Entrar

CARÊNCIAS NUTRICIONAIS MAIS COMUNS NA INFÂNCIA

Autores: Mônica de Araujo Moretzsohn, Pedro Henrique Vidal Rodrigues, Viviane Alves dos Santos , Julia Donizetti Lins de Albuquerque
epub-BR-PROPED-C8V4_Artigo1

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • realizar a profilaxia contra anemia ferropriva nos lactentes;
  • avaliar a profilaxia de populações vulneráveis para deficiência de vitamina A;
  • identificar os fatores de risco para carência de ferro, zinco e vitamina A;
  • identificar os principais sintomas e sinais clínicos da hipovitaminose A;
  • avaliar a acrodermatite enteropática;
  • descrever as funções biológicas do zinco;
  • diagnosticar precocemente ou evitar a deficiência de ferro e anemia ferropriva;
  • tratar a deficiência de ferro, zinco e vitamina A;
  • orientar sobre as melhores fontes alimentares desses nutrientes;
  • revisar a gravidade da carência desses nutrientes e a importância da prevenção.

Esquema conceitual

Introdução

A fome oculta, ou deficiência de micronutrientes, é um problema de saúde pública em todo o mundo e ocorre quando o consumo de alimentos-fonte de micronutrientes é insuficiente. Inicialmente silenciosa, quando não há sinais de carência, pode evoluir com sequelas irreversíveis.

Apesar de se estar atravessando um período de transição nutricional, com importante redução na prevalência da desnutrição infantil, as carências nutricionais seguem globalmente presentes de forma endêmica, acometendo um terço da população mundial. Neste capítulo, serão abordadas as carências nutricionais mais prevalentes na infância: ferro, vitamina A e zinco.

O ferro é o metal mais presente no corpo humano e possui inúmeras funções importantes, como transporte de oxigênio, síntese de DNA, metabolismo muscular e participação em todas as fases da síntese proteica e dos sistemas respiratório, oxidativo e anti-infeccioso do organismo.1–3

Hoje em dia, cerca de 33% da população mundial têm anemia, tendo a deficiência de ferro como causa principal, sendo ele o nutriente com maior prevalência de deficiência no mundo, afetando 38% das gestantes e 43% das crianças.2 A deficiência de ferro pode ser causada pela ingestão inadequada de ferro ou de outros micronutrientes, por perda sanguínea, por processos infecciosos e patológicos concomitantes, pelo uso de determinados medicamentos ou pelo excesso de utilização do mineral pelo organismo.

A deficiência de ferro pode ter repercussões importantes e deletérias no desenvolvimento cognitivo, motor, comportamental e de linguagem. Pode se manifestar com fadiga, desempenho físico prejudicado, diminuição da produtividade, aumento de cáries dentárias, alterações de imunidade, paladar e apetite, entre outros.1,2

O requerimento de ferro é aumentado durante o crescimento (principalmente nos primeiros 5 anos de idade) e na adolescência, assim como na gestação e lactação.2 A maior parte do ferro utilizado é proveniente do sistema de reciclagem de hemácias, e a outra parte provém da dieta por meio de alimentos de fonte vegetal (ferro não heme) e animal, como a carne e os ovos (ferro heme).1 O ferro não heme sofre influência de diversos fatores antinutricionais no seu processo de absorção, diferentemente do ferro heme, que tem regulagem própria.1 A suplementação profilática durante os primeiros dois anos de vida é recomendada para a prevenção da anemia ferropriva.

Outra vitamina de grande importância para o crescimento e desenvolvimento é a vitamina A, cuja deficiência afeta globalmente de 100 a 140 milhões de crianças, das quais 4,4 milhões possuem xeroftalmia.4 A maior parte dessa população está localizada na África e no Sudoeste asiático. No Brasil, o último levantamento do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2019)5 analisou a população pediátrica (6 a 59 meses), revelando prevalência geral de 6% de hipovitaminose A, sendo o Centro-Oeste a macrorregião mais afetada (9,5%). O estudo revelou um declínio considerável desde o levantamento em 2006 (PNDS), que era de 17,4%.

A deficiência primária é a causa mais comum da carência de vitamina A e é causada pela ingestão insuficiente prolongada, comum nos pacientes com desnutrição energético-proteica proteica (DEP), associada à disfunção do transporte e armazenamento da vitamina. As dietas pobres em macronutrientes (gordura e proteína) e as patologias que causam disabsorção principalmente de gorduras (insuficiência pancreática ou biliar, abetalipoproteinemia) podem desencadear a hipovitaminose A.

A população mais vulnerável engloba os pacientes pediátricos na primeira infância, principalmente os pré-escolares, em que a deficiência de vitamina A é a principal causa de cegueira evitável. Na sua associação com processos infecciosos, muitos trabalhos citam a relação de infecções com a queda dos níveis de retinol circulante, com depleção da reserva hepática de vitamina A.6

A vitamina A encontra-se nos alimentos sob duas formas. A vitamina A pré-formada (ésteres de retinila) em alimentos de origem animal e a provitamina A (carotenoides), que são precursores da vitamina A, necessitando da conversão enzimática para a sua forma ativa (retinol).

Entre os cerca de 600 carotenoides conhecidos, 10% possuem atividade pró-vitamínica A, sendo o betacaroteno com maior representatividade nessa função.

A vitamina A possui funções essenciais para a manutenção da visão, promove crescimento por meio da diferenciação celular, regula a expressão gênica, protege a integridade dos epitélios com a produção de muco e participa ativamente da modulação do sistema imunológico celular e humoral.

Como um componente lipossolúvel, a vitamina A e os seus precursores carotenoides são digeridos e absorvidos por mecanismos comuns aos lipídios. Sofrem ação de enzimas proteolíticas no estômago, agregando-se a glóbulos com outros lipídios da dieta. Incorporam-se às micelas, após sua hidrólise, e são absorvidos no intestino delgado. Os carotenoides são convertidos em retinol pela ação da enzima betacaroteno-15,15-dioxigenase na mucosa intestinal.7

No enterócito, o retinol e as fontes de vitamina A são reesterificados, incorporados ao quilomícron com outras moléculas lipofílicas e secretados para a circulação portal. Chegam ao fígado, no qual 90% da reserva corporal de vitamina A estão contidos. O restante é distribuído nas células sanguíneas, na medula óssea, no tecido adiposo e no baço. O retinol é liberado para a circulação com uma proteína carreadora específica, a retinol binding protein (RBP), ou proteína ligadora de retinol, e a transtirretina.

Por fim, será abordado outro mineral, que, em conjunto com o ferro e a vitamina A, engloba alguns dos nutrientes que se apresentam mais carentes na infância. O corpo humano possui aproximadamente de 2 a 3g de zinco, com as concentrações mais elevadas no fígado, no pâncreas, nos rins, nos ossos e nos músculos. Outros tecidos incluem olhos, próstata, espermatozoides, pele, cabelos e unhas. O zinco é primariamente um íon intracelular que atua em associação com mais de 300 enzimas diferentes de várias classes, participando de inúmeros processos metabólicos em múltiplos órgãos e sistemas.8 É essencial para o crescimento, o desenvolvimento e a imunidade, além de desempenhar um papel importante no metabolismo de carboidratos, proteínas e vitamina A.

A deficiência de zinco é reconhecida como um problema de saúde pública no mundo. Estima-se que 31% da população mundial, variando de 4 a 73% dependendo da região, apresentam deficiência de zinco. No Brasil, a prevalência entre as crianças é semelhante, podendo atingir até 78%.9 A absorção ocorre no duodeno distal e jejuno proximal, e o seu mecanismo envolve duas vias. Há um mecanismo de carreador saturável que opera mais eficientemente em condições de ingestão inadequada de zinco, quando as concentrações luminais de zinco são baixas, e um mecanismo passivo, que envolve o movimento paracelular quando as ingestões de zinco e as concentrações luminais são altas.10

A absorção de zinco é afetada não apenas pelo conteúdo de zinco na dieta como também pela presença de substâncias interferentes, especialmente os fitatos, presentes nos cereais e nas leguminosas e que, quando ingeridos junto com o zinco, formam um complexo insolúvel que termina por ser eliminado nas fezes.11

A dieta rica em proteínas promove a absorção de zinco pela formação de quelatos de zinco-aminoácidos, que tornam o zinco melhor absorvível. É essencial para a síntese da proteína ligadora de retinol, que mobiliza e transporta a vitamina A do fígado para a circulação. O zinco também atua junto à transformação de betacaroteno em vitamina A, o que explica a associação entre deficiências dessa vitamina e de zinco.12 Além disso, o betacaroteno eleva a biodisponibilidade do zinco, possivelmente por formação de um complexo que mantém o zinco solúvel e previne os efeitos inibitórios pela associação com outras substâncias.12

É de suma importância que o pediatra faça puericultura e acompanhamento regulares da criança, com anamnese e exame físico completos, além da avaliação da ingestão de alimentos-fonte desses micronutrientes, visando prevenir a anemia e as outras carências e corrigi-las precocemente quando presentes.

Lactente de 1 ano e 3 meses vem à consulta de puericultura com a queixa de recusa alimentar para texturas mais sólidas e fibrosas, recusando carne e frango na maioria das refeições principais de misturas. Apresenta ganho de peso, estatura e perímetro cefálico satisfatórios, anda com apoio, fala raros dissílabos e tem as eliminações fisiológicas normais.

Nunca fez uso de nenhuma vitamina e utiliza frequentemente inibidores do receptor de H2, pois, em alguns casos, golfa um pouquinho (sic) quando ingere grandes quantidades de líquidos e se mantém em atividade após. A mãe refere irritabilidade eventualmente, que julga estar relacionada ao refluxo. Trouxe resultado de exames laboratoriais de rotina solicitados pelo médico do posto de saúde.

