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DEPENDÊNCIA TECNOLÓGICA POR CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Autores: Eduardo Jorge Custodio da Silva, Evelyn Eisenstein
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • conceituar a dependência digital;
  • descrever os principais riscos para o desenvolvimento da dependência digital;
  • identificar os principais sinais de alerta para dependência digital;
  • avaliar os principais problemas de saúde relacionados à dependência digital;
  • orientar crianças, adolescentes e famílias sobre as questões relacionadas à dependência digital.

Esquema conceitual

Introdução

As crianças e os adolescentes vivem atualmente em dois mundos: aquele que todas as pessoas conhecem, o mundo real, e o mundo digital, disseminado por meio do espaço da internet, inclusive cheio de fantasias e ilusões dos videogames e aplicativos compartilhados por várias pessoas.

Desde o advento da comunicação em massa, existem discussões sobre seu impacto no desenvolvimento cognitivo de crianças e adolescentes. Os computadores, tablets, notebooks, smartphones e outros dispositivos que fazem parte da área de tecnologia da informação e comunicação (TIC) tanto abrem novas possibilidades de relacionamentos que podem trazer benefícios e trocas de conhecimentos como também oferecem riscos à saúde durante as importantes fases do crescimento e do desenvolvimento cerebral-mental-cognitivo-emocional-social na faixa etária das crianças e dos adolescentes.

Na era digital, todos vivem demasiadamente conectados, com uma linguagem própria e constantes mudanças de comportamento, inclusive dos familiares, já que muitos pais hoje em dia, durante a pandemia, passaram a trabalhar em casa, em home office.

A internet atravessou fronteiras, dissolveu barreiras culturais, penetrou bloqueios políticos, vaporizou diferenças sociais e cresceu mais rápido e em todas as direções, superando expectativas e certezas tecnológicas em um mundo globalizado.

Muitos danos ou imprevistos acontecem causados por vírus não biológicos, mas tecnológicos e transmitidos ao toque ou ao deslizar os dedos em qualquer tela cheia de cores, animações, música e outros atrativos que estimulam a participação da criança e a curiosidade dos adolescentes.

Na busca por sua autonomia e identidade, as crianças e os adolescentes vão enfrentando oportunidades interessantes e surpreendentes que aparecem, mas também encontram perigos e riscos à saúde e à segurança, além de questões éticas, legais e educacionais.

Os profissionais de saúde, os pediatras em especial, os educadores e os pais devem aprender e buscar continuamente transformar o uso da internet em uma fonte mais ética, segura, saudável e educativa para crianças e adolescentes. Dessa forma, devem estar capacitados para intervir, se e quando necessário, no âmbito da consulta pediátrica, na família ou na escola, visando à prevenção dos problemas relacionados à saúde e aos distúrbios comportamentais e psicossociais mais frequentes.1

Deve fazer parte da consulta pediátrica o questionamento sobre como a criança se relaciona com as mídias digitais, além do espaço e do tempo que a tecnologia ocupa no ambiente familiar.

Os pediatras devem buscar capacitação e treinamento na área por meio de canais que já existem na Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e documentos já publicados com referências científicas no site da SBP, além de sites dedicados ao assunto, como:2–4

  • Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef): canal de ajuda para adolescentes;
  • SaferNet: canal de ajuda/helpline e de denúncias/hotline;
  • Rede E.S.S.E. (Ética, Segurança, Saúde e Educação) Mundo Digital;
  • InternetSegura.br.

O objetivo da capacitação e do treinamento é poder identificar questões específicas na relação da criança e do adolescente com a tecnologia. 2–4

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