Entrar

RESPOSTAS DE ENFRENTAMENTO DO IDOSO: ANÁLISE DOS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM A PARTIR DO REFERENCIAL DE JEAN WATSON

Autores: Alice Silva do Ó, Bárbara Letícia Sabino Silva, Cândida Maria Rodrigues dos Santos, Natália Chantal Magalhães da Silva, Gabriella Santos Lima, Sheila Coelho Ramalho Vasconcelos Morais
epub-COLETANEA-DIAG-ENF-V2_Artigo4

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • utilizar o referencial teórico de Jean Watson como elemento norteador da identificação de respostas de enfrentamento do idoso;
  • reconhecer os principais diagnósticos de enfermagem relacionados à Resposta de enfrentamento do idoso;
  • analisar o referencial teórico de Jean Watson.

Esquema conceitual

Introdução

A saúde mental e a prática do cuidado de enfermagem demandam do enfermeiro uma visão além da curativa e medicamentosa, direcionada para as necessidades e as singularidades do indivíduo que se encontra em sofrimento psíquico. Esse olhar requer uma formação que transcenda o modelo biomédico, com a premissa básica de compreender o sujeito, com novas formas de cuidar.1,2

Esse propósito de um olhar individualizado torna-se relevante diante de um contexto advindo da globalização, do crescente número de informações, na maioria das vezes com teor negativo, que repercute na saúde mental. Outro aspecto a ser considerado são os impactos da pandemia por COVID-19, com as medidas restritivas, o isolamento social, o que resultou em níveis elevados de estresse, angústia, ansiedade, sintomas depressivos, principalmente em mulheres e em adultos jovens.3

Uma revisão sistemática da literatura sobre o impacto psicológico da pandemia da COVID-19 na população em geral identificou moderados a graves sintomas de ansiedade, estresse, depressão, insônia, entre outros, e os grupos específicos e/ou vulneráveis foram as mulheres, os jovens, os profissionais de saúde, as pessoas com doenças mentais prévias, os estudantes universitários e os trabalhadores com baixos rendimentos.4

Para os idosos, mostraram-se mais evidentes a pandemia da COVID-19 e as suas repercussões, em especial, para os países com políticas públicas assistenciais e de proteção deficitárias, de forma a intensificar o contexto desfavorável da velhice. Ao considerar essas condições, seja em sociedade, em seus domicílios, sozinhos ou com suas famílias, nos serviços de saúde e nas instituições de longa permanência, o cenário pandêmico agravou as vulnerabilidades das ordens sociais, econômicas, espirituais e de saúde.5

Nessa perspectiva, diante das limitações sociais, familiares e do próprio sistema de saúde, o cuidado gerontológico requer uma visão ampliada da enfermagem.6 É necessário pautar o cuidado nas necessidades dos idosos, considerando a presença de limitações funcionais, cognitivas e psicológicas, bem como as experiências de vida e o contexto em que o idoso está inserido.7

Deve-se ampliar um olhar atento para a população idosa que teve a rede de apoio reduzida no período de pandemia em decorrência do distanciamento social. A rede de apoio oferece principalmente suporte emocional ao sujeito, assegurando maior saúde mental e satisfação de vida, apresentando-se como um recurso fundamental no decurso do envelhecimento. Além disso, contribui de maneira preventiva no desenvolvimento do estresse e, consequentemente, nas repercussões negativas de situações de vida.8

Nesse contexto, abordar o cuidado humano nas necessidades de sobrevivência biofísicas, biopsicossociais, funcionais, integradoras e de busca de conhecimento a partir do referencial teórico de Jean Watson torna-se relevante na enfermagem para aproximar o uso dessa teoria para a tomada de decisão diagnóstica frente a um estudo de caso fictício. Diante do exposto, neste capítulo, desperta-se a reflexão sobre os prováveis diagnósticos de enfermagem relacionados à resposta de enfrentamento da Taxonomia II da NANDA International, Inc. (NANDA-I) a partir da teoria de Jean Watson.

Referencial teórico de Jean Watson

A teoria do cuidado transpessoal na enfermagem tem um enfoque humanístico e um cuidado com práticas que incluam o estado espiritual e o equilíbrio corpo-mente-espírito. Para Watson, o cuidado humanístico deriva de uma visão expandida de mundo do enfermeiro com base nas artes liberais, somado às habilidades do pensamento crítico, elementos essenciais para a ciência do cuidado. A autora também enfatiza que o direcionamento do cuidado deve ser mais para a promoção ao invés da doença, que é de domínio da medicina.9,10 Para facilitar a compreensão desses conceitos, apresenta-se a Figura 1.

FIGURA 1: Conceitos relacionados ao referencial teórico de Jean Watson. // Fonte: Adaptada de George (1993);10 Lunney (2011).11

A ciência do cuidado acontece quando existe a reciprocidade entre o enfermeiro e a pessoa. A estruturação dessa teoria pauta-se em sete pressupostos e 10 fatores de cuidados (Quadros 1 e 2).

QUADRO 1

PRESSUPOSTOS BÁSICOS DO CUIDADE SEGUNDO O REFERENCIAL TEÓRICO DE JEAN WATSON

  • O cuidado é efetivamente demonstrado e praticado apenas interpessoalmente.
  • O resultado é a satisfação de determinadas necessidades humanas.
  • A saúde e o crescimento individual e familiar são promovidos;
  • A pessoa como é agora e como poderá vir a ser é aceita.
  • O ambiente oferece o desenvolvimento do potencial, ao passo que permite que a pessoa escolha a melhor ação para si em um determinado momento.
  • A ciência do cuidado é complementar à ciência da cura.
  • A prática de cuidados é essencial para a enfermagem.

// Fonte: George (1993).10

Os fatores de cuidado considerados necessidades específicas às experiências humanas possibilitam um atendimento físico, de procedimentos, objetivo e factual e principalmente nas transações de cuidado humano, e o relacionamento transcende para o mundo emocional e subjetivo. Para Watson, é essencial que a sociedade atual mantenha os ideais de cuidado humano e uma prática de ideologia do cuidado.12

O Quadro 2 apresenta os 10 fatores de cuidado com base em Jean Watson.

