
  • Enfrentamento ineficaz da comunidade.
  • Enfrentamento familiar comprometido.
  • Enfrentamento familiar incapacitado.
  • Sobrecarga de estresse.
  • Luto desadaptativo.
  • Medo.
  • Negação ineficaz.
  • Planejamento de atividade ineficaz.
  • Sentimento de impotência.
  • Regulação do humor prejudicada.
  • Resiliência prejudicada.
  • Tristeza crônica.

DE para promoção da saúde

  • Disposição para enfrentamento melhorado.
  • Disposição para enfrentamento melhorado da comunidade.
  • Disposição para enfrentamento familiar melhorado.
  • Disposição para luto melhorado.
  • Disposição para poder melhorado.
  • Disposição para resiliência melhorada.

DE de risco

  • Risco de luto desadaptativo.
  • Risco de planejamento de atividade ineficaz.
  • Risco de sentimento de impotência.
  • Risco de resiliência prejudicada.

// Fonte: Adaptado de Herdman e colaboradores (2021).27

Ao se investigar relatos de enfermeiros acerca das respostas de enfrentamento pelos pacientes com COVID-19 em contexto hospitalar, os três principais DEs que comumente chamam a atenção são Ansiedade, Ansiedade relacionada à morte e Enfrentamento ineficaz.27 No Quadro 5, apresentam-se esses DEs com suas definições, características definidoras e fatores relacionados.

QUADRO 5

DEFINIÇÃO, CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS E FATORES RELACIONADOS

ANSIEDADE

Definição

“Resposta emocional a uma ameaça difusa na qual o indivíduo antecipa um perigo, catástrofe ou infortúnio iminente e não específico.”

Características definidoras

Comportamentais/emocionais

  • Atitude de quem examina o ambiente.
  • Agitação psicomotora.
  • Cautela aumentada.
  • Choro.
  • Contato visual reduzido; desamparo.
  • Expressão de angústia.
  • Expressão de ansiedade sobre mudanças nos eventos de vida.
  • Expressão de insegurança; expressão de sofrimento.
  • Expressão de temor intenso.
  • Foco em si próprio; hipervigilância.
  • Humor irritável.
  • Insônia.
  • Nervosismo.
  • Produtividade diminuída.

Fisiológicas

  • Anorexia.
  • Aperto no peito.
  • Boca seca.
  • Diarreia.
  • Expressão de dor abdominal; expressão de fraqueza muscular; expressão de sensação de desmaio; expressão de tensão.
  • Extremidades frias.
  • Frequência cardíaca aumentada; frequência urinária.
  • Hesitação urinária.
  • Náusea.
  • Padrão respiratório alterado; pressão arterial aumentada; pupilas dilatadas.
  • Reflexos rápidos.
  • Relato de ciclo sono-vigília alterado;
  • Relato de formigamento nas extremidades.
  • Relato de palpitações cardíacas; rubor facial.
  • Transpiração aumentada; tremores.
  • Urgência urinária.
  • Vasoconstrição superficial.
  • Voz trêmula.

Cognitivas

  • Atenção alterada.
  • Campo de percepção diminuído.
  • Confusão.
  • Expressão de esquecimento;
  • Expressão de preocupação.
  • Relato de bloqueio de pensamentos.
  • Ruminação mental.

Fatores relacionados

  • Abuso de substâncias.
  • Conflito de valores.
  • Conflito sobre as metas de vida.
  • Dor.
  • Estressores.
  • Necessidades não atendidas.
  • Situação não familiar.
  • Transmissão interpessoal.

ANSIEDADE RELACIONADA À MORTE

Definição

“Insegurança e sofrimento emocional causados pela antecipação da morte e pelo processo de morrer, seja do indivíduo ou de pessoas significativas, com efeitos negativos na qualidade de vida.”

Características definidoras

  • Disforia; expressão de medo da dor relacionada ao morrer.
  • Expressão de medo de desenvolver doença terminal.
  • Expressão de medo de morte prematura.
  • Expressão de medo de perda das capacidades mentais quando estiver morrendo.
  • Expressão de medo de separação dos entes queridos.
  • Expressão de medo de sofrimento ao morrer.
  • Expressão de medo de solidão.
  • Expressão de medo de um processo de morte prolongado.
  • Expressão de medo do desconhecido.
  • Expressão de medo do processo de morrer.
  • Expressão de preocupação quanto ao impacto da própria morte sobre pessoa significativa; expressão de preocupação sobre tensão do cuidador.
  • Expressão de sentimento de impotência.
  • Expressão de tristeza profunda.
  • Relato de pensamentos negativos relacionados à morte e ao morrer.

Fatores relacionados

  • Antecipação da dor.
  • Antecipação de consequências adversas da anestesia.
  • Antecipação de sofrimento.
  • Antecipação do impacto da própria morte nos outros.
  • Autoestima baixa.
  • Consciência de morte iminente.
  • Discussões sobre o assunto “morte”.
  • Incerteza quanto a encontrar um poder maior.
  • Incerteza quanto à existência de um poder maior.
  • Incerteza quanto à vida após a morte.
  • Incerteza quanto ao prognóstico.
  • Inaceitação da própria mortalidade.
  • Religiosidade prejudicada.
  • Sintomas depressivos.
  • Sintomas físicos desagradáveis.
  • Sofrimento espiritual.
  • Solidão.

ENFRENTAMENTO INEFICAZ

Definição

“Padrão de avaliação inválida de estressores, com esforços cognitivos e/ou comportamentais, que falha em controlar as demandas relativas ao bem-estar.”

Características definidoras

  • Abuso de substâncias.
  • Atenção alterada.
  • Capacidade prejudicada de atender às expectativas do papel.
  • Capacidade prejudicada de lidar com uma situação.
  • Capacidade prejudicada de pedir ajuda.
  • Capacidade prejudicada de satisfazer às necessidades básicas.
  • Capacidade prejudicada de seguir informações.
  • Comportamento de assumir riscos.
  • Comportamento destrutivo em relação a si mesmo.
  • Comportamento destrutivo em relação aos outros.
  • Dificuldade para organizar informações.
  • Doença frequente.
  • Fadiga.
  • Habilidades de solução de problemas inadequadas.
  • Padrão de comunicação alterado.
  • Relato de ciclo sono-vigília alterado.
  • Relato de sensação inadequada de controle.
  • Resolução inadequada de problemas.
  • Responsividade afetiva alterada.
  • Seguimento inadequado de comportamento voltado a uma meta.

Fatores relacionados

  • Grau alto de ameaça.
  • Apoio social inadequado.
  • Avaliação imprecisa de ameaças.
  • Estratégias ineficazes para alívio de tensão.
  • Falta de confiança na capacidade de lidar com uma situação.
  • Incapacidade de conservar energias adaptativas.
  • Preparação para estressor inadequada.
  • Recursos de saúde inadequados.
  • Sensação inadequada de controle.