Sobre a história patológica pregressa:

  • o paciente é nascido de parto normal, a termo, adequado para a idade gestacional (AIG), sem intercorrências no período neonatal e gestacional. O teste do pezinho não apresentou alterações;
  • recebeu aleitamento materno exclusivo até os 4 meses de idade, sendo complementado com leite de vaca desde então. O desmame completo ocorreu aos 6 meses, mantendo consumo de apenas leite de vaca a partir dessa idade. A introdução alimentar iniciou-se aos 6 meses com frutas e com papas das principais misturas aos 7 meses, desde sempre apresentando recusa frequente de carne e frango. Hoje em dia, faz duas refeições principais de misturas com ingestão de cereais, leguminosas, eventualmente com ovo e peixe, e hortaliças diversas; duas colações com frutas variadas; e leite de vaca duas a três vezes ao dia, em uma quantidade de 180mL em cada tomada;
  • nunca fez uso de vitaminas. Está em uso frequente de inibidores do receptor de H2 por eventuais episódios de refluxo;
  • infecção das vias aéreas superiores (IVAS) afebris frequentes.

O exame físico mostrou o seguinte:

  • paciente em bom estado geral, hipocorado +/4+, anictérico e hidratado;
  • peso: 9.000g (<Z-escore 0);
  • comprimento: 76,5cm (<Z-escore 0);
  • perímetro cefálico: 45cm (Z-escore 0);
  • orofaringe e otoscopia estava sem alterações;
  • aparelhos respiratório e cardiovascular sem alterações, abdome flácido e indolor;
  • pele com xerodermia discreta, sem lesões. Extremidades sem alterações, com boa perfusão capilar periférica.

Os exames complementares mostraram:

  • hemoglobina (Hb): 10,3g/dL;
  • hematócrito (Ht): 33%;
  • volume corpuscular médio (VCM): 68fL;
  • concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM): 28,7g/dL;
  • ferritina: 10μg/dL;
  • proteína C-reativa (PCR): >0,5.

2

Pré-escolar de 2 anos e 6 meses, sexo masculino, vem a atendimento de puericultura em unidade básica de saúde de sua região. A mãe refere quatro episódios de diarreia aguda nos últimos 4 meses, associados à dificuldade de ganho ponderal nos últimos 6 meses.

A mãe relata surgimento de alergia na pele há 15 dias, referindo aspecto áspero e manchas eritematosas. Na caderneta da criança, estão faltando dados e consultas, além da ausência das imunizações dos 12 e 15 meses do Programa Nacional de Imunização (PNI).

A acompanhante relata insegurança financeira, com dificuldade em realizar todas as refeições diárias. No recordatório alimentar, o paciente realiza uma refeição diária principal, em sua maior parte de cereais e leguminosas, com baixa quantidade de alimentos de origem animal e substituição de refeições por alimentos industrializados.

Sobre a história patológica pregressa:

  • paciente nasceu a termo, de parto vaginal, com peso de nascimento de 2.320g, sem intercorrências no período neonatal;
  • reside com outras três crianças, além dos avós maternos;
  • na história alimentar, houve desmame precoce (2 meses de idade) e introdução à alimentação complementar sem orientação correta;
  • apresenta história de três internações hospitalares por infecções de via aérea inferior.

Ao exame físico mostrou o seguinte:

  • paciente em bom estado geral, hidratado, afebril (temperatura axilar de 36,7ºC) e sem edema;
  • peso de 10kg (escore Z P/I entre −2 e −3), comprimento de 84cm (entre Z −2 e −3 do gráfico E/I);
  • apresenta xerodermia, dermatite de fralda e ceratose folicular;
  • ao exame oftalmológico, apresenta xerose conjuntival;
  • aparelhos cardiovascular e respiratório sem alterações;
  • abdome: distendido, sem massas ou visceromegalias.

3

Lactente, 1 ano e 2 meses, branco, apresenta lesões de pele desde o sétimo mês de vida. Os pais relatam que as lesões iniciaram como um rash cutâneo macular e não pruriginoso, difuso, com coalescência das máculas eritematosas, formando placas, que evoluíram para descamação em nádegas, coxa e região perioral.

Aos 10 meses de vida, o lactente apresentou múltiplas infecções cutâneas bacterianas, incluindo abscessos suprapúbicos e na coxa direita, com necessidade de antibioticoterapia venosa e desbridamento. Apesar do tratamento, as lesões persistiram e, há 1 mês, houve progressão para couro cabeludo e região perianal.

Sobre a história patológica pregressa:

  • sem intercorrências no período gestacional. Nasceu de parto cesáreo, com idade gestacional de 35 semanas e peso de nascimento 2.100g. Alta após 13 dias de vida sem intercorrências. Teste do pezinho sem alterações;
  • aleitamento exclusivo até 6 meses de vida, quando então foram introduzidas alimentação complementar e fórmula infantil de seguimento, pois a mãe desejou parar de amamentar. A alimentação é rica em legumes, verduras, cereais e leguminosas, com aceitação parcial de carnes. Suplementação de ferro e vitamina D adequada;
  • pais saudáveis, irmão de 5 anos sem doenças, irmã falecida aos 5 meses de vida devido à sepse de foco cutâneo.

Ao exame físico, notou-se o seguinte:

  • peso e perímetro cefálico adequados para a idade, estatura entre o Z-escore −2 e −3;
  • o paciente estava em bom estado geral, hidratado, sem edema e afebril;
  • desenvolvimento neuropsicomotor adequado para a idade;
  • lesões eritematosas e descamativas predominantes em nádegas, coxas e região perioral. Cabelos finos com áreas de alopecia, com queda de cílios e sobrancelhas;
  • aparelho cardiovascular, respiratório e abdome sem alterações.

Terapêutica

Objetivos do tratamento

O objetivo do tratamento das carências nutricionais é corrigir a deficiência e recuperar os estoques corporais, além de orientar a família sobre as fontes alimentares adequadas. Com isso, reduz-se o risco de complicações graves, como xeroftalmia, as infecções, como diarreia e doenças respiratórias, o comprometimento do desenvolvimento e crescimento linear e a diminuição da mortalidade.

Condutas

No caso clínico 1, o lactente recebeu como conduta a prescrição de sulfato ferroso 30 gotas (3mg/kg/dia de ferro elementar) por dia, por um período de 3 meses, para o tratamento da anemia ferropriva apresentada, associado à vitamina D 600UI por dia como forma profilática indicada em sua faixa etária.

Além da suplementação de ferro, foram fornecidas orientações sobre a alimentação, como aumento de ingestão de proteínas de fonte animal, principalmente carnes vermelhas, e de alimentos de fonte vegetal ricos em ferro (como couve-manteiga, brócolis, espinafre e leguminosas). Foi solicitado que retornasse em 1 mês com nova dosagem laboratorial de hemograma, ferritina e PCR para controle do tratamento.

No caso clínico 2, o paciente recebeu algumas intervenções após o atendimento ambulatorial: foi encaminhado para internação hospitalar em unidade terciária, onde foi realizado o suporte nutricional para DEP seguindo o protocolo do Ministério da Saúde (MS).

Foram solicitados exames laboratoriais para rastreio de deficiências específicas como ferro e, no caso da vitamina A, foi solicitado retinol sérico. O retinol sérico teve sua dosagem de 0,30mmol/L (normal: maior ou igual a 1,05 mmol/L), e o paciente recebeu uma megadose de vitamina A de 200.000UI via oral. Evoluiu bem com a dieta oferecida, com melhora da diarreia e do ganho de peso.

No caso clínico 3, foi aventada a hipótese de deficiência de zinco e realizada sua dosagem sérica de 0,3μg/mL (valor de referência: 1 a 17μmol/L), confirmando a suspeita diagnóstica. Foi iniciada reposição de zinco oral em dose terapêutica (3mg/kg/dia de zinco elementar). Após 7 dias, a paciente evoluiu com melhoria do padrão das lesões de pele.

ATIVIDADES

1. Como também é conhecida a deficiência de micronutrientes?

A) Ingestão inadequada.

B) Fome oculta.

C) Anemia perniciosa.

D) Deficiência primária.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "B".


A fome oculta, ou deficiência de micronutrientes, é um problema de saúde pública em todo o mundo e ocorre quando o consumo de alimentos-fonte de micronutrientes é insuficiente. Inicialmente silenciosa, quando não há sinais de carência, pode evoluir com sequelas irreversíveis.

Resposta correta.


A fome oculta, ou deficiência de micronutrientes, é um problema de saúde pública em todo o mundo e ocorre quando o consumo de alimentos-fonte de micronutrientes é insuficiente. Inicialmente silenciosa, quando não há sinais de carência, pode evoluir com sequelas irreversíveis.

A alternativa correta e a "B".


A fome oculta, ou deficiência de micronutrientes, é um problema de saúde pública em todo o mundo e ocorre quando o consumo de alimentos-fonte de micronutrientes é insuficiente. Inicialmente silenciosa, quando não há sinais de carência, pode evoluir com sequelas irreversíveis.

2. Em relação às carências nutricionais, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).

O ferro é o metal mais presente no corpo humano e possui inúmeras funções importantes, como transporte de oxigênio, síntese de DNA, metabolismo muscular e participação em todas as fases da síntese proteica e dos sistemas respiratório, oxidativo e anti-infeccioso do organismo.

A deficiência de ferro afeta 33% das gestantes e 20% das crianças.

A deficiência primária é a causa mais comum da carência de vitamina A e é causada pela ingestão insuficiente prolongada, comum nos pacientes com DEP, associada à disfunção do transporte e armazenamento da vitamina.