QUADRO 2

FATORES DA ESTRUTURA DA CIÊNCIA DO CUIDADO

  1. Formação de valores humanísticos — altruísta.*
  2. Fé e esperança.*
  3. Sensibilidade para si e para os outros.
  4. Desenvolvimento de relações de ajuda, confiança, cuidado.
  5. Expressão de sentimentos e de emoções positivas e negativas.
  6. Uso do método científico para a solução de problemas e a tomada de decisões.
  7. Ensino-aprendizado interpessoal.
  8. Provimento de ambiente mental, físico, social e espiritual sustentador, protetor e/ou corretivo.
  9. Auxílio com a gratificação das necessidades humanas.
  10. Aceitação das forças existenciais-fenomenológicas.

*Fundamento filosófico para a ciência do cuidado. // Fonte: George (1993).10

O fator de cuidado 9 trata das necessidades humanas, e a proposta de Watson considera que as quatro necessidades estão interligadas no mesmo indivíduo com uma abordagem individual: necessidades de ordem inferior, direcionadas para as necessidades biofísicas e psicofísicas, e necessidades de ordem superior, direcionadas para as necessidades psicossociais, intrapessoais e interpessoais10 (Quadro 3).

QUADRO 3

HIERARQUIA DAS ORDENS DE NECESSIDADES HUMANAS EM INFERIOR E SUPERIOR

Necessidades de sobrevivência

Necessidades biofísicas (necessidades de ordem inferior)

Necessidades de alimento e de líquidos

Necessidades de eliminação

Necessidades de ventilação

Necessidades funcionais

Necessidades psicofísicas (necessidade de ordem inferior)

Necessidades de atitude/inatividade

Necessidades de sexualidade

Necessidades integradoras

Necessidades psicossociais (necessidades de ordem superior)

Necessidades de aquisição

Necessidades de afiliação

Necessidades de busca de conhecimento

Necessidades intrapessoais (necessidades de ordem superior)

Necessidades de autoatualização

// Fonte: Adaptado de Riegel e colaboradores (2018).9

Os quatro conceitos principais que formam o metaparadigma na enfermagem, na visão da teoria de Watson, definem10,12

  • ser humano — pessoa dotada de valor a ser cuidada, respeitada, nutrida, compreendida e auxiliada. A atenção sistemática aos conflitos de desenvolvimento de indivíduos e famílias é necessária para o atendimento de saúde porque os conflitos podem gerar reação de estresse, o que exige uma resposta de enfrentamento;
  • saúde — unidade e harmonia na mente, no corpo e na alma. É necessário considerar três fatores para o estado de bem-estar físico, mental e social, que consistem em:
    • nível alto de funcionamento geral físico, mental e social;
    • nível geral de adaptação-manutenção do funcionamento diário;
    • ausência de doença (ou a presença de esforços que levem à sua ausência).
  • ambiente/sociedade — fator que molda os ambientes sociais e determina como as pessoas devem se comportar. A partir das constantes e das alterações em cada um desses metaparadigmas, a enfermagem se coloca como responsável na promoção e na manutenção da saúde e da prevenção de doenças;
  • enfermagem — ciência humana das pessoas e das experiências de saúde-doença humanas que são mediadas pelas transações de cuidado profissionais, pessoais, científicos, estéticos e éticos. A enfermagem enfoca nas áreas de estresse e de conflito de desenvolvimento para uma prática de cuidado holístico.

A partir dos conceitos do metaparadigma na perspectiva de Watson, o enfermeiro utiliza o processo de enfermagem organizado em quatro etapas (Figura 2).

FIGURA 2: Ilustração dos quatro conceitos que compõem o metaparadigma na enfermagem. // Fonte: Adaptada de George (1993).10

A teoria do cuidado transpessoal aplicada no processo de enfermagem, portanto, visa direcionar a etapa de priorização dos dados para a definição dos diagnósticos de enfermagem mais relevantes para o paciente, levando em consideração o paciente como um todo, dinamizando os processos de planejamento, implementação e avaliação de enfermagem.10

Para estabelecer um processo de enfermagem efetivo, é importante entender a visão da teoria acerca do homem, ambiente/sociedade e enfermagem, uma vez que o momento de cuidado transcende o tempo e o espaço. Trata-se de um encontro que acontece entre quem cuida (enfermeiro) e quem é cuidado (paciente).13

Nesse sentido, considera-se importante avaliar os aspectos objetivos e subjetivos do ser cuidado, com foco nos conflitos com os quais se defronta. Isto posto, a identificação ou o estímulo às respostas de enfrentamento podem ser facilitados, contribuindo para a melhor adaptação do indivíduo ao estresse ou a uma condição imposta.10,13

Respostas de enfrentamento propostas pela taxonomia II da NANDA International, Inc.

O enfrentamento é a ação adotada diante de uma crise, um problema ou um embate.14 As diferentes formas com que o indivíduo lida e reage a esse evento estressor podem ser entendidas como respostas de enfrentamento.15 Segundo a Taxonomia II da NANDA-I, as respostas de enfrentamento ocorrem quando as demandas excedem a capacidade do organismo. Logo, experiências prévias e características individuais podem ser consideradas determinantes na adoção de estratégias cognitivas e comportamentais.15,16

Nesse sentido, a proposta da NANDA-I inclui termos que nomeiam o julgamento clínico de enfermeiros frente a essas e a outras respostas. Esses termos, apresentados como diagnósticos de enfermagem, são classificados em classes e domínios, de modo que agrupam conceitos relacionados e específicos na área.15 Na versão atual, Respostas de enfrentamento compõe a classe 2 do domínio 9 (Enfrentamento/tolerância ao estresse) da taxonomia e compreende 26 diagnósticos,15 como apresentado na Figura 3.