// Fonte: Adaptado de Herdman e colaboradores (2021).27

Os sinais e sintomas que evidenciam o DE Ansiedade perpassam diversas dimensões humanas, pois advêm de diferentes manifestações:

  • comportamentais/emocionais:
    • expressões de angústia;
    • inquietação;
    • insônia;
    • mudança nos eventos de vida.
  • fisiológicas:
    • aumento da tensão;
    • extremidades frias;
    • tremores;
    • alteração no padrão respiratório;
    • aumento da frequência cardíaca.
  • cognitivas:
    • preocupação;
    • confusão;
    • bloqueio de pensamentos.

As características definidoras e os fatores relacionados que sinalizam o DE Ansiedade relacionada à morte compreendem aspectos diretamente ligados ao medo da morte ou do processo de morrer. Isso evidencia uma ansiedade cuja origem é menos difusa, embora complexa e com consequências importantes para a qualidade de vida.

O DE Enfrentamento ineficaz envolve elementos como alterações na concentração e no padrão de sono, dificuldade para organizar informações, dificuldade nas habilidades de solução de problemas e incapacidade em lidar com fatores externos e/ou internos. Em síntese, evidencia uma dificuldade do paciente em lidar com determinadas situações estressoras, mobilizando recursos de enfrentamento que não são suficientes para um resultado desejável.

Da análise de dados até a determinação dos DEs adequados, é importante destacar que o enfermeiro não deve selecionar diagnósticos de forma rápida, superficial e estanque, com o risco de fazer análises e escolhas inadequadas e ineficazes à assistência ao paciente.27

Com base na coleta de dados, nos conhecimentos científicos, nas experiências prévias, na capacidade de julgamento e de contextualização, o enfermeiro deve identificar DEs potenciais (hipóteses diagnósticas) e refinar os diagnósticos, ou seja, confirmar, refutar, agrupar similares ou incluir novos diagnósticos, para então priorizar os que refletem as necessidades reais do paciente. Nesse processo, o enfermeiro busca coletar dados de diferentes fontes e de forma contínua, revendo os diagnósticos, se necessário, e discutindo-os de forma permanente com a equipe.27

Ansiedade, Ansiedade relacionada à morte e Enfrentamento Ineficaz são exemplos de DEs feitos por enfermeiros durante a assistência ao paciente internado com COVID-19.

Segundo a literatura científica e a prática clínica, pacientes internados com COVID-19 podem relatar medo da evolução da doença, medo de morrer e preocupação quanto ao impacto da própria morte sobre os filhos ou demais familiares, o que pode remeter à escolha do DE Ansiedade relacionada à morte. Esses pacientes também podem manifestar enfrentamento ineficaz ao serem, por exemplo, afetados pelo alto grau de ameaça que uma pandemia gera ou pelo excesso de propagação de informações contraditórias e sem embasamento científico sobre a doença, resultando em dificuldades de confiar no trabalho da equipe de saúde.

Ao considerar a amplitude das características definidoras e dos fatores relacionados ao DE Ansiedade, neste capítulo, selecionou-se esse diagnóstico a fim de auxiliar o enfermeiro na elaboração de um plano de cuidados adequado a uma das necessidades emocionais mais comuns entre os pacientes internados com COVID-19. Essa escolha também se dá considerando a multiplicidade de fatores ansiogênicos causados pela pandemia de COVID-19 e pela experiência da doença e da internação.

Esses fatores vão desde o temor sobre a evolução de uma doença nova e desconhecida, a experiência da falta de ar e o medo de ser entubado, a ausência de um tratamento específico contra a doença, até os casos exponenciais de morte no mundo e o excesso de informações sobre o contexto pandêmico, que podem inclusive intensificar as alterações clínicas do paciente. Em outros termos, a ansiedade em pacientes com COVID-19 pode se manifestar nas dimensões fisiológicas, cognitivas e comportamentais, o que se aproxima do DE Ansiedade para a discussão neste capítulo. Após a identificação do DE que retrata a situação do paciente, o próximo passo é planejar os resultados esperados.

ATIVIDADES

4. Sobre os instrumentos validados no cenário brasileiro que avaliam a ansiedade, correlacione a primeira e a segunda colunas.

1 HADS

2 HAM-A

3 BAI

4 IDATE

5 SPIN

É uma escala de autorrelato que busca mensurar a intensidade de sintomas de ansiedade.

Apresenta 17 itens que abarcam três importantes critérios que definem a fobia social (o medo, a esquiva das situações e os sintomas de desconforto físico).

É composto por duas escalas distintas e foi desenvolvido por Spielberger e colaboradores em 1970.

Foi desenvolvida inicialmente para identificar sintomas de ansiedade e de depressão em pacientes de hospitais clínicos não psiquiátricos.

Foi construída na década de 1960 para ser utilizada exclusivamente em pacientes previamente diagnosticados com transtorno afetivo do tipo depressivo.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) 3 — 5 — 4 — 1 — 2

B) 1 — 4 — 3 — 2 — 5

C) 4 — 2 — 1 — 5 — 3

D) 2 — 1 — 5 — 3 — 4

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "A".


O BAI é uma escala de autorrelato que busca mensurar a intensidade de sintomas de ansiedade; o SPIN apresenta 17 itens que abarcam três importantes critérios que definem a fobia social, que são o medo, a esquiva das situações e os sintomas de desconforto físico. O IDATE é composto por duas escalas distintas e foi desenvolvido por Spielberger e colaboradores em 1970; a HADS foi desenvolvida inicialmente para identificar sintomas de ansiedade e de depressão em pacientes de hospitais clínicos não psiquiátricos. Por fim, a HAM-A foi construída na década de 1960 para ser utilizada exclusivamente em pacientes previamente diagnosticados com transtorno afetivo do tipo depressivo.

Resposta correta.


O BAI é uma escala de autorrelato que busca mensurar a intensidade de sintomas de ansiedade; o SPIN apresenta 17 itens que abarcam três importantes critérios que definem a fobia social, que são o medo, a esquiva das situações e os sintomas de desconforto físico. O IDATE é composto por duas escalas distintas e foi desenvolvido por Spielberger e colaboradores em 1970; a HADS foi desenvolvida inicialmente para identificar sintomas de ansiedade e de depressão em pacientes de hospitais clínicos não psiquiátricos. Por fim, a HAM-A foi construída na década de 1960 para ser utilizada exclusivamente em pacientes previamente diagnosticados com transtorno afetivo do tipo depressivo.

A alternativa correta é a "A".


