Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- discutir a importância do cuidado destinado a pacientes fora de possibilidades terapêuticas nos cenários de terapia intensiva;
- identificar as estratégias disponíveis para a gestão de casos clínicos com necessidade de CPs;
- descrever as principais condutas direcionadas ao paciente em CPs;
- reconhecer a importância do trabalho multiprofissional no acompanhamento de pacientes com necessidade de CPs.
Esquema conceitual
Introdução
Os objetivos tradicionais dos cuidados intensivos são reduzir a morbidade e a mortalidade associadas à doença crítica, manter a função orgânica e restaurar a saúde. Além disso, os cuidados devem visar devolver ao paciente níveis de funcionalidade e qualidade de vida aceitáveis, em uma perspectiva individual, assim como reduzir deficiências.
Quando a disfunção orgânica da doença crítica não responde ao tratamento e os objetivos terapêuticos não podem mais ser alcançados ou quando o suporte de vida se torna desproporcional ao prognóstico esperado, a equipe da unidade de terapia intensiva (UTI) deve ofertar possibilidades para uma morte com dignidade.
Na década de 1960, a prática de cuidados paliativos (CPs) surgiu como alternativa na assistência ao paciente oncológico. Atualmente, foi revista e ampliada, e é considerada um dos pilares básicos da assistência à saúde e do auxílio ao tratamento de diversas doenças crônicas.1
CPs são ações, realizadas por uma equipe multiprofissional, voltadas a pacientes que estão fora de possibilidades terapêuticas curativas, ou seja, consistem em cuidados centrados no paciente e na família que otimizam a qualidade de vida, antecipando, prevenindo e tratando o sofrimento quando terapias curativas não são mais possíveis.1
A equipe da UTI deve reavaliar continuamente a evolução clínica de seus pacientes. Isso inclui redefinir os objetivos do tratamento e considerar a oferta de CPs quando o tratamento não mais oferecer benefícios.2