FIGURA 3: Domínio 9 — Enfrentamento/tolerância ao estresse. // Fonte: Adaptada de Herdman e colaboradores (2021).15

Entre os diagnósticos de enfermagem que compõem a classe Respostas de enfrentamento, o diagnóstico Sobrecarga de estresse (00177) pode se apresentar como uma dificuldade para a tomada de decisão, impaciência aumentada, prejuízo funcional, expressão de raiva e tensão, dentre outros.15 É uma tentativa do organismo de minimizar a pressão derivada do estresse.17

Além disso, sinais e sintomas de medo e ansiedade, ambos caracterizados por alterações comportamentais/emocionais (como agitação, nervosismo, apreensão, angústia e insegurança) e cognitivas/fisiológicas (como confusão, preocupação, alterações respiratórias e nos padrões nutricionais de eliminação) podem ser observados na necessidade de enfrentamento.18

Na NANDA-I, três diagnósticos da classe em discussão contemplam essas manifestações, são eles Medo (00148), Ansiedade (00146) e Ansiedade relacionada à morte (00147).15 Esses diagnósticos, quando acrescidos da ausência de metas, planos, recursos ou habilidades específicas, podem levar, ainda, ao Risco de planejamento de atividade ineficaz (00226) — quando há uma ameaça para incapacidade — e Planejamento de atividade ineficaz (00199) — diante da existência da incapacidade.15,19

Contudo, na tentativa de se combater os sinais e sintomas provenientes do medo e da ansiedade, indivíduos podem apresentar negação de conhecimentos ou de significados.18 Nesses casos, expressões verbais e não verbais de recusa, desconsideração, deslocamento, inadequação ou minimização de sintomas, cuidados e eventos são comuns. Para essas respostas ao enfrentamento, a taxonomia apresenta o diagnóstico Negação ineficaz (00072).15

Nesse ínterim, alterações no humor e no afeto também podem ser consideradas estratégias de enfrentamento.19 No caso do humor, seja de forma leve, moderada ou grave, essas alterações podem ser julgadas pelo profissional enfermeiro como Regulação do humor prejudicada (00241). Em caso de alterações relacionadas ao afeto, sentimento de tristeza, de forma recorrente e progressiva, podem condizer com o diagnóstico Tristeza crônica (00137).15

De forma semelhante, experiências de sofrimento oriundas do processo de reconhecimento e adaptação à perda de pessoa significativa podem ser classificadas como Luto desadaptativo (00301) ou Risco de luto desadaptativo (00302). No entanto, se na presença da perda houver desejo expresso de reconhecimento e adaptação à nova realidade, trata-se de Disposição para luto melhorado (00285).15

Em contrapartida, respostas de enfrentamento relacionadas ao desejo de controle, real ou percebido, sobre o papel desempenhado/propósitos de vida, podem configurar Disposição para poder melhorado (00187). Contudo, quando não há controle, real ou percebido, sobre a influência exercida, pode se fazer presente o diagnóstico Sentimento de impotência (00125) e, na ameaça dessa falta de controle, tem-se o diagnóstico Risco de sentimento de impotência (00152).15

Na comunidade científica, apresenta-se o termo enfrentamento de forma errônea como sinônimo de resiliência. Contudo, os conceitos são diferentes. O enfrentamento considera os meios e as estratégias empregadas para enfrentar determinada situação, ao passo que a resiliência configura a mudança positiva ou o sucesso, é consequente ao enfrentamento.20 Isto posto, a taxonomia NANDA-I apresenta diagnósticos voltados para o enfrentamento e para a resiliência, reiterando a distinção dos fenômenos.15

O enfrentamento, classificado pela taxonomia como defensivo e ineficaz, caracteriza-se como um padrão falsamente positivo e inválido com relação às demandas, respectivamente. O diagnóstico Enfrentamento defensivo (00071) compreende uma atitude superior em relação aos outros, distorção da realidade e hipersensibilidade nas relações interpessoais. Já o diagnóstico Enfrentamento ineficaz (00069) considera como uma incapacidade de lidar com uma situação, expectativas e metas. Esta última, ainda, se apresenta de forma mais abrangente, como outro diagnóstico, Enfrentamento ineficaz da comunidade (00077), que envolve as demandas ou necessidades da comunidade.15

Quando há um desejo expresso para o alcance de estratégias para controle de situações ou fatores estressores, problemas ou descontrole emocional, com presença de esforço cognitivo e/ou comportamental, tem-se como diagnóstico Disposição para enfrentamento melhorado (00158).15

No que se refere à resiliência, a versão atual propõe três diagnósticos, que são Resiliência prejudicada (00210), Risco de resiliência prejudicada (00211) e Disposição para resiliência melhorada (00212). O trecho “recuperação de situações adversas ou alteradas percebidas” é comum aos diagnósticos; contudo, no caso do diagnóstico Resiliência prejudicada, trata-se de uma incapacidade para essa recuperação; do Risco de resiliência prejudicada, uma suscetibilidade; e Disposição para resiliência melhorada, de um desejo ou de aumento da capacidade de se recuperar.15

Quanto às respostas de enfrentamento da rede de apoio, familiar e comunitária, sugerem-se alguns diagnósticos. Para a família, Enfrentamento familiar comprometido (00074), quando o encorajamento de algum membro da família é insuficiente; Enfrentamento familiar incapacitado (00073), quando o comportamento do membro familiar inabilita o seu próprio enfrentamento e/ou do indivíduo assistido; e Disposição para enfrentamento familiar melhorado (00075), que envolve a presença de estímulo ao enfrentamento por um membro familiar.15

Já para comunidade, tem-se Enfrentamento ineficaz da comunidade, em que o padrão de atividades desenvolvidas pela comunidade é insatisfatório para atender às demandas; e Disposição para enfrentamento melhorado da comunidade (00076), em que há encorajamento de atividades comunitárias para atendimento às demandas.15