O BAI é uma escala de autorrelato que busca mensurar a intensidade de sintomas de ansiedade; o SPIN apresenta 17 itens que abarcam três importantes critérios que definem a fobia social, que são o medo, a esquiva das situações e os sintomas de desconforto físico. O IDATE é composto por duas escalas distintas e foi desenvolvido por Spielberger e colaboradores em 1970; a HADS foi desenvolvida inicialmente para identificar sintomas de ansiedade e de depressão em pacientes de hospitais clínicos não psiquiátricos. Por fim, a HAM-A foi construída na década de 1960 para ser utilizada exclusivamente em pacientes previamente diagnosticados com transtorno afetivo do tipo depressivo.

5. Sobre os DEs, assinale a alternativa correta.

A) Os DEs da taxonomia da NANDA-I podem ser agrupados em foco na promoção da saúde, foco na prevenção de doenças e foco no problema.

B) A Ansiedade é um diagnóstico de risco segundo a taxonomia da NANDA-I.

C) A taxonomia da NANDA-I, além de ser uma terminologia padronizada, é considerada um corpo de conhecimento da enfermagem.

D) Os domínios e as classes são termos que não fazem parte da taxonomia da NANDA-I.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


Os DEs da taxonomia da NANDA-I podem ser agrupados em foco na promoção da saúde, foco no risco e foco no problema; segundo a taxonomia da NANDA-I, a Ansiedade é um diagnóstico com foco no problema; domínios e classes são termos que fazem parte da taxonomia da NANDA-I.

Resposta correta.


Os DEs da taxonomia da NANDA-I podem ser agrupados em foco na promoção da saúde, foco no risco e foco no problema; segundo a taxonomia da NANDA-I, a Ansiedade é um diagnóstico com foco no problema; domínios e classes são termos que fazem parte da taxonomia da NANDA-I.

A alternativa correta é a "C".


Os DEs da taxonomia da NANDA-I podem ser agrupados em foco na promoção da saúde, foco no risco e foco no problema; segundo a taxonomia da NANDA-I, a Ansiedade é um diagnóstico com foco no problema; domínios e classes são termos que fazem parte da taxonomia da NANDA-I.

6. O domínio 9 da NANDA-I, Enfrentamento/tolerância ao estresse, apresenta três classes. Quais são elas?

A) Síndrome pós-trauma, Enfrentamento ineficaz e Sobrecarga de estresse.

B) Ansiedade, Enfrentamento defensivo e Resiliência prejudicada.

C) Síndrome do estresse por mudança, Medo e Sentimento de impotência.

D) Respostas pós-trauma, Respostas de enfrentamento e Estresse neurocomportamental.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".


O domínio 9 da NANDA-I, Enfrentamento/tolerância ao estresse, é definido como “Confronto com eventos/processos da vida”. Esse domínio apresenta três classes, que são Respostas pós-trauma, Respostas de enfrentamento e Estresse neurocomportamental.

Resposta correta.


O domínio 9 da NANDA-I, Enfrentamento/tolerância ao estresse, é definido como “Confronto com eventos/processos da vida”. Esse domínio apresenta três classes, que são Respostas pós-trauma, Respostas de enfrentamento e Estresse neurocomportamental.

A alternativa correta é a "D".


O domínio 9 da NANDA-I, Enfrentamento/tolerância ao estresse, é definido como “Confronto com eventos/processos da vida”. Esse domínio apresenta três classes, que são Respostas pós-trauma, Respostas de enfrentamento e Estresse neurocomportamental.

7. Ao se investigar relatos de enfermeiros acerca das respostas de enfrentamento pelos pacientes com COVID-19 em contexto hospitalar, três principais DEs comumente chamam a atenção. Quais são eles?

A) Sobrecarga de estresse, Medo e Resiliência prejudicada.

B) Sentimento de impotência, Ansiedade relacionada à morte e Medo.

C) Ansiedade, Ansiedade relacionada à morte e Enfrentamento ineficaz.

D) Resiliência prejudicada, Enfrentamento defensivo e Ansiedade.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


Ao se investigar relatos de enfermeiros acerca das respostas de enfrentamento pelos pacientes com COVID-19 em contexto hospitalar, os três principais DEs que comumente chamam a atenção são Ansiedade, Ansiedade relacionada à morte e Enfrentamento ineficaz.

Resposta correta.


Ao se investigar relatos de enfermeiros acerca das respostas de enfrentamento pelos pacientes com COVID-19 em contexto hospitalar, os três principais DEs que comumente chamam a atenção são Ansiedade, Ansiedade relacionada à morte e Enfrentamento ineficaz.

A alternativa correta é a "C".


Ao se investigar relatos de enfermeiros acerca das respostas de enfrentamento pelos pacientes com COVID-19 em contexto hospitalar, os três principais DEs que comumente chamam a atenção são Ansiedade, Ansiedade relacionada à morte e Enfrentamento ineficaz.

8. De acordo com a NANDA-I, que fatores se relacionam ao DE Ansiedade?

A) Sintomas depressivos, conflito de valores, sintomas físicos desagradáveis, sofrimento espiritual, solidão, estressores, abuso de substâncias, apoio social inadequado.

B) Abuso de substâncias, conflito de valores, conflito sobre as metas de vida, dor, estressores, necessidades não atendidas, situação não familiar, transmissão interpessoal.

C) Sintomas físicos desagradáveis, apoio social inadequado, estratégias ineficazes para alívio de tensão, baixa autoestima, medo, alto grau de ameaça, solidão, sensação inadequada de controle.

D) Antecipação da dor, antecipação de sofrimento, baixa autoestima, religiosidade prejudicada, sintomas depressivos, sintomas físicos desagradáveis, sofrimento espiritual, solidão.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".


Os fatores relacionados do DE Ansiedade são abuso de substâncias, conflito de valores, conflito sobre as metas de vida, dor, estressores, necessidades não atendidas, situação não familiar, transmissão interpessoal.

Resposta correta.


Os fatores relacionados do DE Ansiedade são abuso de substâncias, conflito de valores, conflito sobre as metas de vida, dor, estressores, necessidades não atendidas, situação não familiar, transmissão interpessoal.

A alternativa correta é a "B".


Os fatores relacionados do DE Ansiedade são abuso de substâncias, conflito de valores, conflito sobre as metas de vida, dor, estressores, necessidades não atendidas, situação não familiar, transmissão interpessoal.

Resultados de enfermagem relacionados à ansiedade em paciente internado com COVID-19

Para planejar consistentemente o atendimento ao paciente, o uso de uma linguagem padronizada de resultados de enfermagem possibilita o acompanhamento preciso de sua condição de saúde e permite avaliar a eficiência do trabalho profissional da enfermagem. A Classificação dos Resultados de Enfermagem (NOC)28 é uma taxonomia que descreve resultados para indivíduos, cuidadores, família e comunidade.

Os resultados compreendem sete domínios, conforme descrito no Quadro 6.

