Objetivos
Após a leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- fazer o diagnóstico nas diversas condições de hiperprolactinemia que impactam no ciclo menstrual e na fertilidade da mulher durante o menacme;
- identificar os principais diagnósticos diferenciais;
- aplicar a propedêutica e o tratamento adequados nas diversas situações de hiperprolactinemia.
Esquema conceitual
Introdução
A hiperprolactinemia consiste no aumento da prolactina (PRL) em valores acima de 25ng/mL,1,2 e sua prevalência é de 0,4% na população geral adulta. É considerada fisiológica na gravidez, na lactação, no sono, na atividade física, no estresse e no ato sexual. Aproximadamente 9 a 17% das mulheres com distúrbio reprodutivo apresentam hiperprolactinemia.3
A sua etiologia é diversa, podendo ser fisiológica, medicamentosa, patológica e idiopática. Os tumores da hipófise, também conhecidos como prolactinomas, são responsáveis por 50% das causas de hiperprolactinemia. Os prolactinomas são mais frequentes em mulheres do que em homens. Eles podem ser classificados como microadenoma, quando menores do que 10mm de diâmetro, ou macroadenoma, quando maiores do que 10mm. São tumores geralmente benignos e de crescimento lento.4,5
A PRL é um hormônio polipeptídeo sintetizado e secretado pelos lactotrofos da adeno-hipófise. Existem três isoformas circulantes, sendo a principal a forma monomérica (peso molecular de 23kDa), que representa 80 a 95% da PRL circulante, que é biologicamente ativa. As duas outras isoformas são a dimérica, também conhecida como big PRL (45–60kDa), e a macroprolactina, ou big-big PRL (150–170 kDa), que correspondem a menos de 20%.2
A hiperprolactinemia é um achado bastante comum na ginecologia endócrina e, neste capítulo, serão abordados as principais causas e o seu manejo, assim como em condições especiais (gestação e lactação).