Vale ressaltar que, desde a edição NANDA-I (2018–2020), incluíram-se dois novos componentes a alguns diagnósticos de enfermagem, denominados condições associadas e populações em risco. As condições associadas se referem aos diagnósticos médicos, às lesões, aos procedimentos, aos dispositivos e aos agentes farmacêuticos que podem auxiliar o julgamento e o raciocínio diagnóstico do profissional. Já os grupos que compartilham alguma característica que os tornam suscetíveis a uma específica resposta humana são designados como populações em risco.15

No que se refere à classe Respostas de enfrentamento, os idosos aparecem frequentemente como população em risco, tendo ainda alterações comuns ao processo de envelhecimento compondo condições associadas de diagnósticos, como comorbidades, doenças crônicas, crises de desenvolvimento/amadurecimento, transtornos mentais e de cognição, dentre outros.15

ATIVIDADES

1. Com relação ao que tornou a enfermeira e professora Jean Watson conhecida em cenário mundial, assinale a alternativa correta.

A) Uma teoria.

B) Um metaparadigma.

C) Uma política pública de saúde.

D) Um modelo de cuidado.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "A".


Jean Watson, entre 1975 e 1979, desenvolveu a teoria do cuidado transpessoal, na Universidade do Colorado.

Resposta correta.


Jean Watson, entre 1975 e 1979, desenvolveu a teoria do cuidado transpessoal, na Universidade do Colorado.

A alternativa correta é a "A".


Jean Watson, entre 1975 e 1979, desenvolveu a teoria do cuidado transpessoal, na Universidade do Colorado.

2. Com relação ao foco da teoria do cuidado transpessoal na enfermagem, assinale a alternativa correta.

A) Psicossocial.

B) Espiritual.

C) Humanístico.

D) Transpessoal.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


Com fundamentos filosóficos e sistemas de valores humanistas, a teoria do cuidado transpessoal defende o cuidado como uma ciência humana.

Resposta correta.


Com fundamentos filosóficos e sistemas de valores humanistas, a teoria do cuidado transpessoal defende o cuidado como uma ciência humana.

A alternativa correta é a "C".


Com fundamentos filosóficos e sistemas de valores humanistas, a teoria do cuidado transpessoal defende o cuidado como uma ciência humana.

3. Com relação aos pressupostos básicos de cuidado da teoria de Jean Watson, marque V (verdadeiro) ou F (falso).

A prática de cuidados é essencial para a enfermagem.

A ciência do cuidado é considerada mais importante do que a ciência da cura.

A pessoa como é agora e como poderá vir a ser é aceita.

O resultado é a satisfação de determinadas necessidades humanas.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) V — F — F — F

B) F — V — V — F

C) V — F — V — V

D) F — V — F — V

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


A segunda alternativa é falsa, pois, segundo os pressupostos básicos de cuidado da teoria de Jean Watson, a ciência do cuidado é complementar à ciência da cura.

Resposta correta.


A segunda alternativa é falsa, pois, segundo os pressupostos básicos de cuidado da teoria de Jean Watson, a ciência do cuidado é complementar à ciência da cura.

A alternativa correta é a "C".


A segunda alternativa é falsa, pois, segundo os pressupostos básicos de cuidado da teoria de Jean Watson, a ciência do cuidado é complementar à ciência da cura.

4. Observe as afirmativas sobre os 10 fatores baseados no referencial teórico que compõem a estrutura de cuidado.

I. O desenvolvimento de relações de ajuda, confiança, cuidado é um dos fatores presentes na estrutura de cuidado.

II. A expressão de sentimentos e emoções positivas e negativas faz parte da estrutura de cuidado.

III. A ausência de utilização de método científico para a solução de problemas e a tomada de decisões é um dos fatores inclusos na estrutura de cuidado.

Quais estão corretas?

A) Apenas a I e a II.

B) Apenas a I e a III.

C) Apenas a II e a III.

D) A I, a II e a III.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "A".


Considera-se fator baseado no referencial teórico que compõe a estrutura de cuidado, a utilização de método científico para solução de problemas e tomada de decisões.

Resposta correta.


Considera-se fator baseado no referencial teórico que compõe a estrutura de cuidado, a utilização de método científico para solução de problemas e tomada de decisões.

A alternativa correta é a "A".


Considera-se fator baseado no referencial teórico que compõe a estrutura de cuidado, a utilização de método científico para solução de problemas e tomada de decisões.

5. Com relação à hierarquia das ordens das necessidades humanas estabelecidas por Jean Watson, marque V (verdadeiro) ou F (falso).

Necessidades funcionais são consideradas de ordem inferior.

Necessidades integradoras são consideradas de ordem inferior.

Necessidades de sobrevivência são consideradas de ordem superior.

Necessidades de busca de conhecimento são consideradas de ordem superior.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) V — F — V — F

B) F — V — V — F

C) V — F — F — V

D) F — V — F — V

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


A segunda e a terceira alternativas são falsas, pois as necessidades de ordem inferior são as necessidades de sobrevivência e necessidades funcionais; já as de ordem superior são as integradoras e de busca de conhecimento.

Resposta correta.


A segunda e a terceira alternativas são falsas, pois as necessidades de ordem inferior são as necessidades de sobrevivência e necessidades funcionais; já as de ordem superior são as integradoras e de busca de conhecimento.

A alternativa correta é a "C".


A segunda e a terceira alternativas são falsas, pois as necessidades de ordem inferior são as necessidades de sobrevivência e necessidades funcionais; já as de ordem superior são as integradoras e de busca de conhecimento.

6. Quanto às etapas do processo de enfermagem na perspectiva de Jean Watson, correlacione a primeira e segunda colunas.

1 Investigação

2 Planos de cuidado

3 Intervenção

4 Avaliação

Representa os efeitos da intervenção baseados em dados.

Determina o problema, os fatores, a solução e os diagnósticos de enfermagem.

Estabelece os cuidados, os sujeitos e como serão realizados.