QUADRO 6

DOMÍNIOS DA CLASSIFICAÇÃO DOS RESULTADOS DE ENFERMAGEM

DOMÍNIO

DESCRIÇÃO

1

Saúde funcional

Resultados que descrevem a capacidade para desempenho em tarefas básicas da vida.

2

Saúde fisiológica

Resultados que descrevem o funcionamento orgânico.

3

Saúde psicossocial

Resultados que descrevem o funcionamento psicológico e social.

4

Conhecimento em saúde e comportamento

Resultados que descrevem atitudes, compreensão e ações com relação à saúde e às doenças.

5

Saúde percebida

Resultados que descrevem impressões de um indivíduo sobre a saúde e sobre a assistência à saúde.

6

Saúde familiar

Resultados que descrevem estado de saúde, comportamento ou funcionamento da família como um todo ou de um indivíduo como membro de uma família.

7

Saúde comunitária

Resultados que descrevem a saúde, o bem-estar e o funcionamento de uma comunidade ou população.

// Fonte: Adaptado de Moorhead e colaboradores (2020).28

O domínio 3, Saúde psicossocial, apresenta resultados do funcionamento psicológico e social, distribuídos em quatro classes:

  • Adaptação psicossocial;
  • Autocontrole;
  • Interação social;
  • Bem-estar psicológico.

O enfermeiro, ao analisar as referidas classes, identificará aquela ou aquelas que melhor representam os resultados que se deseja que o paciente alcance a partir do DE estabelecido para ele. No caso de pessoas internadas com COVID-19 e que manifestam quadros de ansiedade, destacam-se, no Quadro 7, as possíveis classes e resultados relacionados do domínio 3, Saúde psicossocial.

QUADRO 7

CLASSES E RESULTADOS DA CLASSIFICAÇÃO DOS RESULTADOS DE ENFERMAGEM POSSÍVEIS NA AVALIAÇÃO DE PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM ANSIEDADE E QUE ESTEJAM VIVENCIANDO COVID-19

CLASSES

DEFINIÇÃO DAS CLASSES

POSSÍVEIS RESULTADOS

Bem-estar psicológico

“Resultados que descrevem a saúde emocional e a autopercepção relacionada de um indivíduo”.

Nível de ansiedade

Adaptação psicossocial

“Resultados que descrevem a adaptação psicológica e/ou social de um indivíduo a circunstâncias alteradas de saúde ou de vida”.

Enfrentamento

Autocontrole

“Resultados que descrevem a capacidade de um indivíduo de controlar comportamento que pode ser emocional ou psicologicamente prejudicial a si mesmo ou a outras pessoas”.

Autocontrole da ansiedade

// Fonte: Adaptado de Moorhead e colaboradores (2020).28

Nível de ansiedade, enfrentamento e autocontrole da ansiedade são, portanto, importantes resultados de enfermagem para o paciente com o DE Ansiedade, pois apresentam indicadores que auxiliam o profissional a ter o controle da evolução do diagnóstico e das ações para eliminar os sentimentos de apreensão, tensão ou mal-estar.

A fim de verificar o Autocontrole da ansiedade, pode-se acompanhar o paciente quanto aos seguintes indicadores:

  • o paciente monitora a intensidade da ansiedade;
  • o paciente elimina precursores da ansiedade;
  • o paciente diminui estímulos ambientais quando ansioso;
  • o paciente busca informações para reduzir a ansiedade.

Cada indicador pode ser classificado pelos enfermeiros em nunca demonstrado, raramente demonstrado, algumas vezes demonstrado, frequentemente demonstrado e consistentemente demonstrado. A pontuação para cada indicador é feita por meio de uma escala Likert, em que 1 é a pior classificação e 5 é a melhor. Para acompanhamento do enfrentamento do paciente por meio do resultado NOC Enfrentamento, é possível escolher os seguintes indicadores:28

  • o paciente verbaliza senso de controle;
  • o paciente relata diminuição do estresse;
  • o paciente verbaliza aceitação da situação;
  • o paciente verbaliza necessidade de assistência;
  • o paciente relata diminuição de pensamentos negativos.

Esses indicadores também podem ser classificados em nunca demonstrado, raramente demonstrado, algumas vezes demonstrado, frequentemente demonstrado e consistentemente demonstrado, com a mesma pontuação da escala Likert de 5 pontos, em que 1 é a pior classificação e 5 é a melhor. Em relação ao resultado da NOC Nível de ansiedade, os indicadores listados a seguir são parâmetros de acompanhamento do paciente com o DE Ansiedade:28

  • apresenta-se agitado;
  • anda de um lado para o outro;
  • apresenta-se irritado;
  • apresenta frequência de pulsações aumentadas;
  • apresenta pupilas dilatadas;
  • apresenta sudorese.

Para cada um desses indicadores, podem ser atribuídas as classificações grave, substancial, moderado, leve ou nenhum. Sendo"grave" com a menor pontuação na escala Likert (1 ponto), e a"nenhum" com a maior pontuação (5 pontos). Diante dos resultados propostos, com os respectivos indicadores escolhidos e as pontuações atribuídas, o enfermeiro passa, então, a planejar as intervenções a serem desenvolvidas pela equipe de enfermagem em sua assistência ao paciente, com vistas ao alcance de melhora do paciente em relação ao DE.

A NOC permite a avaliação do paciente antes e após a implementação das intervenções de enfermagem, possibilitando a evolução do paciente em relação ao seu DE e quanto ao alcance dos resultados esperados para ele.28

Intervenções de enfermagem relacionadas à ansiedade em paciente internado com COVID-19

De acordo com as etapas do processo de enfermagem, uma vez identificado o DE e estabelecidos os possíveis resultados esperados, o enfermeiro empenha-se em fornecer resposta efetiva às necessidades do paciente, por meio da seleção de intervenções. A Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC)29 é uma classificação sistematizada, abrangente e padronizada com o objetivo de auxiliar o enfermeiro a planejar as intervenções direcionadas às necessidades do paciente, da família ou da comunidade. A estrutura da taxonomia da NIC apresenta três níveis:29

  • domínios;
  • classes;
  • intervenções.

A NIC29 é estruturada em sete domínios, conforme descrito no Quadro 8.

QUADRO 8

DOMÍNIOS DA TAXONOMIA CLASSIFICAÇÃO DAS INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM

DOMÍNIOS

DESCRIÇÃO

1

Fisiológico (básico)

Cuidados que dão suporte ao funcionamento físico.

2

Fisiológico (complexo)

Cuidados que dão suporte à regulação homeostática.

3

Comportamental

Cuidados que dão suporte ao funcionamento psicossocial e facilitam mudanças no estilo de vida.

4

Segurança

Cuidados que dão suporte à proteção contra danos.

5

Família

Cuidados que dão suporte à família.

