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AVALIAÇÃO E CONDUTA NA ASSIMETRIA DE TONSILAS PALATINAS EM CRIANÇAS

Autores: Alexandre Caixeta Guimarães, Rebecca Maunsell, Vagner Antonio Rodrigues da Silva
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Introdução

As tonsilas palatinas (TPs) são importantes estruturas do anel linfático de Waldeyer e se situam na parede lateral da orofaringe. Localizadas simétrica e lateralmente nas fossas tonsilares, são compostas por um aglomerado de tecido linfoide delimitado anterior e posteriormente pelos arcos palatoglosso e palatofaríngeo e, inferiormente, pela base da língua, tendo um importante papel imunológico.1

A principal função das TPs é a produção de anticorpos, que são formados após a exposição a uma grande variedade de antígenos.2

As TPs, assim como as adenoides, são muito pequenas ao nascimento; é muito rara a ocorrência de TPs grandes ao nascimento.3 Geralmente, elas crescem durante a infância, atingindo um tamanho máximo por volta dos 4 a 8 anos, período no qual começa sua regressão, que se completa na adolescência.4

A assimetria das TPs pode ser definida como uma diferença de tamanho, forma ou coloração entre as duas TPs.

Existem diversas causas para essas assimetrias, como:

 

  • variações anatômicas;
  • doenças benignas;
  • neoplasias.

Entre as neoplasias, a mais frequente na infância é o linfoma, que é também o diagnóstico mais temido diante de uma assimetria de TP e requer uma investigação precoce.

O linfoma é a terceira neoplasia maligna mais frequente na infância, representando 12% delas em indivíduos com menos de 15 anos.5 Por muitos anos, houve grande controvérsia na relação da assimetria das TPs com o linfoma. Enquanto alguns artigos não encontraram relação entre a assimetria das TPs e a ocorrência de linfoma, outros apontavam para um risco aumentado de linfoma nas crianças com assimetria. Nos últimos anos, novos artigos foram publicados visando esclarecer melhor essa relação e o risco de linfoma nas assimetrias das TPs.

Em uma revisão sistemática de 2014 sobre linfoma de TP em crianças, foi observado que a assimetria tonsilar é a manifestação clínica mais comum do linfoma.6 Outra revisão sistemática com metanálise de 2015 encontrou uma relação entre a assimetria e o linfoma de TP, reportando 43,5 vezes mais chance de linfoma em uma criança que apresente assimetria de TP.7

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • avaliar e classificar a assimetria das TPs em crianças;
  • descrever as principais causas de assimetria de TPs;
  • conduzir adequadamente casos de crianças com assimetria de TPs;
  • identificar o momento de operar uma criança que apresente assimetria de TPs.

Esquema conceitual

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