Os fitatos elevam a biodisponibilidade do zinco, possivelmente por formação de um complexo que mantém o zinco solúvel e previne os efeitos inibitórios pela associação com outras substâncias.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) V — F — V — F

B) F — V — F — V

C) F — F — V — V

D) V — V — F — F

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "A".


Hoje em dia, cerca de 33% da população mundial têm anemia, tendo a deficiência de ferro como causa principal, sendo ele o nutriente com maior prevalência de deficiência no mundo, afetando 38% das gestantes e 43% das crianças. O betacaroteno eleva a biodisponibilidade do zinco, possivelmente por formação de um complexo que mantém o zinco solúvel e previne os efeitos inibitórios pela associação com outras substâncias.

Resposta correta.


Hoje em dia, cerca de 33% da população mundial têm anemia, tendo a deficiência de ferro como causa principal, sendo ele o nutriente com maior prevalência de deficiência no mundo, afetando 38% das gestantes e 43% das crianças. O betacaroteno eleva a biodisponibilidade do zinco, possivelmente por formação de um complexo que mantém o zinco solúvel e previne os efeitos inibitórios pela associação com outras substâncias.

A alternativa correta e a "A".


Hoje em dia, cerca de 33% da população mundial têm anemia, tendo a deficiência de ferro como causa principal, sendo ele o nutriente com maior prevalência de deficiência no mundo, afetando 38% das gestantes e 43% das crianças. O betacaroteno eleva a biodisponibilidade do zinco, possivelmente por formação de um complexo que mantém o zinco solúvel e previne os efeitos inibitórios pela associação com outras substâncias.

Acertos e erros nos casos

Acertos e erros no caso 1

O paciente do caso clínico 1 apresentava o diagnóstico de anemia microcítica e hipocrômica, com alguns sintomas e sinais presentes na história e no exame físico, com confirmação laboratorial da deficiência de ferro e de seus estoques.

A anemia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ocorre quando a concentração sanguínea de hemoglobina se encontra inferior a 2 desvios-padrão (DPs), tornando-se insuficiente para atender às necessidades fisiológicas necessárias de acordo com idade, sexo, gestação e altitude.1

As concentrações de hemoglobina de acordo com a faixa etária para o diagnóstico de anemia estão descritas na Tabela 1.

Tabela 1

CLASSIFICAÇÃO DE ANEMIA DE ACORDO COM AS CONCENTRAÇÕES DE HEMOGLOBINA CIRCULANTE NO NÍVEL DO MAR

Hb g/dL

Anemia (Hb g/dL)

Idade

Sem anemia

Leve

Moderada

Grave

6–59 meses

≥11,0

10,0–10,9

7,0–9,9

<7,0

5–11 anos

≥11,5

11,0–11,4

8,0–10,9

<8,0

12–14 anos

≥12,0

11,0–11,9

8,0–10,9

<8,0

Mulher ≥15 anos não grávida

≥12,0

11,0–11,9

8,0–10,9

<8,0

Mulher grávida

≥11,0

10,0–10,9

7,0–9,9

<7,0

Homem ≥15 anos

≥13,0

11,0–12,9

8,0–10,9

<8,0

// Fonte: Adaptada de World Health Organization (2017).13

As manifestações clínicas da deficiência de ferro ocorrem não somente nos quadros de anemia ferropriva instaurada, mas também quando há depleção dos estoques de ferro e deficiência de ferro sem anemia.

Os sintomas clínicos mais frequentes da deficiência de ferro são palidez, apatia, cansaço e irritabilidade. Apenas após um longo período de deficiência de ferro, tem-se o surgimento de anemia.

A OMS recomenda a avaliação combinada do hemograma com os níveis séricos de ferritina e receptor de transferrina (TRF) para classificar a deficiência de ferro.

Em vigência de inflamação ou infecções agudas e crônicas, a avaliação laboratorial do ferro torna-se menos precisa, sendo necessária, portanto, a complementação da investigação com outros marcadores como a PCR.14,15 Os outros exames laboratoriais que auxiliam o diagnóstico da deficiência de ferro em seus diferentes estágios são o receptor da TRF, os reticulócitos e o zinco protoporfirina sérica.

O Quadro 1 apresenta os marcadores laboratoriais para avaliação do estágio de deficiência de ferro.

Quadro 1

MARCADORES LABORATORIAIS DE AVALIAÇÃO DOS ESTÁGIOS DE DEFICIÊNCIA DE FERRO

Marcador

Depleção das reservas de ferro

Deficiência de ferro

Anemia ferropriva

Hb

Normal

Normal

↓↓

VCM

Normal

Normal

↓↓

HCM

Normal

Normal

↓↓

RDW

Normal

Normal

↑↑

Ferro sérico

Normal

↓↓

↓↓

Ferritina

↓↓

↓↓

↓↓

Receptor de TRF

Normal

↑↑

↑↑

Zinco protoporfirina

Normal

↑↑

↑↑

CTLF

Normal

↑↑

↑↑

Hb: hemoglobina; VCM: volume corpuscular médio (se diminuído, microcitose); HCM: hemoglobina corpuscular média (se diminuída, hipocromia); RDW: red cell distribution width (se aumentado, anisocitose); TRF: transferrina; CTLF: capacidade total de ligação de ferro. // Fonte: Leite e Konstantyner (2020).14

A Tabela 2 apresenta os valores de corte de ferritina para definição de deficiência de ferro.

Tabela 2

VALORES DE CORTE DA FERRITINA SÉRICA PARA DEFINIR DEFICIÊNCIA DE FERRO EM INDIVÍDUOS APARENTEMENTE SAUDÁVEIS E NÃO SAUDÁVEIS POR FAIXA ETÁRIA

Idade

Ferritina sérica (μg/dL)

Saudáveis

Com infecção ou inflamação

0–23 meses

<12

<30

24–59 meses

<12

<30

5 a <10 anos

<15

<70

10 a <20 anos

<15

<70

// Fonte: Adaptada de World Health Organization (2020).2

Na história do paciente do caso clínico 1, foram observados alguns fatores de risco para carência de ferro, como a falta de uso de sulfato ferroso profilático, o desmame precoce, o uso de leite de vaca antes de 12 meses de vida, a dieta insuficiente de alimentos ricos em ferro e o uso de bloqueadores de H2.

A realização de uma anamnese detalhada é imprescindível para garantir um bom crescimento e desenvolvimento da criança e para que haja detecção precoce de doenças e seus fatores de risco. Os fatores de risco para anemia ferropriva, como já descrito, têm como principais causas:1,2,13,16

  • baixa reserva materna;
  • aumento da demanda metabólica (principalmente em prematuros, lactentes, adolescentes ou atletas de competição);
  • diminuição do fornecimento (por aleitamento materno exclusivo prolongado ou desmame precoce, uso de leite de vaca antes de 1 ano de idade, dietas restritivas ou baixo consumo de alimentos-fonte);
  • perda sanguínea (por trauma, cirurgia, hemorragias ou discrasias sanguíneas);
  • má absorção (síndromes de má absorção, obesidade, diminuição da acidez gástrica ou anemias refratárias).

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda a suplementação profilática de ferro para todos os lactentes nos dois primeiros anos de vida. A prevenção da anemia deve ser realizada não somente com a suplementação, mas também com incentivo ao aleitamento materno, fortificação de alimentos e refeições, acompanhamento médico regular da criança e da mãe desde o pré-natal, clampeamento adequado do cordão umbilical após o parto e orientações adequadas sobre a alimentação complementar.1

A suplementação com ferro deve ser iniciada como descrito no Quadro 2.

Quadro 2

RECOMENDAÇÃO DE SUPLEMENTAÇÃO MEDICAMENTOSA PROFILÁTICA DE FERRO EM LACTENTES SEM FATOR DE RISCO

Situação

Recomendação

Lactentes SEM fator de risco

RN a termo, peso AIG, em aleitamento materno exclusivo até o 6º mês

1mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando aos 180 dias de vida até o 24º mês de vida

Lactentes COM fator de risco

RN a termo, peso AIG, em aleitamento materno exclusivo até o 6º mês

1mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando aos 90 dias de vida até o 24º mês de vida

RN a termo, peso AIG, independentemente do tipo de alimentação

1mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando aos 90 dias de vida até o 24º mês de vida

RN a termo com peso inferior a 2.500g

2mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando com 30 dias de vida, durante 1 ano. Após esse prazo, 1mg/kg/dia mais 1 ano

RNs prematuros com peso superior a 1.500g

2mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando com 30 dias de vida, durante 1 ano. Após esse prazo, 1mg/kg/dia mais 1 ano

RNs prematuros com peso entre 1.500 e 1.000g

3mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando com 30 dias de vida, durante 1 ano. Após esse prazo, 1mg/kg/dia mais 1 ano

RNs prematuros com peso inferior a 1.000g

4mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando com 30 dias de vida, durante 1 ano. Após esse prazo, 1mg/kg/dia mais 1 ano

RNs prematuros que receberam mais de 100mL de concentrado de hemácias durante a internação

Devem ser avaliados individualmente, pois podem não necessitar de suplementação de ferro com 30 dias de vida, mas sim posteriormente

RN: recém-nascido; AIG: adequado para a idade gestacional. // Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria (2021).1

No momento inicial da investigação de deficiência de ferro, recomenda-se a realização de hemograma completo para avaliação da Hb e morfologia eritrocitária (a anemia ferropriva é hipocrômica e microcítica, apresentando HCM e VCM diminuídos), dosagem de ferritina sérica para avaliação de estoques de ferro e da PCR para descartar presença de processo infeccioso ou inflamatório associado.

Quando houver necessidade de um diagnóstico diferencial ou quando não houver resposta ao tratamento habitual com ferro, outros exames diagnósticos devem ser realizados, como reticulócitos, ferro sérico, capacidade total de ligação do ferro (TIBC) e índice de saturação da TRF.