6

Sistema de saúde

Cuidados que dão suporte ao uso eficaz do sistema de atendimento à saúde.

7

Comunidade

Cuidados que dão suporte à saúde da comunidade.

// Fonte: Adaptado de Bulechek e colaboradores (2020).29

Cada domínio apresenta classes diretamente relacionadas a eles e, dentro de cada classe, a NIC apresenta intervenções também pertinentes às classes. Cada intervenção é composta por uma definição e por uma série de atividades a serem desenvolvidas junto aos pacientes. Considerado pertinente às discussões do presente capítulo, o terceiro domínio, denominado Comportamental, inclui seis classes:29

  1. Terapia comportamental;
  2. Terapia cognitiva;
  3. Melhora da comunicação;
  4. Assistência no enfrentamento;
  5. Educação do paciente;
  6. Promoção do conforto psicológico.

Diante das evidências clínicas e científicas sobre o DE Ansiedade quando identificado em pacientes internados com COVID-19, é possível destacar as seguintes classes e suas possibilidades de intervenção, descritas no Quadro 9.

QUADRO 9

CLASSES E INTERVENÇÕES A SEREM CONSIDERADAS PARA A ESCOLHA DE INTERVENÇÕES DIRECIONADAS A PACIENTES INTERNADOS EM DECORRÊNCIA DE COVID-19, COM O DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM ANSIEDADE

CLASSES

DEFINIÇÃO DAS CLASSES

POSSÍVEIS INTERVENÇÕES

Assistência no enfrentamento

“Intervenções para auxiliar o indivíduo a fortalecer-se, adaptar-se a mudanças de funções ou a alcançar um nível mais alto de funcionamento”.

  • Melhora do enfrentamento (5230)
  • Apoio emocional (5270)
  • Aumento da segurança (5380)

Promoção do conforto psicológico

“Intervenções para promover conforto utilizando técnicas psicológicas”.

  • Redução da ansiedade (5820)
  • Técnicas para acalmar (5880)
  • Terapia de relaxamento (6040)

// Fonte: Adaptado de Bulechek e colaboradores (2020).29

A intervenção da NIC Terapias de relaxamento, definida como “uso de técnicas de encorajamento e promoção de relaxamento para reduzir sinais e sintomas indesejados, como dor, tensão muscular ou ansiedade”, em suas atividades, aponta que o enfermeiro deve adotar uma técnica de relaxamento a ser utilizada junto ao paciente.

Para exemplificar uma possível técnica de relaxamento direcionada ao manejo da ansiedade em paciente internado com COVID-19, cita-se o estudo de Liu e colaboradores realizado na China. Os autores desenvolveram um ensaio clínico randomizado com um total de 51 pacientes internados em enfermaria de isolamento para COVID-19.30

Os referidos pacientes foram divididos aleatoriamente em grupos experimental e controle. O grupo experimental utilizou a tecnologia e relaxamento muscular progressivo (PMR) durante 30 minutos por dia, durante 5 dias consecutivos.30

O PMR é uma técnica que se baseia na contração sequencial de um grupo de músculos específicos associada à respiração profunda, até que todo o corpo esteja mais relaxado.30

Durante esse período, o grupo controle recebeu cuidados e tratamento de rotina. Antes e após a intervenção, a Spielberger State-Trait Anxiety Scale (STAI) e a Sleep State Self-Rating Scale (SRSS) foram usadas para medir e registrar a ansiedade do paciente e a qualidade do sono.30 Como resultados, identificou-se que o nível de ansiedade e a qualidade do sono dos pacientes que receberam a intervenção foram satisfatórias.

A intervenção empregada mostrou-se eficaz, sobretudo em um contexto pandêmico no qual o isolamento, a impossibilidade de receber visitas familiares e os temores relativos à evolução da doença podem gerar sofrimento mental nos pacientes.30 Além disso, a aplicação de uma técnica não medicamentosa para alívio da ansiedade é de suma importância nesses casos, considerando a possibilidade do surgimento de depressão respiratória causada por medicamentos que promovem o sono ou reduzem a ansiedade.30

Outras estratégias também podem ser promovidas, entre elas, destaca-se o uso de tecnologias e sistemas de comunicação para reduzir a ansiedade, como estas:

  • disponibilidade de videochamadas para contato do paciente com a família e vice-versa;
  • estratégias de acolhimento e escuta qualificada;
  • orientação contínua e ao paciente sobre seu estado de saúde e tratamento;
  • educação em saúde com informações baseadas em evidências científicas atualizadas, desmistificando as chamadas fakenews;
  • promoção de jogos interativos ou atividades lúdicas com incorporação de músicas, desenhos, pinturas, vídeos etc.;
  • atividades de relaxamento, como treinamento de relaxamento respiratório, mindfulness etc.

Cada decisão de intervenção deve ser tomada com base no nível de ansiedade do paciente, que deve ser avaliado pelo enfermeiro de forma contínua. A família também deve ser incluída nas intervenções de enfermagem voltadas para a ansiedade, visto que a alta transmissibilidade da COVID-19, o isolamento social e a impossibilidade de visitas também tensionam a saúde mental dos familiares. Assim, diante do paciente internado com COVID-19 diagnosticado pelo enfermeiro com Ansiedade, pode-se utilizar a NIC para intervir de forma sistematizada, a partir dos resultados que se deseja alcançar.

ATIVIDADES

9. A NOC descreve resultados para indivíduos, cuidadores, família e comunidade. Sobre essa taxonomia, considere as afirmativas a seguir.

I. A NOC é composta por sete domínios.

II. O domínio Saúde psicossocial é subdividido em quatro classes: Adaptação psicossocial, Autocontrole, Interação social e Bem-estar psicológico.

III. Os domínios na taxonomia da NOC são Saúde funcional, Saúde fisiológica, Saúde psicossocial, Saúde percebida, Saúde individual, Saúde familiar, Saúde comunitária.

Qual(is) está(ão) correta(s)?

A) Apenas a I.

B) Apenas a III.

C) Apenas a I e a II.

D) Apenas a II e a III.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


Na taxonomia da NOC, os domínios são Saúde funcional, Saúde fisiológica, Saúde psicossocial, Saúde percebida, Conhecimento em saúde e comportamento, Saúde familiar e Saúde comunitária. Portanto, somente as alternativas I e II estão corretas.

Resposta correta.


Na taxonomia da NOC, os domínios são Saúde funcional, Saúde fisiológica, Saúde psicossocial, Saúde percebida, Conhecimento em saúde e comportamento, Saúde familiar e Saúde comunitária. Portanto, somente as alternativas I e II estão corretas.

A alternativa correta é a "C".


Na taxonomia da NOC, os domínios são Saúde funcional, Saúde fisiológica, Saúde psicossocial, Saúde percebida, Conhecimento em saúde e comportamento, Saúde familiar e Saúde comunitária. Portanto, somente as alternativas I e II estão corretas.