Realiza a implementação dos cuidados.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) 4 — 1 — 2 — 3

B) 2 — 4 — 3 — 1

C) 2 — 3 — 1 — 4

D) 3 — 4 — 2 — 1

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "A".


Jean Watson propõe o processo de enfermagem em quatro etapas, que são, respectivamente, investigação, plano de cuidados, intervenções e avaliação. A sua organização corresponde, na etapa de investigação, para o levantamento do problema, dos fatores, da solução do problema (considerando a hierarquia das necessidades de ordem inferior e superior) e o diagnóstico de enfermagem; na etapa do plano de cuidados, definindo como serão abordados os dados coletados; na intervenção, a implementação dos cuidados; na avaliação, exame dos efeitos das intervenções.

Resposta correta.


Jean Watson propõe o processo de enfermagem em quatro etapas, que são, respectivamente, investigação, plano de cuidados, intervenções e avaliação. A sua organização corresponde, na etapa de investigação, para o levantamento do problema, dos fatores, da solução do problema (considerando a hierarquia das necessidades de ordem inferior e superior) e o diagnóstico de enfermagem; na etapa do plano de cuidados, definindo como serão abordados os dados coletados; na intervenção, a implementação dos cuidados; na avaliação, exame dos efeitos das intervenções.

A alternativa correta é a "A".


Jean Watson propõe o processo de enfermagem em quatro etapas, que são, respectivamente, investigação, plano de cuidados, intervenções e avaliação. A sua organização corresponde, na etapa de investigação, para o levantamento do problema, dos fatores, da solução do problema (considerando a hierarquia das necessidades de ordem inferior e superior) e o diagnóstico de enfermagem; na etapa do plano de cuidados, definindo como serão abordados os dados coletados; na intervenção, a implementação dos cuidados; na avaliação, exame dos efeitos das intervenções.

7. Com relação ao critério que corresponde à classe 2, na versão atual da Taxonomia II da NANDA-I (2021–2023), no domínio 9 de Enfrentamento/tolerância ao estresse, assinale a alternativa correta.

A) Autoconceito.

B) Desempenho do papel.

C) Autocuidado.

D) Respostas de enfrentamento.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".


A classe 2, Respostas de enfrentamento, contempla o processo de lidar com o estresse ambiental.

Resposta correta.


A classe 2, Respostas de enfrentamento, contempla o processo de lidar com o estresse ambiental.

A alternativa correta é a "D".


A classe 2, Respostas de enfrentamento, contempla o processo de lidar com o estresse ambiental.

8. As vivências da pandemia da COVID-19 trouxeram à tona a experiência de perdas frequentes de familiares, amigos e de outras pessoas do contexto de vida social. Com relação aos diagnósticos de enfermagem da classe 2 — Respostas de enfrentamento, que são direcionados a essa resposta humana, assinale a alternativa correta.

A) Enfrentamento familiar comprometido, enfrentamento familiar incapacitado e disposição para enfrentamento familiar melhorado.

B) Tristeza crônica, medo e ansiedade relacionada à morte.

C) Medo, ansiedade relacionada à morte e luto desadaptativo.

D) Luto desadaptativo, risco de luto desadaptativo e disposição para luto melhorado.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".


No domínio 9, classe 2, Respostas de enfrentamento, os diagnósticos de enfermagem com foco nas alterações após a morte de pessoa de um ciclo significativo de vida são representados por Luto desadaptativo; Risco de luto desadaptativo; Disposição para luto melhorado.

Resposta correta.


No domínio 9, classe 2, Respostas de enfrentamento, os diagnósticos de enfermagem com foco nas alterações após a morte de pessoa de um ciclo significativo de vida são representados por Luto desadaptativo; Risco de luto desadaptativo; Disposição para luto melhorado.

A alternativa correta é a "D".


No domínio 9, classe 2, Respostas de enfrentamento, os diagnósticos de enfermagem com foco nas alterações após a morte de pessoa de um ciclo significativo de vida são representados por Luto desadaptativo; Risco de luto desadaptativo; Disposição para luto melhorado.

9. Na classe 2, Respostas de enfrentamento representam respostas humanas referentes à capacidade de recuperação e um processo de adaptação dinâmica. Com relação aos diagnósticos de enfermagem com foco no problema, de risco e promoção da saúde, respectivamente, assinale a alternativa correta.

A) Enfrentamento defensivo, enfrentamento ineficaz e disposição para enfrentamento melhorado.

B) Resiliência prejudicada, risco de resiliência prejudicada e disposição para resiliência melhorada.

C) Luto desadaptativo, risco para luto desadaptativo e disposição para luto melhorada.

D) Sentimento de impotência, risco de sentimento de impotência e disposição para poder melhorada.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".


Indexados desde 2008 na Taxonomia NANDA-I, os diagnósticos de enfermagem com foco na resiliência se referem às respostas adaptativas e de recuperação diante das situações de adversidades.

Resposta correta.


Indexados desde 2008 na Taxonomia NANDA-I, os diagnósticos de enfermagem com foco na resiliência se referem às respostas adaptativas e de recuperação diante das situações de adversidades.

A alternativa correta é a "B".


Indexados desde 2008 na Taxonomia NANDA-I, os diagnósticos de enfermagem com foco na resiliência se referem às respostas adaptativas e de recuperação diante das situações de adversidades.

Respostas de enfrentamento apresentadas pelo idoso a partir da teoria de Jean Watson: uma vinheta clínica

A teoria de Watson favorece o pensamento crítico reflexivo e uma observação atenta aos elementos que formam o indivíduo nas instâncias físicas, mentais e sociais. Para abordar esse conteúdo atrelado às respostas de enfrentamento pelo idoso, selecionou-se a vinheta clínica como estratégia de ensino.

