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Atualização em agonistas do receptor do peptídeo-1 semelhante ao glucagon

Isabella Cristina Paliares

João Roberto de Sá

Priscila Rodrigues Leite Oyama

Tiago Munhoz Vidotto

Priscila Maria Teixeira Aroucha

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • reconhecer as características farmacocinéticas e farmacodinâmicas dos agonistas do receptor do peptídeo-1 semelhante ao glucagon (aGLP-1);
  • discutir os resultados dos principais estudos de desfecho cardiovascular dos aGLP-1, assim como ensaios clínicos em pacientes com sobrepeso ou obesidade com e sem diabetes mellitus (DM);
  • identificar os principais efeitos adversos associados ao uso de aGLP-1;
  • descrever o perfil de pacientes que se beneficiariam da prescrição de aGLP-1.

Esquema conceitual

Introdução

Os aGLP-1 são peptídeos sinteticamente modificados a partir do GLP-1 endógeno.1 Esses agentes têm como alvo o sistema incretínico, cujo principal efeito é estimular a secreção de insulina pelas células β-pancreáticas de forma glicose-dependente — mecanismo que se encontra comprometido nos quadros de DM tipo 2 (DM2).1,2 Esses fármacos, diferentemente do GLP-1 endógeno, têm variável resistência à degradação pela enzima dipeptidil peptidase 4,2 o que torna sua meia-vida mais prolongada e possibilita o uso clínico.

Em 2005, o primeiro aGLP-1 (exenatida) foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) para tratamento de DM2. Desde então, foram desenvolvidas e aprovadas novas moléculas de uso diário (liraglutida e lixisenatida) e de posologia semanal (semaglutida, dulaglutida, exenatida de liberação sustentada e albiglutida), todas de administração subcutânea (SC). Mais recentemente, foram aprovadas a semaglutida de administração por via oral (VO) e posologia diária, assim como a tirzepatida, um agonista duplo do receptor GLP-1 e do receptor polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose (GIP).3

Além de redução na hemoglobina glicada (HbA1c), com baixo risco de hipoglicemia e indução de perda de peso, os aGLP-1 têm demonstrado benefícios cardiovasculares, renais4–6 e na doença hepática gordurosa metabólica.7 Desse modo, apesar do elevado custo, os aGLP-1 têm ganhado cada vez mais espaço na prática clínica e destaque nas diretrizes e protocolos de tratamento.