10. Sobre as intervenções de enfermagem, considere as afirmativas a seguir.

I. A NIC apresenta cinco domínios.

II. A NIC pode contribuir no planejamento da assistência de enfermagem para pessoas internadas com COVID-19 que manifestam quadros de ansiedade.

III. A classe Assistência no enfrentamento é definida como “intervenções para promover conforto utilizando técnicas psicológicas”.

IV. As técnicas para acalmar e a terapia de relaxamento são possíveis intervenções para a redução da ansiedade no paciente com COVID-19.

Quais estão corretas?

A) Apenas a I e a II.

B) Apenas a I e a III.

C) Apenas a II e a IV.

D) Apenas a III e a IV.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


A NIC apresenta sete domínios. A classe “Assistência no enfrentamento” é definida como “intervenções para auxiliar o indivíduo a fortalecer-se, adaptar-se a mudanças de funções ou a alcançar um nível mais alto de funcionamento”.

Resposta correta.


A NIC apresenta sete domínios. A classe “Assistência no enfrentamento” é definida como “intervenções para auxiliar o indivíduo a fortalecer-se, adaptar-se a mudanças de funções ou a alcançar um nível mais alto de funcionamento”.

A alternativa correta é a "C".


A NIC apresenta sete domínios. A classe “Assistência no enfrentamento” é definida como “intervenções para auxiliar o indivíduo a fortalecer-se, adaptar-se a mudanças de funções ou a alcançar um nível mais alto de funcionamento”.

Estudo de caso

Paciente do sexo masculino, 37 anos de idade, casado, professor de matemática no ensino fundamental, reside com a esposa e um filho, é hipertenso e nega outras comorbidades. Deu entrada no pronto atendimento referindo dor no corpo, tosse e falta de ar.

Na avaliação da equipe de enfermagem, constataram-se febre (38,5°C) e queda da saturação de oxigênio (89%). Encontrava-se agitado, perguntando a todo o momento quando o resultado do exame de COVID-19 ficaria pronto. Realizou-se teste para COVID-19, confirmada por RT-PCR para SARS-CoV-2 positivo. O paciente foi encaminhado para internação hospitalar em leito de enfermaria, para melhor acompanhamento do caso.

No terceiro dia de internação na enfermaria hospitalar, a equipe de saúde identificou melhora progressiva do quadro clínico geral do paciente, com estabilização das funções respiratórias, programando uma possível alta naquela semana. Entretanto, o paciente frequentemente chama a equipe de enfermagem, queixando-se de insônia e inquietação e perguntando a todo momento “se estava tudo certo” com os sinais vitais coletados e com a soroterapia.

Ao abordar o paciente, a enfermeira do plantão da tarde observou que ele apresentava agitação, inquietação no leito, sudorese, tremores e extremidades frias. Ao perguntar o que o paciente estava sentindo, ele começou a chorar e verbalizou uma sensação de aperto no peito e angústia por estar internado e distante fisicamente de sua esposa e do seu filho, além de ter pensamentos persistentes ligados à preocupação com uma possível evolução negativa do seu quadro de saúde, sobretudo o medo de ser entubado.

Por meio de contato telefônico com a enfermeira, a esposa do paciente relatou que essa foi a primeira internação hospitalar do marido. Ela também referiu se preocupar com o estado emocional do esposo, visto que, desde o início da pandemia, ele manifestava intenso temor em se contaminar, consumindo informações excessivas na internet acerca da doença.

Conduta clínica

Diante do caso apresentado, a enfermeira utiliza o raciocínio clínico a fim de promover um cuidado seguro e eficaz. Carvalho e colaboradores31 sintetizaram, de forma esquemática, as etapas do processo de raciocínio clínico, como representado na Figura 2.

FIGURA 2: Os processos do pensamento, apoiados nas habilidades para o pensamento crítico, que compõem o raciocínio clínico, subsidiando a tomada de decisão clínica (diagnóstica ou terapêutica). // Fonte: Adaptada de Carvalho e colaboradores (2017).31

O raciocínio clínico pode ser desenvolvido por diferentes modelos, entre eles, destacam-se os seguintes:31

  • reconhecimento de um padrão ou raciocínio indutivo (comparação);
  • árvore de decisão ou de análise de decisão (método do algoritmo para direcionamento do conhecimento);
  • hipotético-dedutivo, com geração de hipóteses preliminares e processamento de informações usando a lógica para serem reformuladas, aceitas ou refutadas;
  • método da exaustão, cujo objetivo é buscar dados clínicos do indivíduo, comparando-os a padrões conhecidos para determinar os diagnósticos presentes.

Jones e colaboradores,32 na versão mais atual da taxonomia da NANDA-I (2021–2023), apresentam uma discussão sobre o raciocínio clínico, ou seja, os autores discutem um trajeto possível de avaliação inicial até a definição dos DEs. Tendo como base este caminho, a Figura 3 apresenta exemplo de raciocínio diagnóstico a partir do estudo de caso anteriormente descrito.

FIGURA 3: Esquema do raciocínio diagnóstico. // Fonte: Elaborada pelas autoras.

Resultados e intervenções

Após a identificação do DE, o profissional deverá estabelecer resultados e intervenções, a fim de construir um plano de cuidados individualizado e efetivo ao paciente. Uma vez definido o DE Ansiedade, o domínio escolhido a partir da taxonomia da NOC que dialoga com o quadro do paciente foi Saúde psicossocial, que se subdivide em quatro classes.

As classes Autocontrole, Adaptação psicossocial e Bem-estar psicológico trazem resultados de enfermagem que convergem com o DE do paciente e podem contribuir para uma assistência de enfermagem resolutiva.

A partir do estudo de caso e da taxonomia da NOC, os resultados levantados para o paciente do estudo de caso estão descritos no Quadro 10.

QUADRO 10

TAXONOMIA DA CLASSIFICAÇÃO DOS RESULTADOS DE ENFERMAGEM PARA O PACIENTE DO ESTUDO DE CASO

DOMÍNIO 3

CLASSE

RESULTADO

Saúde psicossocial

Bem-estar psicológico

Nível de ansiedade (1211)

Adaptação psicossocial

Enfrentamento (1302)

Autocontrole

Autocontrole da ansiedade (1402)

// Fonte: Elaborado pelas autoras.

Cada resultado apresenta indicadores, que são avaliados por meio de escala de pontuações de 1 a 5. No Quadro 11, elencam-se indicadores e suas pontuações na escala, a partir da avaliação do estudo de caso.

QUADRO 11

RESULTADOS DE ENFERMAGEM PARA O PACIENTE DO ESTUDO DE CASO

RESULTADOS

INDICADORES

Nível de ansiedade

  • Agitação.
  • Apreensão verbalizada.
  • Ansiedade verbalizada.
  • Sudorese.
  • Distúrbios do sono.

