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O PAPEL DA ADRENALINA NA PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA

Autores: Gustavo Potratz Gonçalves, Cecília Leon Calderon , Hélio Penna Guimarães
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • identificar os aspectos históricos dos estudos sobre a utilização da adrenalina em parada cardiorrespiratória (PCRparada cardiorrespiratória);
  • reconhecer o papel da adrenalina no atendimento de um paciente em PCRparada cardiorrespiratória;
  • apontar os benefícios e os malefícios do uso da adrenalina em curto e longo prazo.

Esquema conceitual

Introdução

Nenhuma situação clínica supera a prioridade de atendimento de PCRparada cardiorrespiratória, na qual a rapidez e a eficácia das intervenções adotadas são cruciais para um melhor resultado do atendimento. A criação de protocolos e algoritmos internacionais permitiu a padronização e a organização da assistência médica. O reconhecimento precoce das causas desencadeantes, orientando a intervenção para cada cenário clínico, com ênfase nos cuidados após o retorno à circulação espontânea (RCEretorno à circulação espontânea), trouxe melhorias nos resultados e tem contribuído com o prognóstico dos pacientes.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, a maior causa de morte no mundo foi a doença isquêmica do coração, responsável por 16% do total de mortes. Desde 2000, houve um grande aumento das mortes por essa doença, saltando de 2 milhões para 8,9 milhões de mortes em 2019.1

Os dados na literatura quanto à incidência de PCRparada cardiorrespiratória no Brasil são escassos, sobretudo em razão da precariedade de registros. Dados do Ministério da Saúde, fornecidos pela plataforma do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), mostram, que, em 2019, 14,5% dos óbitos foram devidos a doenças cardíacas isquêmicas.2

Os principais ritmos de PCRparada cardiorrespiratória em ambiente extra-hospitalar são a fibrilação ventricular (FVfibrilação ventricular) e a taquicardia ventricular (TVtaquicardia ventricular), chegando a quase 80% dos eventos, com bom índice de sucesso na reversão, se prontamente tratados. Quando a desfibrilação é realizada precocemente, em até 3 a 5 minutos do início da PCRparada cardiorrespiratória, a taxa de sobrevida fica em torno de 50 a 70%. Em contrapartida, em ambiente intra-hospitalar, os ritmos de PCRparada cardiorrespiratória mais frequentes são a atividade elétrica sem pulso (AESPatividade elétrica sem pulso) e a assistolia, com pior prognóstico e baixas taxas de sobrevida, inferiores a 17%.3

Desde o início da formulação dos protocolos de atendimento de PCRparada cardiorrespiratória, a adrenalina já estava presente como um dos pilares do tratamento, e diversos estudos foram realizados ao longo dos anos para corroborar ou por em xeque seu uso. Neste capítulo, será exposto e discutido o uso da adrenalina no manejo da PCRparada cardiorrespiratória.

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