Os valores de VCM e CHCM devem ser avaliados de acordo com a referência para cada faixa etária, como descrito na Tabela 3.

Tabela 3

VALORES DA MÉDIA E DO LIMITE INFERIOR DA NORMALIDADE PARA VCM E CHCM DE ACORDO COM A IDADE E O SEXO

Idade

Hb (g/dL)

Ht (%)

VCM (fL)

CHCM (g/dL)

Média

−2DP

Média

−2DP

Média

−2DP

Média

−2DP

RN a termo

18,0

15,0

58

45

108

98

33

30

1 semana

17,0

13,5

54

42

107

88

33

28

2 semanas

16,0

12,5

52

39

105

86

33

28

1 mês

14,0

10,0

43

31

104

85

33

29

2 meses

11,5

9,0

35

28

96

77

33

29

3 a 6 meses

11,5

9,5

35

29

91

74

33

30

6 a 24 meses

12,0

10,5

36

33

78

70

33

30

2 a 6 anos

12,5

11,5

37

34

81

75

34

31

6 a 12 anos

13,5

11,5

40

35

86

77

34

31

12 a 18 anos feminino

14,0

12,0

41

36

90

78

34

31

12 a 18 anos masculino

14,5

13,0

43

37

88

78

34

31

18 a 49 anos feminino

14,0

12,0

42

37

90

80

34

31

18 a 49 anos masculino

16,0

13,0

47

40

90

80

34

31

// Fonte: Adaptada de Orkin e colaboradores (2009).17

Uma vez realizado o diagnóstico de deficiência de ferro (com ou sem anemia), o tratamento deve ser realizado prontamente, assim como o controle da resposta a ele e a sua adesão.1

O uso de sais quelatos bisglicinatos ou ferro polimaltosado apresenta melhor tolerabilidade com redução dos efeitos adversos gastrintestinais associados ao uso do sulfato ferroso. É importante atentar para a quantidade de ferro elementar presente no sal prescrito, pois existem muitas variações no mercado.1

A monitoração deve ser realizada com aferição laboratorial de reticulócitos e hemograma completo a cada 30 a 60 dias, bem como dosagem de ferritina ou receptor de TRF após 30 a 90 dias de tratamento. A reposição de ferro deve ser mantida até que os estoques de ferro (ferritina) estejam repostos.1

Acertos e erros no caso 2

Em relação ao diagnóstico, o inquérito alimentar deve ser realizado para corroborar a carência dos micronutrientes e oligoelementos específicos, avaliando o consumo de alimentos-fonte (Tabela 4).

Tabela 4

FONTES ALIMENTARES DE VITAMINA A

Alimento

Medida caseira

Vitamina A (μg RE)

Fontes animais

Leite pasteurizado tipo B

1 copo americano — 150–200mL

46,5 ou 62,0

Leite pasteurizado tipo C

1 copo americano — 150–200mL

17,4 ou 23,2

Leite integral

1 copo americano — 150–200mL

46,5 ou 62,0

Iogurte polpa de fruta

1 pote — 120mL ou 200mL

37,5 ou 62,5

Queijo muçarela

2 fatias finas — 30g

72,0

Queijo minas frescal

1 fatia média — 30g

81,0

Manteiga

2 colheres de chá cheias — 16g

120,6

Margarina

2 colheres de chá cheias — 16g

67,2

Fígado de boi

1 bife pequeno — 70g

7.222,6

Fígado de galinha

1 unidade pequena — 25g

2.137,8

Ovo cozido

1 unidade — 50g

95,5

Fontes vegetais

Caqui

½ unidade média — 60g

150,0

Mamão

½ unidade pequena — 140g

51,8

Manga

1 unidade pequena — 60g

233,4

Pupunha

3 unidades — 10g

150,0

Abóbora cozida

1 colher de sopa rasa — 20g

214,1

Batata-doce cozida

1 fatia pequena — 40g

682,0

Cenoura crua ralada

1 colher de sopa — 12g

337,56

Cenoura cozida

1 colher de sopa rasa — 15g

368,25

Acelga cozida

1 colher de sopa — 30g

94,2

Agrião cru

1 pires cheio — 15g

103,76

Almeirão cru

1 pires cheio — 20g

80,0

Couve cozida

1 colher de sopa cheia — 20g

148,0

Escarola cozida/refogada

1 colher de sopa rasa — 20g

57,34

Espinafre cozido/refogado

1 colher de sopa cheia — 25g

204,75

Mostarda folha refogada

1 colher de sopa — 20g

89,14

Rúcula crua

1 pires — 20g

138,2

// Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria (2007).7

É importante diferenciar a hipovitaminose A subclínica e a deficiência grave. Na deficiência subclínica, há maiores riscos de desenvolver infecções respiratórias e diarreias, além do atraso no crescimento com déficit de ganho ponderal e crescimento linear.

O paciente do caso clínico 2 apresenta-se com uma história de infecções de vias aéreas inferiores, diarreia aguda recorrente, déficit do crescimento linear (baixa estatura), alterações características na pele e xeroftalmia, além do diagnóstico de DEP.

No caso da apresentação grave da deficiência de vitamina A, está indicada a internação hospitalar. Justifica-se a internação hospitalar devido à taxa de mortalidade de crianças com deficiência grave (xeroftalmia) chegar a 50%.5

Sobre os exames complementares, o exame mais utilizado para a avaliação dos níveis corpóreos de vitamina A é o retinol sérico. Ele tem sido muito usado para identificar populações de risco.18 Um viés dessa análise, na busca pela infecção subclínica, é que sua redução só ocorre quando as reservas hepáticas estão comprometidas.19 A deficiência de outros nutrientes também pode alterar negativamente essas concentrações, como a deficiência de ferro e zinco.

No caso clínico 2, há a solicitação de retinol sérico, porém ele é considerado um marcador de fase aguda de lesão celular, sendo alterado por processos inflamatórios. Seus valores estão reduzidos durante um processo agudo, sendo capaz de gerar falsos baixos valores.20 Pode ser interessante a associação de marcadores inespecíficos de inflamação/infecção, como a PCR.

Em relação a outros exames, a RBP sérica, ou proteína carreadora do retinol, poderia ser um bom marcador bioquímico, porém possui baixa disponibilidade e alta variabilidade. É influenciada por processos inflamatórios, DEP, doença hepática, doença renal, entre outros.

O teste da resposta relativa à dose de retinol (RDR) é um teste recomendado pela SBP. Ele é realizado pela avaliação do retinol em jejum e 5 horas após a administração de uma solução de palmitato de retinila.

O RDR é calculado pela seguinte fórmula:

RDR = (vitamina A 5 horas − vitamina A jejum) × 100 / vitamina A 5 horas

A resposta é positiva no caso de RDR maior que 20%.

O tratamento estipulado para o paciente do caso clínico 2 foi a megadose de vitamina A de acordo com o protocolo do MS e da OMS: uma dose de 200.000UI no primeiro e segundo dias após o diagnóstico, com uma terceira dose após 14 dias.

Acertos e erros no caso 3

Os sistemas e tecidos com alta taxa de renovação celular — como o sistema imune, o trato gastrintestinal e a pele — se tornam mais vulneráveis à depleção de zinco. Portanto, quando ocorre baixa ingestão desse mineral, a integridade do trato gastrintestinal é afetada, assim como o crescimento e a função imune.

O Quadro 3 resume as principais manifestações clínicas da deficiência de zinco.

Quadro 3

SINTOMAS DE DEFICIÊNCIA DE ZINCO

  • Retardo no crescimento
  • Amadurecimento sexual atrasado
  • Hipogonadismo e hipospermia
  • Alopecia
  • Anemia
  • Cicatrização de feridas atrasada
  • Lesões cutâneas
  • Apetite prejudicado
  • Deficiências imunológicas
  • Distúrbios comportamentais
  • Lesões oculares, incluindo fotofobia e cegueira noturna
  • Paladar prejudicado (hipogeusia)
  • Diarreia
  • Fraturas ósseas

// Fonte: Leite e Konstantyner (2020).14

Após os 6 meses, quando se inicia a alimentação complementar, o leite materno não oferece a quantidade necessária de zinco para crescimento e desenvolvimento adequados. Por isso, a alimentação deve suprir essa demanda com a ingestão de fontes alimentares de zinco.21

O lactente prematuro também tem suas necessidades aumentadas em razão de crescimento acelerado, absorção intestinal diminuída, aumento de perda urinária e fecal e reservas inadequadas, já que a transferência de zinco materno ocorre principalmente no terceiro trimestre.22

Alguns sinais e sintomas são característicos da deficiência grave de zinco, como dermatite perioral e de extremidades, alopecia e diarreia. As lesões de pele são eczematosas e evoluem para lesões psoriasiformes ou vesiculopustulosas erosivas, que se iniciam na região perianal, perivulvar e ao redor da boca e se estendem até as bochechas.23

Com o decorrer do tempo, as lesões se disseminam para tronco, face e extremidades e formam placas hiperqueratóticas, podendo ocorrer infecções secundárias e distrofia ungueal. A remissão dos sintomas ocorre rapidamente com o tratamento adequado.23

O paciente do caso clínico 3, além de ser prematuro e possuir alimentação com baixa ingestão de carne e alto de fitatos, apresenta uma forma grave de deficiência de zinco: a acrodermatite enteropática, com início das manifestações cutâneas após o desmame do leite materno.

