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RASTREAMENTO DA PRÉ-ECLÂMPSIA

Autores: Júlio Augusto Gurgel Alves, Fabrício da Silva Costa, José Ferreira Gomes Neto
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Introdução

A pré-eclâmpsia (PEpré-eclâmpsia) é definida como hipertensão e proteinúria detectadas ou agravadas após 20 semanas de gestação, pode estar associada a manifestações sistêmicas, como edema pulmonar, hemólise, coagulação intravascular disseminada, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência renal e hepática.1

A PEpré-eclâmpsia é uma doença de distribuição universal, considerada a principal causa de mortalidade materno-fetal, e acomete de 2 a 8% das gestantes. Apesar de inúmeros estudos, a sua etiologia permanece desconhecida. Os conhecimentos sobre a patogênese apoiam como a principal hipótese uma falha na implantação placentária desde o início da gestação, possivelmente por rejeição imunológica da decídua aos constituintes celulares fetais estranhos ao organismo materno (hemialoenxerto fetal). Essa insuficiente tolerância imunológica materna seria a causa da falha da migração das vilosidades trofoblásticas dentro das arteríolas uterinas, o que cria, assim, um ambiente de alta resistência e desfavorável à gestação.2,3

Outras hipóteses para a fisiopatologia da PEpré-eclâmpsia tentam explicar o fato de existir casos de PEpré-eclâmpsia com placentação normal. Nesses casos, acredita-se em uma deterioração secundária da vascularização da placenta consequente a problemas clínicos, tais como dislipidemia, trombofilia, diabetes ou em virtude de uma isquemia placentária relativa, gerada por uma placenta de crescimento exagerado, como acontece na gemelaridade ou na gravidez prolongada.2-4

Durante as últimas três décadas, numerosos testes de rastreamento clínico, biofísico e bioquímico foram propostos para a detecção precoce da PEpré-eclâmpsia. Alguns testes têm sido estudados extensivamente, enquanto outros ficaram apenas no nível de pesquisa de laboratório ou como testes pré-clínicos.

Estudos têm mostrado uma grande divergência dos resultados na acurácia de vários testes, por isso não existe um consenso universal quanto à melhor maneira de rastrear a PEpré-eclâmpsia, e as pesquisas continuam sendo realizadas. A tendência atual é uma combinação de vários testes que favorece a melhor acurácia.5-8

Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de:

 

  • reconhecer os tipos de PEpré-eclâmpsia e os fatores de risco mais associados a cada um deles;
  • direcionar a anamnese em busca de fatores de risco que são marcadores preditivos;
  • solicitar exames complementares que possam ser coadjuvantes para a predição da PEpré-eclâmpsia;
  • selecionar as pacientes no início da gestação que se beneficiariam com medidas preventivas para diminuir a incidência de PEpré-eclâmpsia.

Esquema conceitual

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