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PARTO EM PACIENTE COM COVID-19

José Paulo de Siqueira Guida

Tábata Regina Zumpano Santos

Maria Laura Costa

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • instituir medidas de isolamento em caso de COVID-19;
  • diferenciar os casos de COVID-19 assintomáticos e com sintomatologia moderada/grave;
  • utilizar os equipamentos de proteção individual (EPIs) corretamente;
  • revisar as orientações sobre acompanhante, clampeamento tardio de cordão e amamentação;
  • avaliar a via de parto e o momento de resolução da gestação em caso de COVID-19.

Esquema conceitual

Introdução

Os primeiros relatos por doença respiratória associada ao coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (em inglês, severe acute respiratory syndrome coronavirus 2 [SARS-CoV-2]) foram notificados à Organização Mundial da Saúde (OMS) na China, no final de 2019. A OMS chamou a doença decorrente do SARS-CoV-2 de doença do coronavírus 2019 (em inglês, coronavirus disease 2019 [COVID-19]).1

Rapidamente houve a disseminação da COVID-19 ao longo de todo o mundo. Desde março de 2020, a OMS declarou a situação como pandêmica, visto que existe transmissão sustentada e descontrolada em diferentes regiões do planeta.1

Uma rápida busca nas bases de dados científicas mostra o enorme interesse despertado pela COVID-19, evidenciado pelo fato de que, entre janeiro de 2020 e fevereiro de 2021, mais de 100 mil artigos foram publicados sobre o tema. Isso ressalta também o fato de que o conhecimento a respeito da doença é extremamente dinâmico e vem sendo construído todos os dias.

Como efeito, foram experimentadas, ao longo do período da pandemia, mudanças nas condutas e nos cuidados aos pacientes com COVID-19, como consequência da rápida produção de novos conhecimentos. Entre os diversos grupos populacionais, o das gestantes foi especialmente afetado pela COVID-19.

No Brasil, os dados já publicados indicam uma mortalidade superior a 10% no grupo das gestantes. Ainda que existam dúvidas quanto à possível subnotificação dos casos na população obstétrica, o que interfere sobremaneira no cálculo da mortalidade, não se pode ignorar que essa população está em especial risco de complicações por infecções respiratórias, devido às próprias modificações causadas pelo ciclo gravídico–puerperal na condição cardiorrespiratória da gestante.2

Os impactos da infecção pulmonar por Influenza vírus (H1N1) — outra grande pandemia desta geração — na mortalidade materna são um exemplo claro da forma pela qual os vírus respiratórios podem ser especialmente mortais às gestantes.2

Além dos efeitos físicos, não podem ser ignorados os efeitos na saúde mental das gestantes e puérperas associados à COVID-19. Os estudos evidenciam aumento nas taxas de medo e estresse percebido por essas mulheres.3

O desconhecimento a respeito das chances de transmissão vertical, dos cuidados no parto, do medo de estar sozinha, da possibilidade de transmitir a doença ao recém-nascido após o parto e do risco de apresentar doença grave contribui sobremaneira para o aumento dos índices percebidos de medo e estresse.3

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