Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- classificar corretamente as síndromes hipertensivas na gravidez;
- descrever os principais aspectos fisiopatológicos da pré-eclâmpsia (PE);
- diagnosticar corretamente a PE e os fatores associados à gravidade;
- identificar os principiais fatores de risco predisponentes da PE;
- estabelecer medidas de prevenção de PE para pacientes de risco;
- tratar adequadamente a PE.
Esquema conceitual
Introdução
Pré-eclâmpsia (PE) é uma doença multifatorial e multissistêmica, específica da gestação e diagnosticada pela presença de hipertensão arterial associada à proteinúria ou à lesão de órgãos-alvo.1
A PE se manifesta após a 20ª semana de gestação em gestante previamente normotensa, e seu caráter multissistêmico implica na possível evolução para situações de gravidade. Ocorre em 1 a 5% de todas as gestações, representando, no Brasil, a principal causa de morte materna. Além disso, é importante motivo de morbidade grave e incapacidade de longo prazo, com enorme impacto também na morbidade e mortalidade perinatal.1,2
Em todo o mundo, 10 a 15% das mortes maternas diretas estão associadas à PE/eclâmpsia. Porém, 99% dessas mortes ocorrem em países de baixa e média-renda.3
As morbidades graves associadas à PE e à eclâmpsia que podem determinar a morte incluem insuficiência renal (IR), acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca (IC), edema pulmonar, coagulopatia e insuficiência hepática (IH).4
O impacto da PE não se limita aos desfechos maternos e perinatais imediatos. A doença se relaciona também com riscos para a mulher e seus recém-nascidos (RNs) de desenvolvimento de longo prazo de doenças cardiovasculares (DCVs), renais e metabólicas.5,6