Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- discutir o conceito de apneia central do sono (ACS);
- diferenciar apneia obstrutiva do sono (AOS) de ACS;
- identificar as principais causas de ACS;
- explicar a fisiopatologia da ACS e por que ela é desencadeada;
- reconhecer as principais formas de tratamento da ACS;
- indicar cada uma das modalidades de tratamento da ACS de acordo com a causa de base.
Esquema conceitual
Introdução
A American Academy of Sleep Medicine (AASM) define a ACS como um transtorno do sono caracterizado por redução do fluxo aéreo em 90% ou mais com duração maior ou igual a 10 segundos e cessação do esforço torácico e abdominal aferido por cintas específicas na polissonografia (PSG) — diferentemente da AOS.1 Observa-se que as cintas torácicas e abdominais devem estar bem ajustadas para que a informação de cessação de esforço seja fidedigna. Em caso de falha do ajuste das cintas, eventos obstrutivos podem ser marcados como centrais.
De acordo com a 3ª edição da Classificação Internacional dos Transtornos do Sono (em inglês, International Classification of Sleep Disorders [ICSD-3]) de 2014 e de 2023, os critérios polissonográficos que definem a ACS são:2,3
- índice de apneia–hipopneia (IAH) acima de cinco eventos por hora;
- duração do evento respiratório superior a 10 segundos;
- prevalência de apneias centrais superior a 50% do total de apneias e hipopneias.
É necessário que o otorrino saiba identificar e manejar casos de ACS. Neste capítulo, serão discutidos tópicos importantes sobre esse tipo de transtorno do sono, como fisiopatologia, classificação e tratamento.