Enfrentamento

  • Relato de diminuição do estresse.
  • Busca por informações confiáveis sobre o diagnóstico.
  • Busca por informações confiáveis sobre o tratamento.
  • Utilização de sistema de apoio pessoal.
  • Uso de comportamentos para reduzir o estresse.
  • Identificação de várias estratégias de enfrentamento.
  • Utilização de estratégias efetivas de enfrentamento.
  • Verbalização da necessidade de assistência.
  • Relato da diminuição de pensamentos negativos.
  • Relato de aumento do conforto psicológico.

Autocontrole da ansiedade

  • Busca por informações par reduzir a ansiedade.
  • Planejamento de estratégias de enfrentamento para situações estressantes.
  • Utilização de técnicas eficientes de enfrentamento.
  • Utilização de técnicas de relaxamento para reduzir a ansiedade.
  • Manutenção de sono adequado.

// Fonte: Adaptado de Moorhead e colaboradores (2020).28

A partir das intervenções propostas e efetuadas, o enfermeiro irá continuamente avaliar os indicadores de resultados, buscando melhorias nas pontuações e, portanto, no quadro de ansiedade do paciente. De acordo com a NIC, entre as possíveis intervenções para o paciente, têm-se as descritas no Quadro 12.

QUADRO 12

TAXONOMIA DA CLASSIFICAÇÃO DAS INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA O PACIENTE DO ESTUDO DE CASO

DOMÍNIO 3

CLASSE

INTERVENÇÕES

Comportamental

Assistência no enfrentamento

  • Melhora do enfrentamento (5230).
  • Apoio emocional (5270).
  • Aumento da segurança (5380).

Promoção do conforto psicológico

  • Redução da ansiedade (5820).
  • Técnicas para acalmar (5880).
  • Terapia de relaxamento (6040).

// Fonte: Adaptado de Bulechek e colaboradores (2020).29

Entre essas intervenções, para o paciente do estudo de caso, destacam-se a Redução da ansiedade, a partir das seguintes atividades:

  • utilizar abordagem calma e tranquilizadora;
  • promover escuta qualificada;
  • explicar todos os procedimentos e as sensações que podem ser vivenciadas;
  • compreender a perspectiva do paciente sobre os fatores que ele julga estressores e geradores de ansiedade;
  • fornecer informações claras sobre o diagnóstico, o tratamento e o prognóstico;
  • criar uma relação de confiança com o paciente;
  • encorajá-lo a verbalizar sentimentos e medos;
  • identificar mudanças nos níveis de ansiedade;
  • proporcionar atividades voltadas à redução da tensão.

O enfermeiro pode ainda articular a NIC com os dados da literatura científica especificamente voltados para o quadro clínico e emocional do paciente internado com COVID-19. Assim, algumas estratégias de ação específicas para o paciente podem ser elencadas:

  • disponibilizar videochamadas para contato do paciente com a família;
  • coibir informações falsas sobre a COVID-19, orientando o paciente com base em evidências científicas atualizadas;
  • buscar articulação com a equipe interdisciplinar, incluindo-se o psicólogo, o terapeuta ocupacional; o assistente social e o psiquiatra;
  • promover atividades de relaxamento e manejo da ansiedade, a partir das preferências do paciente;
  • promover atividades que contribuam para a redução da ansiedade, como treinamento de relaxamento respiratório e mindfulness, entre outras.
  • buscar intervenção medicamentosa, quando for o caso.

Por fim, o enfermeiro deve priorizar a escuta qualificada e o acolhimento do paciente, valorizando sempre os aspectos emocionais vivenciados na internação por COVID-19. Desse modo, o paciente será assistido de forma integral e humanizada, aspectos imprescindíveis à assistência de enfermagem.

ATIVIDADES

11. Sobre o processo de enfermagem e de acordo com o estudo de caso apresentado e com a taxonomia da NANDA-I, correlacione a primeira e a segunda colunas.

1 Definição do diagnóstico de Ansiedade

2 Características definidoras

3 Fatores relacionados

Expressa ansiedade sobre mudanças nos eventos de vida, hipervigilância, humor irritável, insônia, frequência cardíaca aumentada, padrão respiratório alterado, transpiração aumentada, atenção alterada, confusão, expressa preocupação.

Resposta emocional a uma ameaça difusa na qual o indivíduo antecipa um perigo, uma catástrofe ou um infortúnio iminente e não específico.

Indivíduos vivenciando crise situacional e estressores.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) 2 — 1 — 3

B) 3 — 2 — 1

C) 1 — 3 — 2

D) 2 — 3 — 1

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "A".


“Expressa ansiedade sobre mudanças nos eventos de vida, hipervigilância, humor irritável, insônia, frequência cardíaca aumentada, padrão respiratório alterado, transpiração aumentada, atenção alterada, confusão, expressa preocupação” são características definidoras; “resposta emocional a uma ameaça difusa na qual o indivíduo antecipa um perigo, catástrofe ou infortúnio iminente e não específico” é a definição do diagnóstico de Ansiedade segundo a NANDA-I; “Indivíduos vivenciando crise situacional e estressores” são fatores relacionados.

Resposta correta.


“Expressa ansiedade sobre mudanças nos eventos de vida, hipervigilância, humor irritável, insônia, frequência cardíaca aumentada, padrão respiratório alterado, transpiração aumentada, atenção alterada, confusão, expressa preocupação” são características definidoras; “resposta emocional a uma ameaça difusa na qual o indivíduo antecipa um perigo, catástrofe ou infortúnio iminente e não específico” é a definição do diagnóstico de Ansiedade segundo a NANDA-I; “Indivíduos vivenciando crise situacional e estressores” são fatores relacionados.

A alternativa correta é a "A".


“Expressa ansiedade sobre mudanças nos eventos de vida, hipervigilância, humor irritável, insônia, frequência cardíaca aumentada, padrão respiratório alterado, transpiração aumentada, atenção alterada, confusão, expressa preocupação” são características definidoras; “resposta emocional a uma ameaça difusa na qual o indivíduo antecipa um perigo, catástrofe ou infortúnio iminente e não específico” é a definição do diagnóstico de Ansiedade segundo a NANDA-I; “Indivíduos vivenciando crise situacional e estressores” são fatores relacionados.

12. Considere as afirmativas a seguir baseadas na NANDA-I, NOC e NIC em relação aos resultados e às respectivas intervenções que poderiam ser elencadas frente ao diagnóstico Ansiedade desse estudo de caso.

I. Resultado: Nível de ansiedade. Intervenções: Redução da ansiedade/Técnica para acalmar — escutar ativamente, melhora do enfrentamento, intervenção na crise, apoio à tomada de decisão, administração de medicamentos, terapia de relaxamento, aumento da segurança, melhora do sono, monitorização dos sinais vitais.