A acrodermatite enteropática é uma doença autossômica recessiva que acomete cerca de 1 em cada 500 mil crianças, na qual ocorre a mutação do gene SLC39A4, que transporta o zinco para dentro dos enterócitos e consequentemente cursa com má absorção intestinal do mineral.24

A acrodermatite enteropática também pode ser adquirida em consequência de desnutrição grave e perdas por diarreia. As crianças com acrodermatite enteropática em aleitamento materno apresentam sintomas de deficiência de zinco apenas após o desmame, graças às propriedades do leite materno, que aumentam a biodisponibilidade do zinco ingerido.

Em relação ao diagnóstico laboratorial, o zinco pode ser dosado no sangue, na urina, no cabelo, nas fezes, no suor e na saliva. No entanto, até o momento, não existe biomarcador considerado padrão-ouro para a determinação do estado nutricional relativo ao zinco.25

O zinco plasmático ou sérico é o marcador disponível mais recomendado para avaliar o risco de deficiência em populações vulneráveis. Em lactentes a termo, o zinco sérico varia de 1 a 17μmol/L, de modo semelhante a adultos saudáveis.25

Em relação às fontes alimentares, a maior parte da ingestão diária do zinco é fornecida por carnes, peixes, aves, cereais, leite e seus derivados. As ostras (que são especialmente ricas em zinco) e outros mariscos, o fígado, os cereais de grãos integrais, os feijões secos e as nozes são todos boas fontes.26

Em geral, a ingestão de zinco se associa bem com a ingestão de proteína. A fim de melhorar a biodisponibilidade do zinco nos alimentos, também é possível fazer uso de algumas estratégias para reduzir o teor de fitatos, como deixar as leguminosas de molho por 8 a 12 horas.26

A Tabela 5 ilustra a ingestão diária recomendada (IDR) de zinco para crianças e adolescentes de acordo com cada faixa etária.

Tabela 5

INGESTÃO DIÁRIA RECOMENDADA DE ZINCO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Faixa etária

IDR

0–6 meses

2mg

7–12 meses

3mg

1–3 anos

3mg

4–8 anos

5mg

9–13 anos

8mg

14–18 anos

11mg (homens)

9mg (mulheres)

IDR: ingestão diária recomendada. // Fonte: Adaptada de Leite e Konstantyner (2020).14

Evolução dos pacientes

Após 45 dias do início do tratamento, o lactente do caso clínico 1 retornou ao ambulatório com queixa de cólica abdominal mais frequente, sendo então oferecido pela mãe o sulfato ferroso fracionado em duas vezes ao dia com melhor aceitação. Os seguintes exames laboratoriais foram trazidos:

  • Hb: 11,4g/dL;
  • Ht: 34,2%;
  • VCM: 77fL;
  • CHCM: 33g/dL;
  • ferritina: 10,8μg/dL;
  • PCR: 0,9mg/dL

Diante dos exames apresentados, avaliou-se a resposta efetiva ao tratamento realizado. Espera-se que, após 30 a 45 dias do início do tratamento da anemia ferropriva, haja um aumento de 1,0g/dL de Hb. Para que a adesão se mantenha, uma estratégia seria fracionar a dose diária ou a troca do sulfato ferroso por outro sal que curse com menos efeitos colaterais.

No caso clínico 2, após o tratamento hospitalar e durante o seguimento ambulatorial, o paciente manteve a recuperação nutricional com ganho de peso adequado e com o nível sérico do retinol reestabelecido após 2 semanas.

Houve regressão progressiva da lesão ocular a partir da segunda semana do início do tratamento. A partir da reeducação alimentar, a família organizou a dieta equilibrada dentro dos limites do nível socioeconômico.

No caso clínico 3, após 2 meses do início da suplementação com zinco, houve remissão completa das lesões de pele e da alopecia. O paciente apresentava ganho pondero-estatural e desenvolvimento adequados, assim como nível sérico de zinco dentro da normalidade.

ATIVIDADES

3. Em relação aos alimentos com alto teor de zinco, assinale a alternativa correta.

A) Carnes em geral, mariscos, grãos integrais e nozes.

B) Leite e derivados, ovos, cereais integrais e castanhas.

C) Leite e derivados, mariscos, cereais integrais e castanhas.

D) Carnes em geral, ovos, grãos integrais e nozes.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "A".


O zinco está presente em vários alimentos, sendo mais abundante em frutos do mar, carne vermelha, oleaginosas, grãos integrais e cereais matinais fortificados. Nos grãos, o zinco é encontrado principalmente no gérmen e no farelo (casca), por isso, os grãos integrais (que não sofrem o processo de moagem) tendem a ser mais ricos nesse mineral.

Resposta correta.


O zinco está presente em vários alimentos, sendo mais abundante em frutos do mar, carne vermelha, oleaginosas, grãos integrais e cereais matinais fortificados. Nos grãos, o zinco é encontrado principalmente no gérmen e no farelo (casca), por isso, os grãos integrais (que não sofrem o processo de moagem) tendem a ser mais ricos nesse mineral.

A alternativa correta e a "A".


O zinco está presente em vários alimentos, sendo mais abundante em frutos do mar, carne vermelha, oleaginosas, grãos integrais e cereais matinais fortificados. Nos grãos, o zinco é encontrado principalmente no gérmen e no farelo (casca), por isso, os grãos integrais (que não sofrem o processo de moagem) tendem a ser mais ricos nesse mineral.

4. A absorção de zinco pode ser facilitada pela presença de alimentos com alto teor de

A) proteínas.

B) ferro.

C) cálcio.

D) vitamina C.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "A".


Além de ser a principal fonte de zinco dietético, a proteína promove a absorção desse elemento. As proteínas animais e vegetais também diminuem os efeitos inibitórios da absorção do zinco promovidos por outras substâncias. É exceção a proteína de soja, por causa da presença de fitatos.

Resposta correta.


Além de ser a principal fonte de zinco dietético, a proteína promove a absorção desse elemento. As proteínas animais e vegetais também diminuem os efeitos inibitórios da absorção do zinco promovidos por outras substâncias. É exceção a proteína de soja, por causa da presença de fitatos.

A alternativa correta e a "A".


Além de ser a principal fonte de zinco dietético, a proteína promove a absorção desse elemento. As proteínas animais e vegetais também diminuem os efeitos inibitórios da absorção do zinco promovidos por outras substâncias. É exceção a proteína de soja, por causa da presença de fitatos.

5. Lactente com 20 dias de vida, nascido a termo, de parto vaginal, com peso de nascimento de 2.760g, em aleitamento materno exclusivo com fator de risco para anemia, vem à consulta de puericultura, na qual o responsável interroga quais suplementações vitamínicas são necessárias realizar e em qual idade se iniciam. Em relação à suplementação de ferro, assinale a afirmativa que apresenta a conduta correta para o paciente em questão.

A) Lactente em aleitamento materno exclusivo, com bom ganho de peso, não necessita de suplementação de ferro.

B) Iniciar suplementação profilática com 1mg de ferro elementar/kg/dia a partir de 1 mês de vida.

C) Iniciar suplementação profilática com 2mg de ferro elementar/kg/dia a partir do 3º mês de vida.

D) Iniciar suplementação profilática com 1mg de ferro elementar/kg/dia a partir do 3º mês de vida.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "D".


A SBP recomenda a suplementação profilática de ferro para todos os lactentes nos dois primeiros anos de vida. No caso em questão, o lactente nasceu a termo e com um peso de nascimento AIG, sendo recomendada, portanto, a suplementação com 1mg de ferro elementar/kg/dia a partir do terceiro mês de vida, até os 24 meses de vida.

Resposta correta.


A SBP recomenda a suplementação profilática de ferro para todos os lactentes nos dois primeiros anos de vida. No caso em questão, o lactente nasceu a termo e com um peso de nascimento AIG, sendo recomendada, portanto, a suplementação com 1mg de ferro elementar/kg/dia a partir do terceiro mês de vida, até os 24 meses de vida.

A alternativa correta e a "D".


A SBP recomenda a suplementação profilática de ferro para todos os lactentes nos dois primeiros anos de vida. No caso em questão, o lactente nasceu a termo e com um peso de nascimento AIG, sendo recomendada, portanto, a suplementação com 1mg de ferro elementar/kg/dia a partir do terceiro mês de vida, até os 24 meses de vida.

6. Qual é a dose de ferro elementar recomendada para tratamento de deficiência de ferro (com ou sem anemia)?

A) 1mg de ferro elementar/kg/dia.

B) 10mg de ferro elementar.

C) 0,56mg ou 0,90mg de ferro.

D) 3 a 5mg de ferro elementar/kg/dia.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "D".


A dose recomendada para tratamento de deficiência de ferro (com ou sem anemia) é de 3 a 5mg de ferro elementar/kg/dia, podendo ser oferecido em dose única ou fracionada, antes das refeições, por um período de 3 a 6 meses.

Resposta correta.


A dose recomendada para tratamento de deficiência de ferro (com ou sem anemia) é de 3 a 5mg de ferro elementar/kg/dia, podendo ser oferecido em dose única ou fracionada, antes das refeições, por um período de 3 a 6 meses.

A alternativa correta e a "D".


A dose recomendada para tratamento de deficiência de ferro (com ou sem anemia) é de 3 a 5mg de ferro elementar/kg/dia, podendo ser oferecido em dose única ou fracionada, antes das refeições, por um período de 3 a 6 meses.

Recursos terapêuticos

Orientações terapêuticas para o caso 1

Tanto no tratamento da anemia ferropriva como na sua profilaxia, é preferível o uso de sais quelatos bisglicinatos ou ferro polimaltosado. Estes possuem melhor absorção e redução dos efeitos adversos quando comparados ao sulfato ferroso, que, mesmo em baixas doses, pode gerar coloração escura nas fezes, dor abdominal, diarreia ou constipação intestinal, náuseas e vômitos.

