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DISTÚRBIOS AUTONÔMICOS NA DOENÇA DE PARKINSON

Roberta Arb Saba Rodrigues Pinto

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • sintetizar informações relacionadas à fisiopatologia e às manifestações clínicas dos distúrbios autonômicos na doença de Parkinson (DP);
  • identificar a prevalência dos distúrbios autonômicos na DP;
  • discutir o diagnóstico e o tratamento dos distúrbios autonômicos na DP.

Esquema conceitual

Introdução

A DP é uma condição neurodegenerativa multissistêmica que apresenta vários sintomas motores e não motores. Na prática clínica, os sintomas motores ainda atraem a maior parte da atenção dos médicos; porém, cada vez mais, os sintomas não motores — que estão presentes desde a fase pré-motora até a fase avançada da doença — têm se destacado. Apesar de os critérios utilizados para o diagnóstico clínico da DP serem fundamentados no surgimento dos sintomas motores, principalmente a bradicinesia,1 os sintomas não motores vêm sendo valorizados e corroboram o diagnóstico.

Os sintomas não motores da DP são classificados em:2

  • neuropsiquiátricos — depressão, ansiedade, psicose e alterações cognitivas;
  • gastrintestinais — constipação intestinal, disfagia, sialorreia, gastroparesias;
  • transtornos do sono — transtorno comportamental do sono REM, insônia, sono fragmentado, sonolência excessiva diurna;
  • distúrbios autonômicos;
  • outros — hiposmia, fadiga, dor.

Entre os sintomas não motores da DP, salientam-se constipação intestinal, depressão, hiposmia e transtorno comportamental do sono REM, pois podem preceder em anos o surgimento dos sintomas motores.3

Os distúrbios autonômicos não são reconhecidos com muita facilidade na prática clínica; contudo, já eram relatados desde a primeira descrição da doença, por James Parkinson, em 1817.3 A disautonomia pode ocorrer em qualquer fase da DP, inclusive na pré-motora. Sua prevalência é elevada e está intimamente relacionada com prejuízo à qualidade de vida e aumento da mortalidade. Portanto, é primordial identificar e tratar adequadamente esses distúrbios para o bom acompanhamento dos indivíduos com essa doença.

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