II. Resultado: Autocontrole da ansiedade. Intervenções: Melhora do enfrentamento/Terapia de relaxamento — distração, controle do ambiente, estimulação da imaginação, facilitação do processo de meditação, musicoterapia, grupo de apoio.

III. Resultado: Concentração. Intervenções: Redução da ansiedade/Técnica para acalmar — controle do comportamento, hiperatividade, terapia de relaxamento.

IV. Resultado: Enfrentamento. Intervenções: Redução da ansiedade/Melhora do enfrentamento — orientação antecipada, modificação do comportamento, redução do estresse por mudança, melhora da autopercepção, apoio espiritual.

Quais estão corretas?

A) Apenas a I e a III.

B) Apenas a I, a III e a IV.

C) Apenas a II, a III e a IV.

D) A I, a II, a III e a IV.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".


Todas as ligações entre os resultados e intervenções frente ao diagnóstico Ansiedade definidas a partir do estudo de caso estão corretas.

Resposta correta.


Todas as ligações entre os resultados e intervenções frente ao diagnóstico Ansiedade definidas a partir do estudo de caso estão corretas.

A alternativa correta é a "D".


Todas as ligações entre os resultados e intervenções frente ao diagnóstico Ansiedade definidas a partir do estudo de caso estão corretas.

Conclusão

A pandemia da COVID-19 gerou inúmeros fatores estressores à população em geral. Para aqueles que adoeceram e necessitaram de internação hospitalar, tais tensões se exacerbaram, sobretudo diante de uma doença nova e passível de investigação. O aumento exponencial de casos de contaminação e morte em todo o mundo e as incertezas sobre a evolução e o prognóstico da doença podem gerar ou agravar a ansiedade do paciente que necessita de internação.

Por conseguinte, o enfermeiro deve reconhecer a importância da assistência aos aspectos emocionais do paciente e utilizar, para isso, o processo de enfermagem, em busca de um cuidado integral, sistematizado e humanizado.

Atividades: Respostas

Atividade 1 // Resposta: C

Comentário: A ansiedade pode ser parte do estado emocional e fisiológico natural do ser humano e nem sempre deve ser entendida como patológica. Assim, nem todos os quadros de ansiedade se configuram como um TA.

Atividade 2 // Resposta: C

Comentário: Ler notícias sobre a pandemia de forma equilibrada e sem excessos, fortalecimento das redes de apoio e sentimentos de esperança e resiliência são fatores que podem reduzir o sofrimento mental em pacientes com COVID-19.

Atividade 3 // Resposta: B

Comentário: A primeira alternativa é verdadeira. A exposição da intimidade a estranhos, o contato com outros enfermos em diferentes estados de saúde e a incerteza da evolução da doença e do tratamento são fatores associados à ansiedade durante uma internação. A segunda alternativa é falsa, pois estudos científicos sugerem uma relação entre dispneia e ansiedade. A terceira alternativa é falsa, pois a ansiedade é uma das sequelas associadas à COVID-19. A quarta alternativa é verdadeira. Quadros graves de COVID-19 e longa hospitalização estão relacionados à ansiedade.

Atividade 4 // Resposta: A

Comentário: O BAI é uma escala de autorrelato que busca mensurar a intensidade de sintomas de ansiedade; o SPIN apresenta 17 itens que abarcam três importantes critérios que definem a fobia social, que são o medo, a esquiva das situações e os sintomas de desconforto físico. O IDATE é composto por duas escalas distintas e foi desenvolvido por Spielberger e colaboradores em 1970; a HADS foi desenvolvida inicialmente para identificar sintomas de ansiedade e de depressão em pacientes de hospitais clínicos não psiquiátricos. Por fim, a HAM-A foi construída na década de 1960 para ser utilizada exclusivamente em pacientes previamente diagnosticados com transtorno afetivo do tipo depressivo.

Atividade 5 // Resposta: C

Comentário: Os DEs da taxonomia da NANDA-I podem ser agrupados em foco na promoção da saúde, foco no risco e foco no problema; segundo a taxonomia da NANDA-I, a Ansiedade é um diagnóstico com foco no problema; domínios e classes são termos que fazem parte da taxonomia da NANDA-I.

Atividade 6 // Resposta: D

Comentário: O domínio 9 da NANDA-I, Enfrentamento/tolerância ao estresse, é definido como “Confronto com eventos/processos da vida”. Esse domínio apresenta três classes, que são Respostas pós-trauma, Respostas de enfrentamento e Estresse neurocomportamental.

Atividade 7 // Resposta: C

Comentário: Ao se investigar relatos de enfermeiros acerca das respostas de enfrentamento pelos pacientes com COVID-19 em contexto hospitalar, os três principais DEs que comumente chamam a atenção são Ansiedade, Ansiedade relacionada à morte e Enfrentamento ineficaz.

Atividade 8 // Resposta: B

Comentário: Os fatores relacionados do DE Ansiedade são abuso de substâncias, conflito de valores, conflito sobre as metas de vida, dor, estressores, necessidades não atendidas, situação não familiar, transmissão interpessoal.

Atividade 9 // Resposta: C

Comentário: Na taxonomia da NOC, os domínios são Saúde funcional, Saúde fisiológica, Saúde psicossocial, Saúde percebida, Conhecimento em saúde e comportamento, Saúde familiar e Saúde comunitária. Portanto, somente as alternativas I e II estão corretas.

Atividade 10 // Resposta: C

Comentário: A NIC apresenta sete domínios. A classe “Assistência no enfrentamento” é definida como “intervenções para auxiliar o indivíduo a fortalecer-se, adaptar-se a mudanças de funções ou a alcançar um nível mais alto de funcionamento”.

Atividade 11 // Resposta: A

Comentário: “Expressa ansiedade sobre mudanças nos eventos de vida, hipervigilância, humor irritável, insônia, frequência cardíaca aumentada, padrão respiratório alterado, transpiração aumentada, atenção alterada, confusão, expressa preocupação” são características definidoras; “resposta emocional a uma ameaça difusa na qual o indivíduo antecipa um perigo, catástrofe ou infortúnio iminente e não específico” é a definição do diagnóstico de Ansiedade segundo a NANDA-I; “Indivíduos vivenciando crise situacional e estressores” são fatores relacionados.

Atividade 12 // Resposta: D

Comentário: Todas as ligações entre os resultados e intervenções frente ao diagnóstico Ansiedade definidas a partir do estudo de caso estão corretas.

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Como citar este documento

Galon T, Nunes JGP, Toledo DSAT. Ansiedade em paciente internado com COVID-19. In: NANDA International, Inc., organizador. Coletâneas: Diagnósticos de Enfermagem: Ciclo 1. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2023 (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 2).

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