O sulfato ferroso disponível no SUS pode apresentar variações na concentração de ferro. Pode, por exemplo, ter 0,56mg ou 0,90mg de ferro elementar em 1 gota de solução. Os demais sais possuem concentrações de ferro que podem variar entre 2,5mg e 5mg de ferro elementar em cada gota e até mesmo 10mg de ferro elementar por mL.

Portanto, é importante atentar para a quantidade de ferro elementar presente em cada gota ou mL de solução da medicação prescrita, conferindo em suas respectivas bulas, para que não haja equívoco na terapêutica orientada.

Orientações terapêuticas para o caso 2

O tratamento da deficiência de vitamina A deve ter como objetivos a redução dos riscos de mortalidade devido à carência grave, a mudança de hábitos alimentares pela educação nutricional e o suporte psicossocial para a criança e a família.

A deficiência de vitamina A geralmente está associada a outras carências nutricionais, e o tratamento em conjunto se faz necessário.

Para a absorção da vitamina A, é essencial a presença de lipídios na dieta. Aproximadamente 5 a 10g de gordura em uma refeição são suficientes para garantir a sua absorção. Para seu transporte, os carreadores proteicos (RBP e outros) são essenciais. Um déficit global calórico-proteico torna a deficiência de vitamina A eminente.

O MS e a OMS indicam o tratamento da xeroftalmia com altas doses consecutivas de vitamina A, chamadas de megadose.

A Tabela 6 apresenta as doses de tratamento da hipovitaminose A e suas formas de administração.

Tabela 6

DOSE DE TRATAMENTO DA HIPOVITAMINOSE A E SUAS FORMAS DE ADMINISTRAÇÃO

Administração

Dose

Imediatamente após o diagnóstico

110mg de palmitato de retinila ou 66mg de acetato de retinila (200.000UI), via oral

No dia seguinte

110mg de palmitato de retinila ou 66mg de acetato de retinila (200.000UI), via oral

Dentro de 1 a 4 semanas, quando houver piora clínica; a cada 2 a 4 semanas no caso de kwashiorkor persistente

110mg de palmitato de retinila ou 66mg de acetato de retinila (200.000UI), via oral.

// Fonte: American Academy of Pediatrics (2004).27

A apresentação da megadose é em cápsulas gelatinosas, em que a vitamina A é líquida, diluída em óleo de soja e acrescida de vitamina E. Ambas, vitamina E e gordura, contribuem para aumentar a biodisponibilidade da vitamina A.

Em relação à profilaxia, alguns critérios devem ser observados em pacientes de 6 a 59 meses. A OMS orienta a profilaxia semestral com megadose de vitamina A em locais com prevalência de cegueira noturna (ou sinais de xeroftalmia) em 1% ou mais, ou onde haja prevalência de deficiência subclínica de vitamina A (retinol sérico menor que 0,70μmol/l ou menos) em 20% ou mais.28

O Brasil realiza a distribuição em massa de megadoses de vitamina A desde 1983, por meio do Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A.28

A suplementação de vitamina A em regiões endêmicas demonstrou eficácia na redução geral de morbidade e mortalidade (Tabela 7). Uma revisão sistemática demonstrou redução de 24% na mortalidade infantil.29

Tabela 7

ESQUEMA DE SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA A EM REGIÕES ENDÊMICAS

Idade/condição

Dose

Frequência

Crianças: 6 a 11 meses

100.000UI

Uma vez a cada 6 meses

Crianças: 12 a 59 meses

200.000UI

Uma vez a cada 6 meses

Puérperas no pós-parto imediato, antes da alta hospitalar

200.000UI

Uma vez

// Fonte: Brasil (2004).30

Orientações terapêuticas para o caso 3

O tratamento da deficiência de zinco depende da etiologia. A dose do zinco elementar na criança varia de 0,5 a 1mg/kg/dia. Em caso de perdas ou absorção gastrintestinal reduzida, pode ser necessário aumentar a dose da suplementação. A terapia de reposição deve durar de 3 a 4 meses, podendo se estender a 6 meses.31

A acrodermatite enteropática requer a suplementação de zinco de 3mg/kg/dia por toda a vida.

A suplementação de zinco também está indicada na diarreia aguda, independentemente da causa, a fim de reduzir a morbimortalidade, em especial, em países em desenvolvimento.32

Farmacoterapia

A Tabela 8 apresenta exemplos das quantidades de ferro elementar de diferentes compostos líquidos à base de ferro disponíveis comercialmente.

Tabela 8

EXEMPLOS DAS QUANTIDADES DE FERRO ELEMENTAR DE DIFERENTES COMPOSTOS LÍQUIDOS À BASE DE FERRO DISPONÍVEIS COMERCIALMENTE

Composto com ferro

Apresentação (peso em mg do sal de ferro)

Quantidade em mg de ferro elementar

Sulfato ferroso

124,45mg/mL

25mg/mL (1mg/gota) (1mL = 25 gotas)

50mg/mL

10mg/mL

Ferro glicinato

250mg/mL

50mg/mL (2,5mg/gota)

52,63mg/mL

10mg/mL

250mg/5mL

50mg/5mL

Ferro polimaltosado

400mg/mL

100mg/mL (5mg/gota)

40mg/mL

10mg/mL

162,5mg/mL

50mg/mL (2,5mg/gota)

40mg/mL

10mg/mL

// Fonte: Elaborada pelos autores.

A vitamina A está presente em inúmeros polivitamínicos em quantidades variáveis. As ampolas de megadoses mencionadas são distribuídas pelo MS para os estados e municípios e não estão disponíveis para compra.

O zinco pode, a exemplo do ferro, estar ligado a um sal, como gluconato, ou a um aminoácido, como a glicina, por exemplo. Neste último, a biodisponibilidade é melhor.

Informação complementar

Xeroftalmia

Na xeroftalmia, ocorrem mudanças patognomônicas nos olhos do paciente. As mudanças se iniciam com a má adaptação à escuridão, manifestando-se com a cegueira noturna. No próximo estágio, verifica-se a xerose conjuntival, ou seja, a superfície conjuntival perde o brilho e a transparência, sofrendo um processo de espessamento e endurecimento.

Nas áreas da conjuntiva em que a xerose é mais intensa, formam-se as manchas de Bitot (depósitos de material espumoso ou caseoso). Na próxima fase, a córnea fica com um aspecto áspero, seco, enrugado e sem brilho, expresso pelo sinal clínico de xerose corneal.17

Continuando esse processo, forma-se a úlcera corneal, geralmente única, de forma arredondada, com bordas bem definidas. Finaliza-se com a quebra da integridade da barreira anatômica: a ceratomalácia (Figuras 1A a C).17

FIGURA 1: A) Xerose. B) Mancha de Bitot. C) Ulceração de córnea. // Fonte: Brasil (2013).28

Outros sinais/sintomas de hipovitaminose A são xerose, hiperceratose folicular, déficit do crescimento linear e suscetibilidade a infecções.

Toxicidade

No organismo de crianças e adolescentes, os estoques excessivos de ferro podem causar alterações patológicas em órgãos, como fígado, pâncreas, coração e pele. Esse quadro caracteriza a hemocromatose, que é resultante dessa sobrecarga de ferro e pode lentamente levar à disfunção de múltiplos órgãos e óbito.3,14

Na forma aguda, podem ocorrer diarreia sanguinolenta, vômitos, acidose metabólica, insuficiência hepática e choque. As causas são disfunção do metabolismo do ferro, transfusões frequentes e ingestão excessiva.3,14

As manifestações clínicas da intoxicação pela vitamina A se manifestam por anorexia, aumento da pressão intracraniana (vômitos e cefaleia), lesões ósseas dolorosas, dermatite descamativa e hepatotoxicidade. A frequência de abaulamento da fontanela atribuído à vitamina A é rara e é revertido em cerca de 72 horas.7

A toxicidade do zinco está associada à exposição a altas doses pela suplementação ou pelo contato com o ambiente. As altas doses de suplementos de zinco (mais de 4g) ocasionam dor abdominal, náuseas, vômitos, diarreia, febre, dor de cabeça, letargia e fadiga.14

As doses mais baixas de zinco podem causar efeitos adversos, como vômitos (225 a 450mg) e desconforto abdominal (50 a 150mg). O zinco também pode interferir na absorção de outros nutrientes, como o cobre e o ferro.14

ATIVIDADES

7. Lactente de 7 meses apresenta diarreia aquosa cinco vezes ao dia há 4 dias, sem vômitos. Está em aleitamento materno e com alimentação complementar, mas a mãe relata que ele só quer o peito. Ao exame físico, está hipo-hidratado, hipocorado, eupneico e afebril. Qual é a conduta?

A) Soro de reidratação oral e suplementação com ferro 1mg/kg/dia 30 dias.

B) Soro de reidratação oral e suplementação com zinco 20mg/dia por 7 a 14 dias.

C) Aleitamento materno livre demanda e vitamina A 100.000UI dose única.

D) Soro de reidratação oral e suspender temporariamente o aleitamento materno.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "B".


A OMS preconiza a suplementação de zinco na diarreia aguda na dose de 20mg/kg/dia para lactentes maiores de 6 meses. Os estudos comprovam que a suplementação nesses casos diminui o tempo de diarreia e tem impacto na redução da mortalidade. Não há indicação de suplementação de ferro diante de um quadro infeccioso, e a megadose de vitamina A está indicada nos casos de sinais clínicos de deficiência e no tratamento da desnutrição grave.

Resposta correta.


A OMS preconiza a suplementação de zinco na diarreia aguda na dose de 20mg/kg/dia para lactentes maiores de 6 meses. Os estudos comprovam que a suplementação nesses casos diminui o tempo de diarreia e tem impacto na redução da mortalidade. Não há indicação de suplementação de ferro diante de um quadro infeccioso, e a megadose de vitamina A está indicada nos casos de sinais clínicos de deficiência e no tratamento da desnutrição grave.

