Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer e ter a capacidade de aplicar à prática clínica a calculadora de risco fullPIERS;
- identificar as pacientes candidatas ao uso da calculadora fullPIERS;
- utilizar a calculadora de risco fullPIERS ao prognóstico de pré-eclâmpsia e no seguimento das pacientes em conduta conservadora;
- predizer, em percentual, o risco de desfechos maternos adversos a curto prazo por meio do uso da calculadora fullPIERS.
Esquema conceitual
Introdução
Até 22% das gestações no mundo apresentam complicações por distúrbios hipertensivos. Cerca de 3 a 5% das gestantes terão pré-eclâmpsia, acrescentando risco à gestação e ao feto. Apesar do desenvolvimento de tecnologias, de melhorias no pré-natal e de assistência ao parto e puerpério, a pré-eclâmpsia ainda é uma das principais causas de morbidade e mortalidade materna em todo o mundo. Embora a cura da pré-eclâmpsia só ocorra com a resolução da gestação, muitas gestantes serão acometidas pela doença ainda no pré-termo, fazendo com que a conduta conservadora deva ser aventada.
O modelo da calculadora fullPIERS objetiva predizer o risco de desfechos adversos maternos nas primeiras 48 horas até 7 dias que seguem à avaliação da gestante com pré-eclâmpsia.1–3
Uma das principais diferenças do modelo da calculadora fullPIERS em relação aos escores anteriormente adaptados para o uso em gestantes com pré-eclâmpsia é que ele leva em consideração a idade gestacional das pacientes.1,2,3
Visto que o tratamento definitivo da pré-eclâmpsia é a interrupção da gestação, faz-se necessário avaliar os benefícios e os riscos de desfechos maternos adversos e prematuridade fetal quando se opta pela conduta de manutenção da gestação.1–3