- Introdução
As mulheres são as principais usuárias dos serviços de saúde, em especial do Sistema Único de Saúde (SUS), no Brasil. Elas conformam um segmento social fundamental para as políticas de saúde, não apenas pela sua importância numérica, mas, de forma especial, porque nesse campo as históricas desigualdades de poder entre homens e mulheres implicam forte impacto nas condições de saúde das mulheres.
A necessidade de cuidados especiais durante a gestação reforça a importância do direito reprodutivo da mulher, o qual depende de seu acesso a serviços de saúde de qualidade, que ofereçam meios de prevenção, inclusive, de problemas bucais. Nesse período, são comuns as alterações na cavidade bucal, consequências das alterações fisiológicas gerais, o que torna as gestantes um grupo de pacientes de temporário risco odontológico.
Diversos estudos têm demonstrado a recusa de dentistas em atender gestantes. Apesar de seguro, o atendimento odontológico à grávida demanda conhecimentos específicos, e os profissionais deveriam estar preparados de maneira adequada para o diagnóstico das necessidades da gestante, para o atendimento a esse grupo especial e/ou para o encaminhamento a um profissional especializado.1
Apesar de o atendimento odontológico à gestante fazer parte, também, do protocolo de cuidados pré-natais no sistema de saúde público nacional, observa-se um alto número de gestantes que não passa sequer por um único atendimento odontológico. Por isso, é premente a necessidade de capacitação dos profissionais da saúde para o cuidado odontológico durante a gestação.
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
- identificar os aspectos clínicos, epidemiológicos e preventivos que envolvem o pré-natal odontológico;
- elencar os procedimentos clínicos odontológicos recomendados para o período gestacional;
- realizar o pré-natal odontológico — ou indicá-lo — de forma segura e consciente;
- promover ações de educação e de prevenção em saúde bucal para gestantes.
- Esquema conceitual