A alternativa correta e a "B".


A OMS preconiza a suplementação de zinco na diarreia aguda na dose de 20mg/kg/dia para lactentes maiores de 6 meses. Os estudos comprovam que a suplementação nesses casos diminui o tempo de diarreia e tem impacto na redução da mortalidade. Não há indicação de suplementação de ferro diante de um quadro infeccioso, e a megadose de vitamina A está indicada nos casos de sinais clínicos de deficiência e no tratamento da desnutrição grave.

8. Em relação ao Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A, assinale a afirmativa correta.

A) Deve-se realizar a análise bioquímica periódica do retinol sérico em populações de risco.

B) Realizar megadose de vitamina A para pacientes pediátricos de 6 a 59 meses semestralmente em regiões de risco, além do incentivo ao consumo de alimentos ricos em vitamina A.

C) A experiência com fortificação de alimentos com vitamina A não possui resultados satisfatórios de prevenção da hipovitaminose A.

D) Em pacientes desnutridos, realizar três doses de megadose de vitamina A, independentemente dos sinais clínicos de deficiência.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "B".


O Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A possui três estratégias de prevenção da deficiência de vitamina A: administração periódica de megadoses de vitamina A para pacientes de 6 a 59 meses e mulheres no pós-parto em regiões de risco, adição de vitamina A a um ou mais alimentos de consumo massivo pela população e incentivo ao consumo de alimentos ricos em vitamina A.

Resposta correta.


O Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A possui três estratégias de prevenção da deficiência de vitamina A: administração periódica de megadoses de vitamina A para pacientes de 6 a 59 meses e mulheres no pós-parto em regiões de risco, adição de vitamina A a um ou mais alimentos de consumo massivo pela população e incentivo ao consumo de alimentos ricos em vitamina A.

A alternativa correta e a "B".


O Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A possui três estratégias de prevenção da deficiência de vitamina A: administração periódica de megadoses de vitamina A para pacientes de 6 a 59 meses e mulheres no pós-parto em regiões de risco, adição de vitamina A a um ou mais alimentos de consumo massivo pela população e incentivo ao consumo de alimentos ricos em vitamina A.

9. Em relação aos fatores de risco para deficiência de ferro, assinale a alternativa correta.

A) Aleitamento materno exclusivo prolongado, baixa exposição solar e realização de cirurgias.

B) Dietas vegetarianas, anemias refratárias e alto consumo de frutas na dieta.

C) Obesidade, uso de leite de vaca antes de 12 meses de vida e prematuridade.

D) Consumo de fórmula infantil, diminuição da acidez gástrica e baixa reserva materna de ferro.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta e a "C".


São fatores de risco para anemia ferropriva: baixa reserva materna, aumento da demanda metabólica (principalmente em prematuros, lactentes, adolescentes ou atletas de competição), diminuição do fornecimento (por aleitamento materno exclusivo prolongado ou desmame precoce, uso de leite de vaca antes de 1 ano de idade, dietas vegetarianas ou baixo consumo de alimentos-fonte de ferro), perda sanguínea (por trauma, cirurgia, hemorragias ou discrasias sanguíneas) ou má absorção de ferro (síndromes de má absorção, obesidade, diminuição da acidez gástrica ou anemias refratárias). A baixa exposição solar é um fator de risco para carência de vitamina D. O consumo alto de frutas na dieta, principalmente quando próximo a refeições ricas em ferro, seria um fator protetor à carência desse mineral, visto que a vitamina C é um facilitador da absorção do ferro.

Resposta correta.


São fatores de risco para anemia ferropriva: baixa reserva materna, aumento da demanda metabólica (principalmente em prematuros, lactentes, adolescentes ou atletas de competição), diminuição do fornecimento (por aleitamento materno exclusivo prolongado ou desmame precoce, uso de leite de vaca antes de 1 ano de idade, dietas vegetarianas ou baixo consumo de alimentos-fonte de ferro), perda sanguínea (por trauma, cirurgia, hemorragias ou discrasias sanguíneas) ou má absorção de ferro (síndromes de má absorção, obesidade, diminuição da acidez gástrica ou anemias refratárias). A baixa exposição solar é um fator de risco para carência de vitamina D. O consumo alto de frutas na dieta, principalmente quando próximo a refeições ricas em ferro, seria um fator protetor à carência desse mineral, visto que a vitamina C é um facilitador da absorção do ferro.

A alternativa correta e a "C".


São fatores de risco para anemia ferropriva: baixa reserva materna, aumento da demanda metabólica (principalmente em prematuros, lactentes, adolescentes ou atletas de competição), diminuição do fornecimento (por aleitamento materno exclusivo prolongado ou desmame precoce, uso de leite de vaca antes de 1 ano de idade, dietas vegetarianas ou baixo consumo de alimentos-fonte de ferro), perda sanguínea (por trauma, cirurgia, hemorragias ou discrasias sanguíneas) ou má absorção de ferro (síndromes de má absorção, obesidade, diminuição da acidez gástrica ou anemias refratárias). A baixa exposição solar é um fator de risco para carência de vitamina D. O consumo alto de frutas na dieta, principalmente quando próximo a refeições ricas em ferro, seria um fator protetor à carência desse mineral, visto que a vitamina C é um facilitador da absorção do ferro.

10. Por que está indicada a internação hospitalar em caso de apresentação grave da deficiência de vitamina A?

Confira aqui a resposta

No caso da apresentação grave da deficiência de vitamina A, está indicada a internação hospitalar. Justifica-se a internação hospitalar devido à taxa de mortalidade de crianças com deficiência grave (xeroftalmia) chegar a 50%.

Resposta correta.


No caso da apresentação grave da deficiência de vitamina A, está indicada a internação hospitalar. Justifica-se a internação hospitalar devido à taxa de mortalidade de crianças com deficiência grave (xeroftalmia) chegar a 50%.

No caso da apresentação grave da deficiência de vitamina A, está indicada a internação hospitalar. Justifica-se a internação hospitalar devido à taxa de mortalidade de crianças com deficiência grave (xeroftalmia) chegar a 50%.

Conclusão

O ferro é um dos micronutrientes com maior risco de carência em âmbito mundial, sendo a anemia ferropriva ainda considerada um problema de saúde pública em muitos países. Sua deficiência pode gerar repercussões graves e irreversíveis no organismo.

Assim como o ferro, a hipovitaminose A também é uma deficiência com alta prevalência global. Suas manifestações geram aumento considerável da mortalidade infantil por infecções como diarreia e sarampo.

A xeroftalmia é uma doença carencial grave causada pela carência de vitamina A, que necessita de conhecimento dos profissionais de saúde. O seu tratamento e a sua prevenção são essenciais para o crescimento e desenvolvimento infantis adequados.

O zinco atua como componente estrutural, cofator de várias enzimas e na regulação da expressão gênica. Os fitatos presentes em cereais e leguminosas são os principais componentes da dieta que interferem na absorção de zinco. As principais fontes alimentares de zinco são os frutos do mar, as carnes vermelhas, os grãos integrais e os cereais fortificados.

Para se avaliar o estado nutricional relativo ao zinco, sua concentração plasmática deve ser interpretada em conjunto com o inquérito de consumo alimentar. A deficiência de zinco pode ocorrer por ingestão inadequada, má absorção intestinal, perdas excessivas, aumento da demanda e/ou defeitos genéticos. A deficiência de zinco está associada a prejuízo do crescimento, perda de apetite, maior risco de infecções, diarreia e alterações cutâneas.

É responsabilidade do pediatra garantir o crescimento e desenvolvimento adequados das crianças, orientando sobre o aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6 meses de vida, a complementação até os 2 anos e o momento adequado da introdução alimentar com grupos alimentares variados, bem como contraindicando o uso de leite de vaca antes dos 12 meses de idade.

Cabe ao profissional de saúde identificar os grupos de risco para deficiências nutricionais e realizar a profilaxia e o tratamento precoce quando necessário, prevenindo as consequências a longo prazo dessas carências.

Atividades: Respostas

Atividade 1 // Resposta: B

Comentário: A fome oculta, ou deficiência de micronutrientes, é um problema de saúde pública em todo o mundo e ocorre quando o consumo de alimentos-fonte de micronutrientes é insuficiente. Inicialmente silenciosa, quando não há sinais de carência, pode evoluir com sequelas irreversíveis.

Atividade 2 // Resposta: A

Comentário: Hoje em dia, cerca de 33% da população mundial têm anemia, tendo a deficiência de ferro como causa principal, sendo ele o nutriente com maior prevalência de deficiência no mundo, afetando 38% das gestantes e 43% das crianças. O betacaroteno eleva a biodisponibilidade do zinco, possivelmente por formação de um complexo que mantém o zinco solúvel e previne os efeitos inibitórios pela associação com outras substâncias.

Atividade 3 // Resposta: A

Comentário: O zinco está presente em vários alimentos, sendo mais abundante em frutos do mar, carne vermelha, oleaginosas, grãos integrais e cereais matinais fortificados. Nos grãos, o zinco é encontrado principalmente no gérmen e no farelo (casca), por isso, os grãos integrais (que não sofrem o processo de moagem) tendem a ser mais ricos nesse mineral.

Atividade 4 // Resposta: A

Comentário: Além de ser a principal fonte de zinco dietético, a proteína promove a absorção desse elemento. As proteínas animais e vegetais também diminuem os efeitos inibitórios da absorção do zinco promovidos por outras substâncias. É exceção a proteína de soja, por causa da presença de fitatos.