As vinhetas são elaboradas como descrições narrativas, reais ou fictícias, estruturadas para estimular as percepções, as opiniões ou os conhecimentos, com um enfoque específico, cuja finalidade é estimular e guiar as possíveis reações do profissional a essas situações.21

Pode-se utilizar a vinheta para a educação, a formação e o desenvolvimento profissional direcionados à intervenção e à investigação. O conteúdo pode ser específico, com descrições baseadas em experiências pessoais ou em situações hipotéticas.20

Na saúde mental, tem-se adotado a estratégia em alguns estudos, desde tradução e adaptação transcultural de uma vinheta sobre ansiedade social em adolescentes — para integrar o Questionário de Avaliação da Literacia em Saúde Mental (QuALiSMental) — para ser utilizada na formação, no âmbito da graduação e da pós-graduação, e na formação contínua dos profissionais de saúde mental e psiquiatria (a partir da discussão de casos clínicos e no treino de competências com técnicas de simulação e jogos de papéis ou role-playing),20 além de ser aplicada em pesquisa para estimular o raciocínio em busca de elucidações de respostas em diferentes situações.

A abordagem neste capítulo consiste em apresentar um estudo de caso fictício, que pode ser adotado como uma estratégia de ensino para promover o reconhecimento das necessidades de ordem superior e inferior pelo referencial teórico de Watson e nomear diagnósticos possíveis para a classe Respostas de enfrentamento da taxonomia da NANDA-I.

Estudo de caso 1

Maria das Graças tem 79 anos de idade, é viúva e mora sozinha. Ela está aposentada há 2 anos, depois de anos trabalhando como recepcionista em uma clínica veterinária. Nos últimos meses, vem apresentando inapetência, troca a noite pelo dia e está apática com as situações da vida, sentindo-se triste, e evita contato visual. Sua filha diz que Dona Maria é uma idosa ativa, mas não soube informar quando as mudanças de hábito começaram, pois só visita a mãe uma vez por mês.

Dona Maria diz que a vida não faz mais muito sentido e que não sabe o que ainda está fazendo aqui. Diz também que se sente muito sozinha desde que o seu marido morreu em um acidente de ônibus que aconteceu durante a madrugada há pouco mais de 1 ano. Ela vem passando noites em claro, pois tem medo de acordar com outra notícia trágica. A sua filha a percebe emagrecida e inquieta.

O Quadro 4 demonstra o processo de enfermagem relacionado com a teoria do cuidado transpessoal de Jean Watson, Recife/PE, 2022, aplicado ao estudo de caso 1.

QUADRO 4

PROCESSO DE ENFERMAGEM: APLICAÇÃO NA TEORIA

INVESTIGAÇÃO

Necessidade de ordem inferior (biofísica)

  • Como estão a alimentação e a ingesta hídrica de Dona Maria?
  • O que está impedindo que ela coma?
  • Qual é o problema dela para dormir?
  • O sono em horário alternativo está sendo reparador?

Necessidade de ordem inferior (psicofísica)

  • Como está sendo a rotina de Dona Maria?
  • Ela possui ciclos sociais?
  • Interage com outras pessoas durante o dia a dia?
  • Pratica algum exercício físico durante a semana?

Necessidade de ordem superior (psicossociais)

  • Como é sua relação com a cuidadora?
  • Como é sua relação com sua filha?
  • Quais redes de apoio Dona Maria possui?
  • Ela é capaz de desempenhar suas funções em casa enquanto está sozinha?

Necessidade de ordem superior (intrapessoais)

  • Como Dona Maria se sente com relação a si mesma?
  • Ela compreende que a morte do seu marido a afetou?
  • É capaz de traçar novas metas para a vida?

DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM

  • Ansiedade relacionada a
    • conflitos sobre metas da vida;
    • estressores;
    • necessidades não atendidas.

Medo relacionado a

  • cenário pouco conhecido;
  • separação do sistema de apoio.
  • Pesar complicado relacionado a
    • morte de pessoa significativa;
    • apoio social insuficiente.

PLANEJAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO

Utilizando fatores de cuidado

  • Utilizar a compreensão empática a fim de estabelecer um ambiente acolhedor de cuidados.
  • Desenvolver um vínculo de confiança, incentivando a expressão dos seus sentimentos com relação à morte e aos sentimentos negativos em relação a si própria.
  • Estabelecer uma comunicação aberta e honesta.
  • Captar a família, buscando compreender e melhorar as relações em volta da paciente.
  • Encorajar a busca por novos meios sociais, como grupos de leitura, igrejas, passeios.
  • Auxiliar na identificação de fatores de estresse.

AVALIAÇÃO

  • Foi criado um vínculo com Dona Maria?
  • Ela consegue manter uma rotina e concilia bem sono e repouso?
  • A filha foi conscientizada da importância de estar presente na vida da mãe?
  • Dona Maria das Graças está desenvolvendo-se normalmente nas áreas investigadas (biofísica, psicofísica, psicossociais e intrapessoais)?

// Fonte: Adaptado de Riegel e colaboradores (2018);9 Galante e colaboradores (2003).21

Estudo de caso 2

Severino José tem 72 anos de idade, quatro filhos e mora com a esposa. Ele sofreu amputação do braço direito após acidente em sua oficina de marcenaria. Vem apresentando humor irritadiço e episódios de compulsão alimentar nos últimos 3 meses.

Seu Severino diz que até consegue dormir, mas acorda várias vezes durante a noite e diz que teve aumento ponderal de 6kg nos últimos 3 meses. Diz também estar muito preocupado com o sustento da casa, visto que o seu trabalho como marceneiro ajudava a manter um padrão de vida confortável para ele e a esposa. Agora ele se sente um imprestável. Ele parou de ir aos grupos da igreja e de dominó. A sua esposa afirma que está sendo difícil conviver com o novo temperamento explosivo do marido.

O Quadro 5 demonstra o processo de enfermagem relacionado com a teoria do cuidado transpessoal de Jean Watson, Recife/PE, 2022, aplicado ao estudo de caso 2.

