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REVISITANDO A PSICOFARMACOLOGIA DA NORADRENALINA

Autores: Ygor Arzeno Ferrão, Lucas Primo de Carvalho Alves, João Vítor Bueno Ferrão
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • descrever a estrutura da noradrenalina (NA);
  • caracterizar o histórico moderno do uso da NA;
  • indicar as principais localizações dos circuitos noradrenérgicos no sistema nervoso central (SNC);
  • definir os principais mecanismos de ação da NA como neurotransmissor;
  • explicar o papel da NA no comportamento do ser humano;
  • identificar as disfunções noradrenérgicas e os seus papéis nos principais transtornos psiquiátricos;
  • reconhecer o possível sinergismo (agonismo e antagonismo) noradrenérgico com outros fármacos (psiquiátricos ou não) e o potencial uso clínico da NA ou as suas contraindicações.

Esquema conceitual

Introdução

Já se passaram quase 70 anos desde que o primeiro antidepressivo moderno foi desenvolvido. De lá para cá, muitos esforços e investimentos foram gastos visando a desenvolver melhores tratamentos para os transtornos mentais e a encontrar as possíveis bases biológicas desses transtornos.

Mesmo tendo papel relevante na gênese dos transtornos mentais, a disfunção de monoaminas biogênicas parece não ser a única “via final comum”, de modo que algum outro mecanismo ou sistema (transmissor patognomônico, fator de crescimento, fator de transcrição, célula, etc.) ainda está para ser descoberto. Ainda assim, o entendimento dos sistemas conhecidos e o aprofundamento continuado dos conhecimentos são obrigações do cientista e do clínico que atende portadores dos mais diversos transtornos psiquiátricos.

A NA é um hormônio (também considerado como neurotransmissor quando atua no SNC) produzido pelas suprarrenais que atua na transmissão de sinais nervosos, ajudando diretamente a regular funções cerebrais importantes como humor, concentração, atenção, memória, sono e comportamento alimentar. Em conjunto com a adrenalina, permite a modulação e interfere em comportamentos de resposta a situações de estresse ou perigo (como estado de alerta, batimentos cardíacos, oxigenação do sangue, circulação sanguínea e dilatação das pupilas), possibilitando que o sujeito reaja lutando, fugindo ou “congelando” diante das mais diversas situações.

Devido às suas funções no corpo, a NA também pode ser utilizada como medicamento, especialmente em situações em que é necessário aumentar a contração dos vasos sanguíneos, proporcionando aumento da pressão arterial (PA) (p. ex., em determinadas emergências, como em casos de infarto ou hipotensão profunda). Além disso, a NA desempenha um papel importante na regulação do humor (ansiedade e/ou depressão), da atenção e da concentração, de modo que passou a ser alvo do desenvolvimento de psicofármacos que auxiliem no tratamento de disfunções como as encontradas em transtornos de ansiedade, quadros depressivos, déficit de atenção, etc., uma vez que podem levar ao adequado funcionamento dos neurocircuitos noradrenérgicos.

Dessa maneira, este capítulo tem o objetivo de revisar amplamente a NA, reunindo e revisitando informações básicas e atuais sobre esse neurotransmissor, tão presente na psicofarmacopeia vigente.

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