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TOXOPLASMOSE NA GESTAÇÃO: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

Autores: Silvana Maria Quintana, Mirella Audi Blotta, Maurício Dutra
epub-BR-PROAGO-C19V3_Artigo5

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • reconhecer os métodos de diagnóstico da toxoplasmose da gravidez;
  • identificar os critérios para definição de caso de toxoplasmose aguda materna (TAM);
  • rastrear gestantes para toxoplasmose;
  • interpretar as sorologias de gestantes para toxoplasmose no pré-natal;
  • manejar a gestante de acordo com a interpretação da sorologia para toxoplasmose;
  • descrever os esquemas para profilaxia e tratamento da TAM e da toxoplasmose congênita (TC), bem como os tratamentos alternativos;
  • investigar a TC por meio de amniocentese, reação em cadeia da polimerase (em inglês, polimerase chain reaction [PCR]) do líquido amniótico e ultrassonografia (USG) obstétrica.

Esquema conceitual

Introdução

A toxoplasmose é uma infecção causada pelo protozoário intracelular obrigatório denominado Toxoplasma gondii (TG).

O ciclo evolutivo de TG envolve três formas:1

 

 

  • oocisto — está localizado exclusivamente no intestino dos hospedeiros definitivos (felinos), no qual os esporozoítas são formados;
  • trofozoíta ou taquizoíta — consiste na forma proliferativa presente na fase aguda ou na reativação da doença, capaz de atravessar a placenta e infectar o feto;
  • cisto tecidual — encontra-se nos tecidos de humanos e animais infectados pelo protozoário e contém os bradizoítas.

O ciclo intestinal do parasita ocorre no intestino dos felinos, com a consequente eliminação de uma grande quantidade de oocistos nas fezes desses animais.1,2

O modo mais comum de transmissão de TG ao homem é pela ingestão de carnes malcozidas de animais contendo oocistos (suína, bovina etc.). Outras formas de aquisição do parasita são pela manipulação ou ingestão de outros tipos de alimentos infectados, como vegetais, leite e frutas, e pelo contato com o solo infectado por fezes de animais com oocistos.3–7 O oocisto pode permanecer viável e infectante no solo ou em fontes de água doce ou salinizada por períodos superiores a um ano.8

Após ingeridos, os oocistos sofrem a ação de enzimas digestivas e liberam os taquizoítas, que atingem a circulação e podem invadir qualquer tecido de mamíferos, formando cistos teciduais. Tais cistos contêm parasitas viáveis por toda a vida do animal infectado.9.

Os locais mais frequentemente acometidos por TG são a musculatura estriada, o cérebro e o coração.10 Em indivíduos imunocompetentes, a parasitemia e a infecção sistêmica são contidas pela resposta imune do hospedeiro. Dois grupos de pacientes podem apresentar complicações associadas a essa infecção: os imunossuprimidos e as gestantes. Neste capítulo, será abordada a toxoplasmose aguda na gravidez.

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