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MARCADORES DE REMODELAÇÃO ÓSSEA: APLICAÇÃO CLÍNICA

Autores: Julia Miguel Leitão, Victoria Zeghbi Cochenski Borba
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • revisar o conceito de marcadores de remodelação óssea (MROs);
  • verificar o local de origem dos MROs;
  • descrever os aspectos moleculares e fisiopatológicos relacionados aos MROs;
  • identificar as vantagens do uso dos MROs;
  • avaliar as aplicações clínicas mais relevantes dos MROs;
  • interpretar os resultados dos MROs.

Esquema conceitual

Introdução

O tecido esquelético é dinâmico, complexo e tem alta atividade metabólica. Comunica-se com os outros tecidos e sofre influência de diversos fatores endógenos e exógenos, como estresse mecânico e atividade física. O osso está em constante remodelação, por meio dos processos de reabsorção e formação óssea.1

Os osteoblastos, osteoclastos e osteócitos são as principais células que compõem o tecido ósseo, responsáveis por orquestrar tais processos. O paratormônio (PTH), calcitriol e fator de crescimento de fibroblastos-23 (FGF-23) são os principais hormônios que regulam o metabolismo ósseo. As citocinas e outros fatores de crescimento também participam das vias de sinalização e comunicação com o esqueleto.1

A remodelação óssea é um fenômeno importante para a saúde óssea, pois permite o reparo de microfraturas e possibilita modificações estruturais necessárias em resposta às forças biomecânicas impostas sobre o osso.2

Em condições fisiológicas, a reabsorção é sempre acompanhada por formação de tecido ósseo novo, para que a massa óssea se mantenha estável. O desacoplamento entre reabsorção e formação está intimamente relacionado a doenças ósseas. Os métodos de avaliação das etapas da remodelação óssea podem fornecer informações importantes para a avaliação e o seguimento dos pacientes.2

A histomorfometria continua sendo o padrão-ouro para a avaliação do turnover ósseo. Por meio de biópsia, são obtidas amostras que permitem a avaliação histológica quantitativa e fornecem informações sobre a estrutura e a remodelação óssea. Entretanto, esse é um método invasivo que não pode ser realizado repetidas vezes no mesmo paciente e exige profissionais altamente treinados, tanto para sua realização como para a análise.3

Os estudos sobre cinética e balanço do cálcio são outra forma de quantificação da remodelação óssea, mas são extensos e também exigem uma equipe especializada para avaliação.4

A identificação de marcadores moleculares relacionados ao metabolismo ósseo trouxe novas possibilidades e permitiu que a análise do processo de remodelação óssea se tornasse menos custosa e mais disponível entre especialistas e não especialistas. Os chamados MROs incluem produtos de degradação do colágeno e outras moléculas liberadas pelos osteoclastos e osteoblastos durante a reabsorção e formação óssea.

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