O progressivo aumento das doenças crônicas e degenerativas no Brasil é evidente. As alterações demográficas pelas quais passa a população com aumento da expectativa de vida, aliadas aos avanços tecnológicos na área da saúde, trarão como consequência uma quantidade cada vez maior de casos de sobreviventes “saudáveis” de diferentes tipos de câncer. Dessa forma, o impacto do climatério, principalmente de queixas frequentes como os sintomas vasomotores (SVMsintomas vasomotores) e a atrofia vaginal (AVatrofia vaginal), poderá ser vivenciado por muitas mulheres com história prévia de algum tipo de câncer.

Apesar dos avanços na área terapêutica, a terapia hormonal (THterapia hormonal) parece ainda ser a terapêutica mais eficaz no controle dos sintomas do climatério, com redução de até 80% deles nas mulheres corretamente tratadas.

A THterapia hormonal é considerada o padrão-ouro para o controle dos SVMsintomas vasomotores.1 Porém, um dos fatores limitantes dessa terapia é a possibilidade de esses hormônios influenciarem o surgimento ou a progressão das neoplasias.

O objetivo deste artigo é compreender os mecanismos envolvidos no aparecimento dos SVMsintomas vasomotores e da AVatrofia vaginal, e saber aconselhar sobre o tratamento seguro com métodos hormonais ou não hormonais.

Após a leitura deste artigo, o leitor será capaz de:

 

• ■ reconhecer os principais tipos de câncer que acometem as mulheres;
• ■ compreender a fisiopatologia e as consequências do hipoestrogenismo sobre os sintomas vasomotores e a AVatrofia vaginal;
• ■ aconselhar sobre o tratamento padrão da AVatrofia vaginal e alternativas à reposição de estrogênio tópico em pacientes com diferentes tipos de câncer;
• ■ avaliar a evidência para as recomendações atuais da terapia de reposição de estrogênio em mulheres com diagnóstico prévio de diferentes tipos de câncer.