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SÍNDROME HEPATORRENAL

Autor: Claudio Piras
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  • Introdução

Além das causas conhecidas de injúria renal aguda (IRAinjúria renal aguda), pré-renal, renal e pós-renal, pacientes cirróticos podem desenvolver um tipo específico de disfunção renal, que foi reconhecida e descrita pela primeira vez em 1863, por Austin Flint. Foi descrita de forma abrangente pelo cirurgião James Gordon, no período de 1920 a 1950, e, finalmente, neste último século, recebeu o nome de síndrome hepatorrenal (SHRsíndrome hepatorrenal).1,2

A SHRsíndrome hepatorrenal é uma das mais importantes complicações da cirrose descompensada. Caracteriza-se pela disfunção renal concomitante à piora da função hepática, decorrente da diminuição do fluxo renal, em especial, em pacientes portadores de hipertensão porta e ascite. É frequentemente uma complicação fatal nos pacientes cirróticos.3

A SHRsíndrome hepatorrenal ocorre na ausência de patologia prévia do rim e está associada à vasoconstrição renal.4 A probabilidade de pacientes cirróticos com ascite desenvolverem a SHRsíndrome hepatorrenal é de 18% em um ano e de 39% em cinco anos.5 A presença de disfunção circulatória está diretamente associada ao prognóstico e, quando refratária, traz um prognóstico sombrio com altas taxas de mortalidade. A melhor opção de sobrevida a longo prazo é o transplante hepático.6,7

  • Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • definir e classificar a SHRsíndrome hepatorrenal;
  • reconhecer a fisiopatogenia e as bases fisiopatológicas envolvidas na SHRsíndrome hepatorrenal;
  • identificar os sinais e sintomas da SHRsíndrome hepatorrenal;
  • reconhecer a importância do diagnóstico precoce da SHRsíndrome hepatorrenal;
  • identificar as substâncias vasoconstritoras, suas doses, meio de aplicação e principais complicações associadas ao tratamento da SHRsíndrome hepatorrenal;
  • reconhecer a importância da associação de albumina no tratamento da SHRsíndrome hepatorrenal e as doses recomendadas;
  • reconhecer o papel das demais condutas que podem vir a ser utilizadas no tratamento da SHRsíndrome hepatorrenal, como a terapia de substituição renal, a derivação intra-hepática portossistêmica transjugular (TIPSderivação intra-hepática portossistêmica transjugular) e o transplante hepático;
  • reconhecer o momento de interromper o tratamento da SHRsíndrome hepatorrenal.
  • Esquema conceitual
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