QUADRO 5

PROCESSO DE ENFERMAGEM: APLICAÇÃO NA TEORIA

INVESTIGAÇÃO

Necessidade de ordem inferior (biofísica)

  • Como estão a alimentação e a ingesta hídrica de Seu Severino?
  • O que está aumentando seu apetite? Ele está tendo algum problema para dormir?
  • Seu sono está sendo reparador?

Necessidade de ordem inferior (psicofísica)

  • Como está sendo a rotina de Seu Severino?
  • Ele possui ciclos sociais?
  • Interage com outras pessoas durante o dia a dia?
  • Pratica algum exercício físico durante a semana?

Necessidade de ordem superior (psicossociais)

  • Como é sua relação com a esposa?
  • Como é sua relação com os filhos?
  • Quais redes de apoio Seu Severino possui?
  • Ele é capaz de desempenhar suas funções que o façam se sentir válido para sua rede de apoio?

Necessidade de ordem superior (intrapessoais)

  • Como Seu Severino se sente com relação a si mesmo? Ele compreende as limitações que a nova condição o impõe? Consegue adaptar suas metas à nova realidade?

DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM

  • Enfrentamento ineficaz relacionada a
    • estratégia ineficaz de alívio de tensão;
    • sensação de controle insuficiente;
    • confiança inadequada na capacidade de lidar com uma situação.
  • Resiliência prejudicada relacionada a
    • controle insuficiente de impulsos;
    • vulnerabilidade percebida.
  • Regulação do humor prejudicada relacionada a
    • alteração no apetite;
    • alteração no padrão de sono;
    • função social prejudicada.

PLANEJAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO

Utilizando fatores de cuidado

  • Utilizar a compreensão empática a fim de estabelecer um ambiente livre de julgamentos durante o processo de cuidados.
  • Desenvolver um vínculo de confiança, estabelecendo novas metas de acordo com a nova realidade e a expressão livre dos sentimentos negativos em relação a si mesmo.
  • Estabelecer uma comunicação aberta e honesta.
  • Captar a família e amigos mais próximos, na busca de fortalecer a rede de apoio, a fim de colaborar no processo de adaptação.
  • Encorajar a busca por novos meios sociais, como grupos de leitura, igrejas, passeios.
  • Auxiliar na identificação de fatores de estresse e na busca de meios de ajuda social.

AVALIAÇÃO

  • Foi criado um vínculo com Seu Severino?
  • Ele consegue manter uma rotina e concilia bem sono e repouso?
  • A esposa consegue entender o motivo das mudanças de humor?
  • Seu José Severino está desenvolvendo-se normalmente nas áreas investigadas (biofísica, psicofísica, psicossociais e intrapessoais)?

// Fonte: Adaptado de Riegel e colaboradores (2018);9 Galante e colaboradores (2003).21

Conclusão

Nos idosos, o potencial para as respostas de enfrentamento de fenômeno significativo é algo a ser promovido e restabelecido pelos cuidados de enfermagem. Fazer uso de um referencial teórico, como o proposto por Watson, voltado para um cuidado humanístico, que envolve o equilíbrio corpo-mente-espírito, norteia o processo de raciocínio clínico diagnóstico a partir de uma perspectiva holística e interpessoal.

Nesse contexto, destacam-se os diagnósticos de enfermagem propostos pela Taxonomia II da NANDA-I. Eles envolvem respostas humanas de enfrentamento diante de luto, finitude, ansiedade, medo, alterações de humor, tristeza, estresse, negação, sentimento de impotência e resiliência, além das relacionadas ao enfrentamento pessoal, familiar e comunitário, tão recorrentes no idoso.

Considera-se, ainda, a vinheta clínica uma estratégia de ensino capaz de apresentar situações que se assemelham à realidade e favorecem a aproximação com o leitor. Dessa forma, buscou-se exemplificar uma situação hipotética relacionada às respostas de enfrentamento do idoso, a partir do referencial de Jean Watson, apresentando os principais diagnósticos de enfermagem, com vistas ao alcance de resultados concretos e positivos à assistência.

Atividades: Respostas

Atividade 1 // Resposta: A

Comentário: Jean Watson, entre 1975 e 1979, desenvolveu a teoria do cuidado transpessoal, na Universidade do Colorado.

Atividade 2 // Resposta: C

Comentário: Com fundamentos filosóficos e sistemas de valores humanistas, a teoria do cuidado transpessoal defende o cuidado como uma ciência humana.

Atividade 3 // Resposta: C

Comentário: A segunda alternativa é falsa, pois, segundo os pressupostos básicos de cuidado da teoria de Jean Watson, a ciência do cuidado é complementar à ciência da cura.

Atividade 4 // Resposta: A

Comentário: Considera-se fator baseado no referencial teórico que compõe a estrutura de cuidado, a utilização de método científico para solução de problemas e tomada de decisões.

Atividade 5 // Resposta: C

Comentário: A segunda e a terceira alternativas são falsas, pois as necessidades de ordem inferior são as necessidades de sobrevivência e necessidades funcionais; já as de ordem superior são as integradoras e de busca de conhecimento.

Atividade 6 // Resposta: A

Comentário: Jean Watson propõe o processo de enfermagem em quatro etapas, que são, respectivamente, investigação, plano de cuidados, intervenções e avaliação. A sua organização corresponde, na etapa de investigação, para o levantamento do problema, dos fatores, da solução do problema (considerando a hierarquia das necessidades de ordem inferior e superior) e o diagnóstico de enfermagem; na etapa do plano de cuidados, definindo como serão abordados os dados coletados; na intervenção, a implementação dos cuidados; na avaliação, exame dos efeitos das intervenções.

Atividade 7 // Resposta: D

Comentário: A classe 2, Respostas de enfrentamento, contempla o processo de lidar com o estresse ambiental.

Atividade 8 // Resposta: D

Comentário: No domínio 9, classe 2, Respostas de enfrentamento, os diagnósticos de enfermagem com foco nas alterações após a morte de pessoa de um ciclo significativo de vida são representados por Luto desadaptativo; Risco de luto desadaptativo; Disposição para luto melhorado.