Atividade 5 // Resposta: D

Comentário: A SBP recomenda a suplementação profilática de ferro para todos os lactentes nos dois primeiros anos de vida. No caso em questão, o lactente nasceu a termo e com um peso de nascimento AIG, sendo recomendada, portanto, a suplementação com 1mg de ferro elementar/kg/dia a partir do terceiro mês de vida, até os 24 meses de vida.

Atividade 6 // Resposta: D

Comentário: A dose recomendada para tratamento de deficiência de ferro (com ou sem anemia) é de 3 a 5mg de ferro elementar/kg/dia, podendo ser oferecido em dose única ou fracionada, antes das refeições, por um período de 3 a 6 meses.

Atividade 7 // Resposta: B

Comentário: A OMS preconiza a suplementação de zinco na diarreia aguda na dose de 20mg/kg/dia para lactentes maiores de 6 meses. Os estudos comprovam que a suplementação nesses casos diminui o tempo de diarreia e tem impacto na redução da mortalidade. Não há indicação de suplementação de ferro diante de um quadro infeccioso, e a megadose de vitamina A está indicada nos casos de sinais clínicos de deficiência e no tratamento da desnutrição grave.

Atividade 8 // Resposta: B

Comentário: O Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A possui três estratégias de prevenção da deficiência de vitamina A: administração periódica de megadoses de vitamina A para pacientes de 6 a 59 meses e mulheres no pós-parto em regiões de risco, adição de vitamina A a um ou mais alimentos de consumo massivo pela população e incentivo ao consumo de alimentos ricos em vitamina A.

Atividade 9 // Resposta: C

Comentário: São fatores de risco para anemia ferropriva: baixa reserva materna, aumento da demanda metabólica (principalmente em prematuros, lactentes, adolescentes ou atletas de competição), diminuição do fornecimento (por aleitamento materno exclusivo prolongado ou desmame precoce, uso de leite de vaca antes de 1 ano de idade, dietas vegetarianas ou baixo consumo de alimentos-fonte de ferro), perda sanguínea (por trauma, cirurgia, hemorragias ou discrasias sanguíneas) ou má absorção de ferro (síndromes de má absorção, obesidade, diminuição da acidez gástrica ou anemias refratárias). A baixa exposição solar é um fator de risco para carência de vitamina D. O consumo alto de frutas na dieta, principalmente quando próximo a refeições ricas em ferro, seria um fator protetor à carência desse mineral, visto que a vitamina C é um facilitador da absorção do ferro.

Atividade 10

RESPOSTA: No caso da apresentação grave da deficiência de vitamina A, está indicada a internação hospitalar. Justifica-se a internação hospitalar devido à taxa de mortalidade de crianças com deficiência grave (xeroftalmia) chegar a 50%.

Referências

1. Sociedade Brasileira de Pediatria. Consenso sobre anemia ferropriva: atualização: destaques 2021. São Paulo: SBP; 2021 [acesso em 2022 jan 11]. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/23172c-Diretrizes-Consenso_sobre_Anemia_Ferropriva.pdf.

2. World Health Organization. WHO guideline on use of ferritin concentrations to assess iron status in individuals and populations. Geneva: WHO; 2020.

3. Cozzolino SMF. Biodisponibilidade dos nutrientes. 5. ed. Barueri: Manole; 2016

4. Iannotti LL, Trehan I, Manary MJ. Review of the safety and efficacy of vitamin A supplementation in the treatment of children with severe acute malnutrition. Nutr J. 2013 Sep;12:125. https://doi.org/10.1186/1475-2891-12-125

5. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Prevalência de anemia e deficiência de vitamina A entre crianças brasileiras de 6 a 59 meses. Rio de Janeiro: UFRJ; 2020 [acesso em 2022 jan 11]. Disponível em: https://enani.nutricao.ufrj.br/wp-content/uploads/2020/12/Relatorio-parcial-Micronutrientes_ENANI-2019.pdf.

6. Campos FA, Flores H, Underwood BA. Effect of an infection on vitamin A status of children as measured by the relative dose response (RDR). Am J Clin Nutr. 1987 Jul;46(1):91–4. https://doi.org/10.1093/ajcn/46.1.91

7. Sociedade Brasielira de Pediatria. Deficiência de vitamina A. São Paulo: SBP; 2007.

8. Larson CP, Roy SK, Khan AI, Rahman AS, Qadri F. Zinc treatment to under-five children: applications to improve child survival and reduce burden of disease. J Health Popul Nutr. 2008 Sep;26(3):356–65. https://doi.org/10.3329/jhpn.v26i3.1901

9. Pedraza DF, Sales MC. Estudos realizados no Brasil sobre a deficiência e a suplementação de zinco: ênfase em crianças. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2017; 17(2):217–32. https://doi.org/10.1590/1806-93042017000200002

10. Brown KH, Rivera JA, Bhutta Z, Gibson RS, King JC, Lönnerdal B, et al. International Zinc Nutrition Consultative Group (IZiNCG) technical document #1. Assessment of the risk of zinc deficiency in populations and options for its control. Food Nutr Bull. 2004 Mar;25(1 Suppl 2):S99–203.

11. Torre M, Rodriguez AR, Saura-Calixto F. Effects of dietary fiber and phytic acid on mineral availability. Crit Rev Food Sci Nutr. 1991;30(1):1–22. https://doi.org/10.1080/10408399109527539

12. Smith JC Jr. The vitamin A-zinc connection: a review. Ann N Y Acad Sci. 1980;355:62–75. https://doi.org/10.1111/j.1749-6632.1980.tb21328.x

13. World Health Organization. Nutritional anaemias: tools for effective prevention and control. Geneva: WHO; 2017.

14. Leite HP, Konstantyner T. Micronutrientes em pediatria. Barueri: Manole; 2020.

15. World Health Organization. Iron deficiency anaemia: assessment, prevention, and control. a guide for programme managers. Geneva: WHO; 2001.

16. World Health Organization. Guideline: daily iron supplementation in infants and children. Geneva: WHO; 2016.

17. Orkin SH, Nathan DG, Ginsburg D, Look AT, Fisher DE, Lux SE. Hematology of infancy and childhood. 7th ed. Philadelphia: Saunders; 2009.

18. Olson JA. Vitamin A, retinoids and carotenoids. In: Shils ME, Olson JA, Shike M, editors. Modern nutrition in health and disease. 8th ed. Philadelphia: Lea & Febiger; 1994. p. 287–307.

19. Tanumihardjo SA, Russell RM, Stephensen CB, Gannon BM, Craft NE, Haskell MJ, et al. Biomarkers of nutrition for development (BOND): vitamin A review. J Nutr. 2016 Sep;146(9):1816S–48S. https://doi.org/10.3945/jn.115.229708

20. Underwood BA. Methods of assessment of vitamin A status. J Nutr. 1990 Nov;120 Suppl 11:1459–63. https://doi.org/10.1093/jn/120.suppl_11.1459

21. Krebs NF, Westcott JE, Butler N, Robinson C, Bell M, Hambidge KM. Meat as a first complementary food for breastfed infants: feasibility and impact on zinc intake and status. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2006 Feb;42(2):207–14. https://doi.org/10.1097/01.mpg.0000189346.25172.fd

22. Ackland ML, Michalczyk AA. Zinc and infant nutrition. Arch Biochem Biophys. 2016 Dec;611:51–7. https://doi.org/10.1016/j.abb.2016.06.011

23. Hambidge KM. Zinc deficiency in man: its origins and effects. Philos Trans R Soc Lond B Biol Sci. 1981 Aug;294(1071):129–44. https://doi.org/10.1098/rstb.1981.0094

24. Ackland ML, Michalczyk A. Zinc deficiency and its inherited disorders: a review. Genes Nutr. 2006 Mar;1(1):41–9. https://doi.org/10.1007/BF02829935

25. Samman S. Trace elements. In: Mann J, Truswell AS, editors. Essentials of human nutrition. 2nd ed. Oxford: Oxford University Press; 2002. p. 159–64.

26. Hotz C, Gibson RS. Traditional food-processing and preparation practices to enhance the bioavailability of micronutrients in plant-based diets. J Nutr. 2007 Apr;137(4):1097–100. https://doi.org/10.1093/jn/137.4.1097

27. American Academy of Pediatrics. Vitamins. In: Kleinman RE, editor. Pediatric nutrition handbook. 5th ed. Elk Grove Village: AAP; 2004. p. 339–65.

28. Brasil. Ministério da Saúde. Manual de condutas gerais do programa nacional de suplementação de vitamina A. Brasília: MS; 2013.

29. Mayo-Wilson E, Imdad A, Herzer K, Yakoob MY, Bhutta ZA. Vitamin A supplements for preventing mortality, illness, and blindness in children aged under 5: systematic review and meta-analysis. BMJ. 2011 Aug;343:d5094. https://doi.org/10.1136/bmj.d5094

30. Brasil. Ministério da Saúde. Vitamina A mais: programa nacional de suplementação de vitamina A: condutas gerais. Brasília: MS; 2004.

31. Yanagisawa H. Zinc deficiency and clinical practice. Japan Med Assoc J. 2004 Aug;47(8):359–64.

32. World Health Organization. The treatment of diarrhoea: a manual for physicians and other senior health workers. Genebra: WHO; 2005.

Como citar a versão impressa deste documento

Moretzsohn MA, Albuquerque JDL, Rodrigues PHV, Santos VA. Carências nutricionais mais comuns na infância. In: Sociedade Brasileira de Pediatria; Leone C, Cabral SA, organizadores. PROPED Programa de Atualização em Terapêutica Pediátrica: Ciclo 8. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2022. p. 37–66. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 4). https://doi.org/10.5935/978-65-5848-506-3.C0002

×
Este programa de atualização não está mais disponível para ser adquirido.
Já tem uma conta? Faça login