Atividade 9 // Resposta: B

Comentário: Indexados desde 2008 na Taxonomia NANDA-I, os diagnósticos de enfermagem com foco na resiliência se referem às respostas adaptativas e de recuperação diante das situações de adversidades.

Referências

1. Mota AS, Abrahão AL, Wisnesky UD, Vernaglia TVC, Silva CMC, Silva RVB. A prática profissional e o cuidado de enfermagem em saúde mental: uma revisão integrativa. Res Soc Develop. 2021;10(10):e352101018824. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i10.18824

2. Carvalho JLS, Nóbrega MPSS. Práticas integrativas e complementares como recurso de saúde mental na atenção básica. Rev Gaúcha Enfermagem. 2017 Nov;38(4):1–9.

3. Reinaldo AMS, Souza GS, Silveira BV. Psychiatric nursing, mental health and the national curriculum guidelines for the undergraduate nursing course. SMAD Rev Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. 2021 Jul–Set;17(3):57–66. https://doi.org/10.11606/issn.1806-6976.smad.2021.174632

4. Figueiredo C, Cunha M, Sousa L, Santos E. Impacto psicológico da pandemia da covid-19 na população geral: protocolo de revisão sistemática com meta-análise. Millenium. 2020;2(7):11–6. https://doi.org/10.29352/mill0207e.01.00360

5. Kalache A, Silva A, Giacomin KC, Lima KC, Ramos LR, Louvison M, et al. Aging and inequalities: social protection policies for older adults resulting from the Covid-19 pandemic in Brazil. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2020;23(6):e200122. https://doi.org/10.1590/1981-22562020023.200122

6. Santana RF. Year of nursing, year of the pandemic, year of elderly individuals as a risk group: implications for gerontological nursing. Rev Bras Enferm. 2020;73 Suppl 3:e2020supl3. https://doi.org/10.1590/0034-7167-202073supl03

7. Reis MGM, Casas-Novas MV, Serra I, Magalhães MDDC, Sousa LMM. The importance of a training program on active aging from the perspective of elderly individuals. Rev Bras Enferm. 2021;74 Suppl 2:e20190843. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0843

8. Maia CML, Castro FV, Fonseca AMG, Ruiz Fernández MI. Redes de apoio social e de suporte social e envelhecimento ativo. Int J Develop Educ Psychol. 2016.1(1):293–303. https://doi.org/10.17060/ijodaep.2016.n1.v1.279

9. Riegel F, Crossetti MGO, Siqueira DS. Contributions of Jean Watson’s theory to holistic critical thinking of nurses. Rev Bras Enferm. 2018 Jul–Aug;71(4):2072–6. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0065

10. George JB. Teorias de enfermagem: os fundamentos para a prática profissional. Porto Alegre: Artes Médicas; 1993.

11. Lunney M, organizador. Pensamento crítico para o alcance de resultados positivos em saúde: análise e estudos de caso em enfermagem. Porto Alegre: Artmed; 2011.

12. McEwen M, Wills EM. Bases teóricas de enfermagem. 4. ed. Porto Alegre: Artmed; 2016.

13. Favero L, Pagliuca LMF, Lacerda MR. Cuidado transpessoal em enfermagem: uma análise pautada em modelo conceitual. Rev Esc Enferm USP. 2013;47(2):500–5.

14. Houaiss A. Minidicionário Houaiss da língua portuguesa. 5. ed. Rio de Janeiro: Moderna; 2020.

15. Herdman TH, Kamitsuru S, Lopes CT. Diagnósticos de enfermagem da NANDA-I: definições e classificação 2021-2023. 12. ed. Porto Alegre: Artmed; 2021.

16. Pereira TB, Branco VLR. As estratégias de coping na promoção à saúde mental de pacientes oncológicos: uma revisão bibliográfica. Rev Psicol Saúde. 2016 Jun;8 (1):24–31. https://doi.org/10.20435/2177093X2016104

17. Umann J, Silva RM, Benavente SBT, Guido LA. O impacto das estratégias de enfrentamento na intensidade de estresse de enfermeiras de hemato-oncologia. Rev Gaúcha Enferm. 2014 Set;35(3):103–10. https://doi.org/10.1590/1983-1447.2014.03.44642

18. Lima MSFS, Carvalho ESS, Santos LM, Martins Júnior DF. Diagnósticos de enfermagem do domínio “enfrentamento/tolerância ao estresse” identificados em mulheres com úlcera de perna. Rev Enferm UFPE On Line. 2017 Mar;11 Supl. 3:1365–74. https://doi.org/10.5205/1981-8963-v11i3a13978p1365-1374-2017

19. Fontes AP, Neri AL. Estratégias de enfrentamento como indicadores de resiliência em idosos: um estudo metodológico. Ciênc Saúde Colet. 2019 Abr;24(4):1265–76. https://doi.org/10.1590/1413-81232018244.05502017

20. Morgado T, Loureiro L, Botelho MAR. The use of vignettes in mental health: Translation and cross-cultural adaptation of a social anxiety vignette in adolescents. Port J Behav Soc Res. 2020 Out;6(2):1–11 https://doi.org/10.31211/rpics.2020.6.2.179

21. Galante AC, Aranha JA, Beraldo L, Pelá NTR. A vinheta como estratégia de coleta de dados de pesquisa em enfermagem. Rev Latino-Am Enfermagem. 2003 Jun;11(3):357–63. https://doi.org/10.1590/S0104-11692003000300014

Como citar este documento

Ó AS, Silva BLS, Santos CMR, Silva NCM, Lima GS, Morais SCRV. Respostas de enfrentamento do idoso: análise dos diagnósticos de enfermagem a partir do referencial de Jean Watson. In: NANDA International, Inc., organizador. Coletâneas: Diagnósticos de Enfermagem: Ciclo 1. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2023 (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 2).

×